Coronavírus: tudo o que você precisa saber sobre o uso ou nãoestrelabet evomáscaras:estrelabet evo

Homem usando máscara no Rio

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Máscaras cirúrgicas devem ser usadas somente por quem tem suspeitaestrelabet evoCovid-19 e para profissionaisestrelabet evosaúde

O quanto as máscarasestrelabet evofato protegem?

As máscaras fazem sentido se usadas por profissionais que temestrelabet evolidar com pessoas infectadas —, pois faz parteestrelabet evotodo um conjuntoestrelabet evoequipamento protetor. Mas usadas por indivíduos como formaestrelabet evoproteção nas ruas, são pouco eficazes.

Pesquisas que existem até agora mostram que o novo coronavírus, chamado sars-cov-2, se espalha atravésestrelabet evosecreções e gotículas que saem da boca quando as pessoas tossem ou espirram, o que os médicos e cientistas chamamestrelabet evoaerossóis.

Alémestrelabet evopassarem direto para pessoas que estejam próximas, essas gotículas contaminam superfícies, nas quais as outras pessoas tocam e, ao tocar o próprio rosto, se contaminam.

As máscaras cirúrgicas (aquelas comuns que vocês vê na foto acima) não são eficazes contra os vírus que circulam no ar porque são muito frouxas, não têm filtroestrelabet evoar e deixam os olhos expostos. Mas mesmo as máscaras mais avançadas, como a N95, capazesestrelabet evofiltrar vírus do ar, não protegem o olho, por exemplo.

Bolsonaro usando máscara

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Máscara N95, usada por Bolsonaro, é uma das mais avançadas, mas não protege os olhos

Os dois tiposestrelabet evomáscara podem diminuir o riscoestrelabet evocontrair através da contaminação mão-boca (porque a pessoa não vai conseguir tocar a boca nem o nariz), mas, sozinhas, elas não fazem muito efeito, explica o virologista Jonatas Abrahão, da Sociedade Brasileiraestrelabet evoVirologia e professor da Universidade Federalestrelabet evoMinas Gerais.

"Para os profissionaisestrelabet evosaúde, elas fazem parteestrelabet evotodo um conjuntoestrelabet evoequipamento individualestrelabet evoproteção, que deve incluir óculos, capa ou jaleco, luvas etc", explica.

"Para quem não precisa estarestrelabet evocontato com pessoas doentes, não adianta usar uma máscara cirúrgica ou mesmo uma máscara N95, mas tocarestrelabet evouma superfície contaminada e tocar o olho, que a máscara não cobre", diz o virologista da UFMG. "(Ela não evita) tocarestrelabet evouma superfície contaminada e depois o olho — que a máscara não cobre... Ou mesmo se alguém tossir pertoestrelabet evovocê, pode ir no olho."

"Se você não é profissionalestrelabet evosaúde, a melhor formaestrelabet evoprevenir é manter mesmo o isolamento social, manter distância das pessoas se precisar sair, lavar bem as mãos e não tocar o rosto", reitera. "Os profissionais não têm essa opção (de ficar longe) eles precisam estar próximos dos pacientes."

"As máscaras têm outro problema, é a falsa sensaçãoestrelabet evosegurança", explica o virologista. "A pessoa pensa: 'ah, eu estou com a máscara, então posso sair, estou protegido, e não é bem assim'."

"Sem contar que a maioria das pessoas não sabe usar, fica tirando para falar, aí leva a mão para o rosto pra tirar e colocar", diz ele.

Por que profissionaisestrelabet evosaúde usam a máscara cirúrgica se ela não filtra o ar?

O ideal, dizem os especialistas, seria que todos os profissionaisestrelabet evosaúde usassem as máscara do tipo N95 ou PFF2, que fazem a filtragem do ar, durante qualquer procedimentoestrelabet evoque estejam próximos dos pacientes e que possam ser atingidos pelas gotículas produzidas pela tosse.

No entanto, como as máscaras desse tipo estão falta, o Ministério da Saúde determinou que é obrigatório o uso das máscaras cirúrgicas.

