Dia Mundial do Meio Ambiente: 68% das áreasuab cbetproteção e indígenas da Amazônia estão ameaçadas, diz estudo:uab cbet

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Legenda da foto, A mineração legal (acima, mineradora no Peru) foi um dos riscos identificados pelo estudo

"O que mais chama atenção é que 43% das áreas protegidas e 19% dos territórios indígenas estão ameaçadas por três ou mais destes fatores", diz Júlia Jacomini, pesquisadora da Raisg e uma das responsáveis pela apuração dos dados sobre a Amazônia brasileira.

Muitos projetos são apoiados por governos

O estudo da Raisg aponta que os maiores danos são causados por projetos apoiados por governos federais e regionais, como por exemplo, a aberturauab cbetestradas. O levantamento aponta que, dos 26 mil quilômetros dos 136 mil quilômetros construídos até 2018 na Amazônia estão dentrouab cbetáreasuab cbetconservação e territórios indígenas.

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Legenda da foto, A construçãouab cbetuma hidrelétrica como Belo Monte afeta todo o bioma, dizem pesquisadores

"Estes projetosuab cbetinfraestrutura são, emuab cbetgrande maioria, iniciativasuab cbetEstados nacionaisuab cbetparceria com empresas, como parteuab cbetprojetosuab cbetdesenvolvimento que valorizam mais os aspectos econômicos e setores produtivos do que a preservação ambiental e dos modosuab cbetvida dos povos locais", diz Jacomini.

A extraçãouab cbetminério e petróleo são duas das atividades que representam maior risco à preservação destas áreas na floresta: 22% destas regiões protegidas sofrem alguma formauab cbetpressão ou ameaça por parte destas indústrias.

O estudo destaca que alguns destes empreendimentos estão entre as maiores minas a céu aberto do mundo e implicam na construçãouab cbetextensas redesuab cbettubulações para transportar o petróleo extraído no meio da selva.

Isso gerou, por exemplo, 190 derramamentosuab cbetpetróleo nos últimos 20 anos na Amazônia peruana, diz o estudo. Segundo o Organismouab cbetSupervisãouab cbetInvestimentosuab cbetEnergia e Mineração, uma agência do governo do país, isso ocorreu por faltauab cbetmanutenção da infraestrutura dos poços mais antigos, que datam dos anos 1970.

Ao mesmo tempo, no Equador, a exploraçãouab cbetpetróleo levou ao desmatamentouab cbetmaisuab cbet2 milhõesuab cbethectares e ao derramamentouab cbet650 mil barrisuab cbetpetróleo nos rios e córregos amazônicos.

Ao mesmo tempo, 162 das 272 usinas hidrelétricas planejadas,uab cbetconstrução ou jáuab cbetoperação na Amazônia estão dentrouab cbetáreasuab cbetproteção.

Mineração é uma das principais ameaças no Brasil

Em relação ao Brasil, a atividadeuab cbetmineração foi uma das principais ameaças identificadas. O país liderauab cbetáreauab cbetfloresta destinada a essa atividade entre as nações amazônicas, com 108 mil hectares, o que representa 75% do total.

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Legenda da foto, Extraçãouab cbetpetróleo na Amazônia equatoriana foi alvouab cbetprotestosuab cbetpovos indígenas

O ritmouab cbetdesmatamento da Amazônia brasileira caiu 72% desde 2004,uab cbetacordo com o Instituto Nacionaluab cbetPesquisas Espaciais, mas a tendência mais recente vai no sentido contrário: houve um aumentouab cbet13,7% no último ano.

A aberturauab cbetestradas e hidrovias tem um impacto relevante sobre isso: 94,9% da perdauab cbetvegetação nativa ocorre a 5,5 kmuab cbetdistânciauab cbetestradas e a 1 kmuab cbetrios navegáveis,uab cbetacordo com uma pesquisa do cientista Christopher Barber, do Centrouab cbetExcelênciauab cbetCiências Geoespaciais, nos Estados Unidos.

O estudo do Raisg cita ainda o projetouab cbetconstrução da Ferrogrão, uma ferrovia com 933 kmuab cbetextensão que ligará o Mato Grosso ao Pará, ao alertar que a expansão do transporte ferroviário na Amazônia brasileira "pode potencializar os impactos sociais e ambientais na região, com danos diretos a áreasuab cbetproteção e territórios indígenas".

Região ainda não tem um plano internacionaluab cbetconservação

O resultado do levantamento estará disponível ao público por meio do portal Amazônia na Encruzilhada, elaborado pela InfoAmazônia, uma agência dedicada a divulgar informações sobre a região amazônica. No site, os visitantes terão acesso a mapas interativos, fotos, vídeos e estudosuab cbetcasos.

Segundo o jornalista Gustavo Faleiros, editor do InfoAmazônia, a iniciativa busca conscientizar sobre a importânciauab cbetse criar uma política transnacional para a Pan-Amazônia para, ao se realizar intervenções na região, considerar os efeitos sobre todauab cbetextensão.

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, O portal Amazônia na Encruzilhada reúne mapas interativos, fotos, vídeos e estudosuab cbetcasos sobre ameaças à Amazônia

"Um estudo apontou, por exemplo, que se seis hidrelétricas previstas para a Amazônia forem construídas, todo um fluxouab cbetnutrientes pelos rios será interrompido, afetando a vida aquática e a produção agrícola nas margens do rio", diz Faleiros.

"A Amazônia não é do Brasil, da Colômbia, do Peru ou do Equador. É um grande sistema interligado, mas até hoje não existe um plano internacionaluab cbetconservação ambiental da região."

Jacomini diz que, sem uma visão mais ampla da floresta, os esforçosuab cbetum país para preservá-la não terão os resultados esperados.

"Estamos falandouab cbetvários ecossistemas interligados. Um país pode ter um sistemauab cbetproteção e monitoramento forte, mas todo o bioma é impactado por um derramamentouab cbetpetróleo que ocorreuab cbetum país e atinge os outros. Sem olhar para o todo, não há como garantir a preservação da Amazônia."

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