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Por que o Brasil decidiu isentarroleta davisto turistasroleta daEUA, Japão, Austrália e Canadá:roleta da
Princípioroleta dareciprocidade
Em janeiro, a BBC News Brasil publicou que o Ministério das Relações Exteriores - historicamente contrário à liberação unilateralroleta davistos - havia revistoroleta daposição sob o comandoroleta daAraújo.
A mudança na postura ocorre enquanto o governoroleta daJair Bolsonaro (PSL) dá sinaisroleta daque priorizará a relação com os Estados Unidos, ao mesmo temporoleta daque a administração Donald Trump adota regras mais restritivas para conceder vistos a brasileiros.
A isençãoroleta davistos a estrangeiros é uma antiga demanda da indústria do turismo brasileira, mas nunca havia saído do papel principalmente por causa da oposição do Itamaraty. O órgão argumentava que a medida violaria o princípio da reciprocidade na política externa e enfraqueceria o Brasil diante dos países contemplados.
Em janeiro, o diplomata Fábio Marzano, secretárioroleta daAssuntos Nacionais e Soberania do Ministério das Relações Exteriores (MRE), disse à BBC News Brasil que a isenção geraria benefícios econômicos para o Brasil.
Ele rejeitou o argumentoroleta daque a medida enfraqueceria o Brasil diante dos países beneficiados. Até o ano passado, o próprio MRE defendia que, ao isentar americanosroleta davistos, o Brasil perderia poderroleta dabarganha para negociar a isençãoroleta davistos para turistas brasileiros nos EUA.
Para Marzano, porém, "não há qualquer abertura para a negociaçãoroleta daisençãoroleta davistos a turistas brasileiros com os EUA e Canadá hoje". Ele disse ainda que vários países asiáticos, africanos e latino-americanos - entre os quais citou a Argentina, México, Equador, Colômbia e África do Sul - já liberam unilateralmente a exigênciaroleta davistos para turistasroleta daoutras nações.
No entanto, outras nações emergentes - casoroleta daChina, Índia, Rússia, Turquia e Arábia Saudita - adotam o conceitoroleta dareciprocidade na exigênciaroleta davistos.
Por esse princípio, o Brasil só poderia abrir mãoroleta daexigir vistos dos cidadãosroleta daum país se esta nação aplicar a mesma medidaroleta darelação aos brasileiros. Os EUA, porém, não sinalizam disposiçãoroleta daisentar brasileirosroleta davistos num futuro próximo.
Até maioroleta da2017, a legislação brasileira impedia a concessãoroleta daisençõesroleta davisto sem reciprocidade. Com a nova Leiroleta daMigração, aprovada naquele mês, criou-se essa possibilidade.
Vistos eletrônicos para o Brasil
Desde o fimroleta da2017, cidadãosroleta daEUA, Canadá, Austrália e Japão já desfrutavamroleta daum esquema especialroleta davistos para o Brasil. Eles podiam obtê-los pela internet sem a necessidaderoleta dacomparecer a um consulado, modalidade que acelerou e barateou o processo.
Segundo o Ministério do Turismo, um ano após a implantação do visto eletrônico, houve um crescimentoroleta dacercaroleta da40% nos pedidosroleta davisto para o Brasil. O órgão, no entanto, não detalha quanto desse aumento se deve à vindaroleta daamericanos, japoneses, canadenses e australianos.
O ministério defendia a isenção argumentando que ela reduziria a burocracia para a admissãoroleta daestrangeiros sem comprometer a segurança do país.
Americanos, japoneses, canadenses e autralianos já foram dispensadosroleta davistos entre 1ºroleta dajunho e 18roleta dasetembroroleta da2016, quando o governo queria estimular o turismo relacionado à Olimpíada do Rio.
O Ministério do Turismo diz que 163 mil vistantes dos quatro países viajaram ao Brasil no período, altaroleta da55,3%roleta darelação ao mesmo períodoroleta da2015. Segundo a pasta, o númeroroleta dachegadasroleta daamericanos cresceu 47%, oroleta dajaponeses, 61%, oroleta dacanadenses, 84% e oroleta daaustralianos, 107%.
O órgão diz que os turistas desses países gastaram US$ 167 milhões no Brasil durante o períodoroleta daisenção.
Países que mais enviam turistas ao Brasil
Americanos são o segundo maior gruporoleta davisitantes estrangeiros no Brasil, com 7,2%roleta daparticipação nas entradas e 475 mil turistas enviadosroleta da2017, último ano com dados disponíveis.
O ranking é liderado com folga pelos argentinos, com 39,8% das entradas e 2,2 milhõesroleta davisitantes.
Japoneses ocupam o 18º posto, com 60,3 mil turistasroleta da2017, enquanto canadenses e australianos não aparecem no ranking dos 20 principais paísesroleta daorigem.
Vistos para brasileiros nos EUA
Brasileiros têm enfrentado barreiras maiores para obter o visto americano desde o ano passado, quando consulados americanos passaram a exigir que maioresroleta da14 anos e menoresroleta da79 fossem entrevistados para tirar o documento. Antes, pessoas com até 16 ou maisroleta da65 eram dispensadas do procedimento.
A exigênciaroleta daentrevista também foi estendida a pessoas que queiram renovar o visto maisroleta daum ano após seu vencimento (antes, a dispensa valia por quatro anos).
As mudanças refletem o endurecimento das regras migratórias no governo Donald Trump, que se elegeu prometendo ampliar o controle sobre a entradaroleta daestrangeiros nos EUA.
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