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Após 'Cristo desgovernado', imagem do Brasil no exterior sofre nova baixa:starmania slot
Na capa, o Cristo que antes decolava apareciastarmania slotqueda desgovernada. O título questionava se o Brasil havia jogado fora a chancestarmania slotser o "país do futuro".
Nesta sexta (2), o Brasil voltou a estampar a capa da Economist. Dessa vez, como principal ameaça ao meio-ambiente. Uma imagemstarmania slottocostarmania slotárvore com o formato do mapa do Brasil ilustra o título dramático "Vigília da morte para a Amazônia".
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Finalstarmania slotYouTube post, 1
O texto diz que o presidente Jair Bolsonaro "deixou claro para os infratores (desmatadores) que eles não têm nada a temer".
A política ambiental do governo brasileiro, que prevê a possibilidadestarmania slotmineraçãostarmania slotterras indígenas estarmania slotexpansãostarmania slotatividades econômicas na Amazônia, também teve destaque - não exatamente positivo -starmania slotjornais americanos.
Em 28starmania slotjulho, um dos principais jornais dos Estados Unidos, o The New York Times, publicou artigo com o seguinte título: "Sob líderstarmania slotextrema-direita brasileiro, proteções à Amazônia são cortadas e florestas caem".
O artigo diz que, se antes o Brasil era visto como liderança na áreastarmania slotmeio-ambiente, agora o governo Bolsonaro coloca essa imagemstarmania slotxeque.
Empresasstarmania slotmarketing e pesquisa também calculam a evolução (ou involução) da "marca Brasil" no exterior. A consultoriastarmania slotimagem e marketing FutureBrand, que tem escritórios nos EUA, na Europa e na América do Sul, faz todo ano um ranking dos países com melhor imagem internacional.
O Brasil caiu quatro posiçõesstarmania slot2014 a 2019, figurandostarmania slot47º na listastarmania slot69 países analisados. Segundo o relatório da FutureBrand, embora nosso país ainda se mantenha entre as 10 maiores economias do mundo (é a nona maior), "há previsãostarmania slotnuvens carregadas no horizonte".
"A nação se dividiu com a eleiçãostarmania slotJair Bolsonaro e a turbulência continua a afetar o Brasil, podendo influenciar o desempenho do país nos próximos rankings."
Mas quais foram os momentos-chave que ajudaram a moldar e transformar a imagem do Brasil no exterior? E seriam justas essas avaliações da imprensa estrangeira sobre o nosso país?
A linha do tempo da imagem do Brasil no mundo
Em entrevista à BBC News Brasil, o professorstarmania slotRelações Públicas Internacionais Christopher Sabatini, da Universidade Columbia,starmania slotNova York, lembrou alguns episódios e momentos que ajudaram a forjar a forma como o nosso país era visto no exterior.
Segundo ele, antesstarmania slotFernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva se tornarem presidentes, a visão sobre o Brasil era concentradastarmania slotaspectos culturais e na ideiastarmania slotum país diplomático e amigável.
"O Brasil era visto como fontestarmania slotriqueza cultural, não só com samba, mas com a MPB, Bossa Nova, Caetano Veloso e outros excelentes músicos", disse.
"E muitos reconheciam o potencial diplomático do Brasil, a boa tradição diplomática do Itamaraty. Quem trabalhava com política e diplomacia sabia da capacidadestarmania slotsoft power estarmania slotnegociação."
Soft power é um termo que descreve a influênciastarmania slotum paísstarmania slotdecisões internacionais por meiostarmania slotsua capacidadestarmania slotpersuasão, sem usostarmania slotcoerção, poder econômico ou militar.
A diretora do Programastarmania slotEstudos Brasileiros da Universidade Oxford, Andrezastarmania slotSouza Santos, diz que "o mito"starmania slotque o Brasil era uma "democracia racial", ou seja, um país aberto à miscigenação e sem racismo, também contribuiu para que o país fosse percebido como aberto, liberal e tolerante.
"O Brasil nunca encarou profundamente o seu legadostarmania slotescravidão e desigualdade, mas a imagem que se tinha no exterior era astarmania slotque havia tolerância religiosa e racial."
Brasil com o potencialstarmania slotser líder regional
Durante o governostarmania slotFernando Henrique Cardoso o Brasil passou a ser encarado mais seriamente como país com potencialstarmania slotinfluência internacional e liderança regional, diz o professor americano Sabatini, que também integra a Chatham House, uma das instituiçõesstarmania slotpesquisa mais respeitadas do Reino Unido..
"FHC era um acadêmicostarmania slotproeminência internacional que corrigiu os rumos da economia quando estava no poder. Ele não recebe os créditos devidos, mas foi responsável por dar maior importância e peso ao Brasil internacionalmente."
Já o ex-presidente Lula seria a "personificação" das expectativas que o mundo tinhastarmania slotrelação ao Brasil.
"A históriastarmania slotLula representava essa ascensão e modernização do Brasil. Ele é um homem que veio da pobreza num dos países mais desiguais do mundo", diz Sabatini.
"E a nossa percepção é astarmania slotque os brasileiros são carismáticos. Lula era muito carismático. Então, ele personalizava o que muitos estrangeiros pensavam sobre o Brasil."
Além disso, nos dois mandatosstarmania slotLula, o Brasil viveu um momentostarmania slotestabilidade financeira e crescimento econômico, impulsionado pelo boom no preço das commodities.
Nessa época, lembram Christopher Sabatini e Andreza dos Santos, o Brasil se firmou como liderança ambiental, se comprometendo voluntariamente a reduzir a emissãostarmania slotgases poluentes.