"Embora elas não sejam as ideais, elas dão algum nívelestrelabet evoproteção aos profissionaisestrelabet evosaúde porque são usadasestrelabet evoconjunto com outros equipamentosestrelabet evoproteção", explica Jonatas Abrahão.

Abrahão afirma também, que além do fatoestrelabet evochegarem mais pertoestrelabet evopessoas doentes — o que alguém que não é profissional pode evitar — os profissionais estão expostos a uma carga viral muito maior.

Segundo o Ministério da Saúde, "apenas o uso da máscara cirúrgica é insuficiente para fornecer o nível seguroestrelabet evoproteção e outras medidas igualmente relevantes devem ser adotadas, como a higiene das mãos frequentemente com água e sabonete líquido antes e após a utilização das máscaras".

Segundo a pasta, os equipamentos recomendados incluem protetor ocular ouestrelabet evoface, luvas, capote (aquela capa sobreposta) ou jaleco.

Além disso, esses profissionais recebem treinamento para como fazer o uso correto do material — o que melhora as chances dele funcionar.

Por que as pessoas com sintomas devem usar?

O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com suspeitaestrelabet evoestarem com coronavírus devem usar máscaras cirúrgicas porque isso ajuda a diminuir a disseminação das gotículas com o vírus.

"Com a força da tosse ou do espirro, as gotículas voam longe. A máscara cirúrgica não filtra o vírus, mas ajuda a impedir que essas gotículas se espalhem demais, contaminando pessoas e superfícies", explica Abrahão.

Máscaras feitasestrelabet evocasa adiantam para alguma coisa?

Para proteção, máscaras feitasestrelabet evocasa são ainda menos eficientes do que as máscaras cirúrgicas para proteger contra o vírus, porque não usam o tecido adequado e não são descartáveis, afirma o virologista Abrahão.

"Você pode, se quiser, usar uma máscara feitaestrelabet evocasa ou um cachecol, ele podem também ter o efeitoestrelabet evoimpedir que você toque na boca ou no nariz, mas depoisestrelabet evochegarestrelabet evocasa você tem jogar isso fora ou colocar imediatamente para lavar", afirma ele.

Mulher usando máscara na India

Crédito, EPA

Legenda da foto, Máscara caseira deve ser jogada fora ou lavada logo após o uso

"Se você usa o mesma máscaraestrelabet evotecido pra ir no mercado toda vez sem lavar, toca nela, ela pode ter o efeito contrário,estrelabet evoficar contaminada e contaminar você", afirma.

Em uma entrevista coletivaestrelabet evoquarta (24), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que "até mesmo máscaras feitasestrelabet evoresidências" podem ser uma alternativa nesse momentosestrelabet evocrise.

Em uma pessoa doente, na faltaestrelabet evouma máscara cirúrgica, a máscara feitaestrelabet evocasa pode ajudar a diminuir a disseminação das gotículas com o vírus, masestrelabet evoforma menos eficiente que a máscara cirúrgica, explica Abrahão.

Mas o problema é que elas sãoestrelabet evodifícil esterilização. "Tem que jogar fora depois", diz ele.

Máscaras cirúrgicas normalmente são descartáveis — você usa uma vez e joga fora.

As pessoas devem comprar máscaras?

A Organização Mundialestrelabet evoSaúde não recomenda que pessoas sem suspeitaestrelabet evocoronavírus comprem máscaras.

"A orientação da OMS é que as pessoas usem máscaras se elas mesmas estiverem doentes, se tiverem sintomas respiratórios. E o motivo para isso é que elas evitem a transmissão para outra pessoa, não para evitar que elas mesmas se infectem", afirmou Maria van Kerkhove, líder do programaestrelabet evoemergências da OMS.

Alémestrelabet evonão oferecerem tanta proteção sozinhas — como explicado pelos especialistas e autoridades —, a corrida por essas máscaras fez com que houvesse falta delas para os profissionaisestrelabet evosaúde.

