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Coronavírus: Autor americano aponta potencial da covid-19 para reduzir desigualdade no mundo:7games bet bônus
A pesquisa7games bet bônusScheidel diz que apenas essas grandes disrupções, a que ele se refere como "quatro cavaleiros do apocalipse" conseguiram reduzir a desigualdade econômica ao longo da história: grandes epidemias, falências do Estado, revoluções comunistas e esforços7games bet bônusmassa para a guerra.
Segundo o historiador, entretanto, este tipo7games bet bônusimpacto relacionado a epidemias se adapta melhor ao que acontecia7games bet bônussociedades agrárias até o século 20. Desde então, com a urbanização e o desenvolvimento da medicina, crises globais como a atual acabam influenciando a desigualdade7games bet bônusoutra forma.
"Crises muito sérias podem afetar preferências políticas e escolhas políticas. Então, se este evento for severo o suficiente, ele pode alterar as preferências do eleitorado7games bet bônusforma que se mova para uma defesa7games bet bônusum estado7games bet bônusbem-estar social mais forte, impostos mais altos para pagar pelos déficits causados por pacotes7games bet bônusestímulo, mais assistência médica, maior proteção aos trabalhadores", avalia.
É um modelo mais próximo do que se viu historicamente após esforços7games bet bônusmassa7games bet bônusguerra, como na primeira metade do século 20. "Isso poderia no fim ter o efeito7games bet bônuspreparar a sociedade para mudanças que a tornem mais inclusiva e progressista", disse.
Leia abaixo a entrevista completa.
7games bet bônus BBC News Brasil - Seu livro lista pandemias letais como "cavaleiros do apocalipse", rupturas que reduziram a desigualdade econômica ao longo da história. Como acha que a atual pandemia7games bet bônuscovid-19 vai afetar a desigualdade no mundo?
7games bet bônus Walter Scheidel - Depende do quão longa e severa ela será. Podemos ver algumas tendências, entretanto. Uma delas é que os ricos neste momento estão menos ricos do que eram menos7games bet bônusum mês atrás, por causa dos efeitos na Bolsa7games bet bônusValores. É um efeito7games bet bônuscurto prazo, e vimos algo parecido após a crise financeira global depois7games bet bônus2008. E levou alguns anos para que as ações se recuperassem. Então esperaria que algo semelhante acontecesse a partir7games bet bônusagora. Não deve haver tanta equalização nesta frente no longo prazo.
Ao mesmo tempo, vemos que parte da força7games bet bônustrabalho está sendo afetada negativamente, especialmente pessoas7games bet bônustrabalhos menos protegidos, que estão perdendo emprego, trabalhando menos horas, assumindo dívidas. E vai levar mais tempo para eles se recuperarem disso, especialmente por conta das dívidas. Então, mais uma vez, não há efeito equalizador.
Há um terceiro componente, que tem a ver com o fato7games bet bônusque, se olharmos para a história, crises muito sérias podem afetar preferências políticas e escolhas políticas. Se este evento for severo o suficiente, ele pode alterar as preferências do eleitorado7games bet bônusforma que se mova para uma defesa7games bet bônusum estado7games bet bônusbem-estar social mais forte, impostos mais altos para pagar pelos déficits causados por pacotes7games bet bônusestímulo, mais assistência médica, maior proteção aos trabalhadores, todas essas coisas que estão sendo impulsionadas por Bernie Sanders [pré-candidato democrata à Presidência] nos Estados Unidos, ou que foram defendidas pelos antecessores do atual presidente no Brasil.
Essas ideias estão presentes, mas não são suficientemente fortes ainda. Elas podem se tornar mais fortes, se o deslocamento causado por essa pandemia for grande o suficiente. Essa é a minha previsão com base no que aconteceu7games bet bônussituações semelhantes a estas ao longo da história. Quando há crises fortes o suficiente, há uma mudança no tom do debate político, mudando o equilíbrio.
7games bet bônus BBC News Brasil - Isso parece alinhado ao que vemos nos Estados Unidos atualmente, com a aprovação7games bet bônusum pacote que inclui políticas7games bet bônustransferência7games bet bônusrenda.
7games bet bônus Walter Scheidel - Sim. Todas essas ideias já estão presentes no debate. A ideia7games bet bônusrenda básica já está sendo debatida há uma década. Todo o debate sobre desigualdade começou a ganhar força depois da última crise, doze anos atrás. Virou um grande assunto, mas não chegou a acontecer muita coisa7games bet bônustermos práticos.
