Fila única por leitosroleta online pixbetUTI? As propostas para fechar contaroleta online pixbetdesigualdade entre SUS e planosroleta online pixbetsaúde:roleta online pixbet

Enfermeiros atendem pacienteroleta online pixbetleito da UTI no Brasil

Crédito, SILVIO AVILA/AFP

Legenda da foto, Usuáriosroleta online pixbetplanosroleta online pixbetsaúde no Brasil, um quarto da população, têm acesso a pouco maisroleta online pixbetmetade da totalidaderoleta online pixbetleitosroleta online pixbetUTI no país

Mas hospitaisroleta online pixbetdiferentes regiões do Brasil já estão acusando superlotaçãoroleta online pixbetUTIs. Isso é grave porque as unidadesroleta online pixbetterapia intensiva proveem o cuidado que pacientesroleta online pixbetcovid-19roleta online pixbetsituações piores podem precisar para sobreviver. A faltaroleta online pixbetleitos na Itália, por exemplo, obrigou médicos a teremroleta online pixbetoptar por pacientes com mais chancesroleta online pixbetsobrevivência.

Então, quais são os mecanismos para manter leitosroleta online pixbetUTI suficientes para o númeroroleta online pixbetcasos gravesroleta online pixbetcovid-19 no Brasil?

A BBC News Brasil falou com especialistas para entender quais são as alternativas práticas para isso no Brasil e como funcionariam.

Enfermeira atende pacienteroleta online pixbetleito no hospital

Crédito, INA FASSBENDER / AFP

Legenda da foto, UTIs sobrecarregadas obrigaram médicos na Itália a escolher que pacientes seriam internados e teriam mais chanceroleta online pixbetsobrevivência

Sistemaroleta online pixbetsaúde no Brasil

Para entender o problemaroleta online pixbetdistribuiçãoroleta online pixbetleitosroleta online pixbetinternação no Brasil, é preciso primeiro entender o sistemaroleta online pixbetsaúde brasileiro.

O Brasil conta com o SUS (Sistema Unificadoroleta online pixbetSaúde), sistema públicoroleta online pixbetsaúde universal que dá suporte gratuito para todos os cercaroleta online pixbet210 milhõesroleta online pixbetbrasileiros, e com a saúde suplementar, representada pelos planosroleta online pixbetsaúde.

Segundo dados da Agênciaroleta online pixbetSaúde Suplementar (ANS), no inícioroleta online pixbet2020, 47 milhõesroleta online pixbetbrasileiros tinham planosroleta online pixbetsaúde. O número representa quase um quarto da população, que paga para atendimento e internaçãoroleta online pixbethospitais privados. Ainda assim, os usuáriosroleta online pixbetplanoroleta online pixbetsaúde ainda mantêm o direitoroleta online pixbetacessar os benefícios do SUS.

Considerando que maisroleta online pixbettrês quartos da população brasileira conta unicamente com o SUS e comparando o númeroroleta online pixbetleitos dos serviços público e privado, é fácil entender por que há um desequilíbrio no acesso aos serviços no Brasil.

Consideremos o númeroroleta online pixbetleitosroleta online pixbetUTI. O Brasil tem 55.101 desses leitos, segundo o Ministério da Saúde. Desse total, 49,8% são do SUS.

Ou seja, três quartos da população têm acesso a só metade dos leitosroleta online pixbetUTI no Brasil. A outra metade está reservada ao quarto da população que tem planosroleta online pixbetsaúde.

Unidaderoleta online pixbetUTIroleta online pixbetHospital na Espanha

Crédito, OSCAR DEL POZO/AFP

Legenda da foto, Disponibilidaderoleta online pixbetUTIs tem sido gargaloroleta online pixbetdiversos países afetados pela covid-19

Não significa necessariamente que sejam insuficientes. "Não havendo a epidemia, a dimensão que temosroleta online pixbetleitos do SUS já seria,roleta online pixbetuma forma geral, suficiente", diz Pedro Amaral, professor do Departamentoroleta online pixbetEconomia da Universidade Federalroleta online pixbetMinas Gerais (UFMG), que estuda a distribuição regional da ofertaroleta online pixbetequipamentosroleta online pixbetsaúde no Brasil.

