Por que 5G da Huawei põe Brasilbetsport7 bet sportsaia-justa com China e EUA:betsport7 bet sport

As redes 5G prometem velocidadesbetsport7 bet sportdownload até 20 vezes maiores do que no 4G, permitem que mais gente fique conectadabetsport7 bet sportuma mesma região simultaneamente e oferece conectividade quase instantânea entre aparelhos.

A Huawei deixou claro para Bolsonaro que quer participar da implantação desta tecnologia no país. "Não foi feita a proposta, ele [o presidente da Huawei no Brasil] apenas mostrou que quer 5G no Brasil", disse Bolsonaro a jornalistas após a reunião.

Isso coloca o governo brasileirobetsport7 bet sportuma posição delicada. Ao longo do ano, Bolsonaro buscou uma aproximação tanto com Pequim quanto com Washington, os principais parceiros comerciais do país.

Recentemente, a China disse que seus fundos estatais podem investir maisbetsport7 bet sportR$ 100 bilhões no Brasil. Ao mesmo tempo, o Brasil busca assegurar o apoio do governo americano para ser membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e quer incrementar importantes acordos bilaterais com os EUA.

Os EUA já avisaram que deixarãobetsport7 bet sport"compartilhar informações" com países que permitem o usobetsport7 bet sporttecnologia da Huaweibetsport7 bet sportsistemasbetsport7 bet sportcomunicação.

É uma situaçãobetsport7 bet sport"saia justa" para o governo brasileiro. Agradar um lado pode desagradar o outro — e colocarbetsport7 bet sportrisco acordos costurados com as duas maiores economias do mundo.

Procurados pela reportagem, os governosbetsport7 bet sportBrasil e China não responderam até a publicação desta reportagem. A Huawei Brasil informou que não tem no momento um porta-voz disponível para comentar o assunto.

Porbetsport7 bet sportvez, o governo americano disse à BBC News Brasil que as empresas chinesasbetsport7 bet sporttelecomunicação representam um "risco inaceitável" e que a Huawei, ao se dizer independente do governo chinês, faz "puro teatro".

"O Brasil vem se mantendo extremamente neutro nesta guerra comercial. Não faz declarações a favorbetsport7 bet sportum lado oubetsport7 bet sportoutro", diz Hsieh Yuan, diretorbetsport7 bet sportmercados e líder para China da consultoriabetsport7 bet sportnegócios Mazars.

Nabetsport7 bet sportavaliação, após Bolsonaro dizer na campanha presidencial que "a China não compra no Brasil, a China está comprando o Brasil", o presidente brasileiro assumiu uma "postura mais madura". "Querendo ou não, os maiores investimentos no país são chineses", diz Hsieh.

Em visita recente à China, Bolsonaro disse que a melhor oferta vencerá que o leilão das redes 5G. O presidente brasileiro reafirmou esta posição ao ser questionado quanto aos objetivos do encontro com a Huawei. "Fiquei sabendo que tem uma firma sul-coreana que também estábetsport7 bet sportcondiçõesbetsport7 bet sportoperar 5G. A gente vai olhar para o lado do quê? Oferta e conectividade", disse Bolsonaro.

A Huawei não participa diretamente do leilão, mas pode fornecer equipamentos para as operadoras que estarão na disputa. Presente há 20 anos no país, a empresa já vende equipamentos para operadoras no Brasil e fez testesbetsport7 bet sportredes 5G com Vivo, Oi, Tim e Claro, as quatro maiores companhias deste mercado.

A definição das especificações das tecnologias que serão usadas no Brasil pode ter um impacto direto sobre suas pretensões por aqui — e,betsport7 bet sportforma geral,betsport7 bet sportuma indústria na qual o investimentobetsport7 bet sportredes 5G deve quase dobrar no próximo ano, para US$ 4,2 bilhões (R$ 17,7 bilhões), segundo a consultoria Gartner.

"O mercado brasileiro é expressivo. É natural que a Huawei queira se aproximar do governo brasileiro para que os padrões adotados aqui sejam aderentes ao que ela oferece,betsport7 bet sportum momentobetsport7 bet sportque está sendo pressionada pelos Estados Unidos e precisa buscar mais mercados", diz Alberto Luiz Albertin, coordenador da linhabetsport7 bet sporttelecomunicações do mestradobetsport7 bet sportCompetitividade da Fundação Getúlio Vargasbetsport7 bet sportSão Paulo (FGV-SP).

