Coronavírus: se saídafutebol esporte da sorteMandetta representar 'mudança radical', podemos ter 'caos', dizem especialistas:futebol esporte da sorte

Primeiro, porque a pandemia ainda caminha para seu pico no país, e uma mudança na políticafutebol esporte da sorteenfretamento ao novo coronavírus pode,futebol esporte da sortevezfutebol esporte da sorteachatar a curvafutebol esporte da sortecontágio como se pretendia, levar a uma proliferação descontrolada do númerofutebol esporte da sortecasos e a um colapso do sistemafutebol esporte da sortesaúde, como ocorreu na Itália e na Espanha.

Por isso, estes especialistas esperam que a mudançafutebol esporte da sortecomando na pasta não signifique uma mudança radical nas açõesfutebol esporte da sortecombate à pandemia,futebol esporte da sorteespecial no que se refere às medidasfutebol esporte da sorteisolamento social.

"Todos os dados indicam que ainda estamos caminhando para o pico, estamosfutebol esporte da sortefranca expansão do númerofutebol esporte da sortecasos. Se houver uma mudança na política contra aglomerações, isso pode prejudicar o desfecho da pandemia", diz Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileirafutebol esporte da sorteVirologia.

O infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdadefutebol esporte da sorteMedicina da Universidadefutebol esporte da sorteSão Paulo (USP), diz não ter dúvidasfutebol esporte da sorteque um afrouxamento das medidasfutebol esporte da sorteisolamento culminará no colapso do sistemafutebol esporte da sortesaúde do país.

"Se o presidente ficar feliz por ter tirado quem lhe fazia sombra e continuar a fazer o que estava sendo feito, não haverá problema. Porque o mundo já deixou claro que não há novidade aí: o que temosfutebol esporte da sortefazer é tirar as pessoasfutebol esporte da sortecirculação", diz Boulos.

"Se isso não acontecer, a curva (de contágio) que estava se achatando e chegando próximo do pico para depois diminuir vai voltar a aumentar, e não vai haver estruturafutebol esporte da sortesaúde suficiente para dar conta da situação."

Mandetta cometeu falhas, mas 'ouviu a ciência'

O momento também é inadequado para a troca, na avaliação dos especialistas ouvidos pela reportagem, porque Mandetta vinha tomando decisões corretas do pontofutebol esporte da sortevista técnico.

Estes especialistas afirmam, porém, que nem sempre o ex-ministro agiu da forma ideal, especialmente antesfutebol esporte da sortea pandemia atingir o Brasil.

Naquele momento, Mandetta tratou com cautela a adoçãofutebol esporte da sortemedidas, ao dizer, por exemplo que o Brasil não aplicaria as mesmas "medidas pirotécnicas da China", referindo-se à quarentena imposta a cidades inteiras pelo governo chinês, e que a covid-19 seria uma doença "com a qual teríamos que conviver".

"Houve falhas na preparação e na prevenção. Poderia ter sido pensado antesfutebol esporte da sortecomo a doença chegaria aqui, os testes que seriam necessários, como identificar pessoas suspeitas e encontrar quem tivesse entradofutebol esporte da sortecontato com elas e fazer seu isolamento", avalia Eduardo Sprinz, chefe do serviçofutebol esporte da sorteinfectologia do Hospitalfutebol esporte da sorteClínicasfutebol esporte da sortePorto Alegre.

Mas, diante do aumento do númerofutebol esporte da sortecasos, Mandetta mudoufutebol esporte da sortepostura e passou a defender o isolamento social como uma medida essencial para conter a propagação do vírus.

"Acho que o ministro foi bastante moderado emfutebol esporte da sorteconduta e postergou certas medidas que poderiam ter sido tomadas desde o começo, mas depois fez o que achou que era necessário, porque percebeu que a situação estava tomando proporções maiores do que deveria", diz o infectologista Benedito da Fonseca, professor da Faculdadefutebol esporte da sorteMedicinafutebol esporte da sorteRibeirão Preto da USP.

