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Reta final do governo Temer: Marasmo, pequenas homenagens e preocupação com a Justiça marcam os últimos dias no cargo:vaidebet saque
Temer – que chegou à presidênciavaidebet saquemaiovaidebet saque2016 após o afastamentovaidebet saqueDilma Rousseff e deixa o podervaidebet saque1ºvaidebet saquejaneiro com apenas 5%vaidebet saqueaprovação popular – teve seus últimos momentos no Planalto marcados, principalmente por pequenas homenagens como essas e reuniões com membros do seu governo e aliados próximos.
Diferentemente do iníciovaidebet saquesua administração, quando Temer recebiavaidebet saqueseu gabinete grandes lideranças empresariais como a presidente mundial do banco Santander e o presidente mundial da Basf (maior indústria química do mundo), a agenda do presidente não mostra compromissos dessa estaturavaidebet saquenovembro e dezembro deste ano.
Nesse período, foram poucas as viagens para outros Estados do país, parte delas também para ser homenageado, incluindo a inauguração na última quarta-feira do Centrovaidebet saqueMemória Presidente Michel Temer, na Faculdadevaidebet saqueDireitovaidebet saqueItu, no interiorvaidebet saqueSão Paulo, instituição privada onde foi professorvaidebet saque1969 a 1984.
O local, que abrigará presentes, cartas, álbunsvaidebet saquefotografias e livros que o presidente recebeuvaidebet saqueseu mandato, traz também uma linha do tempovaidebet saquesua vida.
Denúncia
Um novo fato importante acontecia no mesmo diavaidebet saqueBrasília – a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentava a terceira denúncia criminal contra Temer durante seu mandato, dessa vez por corrupção passiva e lavagemvaidebet saquedinheiro no inquérito que apurava um esquema criminoso no setorvaidebet saqueportos.
O marasmo da agendavaidebet saqueTemer contrasta com os dias finaisvaidebet saqueLuiz Inácio Lula da Silva, último presidente a concluir o mandato e passar a faixa adiante, no caso para Dilma Rousseff, no primeiro diavaidebet saque2011.
O petista, preso desde abril pela operação Lava Jato, vivia então o auge davaidebet saquepopularidade e passou metade do último mêsvaidebet saquegoverno viajando o país.
No finalvaidebet saquedezembrovaidebet saque2010, foi homenageado com o show "Obrigada, presidente Lula", organizado no Sambódromo do Rio pelo então governador do Estado, Sérgio Cabral, que hoje também está preso por corrupção.
O evento teve Zeca Pagodinho e Martinho da Vila como atrações especiais e foi custeado com R$ 507 mil reais do MDB – era épocavaidebet saquevacas gordas nos partidos, com contas alimentadas por doaçõesvaidebet saqueempresas.
Riscovaidebet saqueprisão?
Quando Lula deixou o Planalto, festejado pela maioria da população e reverenciado internacionalmente, certamente não podia imaginar que estaria oito anos depois detidovaidebet saqueuma celavaidebet saqueCuritiba, condenado por ter recebido propina por meiovaidebet saqueum imóvel da empreiteira OAS, o que ele nega.
Michel Temer, porvaidebet saquevez, deixa o governo já com três denúncias criminais para responder na Justiça – todas serão enviadas à primeira instância assim que acabar seu mandato. Além da mais recente envolvendo o setorvaidebet saqueportos, as duas primeiras partiram da delaçãovaidebet saqueexecutivos da JBS e acusam Temer e aliadosvaidebet saquereceber propinasvaidebet saqueempresas beneficiadas por decisões do governo ou contratos públicos.
O presidente nega todas as acusações e se diz vítimavaidebet saqueuma perseguição. As denúncias ficaram paradas porque a Câmara dos Deputados não autorizou o andamento.
Quando questionado por jornalistas se teme ser preso ao deixar o Planalto e perder as proteções garantidas pelo cargovaidebet saquepresidente, Temer se mostra ofendido.
"Não estou preocupado com esse assunto. Até porque chicotear o presidente é uma coisa. Já o ex-presidente já não vai ter muita graça", disse à revista Época, indicando uma expectativavaidebet saqueque a perdavaidebet saquepoder lhe dará mais sossego.
Aliados próximos, porém, reconhecem que o contexto assusta. Diversas pessoas do círculo íntimo do presidente já foram presas provisoriamente, como o empresário José Yunes e o coronel João Baptista Lima, investigados também no inquérito sobre o setorvaidebet saqueportos.
Já o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que teve R$ 51 milhõesvaidebet saquedinheiro encontrado dentrovaidebet saqueum apartamentovaidebet saqueSalvador, está detido no presídio da Papuda desde setembrovaidebet saque2017, enquanto o ex-ministro Henrique Eduardo Alves ficou cercavaidebet saqueum ano preso preventivamente e, desde julho, responde a acusaçõesvaidebet saquecorrupçãovaidebet saqueliberdade.
"Lógico que ele tem preocupação. Todo mundo que eventualmente tem algum tipo denúncia (sente preocupação)", disse à BBC News Brasil o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP), um dos aliados que manteve visitas ao presidente mesmo no fim do mandato.
"Mas todos nós que trabalhamos na defesa do presidente sabemos que aquelas denúncias, que foram rechaçadas pela Câmara, são completamente inócuas", acrescentou, ressaltando que Temer "não vai sair do país".