'Temos que nos proteger', diz governo americano

No iníciobetsport7 bet sportoutubro, autoridades americanas vieram ao Brasil apresentar ao governo federal o Comitêbetsport7 bet sportInvestimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS, na siglabetsport7 bet sportinglês), órgão que analisa se investimentos internacionais representam alguma ameaça àbetsport7 bet sportsegurança nacional.

O Departamentobetsport7 bet sportEstado americano disse à BBC News Brasil que estas conversas e uma possível replicação do CFIUS no país não foram relacionadas a um setor ou empresa específica. "Essa análisebetsport7 bet sportrisco é uma prática recomendada que compartilhamos com parceiros e comum entre economias avançadas. Nossas preocupações com o 5G são separadas disso", afirmou.

Questionado se pressiona o Brasil sobre a participação da Huawei no mercadobetsport7 bet sport5G nacional, o governo americano afirmou trabalhar para conscientizar aliados sobre "riscosbetsport7 bet sportsegurança e os verdadeiros custos e implicações do usobetsport7 bet sportfornecedores não confiáveisbetsport7 bet sportredes 5G e sobre como maneiras pelas quais as decisõesbetsport7 bet sportaquisição hoje podem ter sérios impactos a longo prazo".

Fornecedores chineses como a Huawei apresentam um "risco inaceitável para a segurança nacional, economia, privacidade e direitos humanosbetsport7 bet sportnações e cidadãos devido a seus laços estreitos com o Partido Comunista Chinês", disse o Departamentobetsport7 bet sportEstado americano.

O Brasil tem soberania para tomar suas decisões quanto à implementaçãobetsport7 bet sportredes 5G, mas "os Estados Unidos também devem protegerbetsport7 bet sportsegurança, inclusivebetsport7 bet sportrelação aos sistemasbetsport7 bet sporttecnologia da informação e comunicação", afirmou a Casa Branca.

O que aconteceu?

Em maio, os Estados Unidos incluíram a Huawei e a também chinesa ZTEbetsport7 bet sportuma listabetsport7 bet sportempresas com as quais companhias americanas não podem fazer negócios sem permissão especial. Também anunciou que as operadoras americanas não terão acesso a subsídios para comprarbetsport7 bet sportfornecedoras que representem uma ameaça à segurança nacional.

O governo americano diz que Pequim poderia usar equipamentosbetsport7 bet sportredebetsport7 bet sportempresasbetsport7 bet sporttelecomunicação chinesas instalados no exterior para espionagem ou interferir no funcionamento da infraestruturabetsport7 bet sportoutros países.

Desde então, a Casa Branca estendeu por três vezes o prazo para que a Huawei parebetsport7 bet sportoperar no país — a previsão atual ébetsport7 bet sportque o veto entrebetsport7 bet sportvigorbetsport7 bet sportfevereirobetsport7 bet sport2020 — e concedeu algumas licenças às quase 300 empresas que pediram permissão para continuar a fazer negócios com a multinacional chinesa.

O governo dos Estados Unidos afirmou que as extensõesbetsport7 bet sportprazo foram necessárias para que as companhias americanas tenham tempobetsport7 bet sportfazer a transição das tecnologias que usam e não interrompam serviços, especialmente operadoras que atendem a área rural do país.

As medidas visando a Huawei vierambetsport7 bet sportum momento delicado nas relação China-Estados Unidos, envolvidosbetsport7 bet sportuma dura guerra comercial ao longo do último ano, marcada pela imposiçãobetsport7 bet sporttarifas bilionárias a seus produtos. Os americanos acusam os chinesesbetsport7 bet sportpráticas comerciais desleais ebetsport7 bet sportroubobetsport7 bet sportpropriedade intelectual. A China nega as acusações.

A postura agressivabetsport7 bet sportWashington nesse braçobetsport7 bet sportferro é vista por alguns como partebetsport7 bet sportuma estratégia mais ampla para conter a ascensão da China, que, segundo algumas projeções, pode superar os Estados Unidos como a maior economia do mundo até 2030.

Ao mesmo tempo, os dois países negociam um acordo comercial, e Trump já sugeriu que a situação da Huawei pode mudar como parte disso. As negociações estãobetsport7 bet sportcurso, mas não há sinalbetsport7 bet sportpossam ser concluídas no curto prazo — uma incerteza que tem prejudicado a economia global.