Acho que uma possibilidade real no caso7games bet bônusuma crise ainda mais severa, como a atual, é que essas ideias, que muita gente chama7games bet bônusradicais, se movam mais para o centro do debate. Isso aconteceu antes. Aconteceu na Grande Depressão, aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, então pode acontecer novamente.
7games bet bônus BBC News Brasil - Ainda assim, o senhor acredita que o covid-19 vá se tornar uma pandemia com efeito muito fortes diretamente na desigualdade, como visto na história? Seu livro fala sobre a Peste Negra, e hoje há muitas comparações com a pandemia7games bet bônusinfluenza7games bet bônus1918.
7games bet bônus Walter Scheidel - A comparação com 1918 é perigosa. Alguns estudos7games bet bônuseconomistas olham para as repercussões econômicas daquela pandemia, mas isso é algo difícil porque ela se mistura com os efeitos da Primeira Guerra Mundial, que foi um evento mais sério,7games bet bônuscerta forma.
Sim, as pandemias mais antigas, como a Peste Negra, ou as que dizimaram as populações indígenas nas Américas após 1492, tiveram impacto direto (na desigualdade). Não estamos falando7games bet bônusnada nesse nível, pois a taxa7games bet bônusmortalidade, mesmo no pior cenário possível, é muito menor e mais concentrada7games bet bônuspopulações mais velhas, sem afetar tanto a força7games bet bônustrabalho como aconteceu no passado.
Então, não deve haver uma mudança demográfica ou um deslocamento econômico comparável ao que houve no passado mais distante. Por isso eu enfatizei o papel das mudanças políticas como o efeito que a pandemia pode ter na desigualdade. Ela tem o poder7games bet bônusafetar o que as pessoas querem e pensam que querem ao longo dos próximos anos, e como os políticos vão lidar com isso.
7games bet bônus BBC News Brasil - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está indo na contramão7games bet bônusoutros políticos do mundo e rejeitando políticas duras7games bet bônusconfinamento por conta dos efeitos negativos na economia. Acha que este comportamento pode ter relação com uma tentativa7games bet bônusevitar este tipo7games bet bônusimpacto da pandemia na política?
7games bet bônus Walter Scheidel - Acho que sim. Vemos isso todas as vezes ao longo da história. A elite entrincheirada não tem interesse nesse tipo7games bet bônusmudança, então sempre há resistência a mudanças trazidas por reformas progressistas. O resultado é determinado7games bet bônusampla medida por quem vence, por que lado dessa disputa se coloca com mais força. Houve pessoas na Idade Média que tentaram fazer os pobres trabalharem pelos mesmos salários que recebiam antes, apesar7games bet bônushaver apenas metade dos trabalhadores ativos7games bet bônusantes, numa tentativa7games bet bônuscoagir as pessoas a continuar no mesmo status quo, o que não era possível. Em outros momentos, isso foi possível, como7games bet bônussituações do feudalismo.
Há diferentes tipos7games bet bônusresposta para este tipo7games bet bônuscrise que enfrentamos agora, e vai depender muito do tipo7games bet bônuspaís7games bet bônusque se vive. É possível que as forças reacionárias do status quo sejam tão fortes que, ao fim da crise, a vida volte ao mesmo sistema que havia antes, mas com mais polarização e desigualdade, o que pode criar instabilidade no longo prazo. Por outro lado, podemos pensar que o outro lado sai com vantagem, e vemos uma mudança7games bet bônustrajetória. Isso está7games bet bônusaberto atualmente, especialmente7games bet bônuspaíses como os Estados Unidos e o Brasil, onde já há muita desigualdade e os interesses entrincheirados são muito poderosos.
Se estivéssemos falando da Suécia, a diferença não seria tão grande, já que já existe um estado7games bet bônusbem-estar social, que deve dar ainda mais apoio à população. Mas7games bet bônuspaíses como os nossos, está tudo muito7games bet bônusaberto e não temos como saber que lado vai vencer. Ainda assim, acredito que as forças progressistas agora têm uma chance maior7games bet bônusserem bem-sucedidas enquanto a crise piora, pois se torna mais fácil eles apresentarem seus argumentos.
7games bet bônus BBC News Brasil - O confinamento reduz o número7games bet bônusmortes, mas afeta a economia e os argumentos da política. Mas, se a população abandonar o confinamento, como o presidente do Brasil chegou a sugerir, podemos ver uma taxa7games bet bônusmortalidade maior, o que pode até afetar o tamanho da população e o número7games bet bônustrabalhadores também, não?
