Etanol americano pode adiar (de novo) triunfo do biocombustível brasileiro:baba yaga tales slot

Na safra passada, o setor bateu um recorde – 65% da oferta da canababa yaga tales slotaçúcar foi destinada à produção do biocombustível –, e a próxima não deve ser diferente.

Mas há uma nova ameaça no horizonte: a possibilidadebaba yaga tales sloto governo Jair Bolsonaro (PSL) zerar as tarifas para o etanolbaba yaga tales slotmilho, importado dos Estados Unidos.

Impacto da aproximação bilateral

Em agostobaba yaga tales slot2017, ainda sob o governo Michel Temer (MDB), o Brasil aplicou uma taxababa yaga tales slot20% sobre as importaçõesbaba yaga tales slotetanol para volumes que excedessem 600 milhõesbaba yaga tales slotlitros. A medida, que vigoraria por 24 meses, tinha um objetivo claro: frear a entrada do produto dos Estados Unidos, que vinha inundando o mercado brasileiro. Até então, o Brasil não taxava a importação desse produto.

Agora, com a proximidade do fim do prazo, o governo discute internamente se renova a cota que vence no fim deste mês ou se zerababa yaga tales slotvez a tarifa. A primeira opção é defendida pelo Ministério da Agricultura. Já a segunda, pelo da Economia.

Se nada for feito, hipótese mais remota, a tarifababa yaga tales slot20% volta a ser aplicada à totalidade do etanol importado. Mas essa alternativa poderia comprometer as negociaçõesbaba yaga tales slotcursobaba yaga tales slotum acordo bilateral com os Estados Unidos envolvendo o trigo americano e o açúcar e o etanol brasileiros, previsto para sairbaba yaga tales slotoutubro.

Mas a liberação do mercado brasileiro para o etanol americano preocupa parte dos produtores, especialmente das regiões Norte e Nordeste, que produzem menos do que o Centro-Sul. Por questões econômicas e logísticas, a região acaba sendo o principal destino do etanol americano.

"O impacto seria muito negativo, especialmente para o Nordeste. De fato, temos uma participação muito menor do que o Centro-Sulbaba yaga tales slottermosbaba yaga tales slotprodução, mas empregamos 35% da forçababa yaga tales slottrabalho", diz à BBC News Brasil Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estadobaba yaga tales slotPernambuco (Sindaçúcar-PE).

Segundo ele, o Brasil é autossuficiente na produçãobaba yaga tales slotetanol, patamar que dispensaria a importaçãobaba yaga tales slotálcool. "As distribuidoras acabam preterindo o etanol produzido no Nordestebaba yaga tales slotrelação ao importado para fazer dinheiro. E essa operação nunca teve um reflexo positivo no bolso do consumidor brasileiro. Pagamos na bomba a mesma coisa por um etanol que não é produzido aqui", afirma.

Cunha diz que a propostababa yaga tales slotzerar a tarifa sobre o etanol americano, caso seja adotada, deveria ter embutida a reciprocidade. O principal pleito, nesse sentido, é um maior acesso do açúcar brasileiro ao mercado americano.

"As cotas americanas para importação dessa matéria-prima são muito modestas,baba yaga tales slotcercababa yaga tales slot150 mil toneladas. Isso para um país como o Brasil, que produz 30 milhõesbaba yaga tales slottoneladasbaba yaga tales slotaçúcar por ano, é irrisório", assinala.

Em guerra com a China, EUA se voltam para o Brasil

Desde 2016, o Brasil é o maior comprador do etanol dos Estados Unidos. Passou à frente do Canadá, segundo dados da Administraçãobaba yaga tales slotInformaçãobaba yaga tales slotEnergia (EIA, na siglababa yaga tales slotinglês). Os produtores americanos haviam expandido a capacidade apostando no apetite da China, mas a guerra comercial do presidente Donald Trump com o gigante asiático desidratou seus planos. O foco dos embarques passou a ser, então, o mercado brasileiro.