"A melhor formaestrelabet evoprevenção é o isolamento e o distanciamento. Mas o profissionalestrelabet evosaúde não tem essa opção, ele precisa chegar perto das pessoas, então precisa das máscaras (idealmente a N95) e dos outros equipamentos", explica Abrahão.

Diversos hospitais públicos na região metropolitanaestrelabet evoSão Paulo já estão com diversos equipamentosestrelabet evoproteçãoestrelabet evofalta, e há relatos do mesmo acontecendoestrelabet evooutros lugares do Brasil.

Na entrevista coletivaestrelabet evoquarta (24), Gabbardo dos Reis, afirmou que o Ministério da Saúde vai "comprar toda a produção nacionalestrelabet evomáscaras" para atender os hospitais, que "vai apreender todos os que tentaram exportar máscaras" e vai tentar comprar o máximoestrelabet evomáscaras que houver disponível no mundo.

Na terça (25), o Ministério da Saúde disse que já comprou 40 milhõesestrelabet evomáscaras para serem distribuídas aos Estados e outras 240 milhões estãoestrelabet evoprocessoestrelabet evoaquisição.

Em uma nota técnica sobre o coronavírus, o Ministério da Saúde disse também que "usar máscaras quando não indicado pode gerar custos desnecessários e criar uma falsa sensaçãoestrelabet evosegurança que pode levar a negligenciar outras medidas como práticasestrelabet evohigiene das mãos".

Alguns outros países estão comprando todos os estoques e também restringindo a compraestrelabet evomáscaras para pessoas física, já que o serviçoestrelabet evosaúde pode fornecê-las para quem tem suspeita.

Na França, o presidente Emmanuel Macron anunciou que o país vai requisitar "todos os estoques e a produçãoestrelabet evomáscarasestrelabet evoproteção" para distribuir para os profissionaisestrelabet evosaúde e para os doentes.

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Os casos

O primeiro registro do coronavírus no Brasil foiestrelabet evo24estrelabet evofevereiro. Um empresárioestrelabet evo61 anos, que moraestrelabet evoSão Paulo (SP), foi infectado após retornarestrelabet evouma viagem, entre 9 e 21estrelabet evofevereiro, à região italiana da Lombardia, a mais afetada do país europeu que tem mais casos fora da China.

De acordo com o Ministério da Saúde, o empresárioestrelabet evo61 anos tinha sintomas como febre, tosse seca, dorestrelabet evogarganta e coriza. Parentes dele passaram a ser monitorados. Dias depois, exames apontaram que uma pessoa ligada ao paciente também estava com o novo coronavírus e transmitiu o vírus para uma terceira pessoa. Todos permaneceramestrelabet evoquarentenaestrelabet evosuas casas, pelo período de, ao menos, 14 dias.

Após o primeiro caso, outros diversos registros passaram a ser feitos no Brasil. Muitos vieramestrelabet evopaíses com inúmeros casos do novo coronavírus, mas depois foram registrados casosestrelabet evotransmissão local e, por fim, comunitária.

Duas semanas depois, foi anunciado que o empresárioestrelabet evo61 anos está curado da doença provocada pelo novo coronavírus.

Paciente com coronavírus

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pacientes com coronavírus deverão ficarestrelabet evoquarentena

Cuidados

A principal recomendaçãoestrelabet evoprofissionaisestrelabet evosaúde que acompanham o surto é simples, porém bastante eficiente: lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegarestrelabet evocasa ou antesestrelabet evomanipular alimentos.

O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias serão eliminados.

Se estiverestrelabet evoum ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos sem antes ter antes lavado as mãos ou pelo limpá-las com álcool. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato.

Também é importante manter o ambiente limpo, higienizando com soluções desinfetantes as superfícies como, por exemplo, móveis e telefones celulares.

Para limpar o celular, pode-se usar uma solução com mais ou menos metadeestrelabet evoágua e metadeestrelabet evoálcool, alémestrelabet evoum pano limpo.

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