7games bet bônus Walter Scheidel - Sim e não. Precisamos levar7games bet bônusconsideração que, todos os anos, 1% da população morre. E muitas das pessoas que agora são vítimas da covid-19 talvez fossem morrer7games bet bônusqualquer forma, já que são especialmente pessoas idosas e com outras doenças. Não está inteiramente claro quanto o resultado da pandemia será terrível do ponto7games bet bônusvista quantitativo. Um ponto importante é que isso assusta as pessoas, e o medo vai ser um aspecto importante para definir mudanças7games bet bônusprioridade política - mais até do que o número7games bet bônusmortos.
Atualmente, nos EUA, vemos pressão7games bet bônuspolíticos dos Estados contra o governo, com uma perspectiva muito mais séria do que a7games bet bônusTrump. São os Estados que estão propondo ações mais radicais7games bet bônusconfinamento. Pelo que sei, isso é parecido com o que acontece no Brasil.
7games bet bônus BBC News Brasil - O senhor fala sobre os impactos7games bet bônuspandemias7games bet bônusdesigualdades, e falou sobre as mudanças7games bet bônusprioridades por conta da propagação do coronavírus. Aqui no Brasil há uma expectativa7games bet bônusque a população mais pobre sofra mais com os efeitos da doença, por conta7games bet bônusuma desigualdade já muito grande. Acha que esse tipo7games bet bônussituação pode ter impactos políticos e econômicos no país?
7games bet bônus Walter Scheidel - No curto prazo, sem dúvida isso vai aumentar a polarização, pois vai fazer com que as pessoas se sintam ainda mais alienadas por verem que não são parte do sistema. Se nada mudar, isso pode desestabilizar a sociedade além do que já vemos no Brasil atualmente. Isso ainda pode ser usado por políticos para acelerar mudanças para um lado ou o outro do espectro político dessa polarização. Mas acho que há um potencial para um reforço a políticas progressistas, muito mais do que havia um mês atrás.
7games bet bônus BBC News Brasil - Seu livro fala7games bet bônuspandemias como "niveladores", rupturas que diminuíram a desigualdade no mundo ao longo da história. Pode explicar como isso acontece?
7games bet bônus Walter Scheidel - Isso está muito claro na história, especialmente até o século 20, quando o mundo era formado por sociedades agrárias. O princípio é muito simples: Se pessoas demais morrerem, vai haver uma redução7games bet bônusmão7games bet bônusobra, mas a quantidade7games bet bônusterra para o trabalho continua sendo a mesma, então o valor do trabalho sobe enquanto o valor da terra cai. Como resultado, trabalhadores podem vender7games bet bônusforça7games bet bônustrabalho por salários mais altos, e as pessoas ricas que são proprietárias7games bet bônusterra vão ter uma renda menor, pois a terra vai valer menos e vão ter que pagar salários mais altos.
É um mecanismo muito simples, mas que vemos se repetir ao longo da história até o século 20. É fácil ver ao longo da história como epidemias severas tinham um resultado positivo - se é que se pode dizer isso -7games bet bônustermo7games bet bônusempoderamento da classe trabalhadora e atrapalhando os interesses dos mais ricos. Isso não funciona mais exatamente assim porque não somos mais uma sociedade agrária.
7games bet bônus BBC News Brasil - Desde que deixamos7games bet bônusviver7games bet bônussociedades agrárias, nenhuma pandemia teria mais esse tipo7games bet bônusefeito?
7games bet bônus Walter Scheidel - Quando escrevi o livro, tentei pensar que tipo7games bet bônuscenário terrível poderia criar impactos assim atualmente. Epidemiologistas explicam que hoje, se uma epidemia for muito letal, ela não se espalha tão rapidamente pelo mundo. Além disso, com o desenvolvimento das últimas décadas, a ciência passou a ter a capacidade7games bet bônussalvar o status quo. Pois a ciência é muito mais rápida7games bet bônusproduzir tratamentos e vacinas para diminuir o impacto dessas epidemias e fazer mais fácil voltar à vida normal. Há tantos avanços científicos, que a realidade é muito diferente do que era um século atrás. Assim, diminuiu muito a probabilidade7games bet bônusuma praga realmente devastadora que tenha potencial7games bet bônusreduzir tanto a população.
7games bet bônus BBC News Brasil - Pode falar mais sobre os outros três "cavaleiros do apocalipse" que afetam a desigualdade e que apresenta no livro?
