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Diagnósticopixbet galeraendometriose: jornalista conta sagapixbet galera15 anos para identificar a doença:pixbet galera
E muitas delas ainda estão à espera: cercapixbet galera10% das mulherespixbet galeraidade reprodutiva sofrem da doença.
O que é a endometriose
A endometriose é uma doença crônicapixbet galeraque o tecido que reveste o interior do útero, o endométrio, desenvolve-se para fora do órgão.
Em um ciclo normal, essa mucosa se descama e ocasiona o sangramento característico da menstruação. Em casopixbet galerafecundação, é nela que o óvulo se fixa dentro do útero.
A condição aparece quando há uma anomalia no processo, já que o endométrio, ao se espalhar, acabapixbet galeraoutros outros cantos do corpo.
O sofrimento físico associado à condição vem daí: os focospixbet galeratecido que estão fora do útero também respondem a hormônios e sangram.
Esse sangramento — que pode ocorrer nas proximidadespixbet galeraórgãos como ovários, intestino ou bexiga — causa inflamação e desencadeia dores fortes.
Os focos da doença podem então danificar as trompas uterinas, comprometer órgãos vizinhos ao sistema reprodutor e ir além.
Quando Karoline Gomes encarou um tratamento para a doença, ela já chegara ao quadro avançado. Logopixbet galeracara, tevepixbet galerapassar por uma cirurgia para extrair as trompas, dez centímetros do intestino e três centímetros da bexiga.
Primeiros sinais
As cólicas menstruais constantes acenderam o primeiro sinal vermelho para Karoline.
Ela conta que usava desde compressas quentes até remédios analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor na região pélvica.
"Ou os médicos diziam que isso era raro para meninas da minha idade, ou que era normal ter essas dores porque eu era muito jovem."
A saída encontrada pelos médicos foi a prescrição do anticoncepcional, que prometia controlar as crises.
"Quando o remédio funcionava, era o paraíso. Eu saía da cama, tinha qualidadepixbet galeravida", conta Karoline.
Com o tempo, entretanto, as dores voltavam. Meses sem reclamação eram intercalados por períodospixbet galeracólica forte.
O ginecologista Bernardo Portugal Lasmar, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associaçõespixbet galeraGinecologia e Obstetrícia), explica o problema por trás das crises.
"O anticoncepcional por si só não trata a endometriose, apenas controla os sintomas. Enquanto isso, a doença pode evoluir."
Por exemplo, as medicações podem suspender a menstruação e impedir que os focos da doença "sangrem", mas não os eliminam, nem barram seu avanço.
Ainda sem solução para as dores, Karoline mudoupixbet galeracidade e continuou a saga por um diagnóstico. Entre os exames solicitados, estavam desde amostraspixbet galerasangue até examespixbet galerapapanicolau e ultrassons.
"Mas eu precisavapixbet galeraalguém que não tratasse aquilo como apenas questãopixbet galerarotina", diz Karoline, que recorria à rede privada.
Para ela, um dos obstáculos era dar contapixbet galeraexplicar a própria situaçãopixbet galeraconsultas rápidas.
"Eu sabia dizer o que eu sentia, mas não conseguia colocar a ênfase no quanto doía, eu não tinha tempo."
Em tempo restrito, precisava narrar o longo histórico da doença e os pormenores das crises,pixbet galeraque a dor chegava à região lombar e à virilha.
A necessidade do tempo maiorpixbet galeraconsulta também é um dos pontos levantados por Lasmar, da Febrasgo. Como o ginecologista destaca, os sinais da endometriose podem ser percebidos já na conversa feitapixbet galeraconsultório, antespixbet galeraqualquer exame físico.
"A paciente vai contar detalhes que são indicativos da doença e o médico precisa estar atento."
Cólicas fortes, dorespixbet galeraregiões próximas, ciclos menstruais curtos e infertilidade são alguns dos alertas possíveis.
Pontopixbet galeravirada
A luz no fim do túnel apareceu depoispixbet galerauma conversa entre amigas.
"Uma delas comentou que uma amiga tinha ido à ginecologista e sido diagnosticada com endometriose."
Os sintomas descritos se pareciam com ospixbet galeraKaroline, que recorreu à indicação. Quando chegou ao consultório, contoupixbet galerasuspeita à médica.
Dessa vez, os pedidospixbet galeraexame foram além dos testespixbet galerasangue, incluindo uma ressonância magnética da pelve.
Com resultadospixbet galeramão, o veredicto veio.
"Ela disse 'lamento informar, mas você tem uma endometriose muito grave'. Lembropixbet galerater ficado tão feliz que levantei e abracei a médica", conta Karoline.
