Da crítica à comemoração: como Bolsonaro suavizou o discursopokerstars promocoesrelação ao Mercosul:pokerstars promocoes

pokerstars promocoes O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comemorou o anúnciopokerstars promocoesum acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul nesta sexta-feira (28/06).

O líder brasileiro disse se tratarpokerstars promocoesalgo "histórico", que "trará benefícios enormes" para a economia brasileira.

O entusiasmo demonstrado pelo presidente com o bloco sul-americano, no entanto, contrasta com as críticas contundentes feitas por ele no passado.

Em marçopokerstars promocoes2016, quando ainda era deputado federal, Bolsonaro afirmoupokerstars promocoesum discurso na Câmara que a crise econômicapokerstars promocoesentão era fruto da forma como o Brasil, nos governos do PT, optou por um "viés ideológico" ao fazer negócios "não com o mundo, mas, basicamente, na América do Sul, com o Mercosul".

"Obviamente mantemos comércio com a China e com outros poucos países, mas foi essa âncora ideológica que nos levou a esse estadopokerstars promocoescoisas", declarou na ocasião.

No ano seguinte, ainda deputado, Bolsonaro reforçou essa posição ao defender, no Twitter, que o Brasil precisava "ter outras opções fora das amarras ideológicas do Mercosul". "Partamos para o bilateralismo (acordo entre dois países)pokerstars promocoesprol do desenvolvimento real do país", disse na época.

Já durante a campanha eleitoral, Bolsonaro começou a suavizar o tom. Apesarpokerstars promocoesainda defender o bilateralismo nas relações comerciais com outros países "no que for possível" e dizer que buscaria fazer comércio "sem viés ideológico" na América do Sul, declarou também que o Mercosul não poderia ser "abandonadopokerstars promocoesuma hora outra para a outra", porque "muita gente investiu alto" napokerstars promocoesconstrução.

Agora, com a oficialização do acordo com a União Europeia, o tom foipokerstars promocoesvitória. "Nossa equipe, liderada pelo embaixador Ernesto Araújo, acabapokerstars promocoesfechar o Acordo Mercosul-UE, que vinha sendo negociado sem sucesso desde 1999. Esse será um dos acordos comerciais mais importantespokerstars promocoestodos os tempos e trará benefícios enormes para nossa economia", afirmou no Twitter.

"Prometi que faria comércio com todo o mundo, sem viés ideológico. Não foi retórica vaziapokerstars promocoescampanha, típica da velha política. É pra valer! Estou cumprindo mais essa promessa, que renderá frutos num futuro próximo. Vamos abrir nossa economia e mudar o Brasil pra melhor!", continuou o presidente.

Criadopokerstars promocoes1991, tendo como sócios originais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Mercosul é um bloco econômico multilateral, que prevê ampla circulaçãopokerstars promocoesbens e serviços, com facilidades tarifárias no comércio entre os países-membros. A Venezuela era um estado-membro desde 2012, mas,pokerstars promocoes2017, foi suspensa do bloco por "violações democráticas".

Hoje, o Mercosul ainda conta com a participaçãopokerstars promocoesBolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname como estados-associados.

Bolsonaro defendeu 'Mercosul enxuto'

Em encontro com o presidente argentino, Mauricio Macri,pokerstars promocoesjaneiro,pokerstars promocoesBrasília, Bolsonaro defendeu mudanças no Mercosul para valorizarpokerstars promocoestradição originalpokerstars promocoesabertura comercial, reduçãopokerstars promocoesbarreiras e eliminaçãopokerstars promocoesburocracia. "O propósito é construir um Mercosul enxuto que continue a fazer sentido e ter relevância", declarou.

O presidente afirmou ainda que era preciso concluir as negociações mais promissoras que já estavampokerstars promocoesandamento, uma das quais era o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, e dar início a outras para "criar novas oportunidades comerciais epokerstars promocoesinvestimentos, afimpokerstars promocoesgerar prosperidade e bem-estarpokerstars promocoesnossos países".