No ano passado, o Brasil importou 1,1 bilhãobaba yaga tales slotlitrosbaba yaga tales slotetanol dos Estados Unidos. Curiosamente, exportou ao país 1,8 bilhãobaba yaga tales slotlitros.

Segundo Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro Consultoria, o Brasil não exporta mais etanol aos americanos porque os Estados Unidos são os maiores consumidoresbaba yaga tales slotgasolina do mundo. "Apenas 10% do mercado automotivo americano consome etanol, enquanto nossa proporção ébaba yaga tales slot46%", diz à BBC News Brasil.

Para Marcos Jank, professor sêniorbaba yaga tales slotagronegócio global do Insper e ex-presidente da União da Indústriababa yaga tales slotCana-de-Açúcar (Unica), é preciso reduzir o protecionismo. "Não faz sentido propor biocombustíveis como alternativa ao petróleo se as tarifas praticadas continuarem altas. Por isso, vejo com bons olhos a redução do protecionismo ao etanol."

Mas Jank faz ressalvas às negociações que envolvem uma maior abertura do mercado americano ao açúcar brasileiro, que poderia afetar a lucratividade dos produtores nacionais.

"No curto prazo, pelo fatobaba yaga tales slotque o etanol americano é mais barato do que o etanol brasileiro, uma abertura completa do mercado causaria prejuízos. Por isso, existe uma pressãobaba yaga tales slotparte considerável da indústria contra a abertura imediata. Essa é a razão pela qual são necessárias compensações, dentro das negociações."

Novos mercados para etanol

O etanolbaba yaga tales slotmilho e o da canababa yaga tales slotaçúcar têm o mesmo potencial energético, mas diferem na intensidadebaba yaga tales slotcarbono – a produção do etanol a partir do milho é mais "suja".

"Basicamente, a cana tem o bagaço. Ou seja, quando se fabrica o etanol, se usa a própria energia dessa matéria-prima. Já o milho requer uma fonte energética adicional. Sendo assim, o etanol da cana gera uma economia maiorbaba yaga tales slotgasesbaba yaga tales slotefeito estufa, causadores do aquecimento global. É mais limpo", diz Nastari, da Datagro Consultoria.

Além disso, a produtividade do etanolbaba yaga tales slotcanababa yaga tales slotaçúcar é maior do que o milho. "A cada hectare plantado, geramos 4 mil litrosbaba yaga tales slotetanol a partir do milho ebaba yaga tales slot6 mil a 7 mil a partir da cana."

Alémbaba yaga tales slotcobrar maior reciprocidade dos Estados Unidos, produtores estãobaba yaga tales slotolhobaba yaga tales slotnovos mercados.

A indústria nacional vem se empolgando com a possibilidadebaba yaga tales slotque China, Índia e Filipinas passem a adotar o chamado E10, a gasolina com 10%baba yaga tales slotálcool. Já a Tailândia, outro consumidorbaba yaga tales slotpotencial, poderia acrescentar uma fatia 20%baba yaga tales slotálcool à gasolina.

Caso esses quatro países realmente adotem o E10 e o E20, haveria uma demanda adicionalbaba yaga tales slot19,4 bilhõesbaba yaga tales slotlitrosbaba yaga tales slotetanol por ano, o equivalente a mais da metade da produção brasileira.

Os produtores brasileiros também estão esperançosos com o RenovaBio, como é chamada a Política Nacionalbaba yaga tales slotBiocombustíveis, que passará a vigorar a partirbaba yaga tales slotjaneirobaba yaga tales slot2020. O objetivo é reduzir as emissõesbaba yaga tales slotgás carbônicobaba yaga tales slot11% até 2029baba yaga tales slotcomparação com 2018. Para isso, será preciso estimular aumento da produção e do consumobaba yaga tales slotcombustíveis renováveis.

Na prática, a produção nacional deve crescer para 48 bilhõesbaba yaga tales slotlitros (contra os atuais 33 bilhões), exigindo um investimentobaba yaga tales slotR$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões na próxima década.

baba yaga tales slot Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube baba yaga tales slot ? Inscreva-se no nosso canal!