Com a epidemia, a história muda. Agora, com a "grande demanda extra que o sistema está sofrendo, a gordura da ofertaroleta online pixbetleitos - onde havia gordura, porque muitos lugares não têm - acabou ou vai acabar", diz Amaral. "E o sistemaroleta online pixbetsaúde público atinge a capacidade muito mais rápido do que o sistema privado."

Outro problema, destaca Amaral, é a distribuição dos leitos.

De acordo com uma pesquisa do Institutoroleta online pixbetEstudos para Políticasroleta online pixbetSaúde, quase 15% da população brasileira exclusivamente dependente do SUS não conta com leitosroleta online pixbetUTI na regiãoroleta online pixbetque reside.

No Amazonas, por exemplo, só há leitosroleta online pixbetUTI na capital, Manaus. A ocupaçãoroleta online pixbetleitosroleta online pixbetUTI para covid-19, na cidade, já chegou a 100%.

Hospital das Clínicasroleta online pixbetPorto Alegre

Crédito, SILVIO AVILA/AFP

Legenda da foto, Especialistas defendem criar uma 'fila única'roleta online pixbetleitos, dando as mesmas chances para usuários das redes pública e privadaroleta online pixbetserem internadosroleta online pixbetUTIs

O Ministério da Saúde diz que 3 mil leitosroleta online pixbetUTIsroleta online pixbetinstalação rápida no Brasil estãoroleta online pixbetprocessoroleta online pixbetlocação. Mas a pasta não tem divulgado a taxaroleta online pixbetutilização dos leitosroleta online pixbetUTIroleta online pixbethospitais públicos ou privados. Informa, no entanto, que antes da pandemia, a taxaroleta online pixbetocupação dos leitos eraroleta online pixbet78%.

Só os Estados estão atualizando os númerosroleta online pixbetocupação dos leitosroleta online pixbetUTI, mas nem sempre diariamente. A Secretariaroleta online pixbetEstadoroleta online pixbetSaúderoleta online pixbetSão Paulo, por exemplo, divulgou na sexta (17) que o Institutoroleta online pixbetInfectologia Emílio Ribas chegou a 100%roleta online pixbetocupação emroleta online pixbetUTI; o Hospital das Clínicas, 84,5%, o Mário Covas, 89%.

O secretário estadualroleta online pixbetSaúde, José Henrique Germann, afirmou na semana passada que a pasta estima que hospitais públicos do Estado lotem a partirroleta online pixbetmaio, e que os novos leitos a serem montados sejam ocupadosroleta online pixbetjulho.

Fila únicaroleta online pixbetleitos

É por isso que especialistas defendem uma fila única para os leitosroleta online pixbetUTI.

A ideia, defendida até agora por pelo menos dois grupos acadêmicos que estudam o mercadoroleta online pixbetplanosroleta online pixbetsaúde no Brasil, seria utilizar o poder, previstoroleta online pixbetLei neste caso,roleta online pixbetrequisitar "bens e serviços" (pagando indenização posterior) para unificar os leitosroleta online pixbetUTI da rede pública e privada.

O paciente graveroleta online pixbetcovid-19 que precisarroleta online pixbetuma vaga na UTI entrariaroleta online pixbetuma fila únicaroleta online pixbetleitos, independentementeroleta online pixbetser usuário da rede pública ou privada. Funcionaria mais ou menos como funciona o Sistema Nacionalroleta online pixbetTransplantes. Os recursos seriam coordenados pelo sistema público, que pagaria o setor privado por isso.

O método já foi utilizadoroleta online pixbetoutros países durante a pandemia do coronavírus. Na Espanha, por exemplo, o governo provisoriamente estatizou todos os hospitais privados.