Poucos dias depois, no Fórum Econômico Mundialpokerstars promocoesDavos, na Suíça, o presidente defendeu o mudanças no Mercosul, sem entrarpokerstars promocoesdetalhes. "No tocante ao Mercosul, alguma coisa deve ser aperfeiçoada", disse Bolsonaro.

"Estamos preocupadospokerstars promocoesfazer uma América do Sul grande e que cada país mantenha apokerstars promocoeshegemonia local. Não queremos uma América bolivariana como há pouco existia no Brasil,pokerstars promocoesgovernos anteriores."

'Inclinações bolivarianas'

Logo depois da eleiçãopokerstars promocoesBolsonaro, Paulo Guedes, apontado já na época como futuro ministro da Economia, declarou ao jornal argentino Clarin que o Mercosul não seria uma prioridade do futuro governo. O objetivo, disse Guedes, seria fazer comércio com todo o mundo.

O economista argumentou ainda que o Mercosul é "muito restritivo, o Brasil ficou prisioneiropokerstars promocoesalianças ideológicas e isso é ruim para a economia". Disse também que o bloco só negociava com quem tinha "inclinações bolivarianas", mas que isso não ocorreria mais.

Isso teria gerado preocupaçõespokerstars promocoesautoridades da Argentina, país que tem o Brasil como principal parceiro comercial. Após a possepokerstars promocoesBolsonaro,pokerstars promocoesjaneiro, Guedes teria aproveitado uma reunião entre os governos brasileiro e argentinopokerstars promocoesBrasília para desfazer o mal-estar, segundo noticiou o jornal Folhapokerstars promocoesS. Paulo.

Na ocasião, o ministro afirmou quepokerstars promocoesfala anterior havia sido um "equívoco". Acrescentou que o Mercosul era importante e que o governo brasileiro não o trataria como algo sem relevância.

Em junho, Guedes voltou a criticar o blocopokerstars promocoesuma transmissão pelo Facebook feita ao ladopokerstars promocoesBolsonaropokerstars promocoesviagem à Argentina. "A Argentina já foi o sexto país mais rico do mundo, e o Brasil era a economia que mais crescia no mundo. E o Mercosul virou uma trava para o crescimento e também ameaçou a nossa democracia, como aconteceu com a Venezuela", disse o ministro.

"Então, a palavrapokerstars promocoesordem aqui, tanto do presidente Bolsonaro, quanto do presidente Macri, foi justamente a liberdade. A liberdade econômica e a liberdade política, democracia e mercado, para botar o Brasil pra crescerpokerstars promocoesnovo."

Ao mesmo tempo, o ministro afirmou que a aproximação econômica entre Argentina e Brasil era para "botar o Mercosul para rodar". "Nós vamos integrar as duas economias, vamos ter energia barata, vamos ter comida barata", disse.

Presidentes anteriores defenderam acordo

Enquanto Bolsonaro manifestava antipatia ao Mercosul antespokerstars promocoesser eleito, presidentes anteriores se envolviam ativamentepokerstars promocoesnegociações do acordo entre Mercosul e União Europeia.

Uma forma curiosapokerstars promocoesregistro é a conta no Twitter no Palácio do Planalto, que foi criadapokerstars promocoesjunhopokerstars promocoes2009. A cronologia dos tuítes mostra que todos os presidentes desde então trataram desse assunto.

Em agostopokerstars promocoes2010, no segundo mandatopokerstars promocoesLuiz Inácio Lula da Silva, o Planalto publicou que a prioridade da presidência do Mercosul - que o Brasil assumia naquele momento pelo rodízio estabelecido entre os países-membros - seria o pacto comercial com a UE.