7games bet bônus Walter Scheidel - Em sociedades mais antigas, eram pandemias e o colapso do Estado que reduziam a desigualdade. Eram sociedades muito desiguais e que tendiam a beneficiar os ricos e poderosos. Então, se os Estados se desfaziam, os ricos perdiam seus privilégios e seu poder e7games bet bônusriqueza. E todo mundo podia acabar pior do que estava antes, mas os ricos tinham mais a perder. Era um mecanismo bem simples, que vimos por milhares7games bet bônusanos. A partir do século 20, temos dois novos "niveladores", que estão muito conectados, que são a mobilização7games bet bônusmassa para guerra, nas duas Guerras Mundiais, e as revoluções comunistas, especialmente na Rússia e na China. As revoluções são autoexplicativas, já que a função delas é buscar uma redução da desigualdade e atacar os ricos.
A mobilização para a guerra é um caso interessante porque o que temos é uma intervenção maciça do Estado na economia para impulsionar os esforços7games bet bônusguerra. Assim temos controles sobre lucros, preços, salários, e fica mais difícil para os donos do capital terem lucro. Os impostos costumam aumentar para pagar pela guerra e controlar a inflação. Ao mesmo tempo, temos pleno emprego e o poder7games bet bônusbarganha dos trabalhadores aumenta. Além disso, a experiência compartilhada7games bet bônusmedo, mortes, racionamento, estar sob ataque, muda a atitude das pessoas e faz com que haja mais apoio após guerras a políticas7games bet bônusredistribuição7games bet bônusrenda. Por isso vimos o Ocidente desenvolver o Estado7games bet bônusBem-Estar Social logo após a Segunda Guerra Mundial. Eles tinham dinheiro para investir7games bet bônussaúde pública, educação, previdência, e uma rede7games bet bônusproteção que não existia da mesma forma antes. Então houve uma mudança no que o Estado oferecia por conta do aumento da capacidade do Estado, do aumento7games bet bônusimpostos e das atitudes das pessoas. Assim, acabamos com sociedades mais igualitárias. Isso não vai durar para sempre necessariamente.
Desde os anos 1970, começou a haver várias ondas7games bet bônusliberalização da economia, e as populações que viveram o processo7games bet bônusmaior igualdade começaram a morrer, e novas gerações têm perspectivas diferentes, o que acabou aumentando a desigualdade. Mas podemos ver um efeito muito claro da guerra numa redução7games bet bônusdesigualdades por mais7games bet bônusuma geração. É importante deixar claro que isso não aconteceu na América do Sul, pois o continente ficou7games bet bônusfora da guerra, então não vemos efeitos semelhantes aí.
7games bet bônus BBC News Brasil - Alguns governos ocidentais falam7games bet bônus"esforço7games bet bônusguerra" contra a propagação da doença. Isso pode ter efeito parecido com o que guerras tiveram sobre a desigualdade no passado?
7games bet bônus Walter Scheidel - Políticos fazem isso porque eles sabem que a retórica7games bet bônusguerra funciona. A atenção das pessoas fica preparada para isso. Pode-se dizer que essa retórica vai ser útil, no fim das contas, se puder criar um senso7games bet bônusque a população está nisso junta, e que vai haver um sacrifício compartilhado por todos. Claro que só a retórica não vai ser suficiente, mas algumas das medidas realmente são similares às que vemos7games bet bônusguerras, como intervenção do Estado na economia, restrição7games bet bônusliberdades, déficits gigantescos para manter a economia ativa. No longo prazo, podemos ver nacionalizações7games bet bônusalgumas indústrias, intervenção7games bet bônussetores privados para fazer as empresas terem uma participação maior na área7games bet bônussaúde. Não é nada que chegue perto do que há numa guerra, mas vai um pouco nessa direção. Então temos a retórica7games bet bônusguerra e ações que vão na direção7games bet bônuspolíticas7games bet bônustempos7games bet bônusguerra. Isso poderia no fim ter o efeito7games bet bônuspreparar a sociedade para mudanças que tornam ela mais inclusiva e progressista.
7games bet bônus BBC News Brasil - Como a desigualdade mudou ao longo da história?
7games bet bônus Walter Scheidel - Sempre que temos tempos7games bet bônuspaz e estabilidade por muito tempo, a desigualdade tende a se tornar muito alta, pois isso favorece as pessoas que têm predisposição a tirarem vantagem desse contexto. Quanto mais tempo esse período dura, mais a riqueza fica concentrada no topo, pois as pessoas herdam e passam ela adiante. Quando temos grandes disrupções da história, temos potencial7games bet bônusmudanças que não favorecem os mais ricos.