No Brasil, a proposta é defendida pelo Gruporoleta online pixbetEstudos Sobre Planosroleta online pixbetSaúde, ligado à Universidaderoleta online pixbetSão Paulo (USP), e pelo Gruporoleta online pixbetPesquisa e Documentação sobre Empresariamento na Saúde, da Universidade Federal do Rioroleta online pixbetJaneiro (UFRJ).

"O Brasil tem uma medicina privada sofisiticada para muito poucos. Nesse momento, esses recursos precisam ser melhor distribuídos", diz a médica santiarista Ligia Bahia, professora da UFRJ que defende a proposta. "Vamos corrigir essa desigualdade, considerando que estamos numa emergência sanitária."

"A ideia é que todos os pacientes graves tenham a mesma chanceroleta online pixbetter atendimento com cuidados intensivos. A maior parte dos leitosroleta online pixbetUTI no Brasil não são públicos. As pessoas que não têm planoroleta online pixbetsaúde vão morrer sem atendimento."

Ela admite que dificilmente a proposta será adotada - por faltaroleta online pixbetinteresse do setor privado. Por isso, diz, o grupo tem abordado os Ministérios Públicos estaduais e os Tribunaisroleta online pixbetJustiça.

Para Amaral, da UFMG, é preciso encarar a pandemia como um "choque absolutamente fora do padrão sobre o sistema, totalmente atípico". Então "faz sentido que a solução seja atípica".

E ele acrescenta que "nem é tão atípica assim", já que já existe uma fila única para emergências. "Se uma pessoa chegaroleta online pixbetuma emergênciaroleta online pixbetum hospital privado, ela tem que ser atendida, pelo menos até a estabilização e transferência. Temos que pensar nisso como uma emergência. Se é emergência, a fila é única", afirma.

Ele considera, contudo, essa solução umaroleta online pixbetcurto prazo, que não resolve tudo, já que as regiões fora dos grandes centros, com população dependente do SUS, dispõem -roleta online pixbetqualquer forma -roleta online pixbetpoucos leitos privados.

"A distribuição espacial da rede privada se orienta pelo mercado. Se a população não tem renda para pagar planoroleta online pixbetsaúde, a rede privada não oferece serviços ali porque não há público", explica. A solução ideal,roleta online pixbetacordo com ele, seria a ampliação, por parte da gestão pública, do númeroroleta online pixbetleitos eroleta online pixbetrecursos humanos, já que "não adianta ter leitos se não tiver profissionaisroleta online pixbetsaúde para operacionalizá-los", lembra.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, já afirmou que o Ministério da Saúde estava monitorando os leitos públicos e particulares. O ministro da Saúde demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Luiz Henrique Mandetta, também já havia afirmado que, se o SUS precisasseroleta online pixbetmais leitos privados, iria usá-los.

Profissionaisroleta online pixbetsaúde transportam corporoleta online pixbetManaus

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Hospitaisroleta online pixbetManaus, únicos com leitosroleta online pixbetUTI no Estado, já atingiram 100% da capacidade

Um dos focos da covid-19 no Brasil, o Estado do Ceará passou a utilizar um hospital privado que estava fechado havia 20 anos. A Secretariaroleta online pixbetEstado Saúderoleta online pixbetPernambuco também fez acordos com hospitais privados para conseguir novos leitos, e o secretário da Saúde, André Longo, já disse que o Estado pode requisitar leitos.

Sistema misto

Uma segunda proposta para o impasse do númeroroleta online pixbetUTIs é uma espécieroleta online pixbetsistema misto: transferir apenas parte, e não a totalidade, dos leitos do sistema privado para o sistema público.

É o que defende o advogado Frederico Barbosa, consultorroleta online pixbetregulação e especialistaroleta online pixbetparcerias público-privadas do escritório BPGA.