Procurada para falar sobre os últimos diasvaidebet saqueTemer no governo e suas perspectivas, a Presidência da República não respondeu até a publicação desta reportagem.
'Trama'
Em discursos e entrevistas, Temer tem repetido que foi vítimavaidebet saqueuma "trama".
Seu pesadelo começou quando recebeu tarde da noitevaidebet saquemarçovaidebet saque2017 no Palácio do Jaburu o empresário da JBS Joesley Batista.
Em gravação feita pelo executivo, o presidente é ouvido falando "tem que manter isso aí, viu?", sobre a boa relaçãovaidebet saqueJoesley com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que também está presovaidebet saqueCuritiba.
O executivo registrou a conversa para usá-lavaidebet saqueuma delação premiada, e a Procuradoria-Geral da República acusou Temervaidebet saquedar aval para uma mesada ao ex-deputado. Depois, a legalidade do acordovaidebet saquedelação foi postavaidebet saquexeque quando veio à tona indíciosvaidebet saqueque o procurador da República Marcelo Miller teria orientado as açõesvaidebet saqueBatista.
O presidente, que espera ser reconhecido como um reformista, tem repetidovaidebet saquediscursos e entrevistas que essas denúncias, na verdade, visavam impedir as mudanças nas regras da Previdência. Não há provasvaidebet saqueque essa fosse a intenção, mas o resultado é que Temer gastou todo seu capital político para se manter no cargo evaidebet saqueprincipal promessa ficou pelo caminho.
Na seara do controle das contas públicas, ele ainda levou uma rasteira no apagar das luzes reveladora do seu enfraquecimento político.
Na semana passada, quando Temer estava no Uruguai para encontro do Mercosul, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aproveitou a posse momentânea da caneta presidencial para sancionar a flexibilização da Lei da Responsabilidade Fiscal. Na volta, o presidente ressaltou, por meiovaidebet saquenota, quevaidebet saqueintenção era vetar a alteração da lei.
Apesar dos percalços, Temer tem comemorado as conquistas econômicasvaidebet saqueseu breve governo – conseguiu reduzir a inflação e os juros e retomar, ainda que lentamente, o crescimento após a forte recessão herdada do governo Dilma.
Exalta com frequência a PEC do Teto – que criou um limite para o aumento dos gastos, mas deve se mostrar inócua sem a reforma da Previdência – e a também controversa Reforma Trabalhista.
Satisfação com Bolsonaro
O presidente está especialmente felizvaidebet saquepassar a faixa para Jair Bolsonaro, e não Fernando Haddad, candidato do PT derrotado no segundo turno – inclusive já revelou publicamente ter votado no vitorioso.
Ele e seus aliados gostamvaidebet saquedestacar a continuidade da política econômica e a manutençãovaidebet saqueparte da equipe da área pelo futuro ministro Paulo Guedes.
O atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago, por exemplo, será o secretário-adjunto da Fazenda. Tarcísio Gomesvaidebet saqueFreitas, que faz parte do programavaidebet saqueconcessõesvaidebet saqueTemer, será o ministro da Infraestrutura.
"Foi uma alegria para todos (a eleiçãovaidebet saqueBolsonaro). Imagina fazer a transição pro governo do desastre? Duplo resultado: impediu que voltasse o governo do descalabro econômico e ético e permitiu que surgisse um outro governo com visão reformista. A equipevaidebet saqueBolsonaro é mais liberal do que a nossa", afirma o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), fiel escudeirovaidebet saqueTemer nos períodos mais difíceis.
Outro efeito positivo para ele da eleiçãovaidebet saqueBolsonaro foi o movimento #FicaTemer nas redes sociais. Embora tenha sido criado mais por opositores do atual presidente que gostam menos ainda do presidente eleito, Temer entende ser um reconhecimento por suas realizações.
"Ele ficou feliz (com o #FicaTemer). E a pesquisa da CNT/Ibope que saiu semana passada, se somar o ótimo, bom e regular, está com 25%vaidebet saqueaprovação. Olha, é um ótimo índice, para quem estava com 3% antes da eleição", ressalta Perondi, confundindo os resultados da pesquisa.
Temer conclui seu mandato com uma leve melhoravaidebet saquerelação ao picovaidebet saquedesaprovação registradavaidebet saquesetembrovaidebet saque2017, épocavaidebet saqueque enfrentava a votação das denúncias na Câmara dos Deputados. Tinha então 3%vaidebet saqueavaliação "ótimo e bom" na pesquisa CNT/Ibope. Hoje tem 5%. Considerando também quem avalia seu governo como regular, a taxa passouvaidebet saque19% para 23%.
Resultados tão baixos nunca foram alcançados por Dilma, Lula ou Fernando Henrique Cardoso desde 1999, quanto teve início a pesquisa.
O plano do presidente a partirvaidebet saquejaneiro é retomar uma atuação eventual como advogado, produzindo pareceres. A expectativavaidebet saquealiados próximos é que não se ocupará maisvaidebet saquepolítica partidária, por exemplo na rearticulação do MDB, nem causará muito nas redes sociais, como fez durante as eleições, quando postou vídeos no Twitter direcionados às contas dos candidatos Geraldo Alckmin e Fernando Haddad rebatendo ataques e cobrando: "fale a verdade".
"Ele vai se preservar num primeiro momento", acredita Beto Mansur.
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