Então, a história é marcada por altos e baixos7games bet bônusdesigualdade. Vimos a formação7games bet bônusgrandes impérios, como7games bet bônusRoma, e a desigualdade cresceu. O império caiu, e a desigualdade diminuiu. Na Idade Média, a peste negra veio, e a desigualdade caiu. Nas Américas, a sociedade colonial era muito desigual, mas as guerras7games bet bônusliberação diminuiram ao menos um pouco a desigualdade. Podemos ver isso acontecer7games bet bônusvários momentos, e isso ainda se aplica aos dias7games bet bônushoje. Não é surpreendente que a desigualdade esteja mais alta hoje do que duas gerações atrás, mas no passado ela também já foi muito grande.
7games bet bônus BBC News Brasil - Um ponto da7games bet bônusanálise histórica diz que, apesar7games bet bônusa desigualdade ser apontada como fonte7games bet bônusmuitos dos problemas do mundo hoje, os momentos que a diminuíram não foram necessariamente para beneficiar os mais pobres, mas mais para tirar dos mais ricos... Fora o pós-Segunda Guerra Mundial, é possível pensar7games bet bônusum mecanismo que levante as populações das camadas mais baixas?
7games bet bônus Walter Scheidel - Isso depende muito do tipo7games bet bônuscrise. Quando um Estado colapsa, todo mundo fica numa situação pior do que estava antes. A diferença é que os pobres têm menos dinheiro a perder. Em pandemias, os ricos ficaram menos ricos e os pobres ficaram menos pobres, então há um pouco esse efeito7games bet bônusfavorecer os mais pobres. Depois da Segunda Guerra Mundial, os pobres ficaram significativamente menos pobres. Nas revoluções comunistas, depende muito. Os ricos perdem tudo, e7games bet bônusalgumas situações os pobres ficaram menos pobres, mas7games bet bônusoutras eles ficaram mais pobres. Depende do tipo7games bet bônussistema. Depende da natureza do desastre, ou da crise, que altera a distribuição. Por isso não está muito claro na situação atual se os pobres vão se beneficiar da pandemia. Há potencial para que isso aconteça, mas não é garantido.
7games bet bônus BBC News Brasil - O seu livro termina com uma conclusão um tanto pessimista sobre o futuro. Mesmo que as pessoas estejam falando mais sobre desigualdade, o senhor não vê uma possibilidade7games bet bônusesse quadro7games bet bônusdistribuição7games bet bônusriqueza mudar sem uma grande disrupção?
7games bet bônus Walter Scheidel - Não acho que vá acontecer porque isso nunca aconteceu na história. Isso não significa que não possa acontecer, e há muita coisa imprevisível no século 21. Há sempre o potencial7games bet bônusvermos alguma mudança pacífica, mas considerando o que vimos ao longo da história, não há um modelo muito claro sobre como isso pode acontecer.
7games bet bônus BBC Brasil News - Ainda assim, seu livro menciona a América Latina do início do século 21 como um dos principais candidatos para uma equalização sem violência. Olhando para esse movimento, quão importante acha que ele foi e por que acha que ele não foi mais bem sucedido no sentido7games bet bônusdiminuir as desigualdades?
7games bet bônus Walter Scheidel - É uma questão muito difícil, e tem muita gente tentando entender esse movimento. Aparentemente, foi um progresso muito limitado a um período7games bet bônuscerca7games bet bônusuma década7games bet bônusque o progresso foi alcançado por uma combinação rara7games bet bônuscircunstâncias: havia mudança política, havia o resultado7games bet bônusreformas aprovadas nos anos 1990, havia demanda por commodities na China e7games bet bônusoutras economias emergentes, havia o resultado7games bet bônusinvestimentos7games bet bônuseducação feitos nos anos 1990. Foi a culminação7games bet bônusfatores que levaram a esse resultado, mas não está claro o quanto esses resultados eram sustentáveis. Além disso, sempre houve forças7games bet bônusreação presentes, que esperavam suas chances7games bet bônusse impor contra esses movimentos, o que vemos claramente no Brasil atualmente, mas também7games bet bônusoutros países. Houve uma reação contra isso. Parece que as condições que favoreciam o movimento por menor desigualdade se enfraqueceram, e as forças7games bet bônusreação conseguiram ganhar mais força para lutar contra ela.
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