Em uma contraofensiva, a Huawei deu início a uma campanhabetsport7 bet sportrelações públicas e lançou um concurso entre hackers que premiará quem identificar vulnerabilidades embetsport7 bet sporttecnologia. De forma ainda mais ousada, ofereceu compartilharbetsport7 bet sporttecnologia e conhecimentos sobre 5G com as empresas ocidentais que fizerem negócios com ela.

"O comprador teria permissão para modificar o código fonte, o que significa que nem a Huawei nem o governo chinês teriam controlebetsport7 bet sportqualquer infraestruturabetsport7 bet sporttelecomunicações construída com equipamentos produzidos pela nova empresa", disse seu presidente, Ren Zhengfei,betsport7 bet sportentrevista à revista The Economist.

Como a Huawei nasceu

Zhengfei, um ex-militarbetsport7 bet sport75 anos, fundou a Huaweibetsport7 bet sport1987 — o nome da empresa pode ser traduzido como "conquista esplêndida" ou "a China é capaz" — para vender equipamentosbetsport7 bet sporttelecomunicação ao mercado rural. Em alguns anos, passou a desenvolver e produzir seus próprios produtos.

No início dos anos 1990, ganhou um contrato do governo para ser fornecedora do Exército. No ano seguinte, foi eleita "campeã nacional", e pode se aproveitarbetsport7 bet sportum mercado fechado à concorrência estrangeira, uma grande vantagembetsport7 bet sportuma épocabetsport7 bet sportque a China cresciabetsport7 bet sportmédia 10% ao ano.

Mas foi só quando a Huawei começoubetsport7 bet sportexpansão internacional,betsport7 bet sport2000, que as vendas dispararam. Em 2005, os contratos internacionais excederam os domésticos pela primeira vez. Hoje, atuabetsport7 bet sportmaisbetsport7 bet sport170 países.

Eleita neste ano pela consultoria britânica Brand Finance como a 12ª marca mais valiosa do mundo, a Huawei é a maior fornecedora globalbetsport7 bet sportequipamentosbetsport7 bet sportredebetsport7 bet sporttelecomunicações — detém 28,1% deste mercado no mundo,betsport7 bet sportacordo com a consultoria Dell'Oro Group, que monitora a indústria, bem acima do segundo lugar, a Nokia, que tem 15,7%. Também é a segunda maior fabricantebetsport7 bet sportsmartphones, atrás da Samsung.

A empresa anunciou uma receitabetsport7 bet sport610,8 bilhõesbetsport7 bet sportyuans (R$ 363,62 bilhões) nos primeiros nove meses deste ano, com uma margembetsport7 bet sportlucrobetsport7 bet sport8,7%. Esse valor representa um aumentobetsport7 bet sport25%betsport7 bet sportrelação ao mesmo período do ano anterior. A companhia afirmou ainda ter fechado maisbetsport7 bet sport60 contratos comerciaisbetsport7 bet sportfornecimentobetsport7 bet sportequipamentos para redes 5G — há alguns meses, falavabetsport7 bet sport50 contratos.

Mas, como não é uma companhia que tem ações negociadasbetsport7 bet sportBolsa, seus números não são auditados.

Preocupações com segurança

Apesar da Huawei ser uma empresa privada, seus vínculos com o Partido Comunista e o governo chinês levantaram suspeitas sobre a ascensão da empresa e sobrebetsport7 bet sportindependência.

Na China, todas as empresas são obrigadas por lei a ter um comitê do partido — para garantir que os funcionários defendam os valores do país, diz a explicação oficial; seus críticos dizem que isso permite ao Estado controlar o mundo corporativo — e a maioria dos presidentes das companhias são filiados a ele.

A Leibetsport7 bet sportInteligência Nacional,betsport7 bet sportvigor desde 2017 na China, determina que qualquer organização ou cidadão deve apoiar, ajudar e cooperar com o trabalho da inteligência do Estado.

Essas preocupações foram trazidas à tonabetsport7 bet sportmeio ao avanço do 5G. Como maior fornecedorabetsport7 bet sportinfraestruturabetsport7 bet sporttelecom do mundo, a Huawei é uma das empresas melhor posicionadas para construir novas redes 5G.

