Coronavírus: Entenda como corpo se defendevaidebet cpiameaças como covid-19:vaidebet cpi
Essas defesas ficam a cargo do sistema imunológico, um conjunto complexovaidebet cpicélulas, tecidos, órgãos e moléculas que cumprem funções específicasvaidebet cpiuma resposta coordenada para neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas — antes que sejam fatais.
Diantevaidebet cpiuma nova ameaça, o corpo temvaidebet cpipartir do zero e construir as defesas necessárias. Mas, no casovaidebet cpium vírus, este processo costuma ser mais demorado do que a velocidade com que este tipovaidebet cpimicrorganismo se multiplica e infecta células.
"É uma corrida,vaidebet cpique o adversário avança mais rápido do que o sistema imunológico é capazvaidebet cpidesenvolver mecanismosvaidebet cpiação para combatê-lo", afirma o imunologista Renato Astray, pesquisador do Instituto Butantan.
Isso não significa, no entanto, que a batalha esteja perdida. O sistema imunológico encontra com o tempo formasvaidebet cpiacabar com a ameaça, como vem ocorrendo nesta epidemiavaidebet cpicoronavírus.
Mesmo sem um tratamento específico contra ele,vaidebet cpicapacidadevaidebet cpimatar um paciente é baixa. Até o último domingo (1/3), segundo o boletim mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), tinham sido registradas cercavaidebet cpi2,9 mil mortes entre maisvaidebet cpi87 mil infectados.
Os cálculos da taxavaidebet cpimortalidade são complexos, principalmentevaidebet cpiuma doença nova que continua avançando. Nesta reportagem, a BBC News Brasil explica como os cálculos são realizados.
Maisvaidebet cpi77 mil das pessoas afetadas já se recuperaram — o que significa que médicos conseguiram controlar os sintomas da doença causada por este vírus, a covid-19, por tempo suficiente até o próprio corpo conseguir elimina-lo.
Mas como se dá este processo? E há formasvaidebet cpifortalecer nosso sistema imunológico e reduzir as chancesvaidebet cpificarmos doentes?
Como funciona o sistema imunológico
O corpo tem barreiras para impedir a entradavaidebet cpipatógenos, como são chamados os microrganismos que afetam nossa saúde.
Elas podem ser mecânicas, como a pele, microbiológicas — por exemplo, a floravaidebet cpibactérias do intestino —, ou químicas, como as enzimas presentes na saliva ou o suco gástrico do estômago.
Se um corpo estranho consegue superar estas barreiras, cabe ao sistema imunológico nos proteger.
Todas as pessoas nascem com defesas naturais contra invasores. Esta é a chamada resposta imunológica inata, que é acionada automaticamente quando células detectam que foram infectadas e enviam sinais químicos para avisar que o corpo está sob ataque.
Isso faz com que outras células acionem mecanismos para se tornarem menos suscetíveis à infecção e ativa o sistema imunológico, que vai pôrvaidebet cpiação células específicas para combater o invasor.
Estas células são fabricadas continuamente pela medula óssea, a partirvaidebet cpicélulas-tronco, que estãovaidebet cpium estágio inicialvaidebet cpidesenvolvimento e tem o potencialvaidebet cpise transformar,vaidebet cpium processovaidebet cpidiferenciação, para cumprir funções específicas.
Desta forma, as células-tronco se tornam leucócitos — ou glóbulos brancos —, que atuamvaidebet cpinosso sistema imunológico. Uma elevação na quantidadevaidebet cpileucócitos no examevaidebet cpisangue é indíciovaidebet cpiuma infecção. Se estiver abaixo do normal, o sistema imunológico está enfraquecido.
Os neutrófilos são o tipovaidebet cpileucócito mais numeroso e atuam como a primeira linhavaidebet cpidefesa do organismo. Eles envolvem e eliminam o invasor por meio da fagocitose, produzindo enzimas digestivas que destroem o patógeno.
Também liberam sinais químicos que recrutam mais células para atacar a ameaça. Isso gera uma inflamação na região onde está o invasor. Esta área é irrigada com sangue, que traz consigo mais leucócitos para auxiliar no combate.
Outro tipovaidebet cpiglóbulo branco, o linfócito conhecido como natural killer (assassino natural,vaidebet cpiinglês), age principalmente contra tumores e vírus. Ele libera grânulosvaidebet cpiproteína ao redor do alvo que fazem o patógeno se autodestruir.
Um terceiro tipovaidebet cpileucócito, o macrófago, também atua neste estágio fagocitando invasores, mas cumpre outra função importante no próximo estágio da resposta imune.
A resposta imune adquirida
Quando um invasor é agressivo, resistente ou está presentevaidebet cpimaior quantidade, isso exige outro tipovaidebet cpireação do organismo.
A resposta imune adquirida é desenvolvida pelo corpo após entrarvaidebet cpicontato com um patógeno. Ela envolve a ação dos linfócitos, células especializadas capazesvaidebet cpicombater microrganismos evaidebet cpinos proteger da mesma ameaça por mais tempo.
Os linfócitos ficam armazenadosvaidebet cpiórgãos como os linfonodos e o baço, à esperavaidebet cpisinaisvaidebet cpique devem entrarvaidebet cpiação.
Um dos principais alertas é dado pelos macrófagos, que capturam um microrganismo ou parte dele e o transporta até os linfócitos, dando início à resposta imune adquirida. "Os macrófagos atuam como uma ponte entre as duas respostas imunes", explica Astray.
Os linfócitos começam então a produzir milhõesvaidebet cpicópiasvaidebet cpisi mesmos e reforçam o sistema imunológico ao gerar anticorpos, proteínas capazesvaidebet cpineutralizar um patógeno. Os anticorpos têm a capacidadevaidebet cpireconhecer e se unir ao invasor, impedindo que ele infecte novas células e se reproduza.