Jápokerstars promocoesmaiopokerstars promocoes2013, durante o primeiro mandatopokerstars promocoesDilma Rousseff, o Twitter do Planalto publicou que "Dilma destaca importância do acordopokerstars promocoesassociação entre Mercosul e União Europeia". No segundo mandatopokerstars promocoesDilma,pokerstars promocoesfevereiropokerstars promocoes2016, outra publicação na rede social celebrava o engajamento da Bulgária para que fosse firmado um acordo Mercosul-União Europeia.

A partir da entradapokerstars promocoesMichel Temer na Presidência da República, a quantidadepokerstars promocoesmenções a um acordo entre Mercosul e União Europeia aumentou no Twitter oficial da Presidência. Em dezembropokerstars promocoes2016, a conta na rede social citou uma frase do presidente a respeito: "Estamos agilizando o acordo do Mercosul com a União Europeia".

No ano seguinte, o então presidente comentou que "progredimos nas negociações do Mercosul com a União Europeia". "Pela primeira vez,pokerstars promocoes20 anos, temos uma perspectiva realista", citou a conta do Planalto.

Professorpokerstars promocoesRelações Internacionais na Fundação Getulio Vargaspokerstars promocoesSão Paulo (FGV-SP), Oliver Stuenkel diz que "todos os governos deram alguns passos" na negociação, mas que provavelmente foi Temer quem "mais contribuiu" efetivamente com o avanço do projeto. "Se tivesse tido mais tempo (de mandato), seria ele a ter fechado esse acordo."

"O Fernando Henrique Cardoso iniciou, mas a partirpokerstars promocoes2003, com os governos petistas, aconteceu muito pouco. As gestões (do PSDB e do PT) tinham muitas semelhanças, mas há a diferença-chavepokerstars promocoesrelação à globalização. Fernando Henrique acreditava que ela era inevitável, como o tempo; não tinha como resistir às tendências que estavam transformando o mundo, e nesse sentido o Brasil deveria buscar maior inserção na economia global", aponta.

"Já o PT também reconhecia a globalização, mas queria alterar suas regras."

Para Stuenkel, as gestões petistas não chegavam a ser contrárias a um acordo do tipo, mas os avanços foram poucos porque a agenda era outra.

"Não foi uma prioridade. Não havia uma inclinação (destes governos) para fechar grandes acordos, e este (com a União Europeia) épokerstars promocoeslonge o maior acordo comercial do Mercosul. Havia também a prioridade por uma política mais desenvolvimentista, voltada para o nacional."

Já a consolidação do acordo no governo Bolsonaro é, para o professor, "irônica" já que este apresentou-se muitas vezes como "antiglobalização", tem um ministro das Relações Exteriores "anti-União Europeia" e um ministro da Economia "anti-Mercosul".

A comemoração do presidente é uma contradição com um discurso não tão passado assim que, no entanto, tevepokerstars promocoesceder a benefícios evidentes para a economia do país - apesarpokerstars promocoesos detalhes sobre os termos do acordo ainda precisarem ser conhecidos para fazer um balanço, enxerga o professor.

"Do pontopokerstars promocoesvista geopolítico, esse acordo é muito importante porque o Brasil vai ter que lidar para valer com essa tensão entre Pequim e Washington (a guerra comercial entre China e EUA). Ele vai ajudar o Brasil a articularpokerstars promocoesprópria estratégiapokerstars promocoesum mundo cada vez mais instável."

"Os economistas vêem que o país não consegue se recuperar sem abertura (comercial)."

Stuenkel avalia que Bolsonaro teria o poderpokerstars promocoestravar o acordo, mas não o fez, apesarpokerstars promocoestê-lo colocadopokerstars promocoesrisco com suas posições e discursos.

"Na batalha entre três grupos dentro do governo, os economistas, os militares e os 'antiglobalistas', os economistas venceram. Os técnicos e diplomatas avançaram, apesar do presidente e seus ministros atrapalharem. O governo sabia que o mercado esperava issopokerstars promocoesGuedes".

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