Fontes do setor dizem que a empresa está um ano à frentebetsport7 bet sportseus concorrentesbetsport7 bet sporttermosbetsport7 bet sportconhecimento tecnológico e pode oferecer a clientes preços 10% mais baratos do que seus concorrentes, embora críticos afirmem que isso se deve ao apoio do Estado.

Além da Huawei, a ZTE está bem posicionada no mercadobetsport7 bet sportequipamentosbetsport7 bet sportrede, como a quinta maior companhia do setor. A China ainda tem duas das dez maiores operadoras do mundo.

"Nos últimos 20 anos, a China tornou-se um grande player do mercadobetsport7 bet sporttelecomunicação como parte do milagre econômico pelo qual o país passou. As empresas chinesas saíram do nada e aprenderam fazendo. Além disso, a China tem uma escala superior abetsport7 bet sportqualquer outro nesta indústria e se beneficia disso", diz Hsieh Yuan, da Mazars.

Mas há o receiobetsport7 bet sportque os vínculosbetsport7 bet sportempresas chinesas com o governo signifiquem que elas sejam obrigadas a se submeter à vontade do Partido Comunista. Por isso é que existe tanta preocupação com a participaçãobetsport7 bet sportempresas chinesasbetsport7 bet sportprojetos sensíveisbetsport7 bet sportinfraestruturabetsport7 bet sporttelecomunicações globais.

"Quem cuida da infraestrutura detém parte do tráfegobetsport7 bet sportcomunicações e, teoricamente, há muitas formasbetsport7 bet sportse ter acesso a isso, mas não há evidências do que alega o governo americano além do que ele próprio diz", afirma Albertin, da FGV-SP.

A Huawei nega que estejabetsport7 bet sportalguma forma sob as ordens do governo chinês ou que Pequim ditebetsport7 bet sportalguma forma seus planos e estratégias — principalmente no que se refere a espionagem. "Temos receitasbetsport7 bet sportbilhõesbetsport7 bet sportdólares. Não vamos arriscar a repulsa do nosso país ebetsport7 bet sportnossos clientes por causabetsport7 bet sportalgo assim", disse Ren.

'Cortinabetsport7 bet sportferro digital'

O Departamentobetsport7 bet sportEstado americano disse à BBC News que a Huawei faz "puro teatro" ao se dizer independente do governo.

"Todas as empresas chinesas estão sob a influência e são obrigadas a cooperar com o governo. Não pode haver confiança quando uma empresa não tem como recorrer à Justiça para negar os avanços do seu governo. Assim, os riscosbetsport7 bet sportsegurança não podem ser mitigados", afirmou o órgão à BBC News Brasil.

Os Estados Unidos vem alertando parceirosbetsport7 bet sportque conceder contratos à Huawei equivaleria a permitir que os chineses os espionassem. O secretáriobetsport7 bet sportEstado americano, Mike Pompeo, disse recentemente sobre a tecnologia da Huawei: "Se um país adotar e colocar (a tecnologia)betsport7 bet sportalgunsbetsport7 bet sportseus sistemas críticosbetsport7 bet sportinformação, não poderemos compartilhar informações com eles".

De acordo com a Global Mobile Supliers Association, uma organização mantida por empresas da indústria, maisbetsport7 bet sport200 operadorasbetsport7 bet sport85 países já fazem investimentosbetsport7 bet sportredesbetsport7 bet sport5G.

A posição dos Estados Unidos pode criar neste mercado o que analistas vêm chamandobetsport7 bet sport"cortinabetsport7 bet sportferro digital": uma divisão do mundo entre países que fazem negócios com empresas chinesasbetsport7 bet sporttelecomunicações e aqueles que não fazem.

Austrália, Nova Zelândia, Japão e Taiwan já tomaram medidas que bloqueiam o acesso da Huawei a seus mercados. Canadá e Reino Unido ainda avaliam qual serábetsport7 bet sportposição oficial sobre a questão, assim como países da União Europeia. Porbetsport7 bet sportvez, Rússia, Índia, Tailândia e Malásia aceitarambetsport7 bet sportmaior ou menor medida a participação da companhiabetsport7 bet sportsuas redes.

Resta agora saberbetsport7 bet sportque lado desta "nova cortinabetsport7 bet sportferro" o Brasil ficará.

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