Os linfócitos também marcam alvos para neutrófilos, macrófagos e natural killers. "Os linfócitos são como maestros do sistema imunológico, ao fazer com que as células imunes se aglutinemvaidebet cpitornovaidebet cpiuma ameaça", diz Portela.
Ao final deste processo, a maioria dos linfócitos é destruída, mas alguns se diferenciam e permanecemvaidebet cpinosso corpo por vários anos, formando uma memória imunológica que tornará mais ágil o combate ao patógeno se ele nos infectar novamente.
As células imunes se multiplicam mais rapidamente ao detectar a mesma ameaça, o que acaba com aquela desvantagem do sistema imunológico na corrida inicial contra um invasor após a infecção. "Isso nos impedevaidebet cpificar doentes ou faz com que os sintomas sejam mais leves", afirma Astray.
Por este motivo, não contraímos maisvaidebet cpiuma vez algumas doenças, como catapora, caxumba, rubéola ou sarampo. Mas isso não impede que tenhamos novas gripes, por exemplo, porque o vírus que a causa, o influenza, sofre mutações facilmente, o que torna a memória imunológica inútil contra suas novas versões.
Como funcionam vacinas
Mas há outra formavaidebet cpise proteger nestes casos. Podemos criar uma memória imunológica artificialmente por meio das vacinas. Elas contêm versões inertes ou pouco agressivasvaidebet cpivírus e bactérias ou apenas uma pequena parte desses microrganismos, que não nos deixam doentes, mas estimulam a produçãovaidebet cpianticorpos específicos para aquela ameaça.
Se formos infectados por esse patógeno, o corpo é capazvaidebet cpiproduzir mais rapidamente a quantidadevaidebet cpianticorpos necessários para neutraliza-lo antes que ele consiga se instalar no organismo.
No caso do novo coronavírus, explica Portela, ainda não está claro se uma única infecção é capazvaidebet cpigerar uma memória imunológica.
"Pela forma como a epidemia está ocorrendo, parece que a pessoa adquire alguma imunidade, mas ainda não temos certeza disso. Por esse motivo, é importante desenvolver uma vacina para termos uma ferramenta eficientevaidebet cpiprevenção", diz o infectologista.
A tecnologia para isso avançou bastante nas últimas décadas. Hoje, é possível desenvolver vacinas ao identificar a estrutura genéticavaidebet cpium patógeno e, com o auxíliovaidebet cpicomputadores, identificar as proteínas necessárias para criar anticorpos eficazes.
"Antes, levava anos. Agora, não é impossível fazervaidebet cpiquestãovaidebet cpimeses, mas, imaginamos que, no caso do novo coronavírus, levará ao menos um ano", afirma Portela.
Sistema imunológico saudável
Já se sabe na atual epidemia que o novo coronavírus costuma ser mais fulminante entre pacientesvaidebet cpimais idade.
Um estudo feito pelo Centrovaidebet cpiControle e Prevençãovaidebet cpiDoenças da China, com basevaidebet cpidados coletados até 11vaidebet cpifevereiro, apontou que, entre 44.672 casos confirmados, houve 1.023 mortes.
Isso significa que, até aquele momento, a taxavaidebet cpimortalidade eravaidebet cpi2,3% na populaçãovaidebet cpigeral, mas o índice chegava a 3,6% entre pessoas com idades entre 60 e 69 anos, a 8% para quem tinha entra 70 e 79 anos e a 15%vaidebet cpipacientes com maisvaidebet cpi80 anos.
Isso ocorrevaidebet cpiparte porque, a partir dos 60 anos, nosso sistema imunológico vai se desregulando, um fenômeno chamado imunossenescência, e perdemos progressivamente a capacidadevaidebet cpireagir da melhor forma a uma infecção.
Por causa dela, o corpo não consegue combater o invasor com a mesma eficácia, diz Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileiravaidebet cpiVirologia. Também pode reagirvaidebet cpiforma exagerada a um corpo estranho, o que faz mal ao nosso organismo.
"As células do sistema imunológico que deveriam apenas matar as células infectadas acabam atingindo também aquelas que estão sadias, provocando mais lesões", diz Spilki.
O sistema imunológico também pode ser prejudicado por doenças como o câncer e tratamentos usados para combater tumores. Pessoas que têm o vírus HIV, causador da Aids, também apresentam uma deficiência imunológica que as deixa mais vulneráveis a outras infecções quando essa condição não é tratada corretamente.
A ciência também já demonstrou que ter hábitos pouco saudáveis — dormir pouco, abusarvaidebet cpimedicamentos, fumar, usar drogas, bebervaidebet cpiexcesso, não se exercitar ou se alimentar mal — também reduzem a imunidade, e há indíciosvaidebet cpique o estresse tem o mesmo efeito.
"Tudo isso prejudica o equilíbrio do sistema imunológico, ao reduzir a absorçãovaidebet cpinutrientes pelo organismo, acelerar a taxavaidebet cpimorte celular e reduzir a capacidade das célulasvaidebet cpireagir a uma ameaça", diz Astray.
A capacidadevaidebet cpicriar uma resposta imunológica a uma ameaça é algo inatovaidebet cpium indivíduo, e existem pessoas que simplesmente têm um sistema imunológico mais forte do que outras.
No entanto, explica Portela, não existe uma fórmula para reforçar o sistema imunológico, dizem especialistas. Tomar vitaminas pode ajudar no combate a infecções por manter um equilíbriovaidebet cpinutrientes no corpo, mas, por si só, elas não previnem doenças.
"Para ser mais resistente a infecções, não tem segredo. O mais importante é ter hábitos saudáveis e manter o cartãovaidebet cpivacinas atualizado."
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