602 cientistas pedem que Europa condicione importações do Brasil a cumprimentopix bet365 cadastrocompromissos ambientais:pix bet365 cadastro

Em entrevista à BBC News Brasil, ele afirmou que a publicação do texto tem como objetivo mostrar às instituições europeias que a comunidade científica entende a questão como "prioritária e extremamente relevante".

"A iniciativa é importante, sobretudo neste momentopix bet365 cadastroque sabemos que a Comissão Europeia está estudando o assunto e formulando uma propostapix bet365 cadastroregulação para a questão da 'importação do desmatamento'", disse o cientista.

O artigo foi divulgado nesta quinta-feira. Procurado pela reportagem da BBC News Brasil, o Ministério do Meio Ambiente ainda não respondeu ao pedidopix bet365 cadastroentrevista sobre o tema.

Sustentabilidade e direitos humanos

"Exortamos a União Europeia a fazer negociações comerciais com o Brasil sob as condições: a defesa da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; a melhora dos procedimentos para rastrear commodities no que concerne ao desmatamento e aos conflitos indígenas; e a consulta e obtenção do consentimentopix bet365 cadastropovos indígenas e comunidades locais para definir estrita, social e ambientalmente os critérios para as commodities negociadas", diz a carta veiculada no periódico científico.

A carta ressalta que a UE comprou maispix bet365 cadastro3 bilhõespix bet365 cadastroeurospix bet365 cadastroferro do Brasilpix bet365 cadastro2017 - "a despeitopix bet365 cadastroperigosos padrõespix bet365 cadastrosegurança e do extenso desmatamento impulsionado pela mineração" - e,pix bet365 cadastro2011, importou carne bovinapix bet365 cadastropecuária brasileira associada a um desmatamentopix bet365 cadastro"maispix bet365 cadastro300 campospix bet365 cadastrofutebol por dia".

Segundo dados do Ministério da Economia, as exportações para a UE representaram 17,56% do total do Brasilpix bet365 cadastro2018 - um totalpix bet365 cadastromaispix bet365 cadastroUS$ 42 bilhões, com superávitpix bet365 cadastroUS$ 7,3 bilhões. A exportaçãopix bet365 cadastrocarne responde por cercapix bet365 cadastroUS$ 500 milhões deste total, minériopix bet365 cadastroferro soma quase US$ 2,9 bilhões e cobre, US$ 1,5 bilhão.

De acordo com dados divulgadospix bet365 cadastronovembro pelo ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a Amazônia enfrenta índices recordespix bet365 cadastrodesmatamento.

Os sistemas do Projetopix bet365 cadastroMonitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes) registraram um aumentopix bet365 cadastro13,7% do desmatamentopix bet365 cadastrorelação aos 12 meses anteriores - o maior número registradopix bet365 cadastrodez anos. Isso significa que, no período, foram suprimidos 7.900 quilômetros quadradospix bet365 cadastrofloresta amazônica, o equivalente a maispix bet365 cadastrocinco vezes a área do municípiopix bet365 cadastroSão Paulo.

A principal vilã é a pecuária. Estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)pix bet365 cadastro2016 apontou que 80% do desmatamento do Brasil se deve à conversãopix bet365 cadastroáreas florestaispix bet365 cadastropastagens.

Atividadespix bet365 cadastromineração respondem por 7% dos tais danos ambientais.

Principal autora do texto, a bióloga especialistapix bet365 cadastroconservação ambiental Laura Kehoe, pesquisadora da Universidadepix bet365 cadastroOxford, acredita que, como forte parceria comercial, a Europa é corresponsável pelo desmatamento brasileiro.

"Queremos que a União Europeia parepix bet365 cadastro'importar o desmatamento' e se torne um líder mundialpix bet365 cadastrocomércio sustentável", disse ela. "Nós protegemos florestas e direitos humanos 'em casa', por que temos regras diferentes para nossas importações?"

"É crucial que a União Europeia defina critérios para o comércio sustentável com seus principais parceiros, inclusive as partes mais afetadas, neste caso as comunidades locais brasileiras", afirmou a bióloga conservacionista Malika Virah-Sawmy, pesquisadora da Universidade Humboldtpix bet365 cadastroBerlim.

A carta dos cientistas apresenta preocupações, mas a aplicação dos tais compromissos como condições para tratativas comerciais dependepix bet365 cadastroregras a serem criadas pela Comissão Europeia. Se o órgão acatar as sugestões, será preciso definirpix bet365 cadastroque maneira o Brasil - e outros parceiros comerciais da UE - precisaram criar organismos e estabelecer as métricas para o cumprimento das exigências.

Medidas do governo Bolsonaro

De acordo com o brasileiro Tiago Reis, foram dois mesespix bet365 cadastroarticulação entre os cientistas europeus para que a carta fosse consolidada e os signatários, reunidos.

"Criamos o texto acompanhando a evolução do novo governo brasileiro. Estávamos preocupados com as promessaspix bet365 cadastrocampanha, mas quando essas promessas passaram a ser concretizadas, com ediçãopix bet365 cadastrodecretos, decidimos que precisávamos fazer algo", disse ele.

"Existe, hoje, um discurso no Brasil que promove a invasãopix bet365 cadastroterras protegidas e o desmatamento. Isso gerou sinaispix bet365 cadastroalerta na comunidade científica internacional."

A carta publicada pela Science ainda afirma que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) trabalha "para desmantelar as políticas anti-desmatamento" e ameaça "direitos indígenas e áreas naturais". Alémpix bet365 cadastroser assinada pelos 602 cientistas europeus, a carta tem o apoiopix bet365 cadastroduas entidades brasileiras, que juntas representam 300 povos indígenas: a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Logo no dia 2pix bet365 cadastrojaneiro, primeiro dia útil do mandato, Bolsonaro publicou decretos transferindo órgãospix bet365 cadastrocontrole ambiental para outras pastas, reduzindo a atuação do Ministério do Meio Ambiente.

O Serviço Florestal Brasileiro, por exemplo, foi realocado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - pasta comandada por Tereza Cristina, ligada à bancada ruralista. Outros três órgãos foram cedidos para o Ministério do Desenvolvimento Regional.

A incumbênciapix bet365 cadastrodemarcar terras índigenas, antes sob responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai), também foi transferida para o Ministério da Agricultura. A própria Funai foi remanejada. Antes vinculada ao Ministério da Justiça, acabou subordinada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

Mais recentemente, funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendespix bet365 cadastroConservação da Biodiversidade (ICMBio) têm sido alvopix bet365 cadastroexonerações.

Na semana passada, o Ibama arquivou processos contra a produçãopix bet365 cadastrosojapix bet365 cadastroáreas protegidaspix bet365 cadastroSanta Catarina. E o próprio presidente Bolsonaro, via redes sociais, desautorizou no início deste mês operaçãopix bet365 cadastroandamento contra a exploração ilegalpix bet365 cadastromadeirapix bet365 cadastroRondônia.

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