"Mas o Brasil é um país muito grande e diverso, e tomar estas decisões é mesmo difícil. Não dá pra acertar 100% do tempo."

Sprinz afirma que, quando a epidemia chegou, Mandetta "ouviu a ciência". "Talvez, no Brasil, as coisas sejam assim: é preciso sentir o perigo na carne para tomar as atitudes corretas", afirma o infectologista.

Spilki recorda que, depoisfutebol esporte da sorteassumir o cargo, Mandetta chegou a fazer declarações "dúbias" que colocavamfutebol esporte da sortexeque a importância do Sistema Únicofutebol esporte da sorteSaúde (SUS).

"Mas depois ele vestiu o colete do SUS e demonstrou a importância do sistema para o controlefutebol esporte da sorteuma crisefutebol esporte da sortesaúde pública como essa", diz o virologista.

Boulos destaca que, assim como Teich, Mandetta também não tinha grande experiência com saúde pública e era visto mais como um político e um empresário do setor do que como um gestorfutebol esporte da sortesaúde pública. Mas o infectologista diz que o agora ex-ministro se cercoufutebol esporte da sortepessoas com perfil técnico que o assessoraram bem ao longo da pandemia.

"Essa base que o Mandetta montou deu suporte a ele. O que era falado por ele tinha coerência com o que estava sendo feito no mundo todo", diz Boulos.

Transição e manutenção do isolamento

Por isso, será essencial agora que haja uma boa transição entre as equipesfutebol esporte da sorteMandetta e Teich.

"É importante que, no combate a esta pandemia, haja memória, que as coisas que estão sendo feitas sejam transmitidas para a nova equipe, para que haja alguma continuidade e nada seja perdido", diz Sprinz.

E também que as decisões do ministério continuem a ser tomadas com basefutebol esporte da sorteinformações científicas e técnicas, diz Fonseca.

"Não conheço o próximo ministro, mas minha expectativa e desejo pessoal como pesquisador é que ele se cerquefutebol esporte da sortepessoas técnicas e que as estratégias definidas até o momento sejam mantidas. Se temos hoje uma epidemia com um númerofutebol esporte da sortecasos que é pequeno, mas aceitável, é porque essas medidas estavam dando resultado", afirma o infectologista.

Se isso acontecer, a trocafutebol esporte da sorteministros não terá muito impacto, diz Fonseca. "Só não podemos afrouxar o isolamento social neste momento, senão a doença pode se espalhar por todo o território nacional, e vai demorar muito mais tempo para a gente conseguir conter e vamos terfutebol esporte da sortetomar medidas mais drásticas adiante."

Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil destacam ainda que, diante das crescentes objeções do Planalto às medidasfutebol esporte da sortedistanciamento social, os Estados tiveram um papel importante na aplicação desta estratégia — um papel que ganhará ainda mais relevância caso haja uma mudançafutebol esporte da sortepolítica no Ministério da Saúde.

"O ministério vinha dando o arcabouço técnico para o Estados. A depender do que virá, o que ainda é uma incógnita, pode haver conflitofutebol esporte da sortediscursos, e a manutenção do isolamento dependerá cada vez mais da perseverança dos Estados", diz Spilki.

Antes, havia um certo alinhamento entre os Estados e o Ministério da Saúde, diz Boulos. Mas uma mudança no comando do ministério pode levar a ainda mais divergências entre o governo federal e os governos estaduais, o que pode agravar a pandemia.

"Se a orientação que parte do ministério mudar, por exemplo, para a adoçãofutebol esporte da sorteum isolamento vertical, isso não vai ser seguido pela maioria dos Estados, porque o Judiciário já disse que eles têm autonomia para decidir como agir. Mas alguns podem seguir o governo, e, como as fronteiras não são virtuais, um Estado vai contaminar o outro. Vai ser o caos."

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