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Prédioarbety botmoradia estudantil no Tocantins recebe prêmio internacionalarbety botarquitetura:arbety bot
A obra tem uma grande cobertura metálica, que gera uma sombra generosa. Abaixo dela, há um andar todo vazado, sem paredes e sem vidros, com divisóriasarbety botmadeira à meia altura, permitindo uma grande ventilação.
"O projeto tem como ponto alto a criação da sombra, uma grande varanda, que permite que a criança ocupe esse lugar com uma sériearbety botbrincadeiras", fala o arquiteto.
Já os dormitórios, no térreo, combinam técnicasarbety botconstrução tradicional com tecnologia mais moderna. Um exemplo é uma parede mais grossa, que leva mais tempo para trocararbety bottemperatura com o exterior, construída com um tipoarbety bottijolo aprimorado a partir do adobe,
Essas escolhas arquitetônicas amenizam o forte calor da região, que beira os 40˚C nos dias mais quentes. O prédio chega a ficar até 7˚C mais fresco, sem necessidadearbety botusoarbety botar condicionado. Uma consequência inusitada foi que a escola teve que comprar cobertores para os alunos.
Outra inovação foi a construção do projetoarbety botconjunto com a comunidade. Foram as próprias crianças que definiram,arbety botuma atividadearbety botdinâmica corporal, qual era o tamanhoarbety botcada quartoarbety botalojamento.
O reconhecimento é oferecido pelo Royal Institute of British Architects (Riba) para projetosarbety botarquitetura arrojada e impacto social significativo. É considerado um dos prêmiosarbety botarquitetura mais rigorosos do mundo, já que especialistas internacionais visitam e avaliam as obras in loco.
Segundo o presidente do Riba, Ben Derbyshire, a moradia estudantilarbety botTocantins "oferece um ambiente excepcional, destinado a melhorar a vida e o bem-estar das crianças da escola, e ilustra o valor imensurável do design educacional bem feito".
Esse não é o primeiro reconhecimento que a moradia estudantil recebe. Também foi agraciada com o prêmioarbety botMelhor Edifícioarbety botArquitetura Educacional do mundo, da premiação Building Of The Year,arbety bot2018, e o American Architecture Prize 2017 na categoria habitação social.
Moradia dos estudantes foi concebidaarbety botconjunto com a comunidade
Antesarbety boto prédio ser erguido, já havia um alojamento estudantil no local, mas os estudantes não consideravam que aquela eraarbety bot"casa".
"Quando a gente chegou ali, vimos que crianças não reconheciam o local comoarbety botprópria casa. Falavam que viviam na escola", lembra o designer Marcelo Rosenbaum, que coordenou a empreitada. O objetivo então foi construir um local que as crianças pudessem perceber comoarbety botprópria casa.
Para isso, o engajamento com a comunidade local na criação do novo edifício foi fundamental.
A equipe do projeto organizou uma espéciearbety botfestival com a participação da comunidade, ao longoarbety botcercaarbety bot15 dias. Durante esse tempo, foram realizadas diversas atividades com pais e filhos para perceber o que seria importante para elesarbety botuma moradia estudantil e que pudesse gerar uma sensaçãoarbety bot"casa".
"A arquitetura é partearbety botuma ciência. Então, o nosso trabalho é quebrar esse olhar acadêmico. A gente chega para trocar com a comunidade, não para impor algo", diz Rosenbaum. O designer criou uma metodologiaarbety bottrabalho voltada justamente a estabelecer esse tipoarbety bottroca com as comunidades.
Assim, arquitetos e comunidade escolar definiram que o tamanho dos quartos iria diminuir. De 40 criançasarbety bot20 beliches, o dormitório passaria a ter 6 criançasarbety bot3 beliches. Além disso, foram criadas salasarbety botTV, áreasarbety botestudo, espaços livres, muito jardim.
Uma outra estratégia para criar a noçãoarbety botcasa foi muito simples: construir o prédio um pouco afastado da escola, para que as crianças tivessem um trajeto para percorrer ao sair dali, como se fosse o caminho até chegararbety botcasa.
Poder público teria como fazer um projeto como esse?
O custo da obra, pago pela Fundação Bradesco, não foi divulgado. No entanto, a equipe responsável defende que projetos como esse também podem ser feitos pelo poder público.
"É um projeto muito simples: cobertura metálica, madeira pré-fabricada, pisoarbety botcimento e o tijolo feito no local. Isso tornou a execução da obra mais barata e rápida - a construção levou somente 14 meses. Então, eu acho que seria totalmente possível que o poder público fizesse uma edificação como essa, não vejo porque não", defende Utrabo.
Assim, a dificuldade não é técnica e orçamentária, acredita Utrabo, mas política. "São poucos os casosarbety botque o setor público tem um comprometimento com a arquiteturaarbety botbenefício da população. Eles pensam (os políticos) que é mais importante resolver o problema logo, do que resolver bem o problema", conclui.
O arquiteto também afirma que um projeto bem pensado pode gerar benefíciosarbety botsegunda ordem, como reduçãoarbety botcustos (não ter que pagar a conta do ar condicionado, por exemplo), preservação ambiental (com projetos mais sustentáveis) e maior durabilidade.
"A estruturaarbety botmadeira usada na obra tem garantiaarbety bot20 anos. Na França, por lei, todos os jardinsarbety botinfância devem ser feitosarbety botestruturaarbety botmadeira, porque é a mais segura que existe. Resiste ao fogo por mais tempo que qualquer outra", explica Utrabo.
Além da obraarbety botsi, o poder público poderia se valer da metodologiaarbety bottrabalho que foi aplicada, que envolve a troca com a comunidade. "Isso é absolutamente replicável e escalável", afirma Marcelo Rosenbaum.
"Na maioria das vezes, a arquitetura é desconectada do ser humano. É feita a partir do saber técnico e científico,arbety botcima para baixo, dizendo o que é que as pessoas precisam. É algo padronizado:arbety botqualquer região do país, rural ou urbana", diz o arquiteto. "Precisamos mudar isso."
"O espaço urbano é feito por ser humano. Se não está conectado com o que as pessoas daquele lugar querem e precisam, as construções ficam fadadas ao abandono, ao não cuidado, ao não pertencimento", fala o designer.
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