"Só conseguia pensar 'eu não sou louca, eu sabia o que estava sentindo'. Foi como ter a minha história validada."
Dar um nome ao quadro foi só o primeiro passo. A partir daí, tevepixbet galerabuscar um cirurgião especialista que conseguisse remover os focos da doença.
Para muitos casospixbet galeraendometriose, essa intervenção cirúrgica que "limpa" os focos, chamadapixbet galeralaparoscopia, é indicada.
São feitas pequenas incisões no abdômen da paciente, por onde se insere o instrumento cirúrgico.
É assim que os médicos visualizam os danos causados pela doença e eliminam focos visíveis.
Os médicos indicam cirurgia a mulheres que têm outros órgãos comprometidos, como os rins ou o intestino, ou que sofram com dores fortes mesmo sob efeito do anticoncepcional.
Mas, antespixbet galeraqualquer procedimento, as possibilidades precisam ser discutidas com o médico. Em casos avançados, pode ser necessária a remoçãopixbet galeraórgãos afetados.
"Eu deixei claro para o médico, na presença do meu marido, que ele estava liberado para remover útero e trompas, se achasse necessário."
Mas, depois do primeiro procedimento, a saída indicada pelo médico foi um remédio aplicado por injeções, diretamente na barriga.
A medicação, usada tambémpixbet galeracasospixbet galeracâncerpixbet galerapróstata epixbet galeramama, desencadeou uma sériepixbet galeraefeitos colaterais.
"Foi como enfrentar uma nova doença. Eu não menstruava, tinha muitas dorespixbet galeraestômago epixbet galeracabeça, meus pés ficaram inchados e o remédio piorava meu quadropixbet galeradepressão."
A ideia era combater a doença por meiopixbet galeraseis aplicações do remédio, sem extrair os órgãos afetados.
Depois da quarta aplicação, o plano deu errado. Karoline tevepixbet galerarecorrer ao hospital, depoispixbet galerasofrer uma hemorragia.
"Eu não sei como você vivia com tanta dor"
Foi uma perfuração no intestino que levou Karoline à salapixbet galeracirurgia. Os focos da doença haviam chegado ao reto e à bexiga, danificando órgãos na região da pelve.
O procedimento levou à remoção das duas trompas uterinas,pixbet galeraparte do intestino e da bexiga.
Um médico diferente fez o procedimentopixbet galeracaráterpixbet galeraemergência, já que os danos aos órgãos eram piores que o previsto. Os examespixbet galeraimagem haviam apontado comprometimentopixbet galeradois centímetrospixbet galeraintestino — que provou ser cinco vezes maior.
Ao passar pela UTI, onde Karoline seguia internada, o cirurgião responsável comentou o caso.
"Eu me lembro dele falando: 'Eu não sei como você vivia com tanta dor, os seus órgãos estavam dilacerados'", relata ela. "Eu falava o tempo todo que tinha essa dor, mas não me ouviam."
A jovem paulista soube ainda que o quadropixbet galerahemorragia e a internação às pressas poderiam ter sido evitados.
"O primeiro cirurgião que me atendeu achava que eu era nova demais para ficar infértil, para tirar as trompas. Foi por isso que parei na UTI e preciseipixbet galeraoutra cirurgia."
"Tudo pela possibilidadepixbet galeraque, um dia, eu quisesse ter um bebê", diz Karoline. "Mas esse bebê não existe. Quem existe neste momento sou eu, e eu estou sentindo dor."
Redepixbet galeraapoio
Uma das dificuldadespixbet galeramulheres com endometriose estápixbet galeraencontrar médicos que identifiquem a doença. Com sintomas como cólicas menstruais fortes, as pacientes nem sempre conseguem ir além dos examespixbet galerarotina.
Foi com issopixbet galeramente que a jornalista Karoline Gomes criou o Endomapa, um grupopixbet galeraFacebook destinado a mulheres que sofrem com a doença — ou suspeitampixbet galeraum diagnóstico.
"A primeira movimentação do Endomapa foi apixbet galeraencontrar a médica que me diagnosticou, pela indicação da amigapixbet galerauma amiga."
No grupo, as participantes contam desde dificuldades encontradas nas consultas até indicaçõespixbet galeramédicos no sistema públicopixbet galerasaúde. Cabe a Karoline moderar e facilitar o contato entre as participantes.
Por trás do projeto, está a ideiapixbet galerafacilitar o acesso a um atendimento adequado.
"É uma dor incapacitante, são muitos os casospixbet galeraque não dá para ter uma vida normal e saudável."
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