Com a crise econômica no governostarmania slotDilma Rousseff, a imprensa estrangeira passou a classificar as conquistas econômicas anteriores do Brasil como "bolhas" ou "voostarmania slotgalinha".
"Muitos perderam a esperançastarmania slotque o país está destinado ao sucesso e concluíram que foi apenas outro voostarmania slotgalinha", dizia artigostarmania slot2013 da Economist.
Já no governo Bolsonaro, o Brasil passou a estampar as capas dos jornais como país que não mais se compromete com o combate às mudanças climáticas e cujo líder colocastarmania slotxeque direitosstarmania slotminorias.
As falasstarmania slotBolsonaro sobre a comunidade LGBT, mulheres e negros foram amplamente noticiadas no exterior.
Andreza Santos observa que, quando o Cristo apareceu "desgovernado" na capa da Economiststarmania slot2013, o foco das críticas ao Brasil era a gestão econômica.
Agora, o noticiário questiona grande parte dos valores antes associados ao Brasil.
"A críticastarmania slot2013 focava no crescimento econômico fraco, na desaceleração, nos problemas orçamentários. Enfim, pintava a imagemstarmania slotum país bagunçado na gestão financeira", ressalta Santos.
"Agora é muito diferente, é como se os alicercesstarmania slotimagem do Brasil estivessem se rompendo. Na questão diplomática, por exemplo, o Brasil passou a optar por decisõesstarmania slotconfronto com antigos parceiros, quebrando uma tradição consolidadastarmania slotagir com neutralidade."
Mas é justa a imagem que a imprensa estrangeira faz do Brasil?
Para o professor Sabatini, os discursos do presidente Bolsonaro sobre meio-ambiente e direitosstarmania slotminorias prejudicam a imagem consolidada do Brasil como país tolerante, aberto às diferenças e vanguardista na proteção ambiental.
Mas ele também critica o que chamastarmania slotexageros e "bipolaridade" da imprensa internacional ao escrever sobre Brasil. Para Sabatini, a Economist exagerou no otimismo e agora exagera no pessimismo e na "generalização" dos problemas brasileiros.
Ele argumenta que,starmania slot2009, a revista britânica subestimou, por exemplo, o fatostarmania slotque a economia brasileira ainda se baseava na exportaçãostarmania slotprodutos básicos, como alimentos, e negligenciou a existênciastarmania slotcorrupção no sistema político.
"De certa maneira, aquela capa não foi justa com o Brasil porque não apontou as fragilidades institucionais da economia brasileira e não considerou que muitas daquelas conquistas foram construídas com práticas corruptas", disse.
"Ou seja, a primeira reportagem superestimou as conquistas e ignorou as vulnerabilidades do Brasil. A segunda capa, do Cristostarmania slotcolapso, é injusta com o Brasil, porque é uma consequência do próprio erro anterior da Economist ao analisar o Brasil."
Para Sabatini, a imprensa estrangeirastarmania slotgeral, ao se propor a fazer reportagens analíticas sobre o Brasil, continua a errar no tom e na "generalização" das responsabilidades.
"Claro que o ritmo do desmatamento é preocupante e é um fato que o governo Bolsonaro deu sinal verde, direta ou indiretamente, para que isso acontecesse. Mas essa é parte da história e não reflete a práticastarmania slotgrande parte da agricultura praticada no Brasil. Esse aspectostarmania slotprodução sustentável não é retratado pela imprensa", diz Sabatini.
O professor lembra ainda que alguns anos atrás o Brasil era celebrado pela produçãostarmania slotalimentos e visto como nação necessária para garantir a segurança alimentar do mundo.
"Há um comportamento bipolar. Antes, o Brasil era divulgado como o país que ajudará a combater a fome no mundo. Agora, a imprensa estrangeira exclama que o país está destruindo a floresta e culpa a agricultura."
Na reportagem sobre os riscos para a Amazônia no governo Bolsonaro, a Economist faz um apelo para que os países compradoresstarmania slotprodutos brasileiros condicionem parcerias comerciais a um "bom comportamento por parte do Brasil".
Recentemente, a União Europeia fez um alerta ao Brasil ao dizer que o acordostarmania slotcomércio entre Mercosul e União Europeia, que ainda precisa ser ratificado, está condicionado ao compromisso com a proteção ambiental e dos povos indígenas.
Que consequências a erosão da imagem do Brasil pode ter?
Andreza Santos, da Universidade Oxford, afirma que a redução do prestígio internacional do Brasil pode influenciar negativamente a capacidadestarmania sloto país atrair investimentos, turistas e parcerias.
Apesarstarmania slotnão ter grande poderio militar nem estar entre as cinco maiores economias, o Brasil conseguiu usar o soft power para ter destaquestarmania slotorganismos internacionais e obter vantagens econômicasstarmania slotnegociações comerciais com grandes potências.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) são presididas por dois brasileiros: José Graziano da Silva e Roberto Azevêdo, respectivamente.
"A imagem do Brasil no exterior afeta parcerias comerciais, cooperação cientifica e tecnológica, e o turismo", lista Santos.
Sabatini compartilha essa opinião.
"Embora eu enxergue equívocos na cobertura da imprensa internacional, é verdade que o nacionalismostarmania slotBolsonaro, seus planos sobre demarcação indígena e o discurso sobre minorias geram uma preocupação genuína", diz.
"Os aspectos que tornavam o Brasil atrativo para muita gente, como a imagemstarmania slotprogressista,starmania slotpotencial líder do hemisfério sul estarmania slotser uma liderança na cultura e na proteção ambiental, estão se desfazendo", conclui o professor americano.
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