A ideia é criar uma "equidade" nesse sistema que é desigual. Ou seja, uma medida que garantisse leitos proporcionais ao númeroroleta online pixbetusuáriosroleta online pixbetcada sistema. Nesse modelo, 75% do totalroleta online pixbetleitos disponíveis nos dois sistemas ficariam para o SUS e 25%, para a rede privada.

Isso significa que o SUS "pegaria emprestado" só o númeroroleta online pixbetleitos necessários do sistema privado para suprirroleta online pixbetdemanda. Estabeleceria-se uma regraroleta online pixbetfila proporcional no SUS e nos planosroleta online pixbetsaúde.

"É muito menos traumático transferir capacidaderoleta online pixbetatendimento adicional para o SUS do que criar uma fila única", diz Barbosa. "Quem tem planoroleta online pixbetsaúde nem sabe qual hospital público tem que procurar. É uma questão complexa do dia para a noite criar um sistema totalmente público para a saúde - que é uma conversa que o Brasil ainda precisa ter: se vai criar um sistemaroleta online pixbetsaúde público ou manter esse sistema competitivoroleta online pixbethoje."

Além disso, ele diz, os planosroleta online pixbetsaúde "têm visão estratégica muito maior sobre a capacidaderoleta online pixbetatendimento dos hospitais, onde está faltando vaga, onde está sobrando, conhece a capacidade hospitalar que contrata há anos, já tem o mapa pronto disso", facilitando essa transferênciaroleta online pixbetleitos.

Alémroleta online pixbettransferir os leitosroleta online pixbetUTI para o sistema público, também é preciso, como já se vê na União eroleta online pixbetmuitos Estados, ampliar o númeroroleta online pixbetleitosroleta online pixbetUTI. É possível fazer isso remanejando a estrutura hospitalarroleta online pixbethospitais privados - muitos com espaços agora menos ocupadosroleta online pixbetdecorrênciaroleta online pixbetcancelamentoroleta online pixbetcirurgias.

Por isso, o passo seguinte, na visãoroleta online pixbetBarbosa, seria o SUS e os planosroleta online pixbetsaúde comprarem capacidade hospitalarroleta online pixbetconjunto. "Criaríamos forças-tarefas somando as capacidades dos planosroleta online pixbetsaúde e do SUS. Os leitos que obtivessem seriam distribuídosroleta online pixbetproporção que representasse equidade na filaroleta online pixbetcada um", afirma. "Estaríamos regulamentando a competição num temporoleta online pixbetescassez."

Por meioroleta online pixbetuma parceria entre SUS e planosroleta online pixbetsaúde, ambos teriam mais possibilidaderoleta online pixbetnegociação com os hospitais privados, reduzindo os custosroleta online pixbetcada leitoroleta online pixbetUTI. "Se o governo procurar diretamente os hospitais privados para obter leitos, vai ter que pagar o preço que os planosroleta online pixbetsaúde pagariam." Por isso, ele defende que os governos locais procurem os planosroleta online pixbetsaúde. "Se conversar com 30 planosroleta online pixbetsaúde, resolve 90% do problema."

Para ele, no entanto, os planosroleta online pixbetsaúde não têm interesse na conversa - teriam que ser obrigados pelo governo a negociar. "Gasta-se muito mais dinheiro para obter leito adicional. É mais fácil para o planoroleta online pixbetsaúde falar que não tem capacidade. Forçar a negociação e colocar os sistemas na mesma hierarquiaroleta online pixbetespera pode impedir um pouco os planosroleta online pixbetsaúderoleta online pixbetficarem omissos e forçá-los a ampliar a capacidade."

"Isso vai ser essencial para o retorno (à normalidade) do país. A disponibilidaderoleta online pixbetUTIs vai definir o ritmo do retorno. Imagina se os hospitais privados voltarem a fazer cirurgia plástica ao invésroleta online pixbetatender pacientes com covid-19? A região inteira vai sofrer danos econômicos por mais tempo. Quanto mais aumentar a capacidaderoleta online pixbetatendimento para pacientesroleta online pixbetcoronavírus, maior será o retorno do país."

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