1º Natalroleta bcasa: a história da família que adotou 6 irmãosroleta buma só vez e agora tem 22 filhos:roleta b
"É uma história que começa quando eu era pequenina e dizia que queria crescer, casar e ter muitos filhos. E que teria 24 filhos", contou Joana à BBC News Brasil.
A adoção dos seis irmãos por uma mesma família é um caso raríssimo, segundo a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, que intermediou o contato entre os seis irmãos e o casal.
A grande maioria das pessoas na filaroleta badoção só aceita criançasroleta baté três anos e não quer irmãos. Joana e Olavo nunca fizeram exigências acerca da idade das crianças nemroleta blaços familiares.
A princípio queriam adotar duas crianças ou adolescentes. Mas, quando foram informadosroleta bque poderiam escolher dois dentre seis irmãos, optaram por levar todos para casa. "Havia espaço no lar e no coração. Então, decidimos adotar os seis", explica Joana.
A BBC News Brasil conheceu a casa da família. Uma residência grande, projetada e construída por Olavo, numa região administrativaroleta bBrasília. A sala é repletaroleta bjanelas abertas, que dão para árvores e jardins. Cada criança e adolescente tem um quarto - atualmente 14 moram lá e os outros oito já têm a própria casa.
Os seis irmãos recém-chegados já chamam Joanaroleta bmãe com naturalidade. "Essa mamãe é uma gracinha. É uma princesa", repete Ana Paula,roleta b5 anos.
A decisãoroleta badotar
Joana conta que tinha 29 anos quando descobriu um problema no endométrio que a impediaroleta bengravidar. Seria possível tentar um tratamento, mas ela e o marido optaram pela adoção.
"Decidimos ter uma grande famíliaroleta bfilhos do coração."
Antes da chegada dos seis irmãos, Joana e o marido adotaram ao longo dos anos 16 crianças e adolescentes. Hoje, todos eles têm maisroleta b18 anos- alguns estão concluindo o ensino médio, três estão na universidade e os outros já trabalham.
Foram Tatiane, 25 anos, Gabriel, 19 anos, e Camila, 22 anos, que convenceram os pais a fazerem uma última adoção.
"Nós estudamos ou trabalhamos o dia inteiro. A casa estava ficando vazia. Fomos percebendo a mãe mais triste e o pai também. Perguntamos a eles se não gostariamroleta bter mais filhos", relata Tatiane, que está concluindo a faculdaderoleta bpedagogia e sonharoleta bser diretora pedagógica numa escola do Distrito Federal.
Joana reagiu à proposta dizendo que estava "velha demais" e que não daria conta sozinha. Os filhos garantiram que ajudariamroleta bcada passo da criação dos novos irmãos.
O primeiro encontro
Joana e Olavo se cadastraramroleta bsetembroroleta b2017 na filaroleta badoção do Distrito Federal. Em marçoroleta b2018, receberam a notíciaroleta bque seis irmãos estavam disponíveis e foram convidados a conhecê-los.
Ao falar sobre o primeiro encontro com os jovens, Joana se emociona. Preocupadas com as lágrimas da mãe, Natália e Ana Paula imediatamente a enchemroleta babraços e beijos.
"Eles estavam todos aguardando a chegada da gente no abrigo. Parecia que a gente já se conhecia. Até as técnicas e as psicólogas se admiraram, porque eles não sentiram receioroleta bse aproximar, e as criançasroleta babrigo costumam ter dificuldade."
A professora aposentada conta que, no momento da despedida depois desse primeiro encontro, ficou aflita com os rostinhos das crianças, receososroleta bnão terem "agradado".
"Disseram: 'Você não vai levar a gente? Não vai levar?'. E eu disse, 'ainda não, mas vamos estar juntos logo", diz ela, novamente emocionada.
O processoroleta badoção segue um padrãoroleta baproximação progressiva que visa proteger tanto os pais quanto os filhos, com diversas visitas antes da mudança para o novo lar.
A chegada à nova casa
Dois meses depois do primeiro encontro, os seis irmãos se mudaram para a casa dos pais adotivos. Estava se iniciando a faseroleta bconvivência, que culminaria com a decisão finalroleta badotar ou não.
Mas os laços se formaram rapidamente. "Os pequenos já começaram automaticamente a me chamarroleta bmãe. O mais velho,roleta b14 anos, demorou duas semanas", diz Joana.
E como ela e o marido fazem para administrar uma casa com tanta gente?
Joana diz que cada um temroleta btarefa, como cuidar da própria roupa, arrumar o quarto, levar o prato para a cozinha. Também há uma escala para a faxina dos ambientes comuns da casa - cada pessoa limpa um cômodo.
O casal faz as compras do mês e uma funcionária cozinha durante a semana. No fimroleta bsemana e nas férias, todos participam do preparo das comidas.
Nas tarefas diárias, os mais velhos ajudam os mais novos, ensinando, por exemplo, como amarrar o tênis e arrumar a lancheira da escola.
"Fraternidade é a palavra. É um ajudando sempre ao outro, estando sempre disponível. A casa é o laboratório para o futuro, a vida", resume a mãe.
Sustento da família
Muita gente pode se perguntar também como Joana e Olavo fazem para arcar com os custos da criaçãoroleta b22 filhos. Ela explica que tudo é pago com o dinheiro da aposentadoria que recebe como professora e da remuneração do marido, que presta consultoriaroleta bengenharia e é militar da reserva.
As crianças e adolescentes estudamroleta bescolas públicas, mas fazem cursoroleta bidiomas pagos pelos pais ou oferecidos por voluntários. Gabriel e Camila - ambos adotados quando já tinham maisroleta b10 anos - passaram no vestibular da Universidaderoleta bBrasília.
"A gente vive com simplicidade. Em vezroleta bcomprar na butique, compra no armazém. Em vezroleta bviajar, passa férias aqui. Mas todos têm o que precisam", diz. "Os filhos quando vão crescendo vão se ocupando das suas vidas, trabalhando, investindo neles,roleta bcursos,roleta btrabalho. Financeiramente, o suporte é o pai e a mãe enquanto eles estiverem sem andar com os próprios pés."
Adoçãoroleta badolescentes
Joana e Olavo são exemplos raros, não apenas pelo númeroroleta bfilhos adotivos mas principalmente pelo fatoroleta bacolherem adolescentes.
No Brasil, oitoroleta bcada 10 interessadosroleta badotar querem apenas bebês ou crianças de, no máximo, 5 anos. Mas 73,74% das crianças e adolescentes que buscam um novo lar têm entre 5 e 17 anos, segundo dados do Cadastro Nacionalroleta bAdoção.
Joana diz que considera a experiênciaroleta badotar uma criança mais velha ou um adolescente especial, porque a aproximação acontece por decisãoroleta bambas as partes, não apenas pela vontade dos pais.
"A adoção tardia é a oportunidade maior como pai e mãe, porque um escolhe ao outro, porque um não é obrigado ao outro. Quando se executa o processoroleta badoção e ele termina, é porque ambas as partes quiseram", diz Joana.
É o que aconteceu quando ela adotou Tatiana e os quatro irmãos dela, há 12 anos. A jovem tinha 13 anos na época e diz que tinha "perdido as esperanças"roleta bter uma família.
"Eu sabia que as crianças menores é que tinham chance. Então, eu já estava me preparando para aprender tarefas domésticas, aprender a cozinhar, para ser empregada doméstica e conseguir me manter depois dos 18 anos", conta.
Mas tudo mudou quando, num dia qualquer, ela avistou Joana chegando ao abrigo. "Quando eu vi minha mãe, quando eu olhei para ela, eu senti vontaderoleta bchegar, dar um pulo nela, abraçar bem forte e dizer: 'você é minha mãe'", conta.
Joana diz que, assim que conheceu a menina e os irmãos, sentiu que poderia amá-los como filhos. "Ela voltou com meu pai um tempo depois e eles disseram: 'A gente quer muito que vocês sejam nossos filhos, mas claro que só se vocês quiserem nos ter como pais'. E a gente, 'claro que sim!'", diz Tatiane.
O amor que se constrói
Segundo Joana, o processoroleta badoção tem momentos bastante difíceis e é importante procurar aconselhamento e ajuda dos psicólogos da Vara da Infância quando necessário.
"A primeira lição é que você não é perfeita. Você tem que se adequar à chegada deles. É difícil para eles como é difícil para nós. O primeiro mês não é simples. Eles ficam eufóricos, e você está tentando mostrar para eles a rotina da casa, o encaminhamento."
Segundo ela, o amor dos filhos pelos pais e dos pais pelos filhos vai se fortalecendo com o convívio.
"É um crescimento humano eroleta bamor. É uma oportunidade ímparroleta bconviver verdadeiramente com outro ser humano sem exigir que ele te ame. Você trabalha para construir essa convivência, essa ponteroleta bamor", diz.
Ao final da entrevista, quando é convidada a falar sobre o que os 22 filhos "do coração" representam para ela, as palavras parecem faltar. "Eu não consigo imaginar a minha vida sem os meus filhos. Para mim, felicidade é isso aqui."
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