Governo Bolsonaro: o que faz do planowww betpawa co zm freebetmudar a embaixada brasileirawww betpawa co zm freebetIsrael para Jerusalém algo tão polêmico:www betpawa co zm freebet

Bolsonaro confirmou que pretendia transferir a embaixada no iníciowww betpawa co zm freebetnovembro. Nesta terça-feira, contudo, ele afirmou que a mudança ainda não estava definida.

"É uma guinada muito grande e mudará a maneira como o Brasil é visto no mundo diplomático como um todo, sobretudo no contexto da ONU", disse à BBC News Brasil o cientista político Oliver Stuenkel, professorwww betpawa co zm freebetRelações Internacionais na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Isolamento e exportações

Para Stuenkel, as implicações vão além da questão específica do conflito entre Israel e Palestina e podem resultar no isolamento diplomático do Brasil.

"Limita o papel do Brasil como um ator que defende o multilateralismo, sobretudo no sistema ONU, e pode reduzirwww betpawa co zm freebetcapacidadewww betpawa co zm freebetbuscar apoiowww betpawa co zm freebetrelação a outras questões, como por exemplo a reforma do Conselhowww betpawa co zm freebetSegurança, que com essa decisão se torna muito menos provável."

Há também o temorwww betpawa co zm freebetque, se levada adiante, a decisão possa afetar as exportações brasileiras para países árabes, que estão entre os principais importadoreswww betpawa co zm freebetcarne bovina ewww betpawa co zm freebetfrango do Brasil, especialmente com o selo halal, que atesta técnicawww betpawa co zm freebetabate conforme preceitos islâmicos.

Esses países apoiam a Palestina no conflito e poderiam reagir ao alinhamento do Brasil com Israel. Stuenkel acredita que o risco não éwww betpawa co zm freebetboicote, mas simwww betpawa co zm freebetmedidas que levem a menos acesso do produto brasileiro a esses mercados, como aumentowww betpawa co zm freebettarifas.

Poucos dias após o anúncio, o Egito cancelou uma visita do ministrowww betpawa co zm freebetRelações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira, programada para esta semana.

Disputa histórica

O status diplomáticowww betpawa co zm freebetJerusalém é uma das questões mais polêmicas no conflito entre Israel e palestinos. Enquanto Israel a considerawww betpawa co zm freebet"capital eterna e indivisível", os palestinos reivindicam uma parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capitalwww betpawa co zm freebetseu futuro Estado independente.

A disputa pela cidade, que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, vem desde a criação do Estadowww betpawa co zm freebetIsrael. Quando,www betpawa co zm freebet1947,www betpawa co zm freebetsessão presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo planowww betpawa co zm freebetpartilha da Palestina entre um Estado árabe e outro judeu, Jerusalém foi designada como "corpus separatum" (corpo separado), sob controle internacional.

Esse plano, porém, não chegou a ser implementado. Em 1948, foi declarada a Independência do Estadowww betpawa co zm freebetIsrael. Imediatamente após o anúncio, forças do Líbano, Síria, Iraque, Egito, Jordânia e Arábia Saudita atacaram o território, dando início à Guerra Árabe-Israelense. Ao final do conflito, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controlewww betpawa co zm freebetIsrael e a parte oriental controlada pela Jordânia.

A fundaçãowww betpawa co zm freebetIsrael no que então era o protetorado britânico na Palestina reconheceu o que foi visto como um direito milenar do povo judeuwww betpawa co zm freebetretornar à terrawww betpawa co zm freebetonde foi expulso. Os judeus retornaram após a Segunda Guerra, quando cercawww betpawa co zm freebet6 milhõeswww betpawa co zm freebetjudeus foram assassinados no Holocausto.

Mas esse movimento levou também à expulsãowww betpawa co zm freebetmilhares palestinoswww betpawa co zm freebetsuas casas, transformando um povo que vivia sob domínio britânicowww betpawa co zm freebetrefugiados sem direito a um país.

Em 1967, Israel capturou a parte orientalwww betpawa co zm freebetJerusalém e, desde então, ocupa a cidade inteira e vem construindo assentamentoswww betpawa co zm freebetJerusalém Oriental. Esses assentamentos são considerados ilegais pela comunidade internacional, posição que é contestada pelo governo israelense.

No ano passado, quebrando décadaswww betpawa co zm freebettradição diplomática e cumprindo umawww betpawa co zm freebetsuas promessaswww betpawa co zm freebetcampanha, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento oficialwww betpawa co zm freebetJerusalém como capitalwww betpawa co zm freebetIsrael e a transferência da embaixada americana, até então localizadawww betpawa co zm freebetTel Aviv, para a cidade.

Guatemala e Paraguai

Na época, Trump argumentou que a mudança não significava "nada além do reconhecimento da realidade". Mas a medida foi recebida com críticas pela comunidade internacional pela possibilidadewww betpawa co zm freebetcomprometer a neutralidade dos EUA na mediação do conflito e colocarwww betpawa co zm freebetrisco o já frágil processowww betpawa co zm freebetpaz entre israelenses e palestinos.

Duas semanas após o anúncio, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução rejeitando o reconhecimentowww betpawa co zm freebetJerusalém por Washington. Ao todo, 128 países, inclusive o Brasil, aprovaram a resolução. Somente oito países apoiaram os EUA: Israel, Guatemala, Honduras, Micronésia, Palau, Nauru, Togo e Ilhas Marshall.

Em maio deste ano, quando a embaixada americana foi finalmente realocada para Jerusalém, protestos na Faixawww betpawa co zm freebetGaza se estenderam por semanas e deixaram dezenaswww betpawa co zm freebetpalestinos mortos.

A decisão dos EUA foi seguida somente pela Guatemala. O Paraguai também chegou a transferirwww betpawa co zm freebetembaixada para Jerusalém, mas, poucos meses depois, com um novo presidente no poder, reverteu a medida.

Mas para James Phillips, especialistawww betpawa co zm freebetOriente Médio do centrowww betpawa co zm freebetpesquisas conservador Heritage Foundation, a decisão dos EUA e, caso levada adiante, a do Brasil, representam um gesto simbólico para corrigir o que ele considera uma injustiça: o fatowww betpawa co zm freebetIsrael ser "o único país do mundo que não pode escolherwww betpawa co zm freebetque cidade abrigar embaixadas".

"E não há nada que impeça uma embaixadawww betpawa co zm freebetum Estado palestino no futuro, inclusivewww betpawa co zm freebetJerusalém Oriental, se isso for negociado", disse Phillips à BBC News Brasil. "Os EUA deixaram claro que transferir a embaixada para Jerusalém não impede também reconhecer um futuro Estado palestino, caso ambos os lados possam negociar isso."

Eleitorado evangélico

Apesar do possível impacto nas relações externas, tanto a posiçãowww betpawa co zm freebetBolsonaro quanto awww betpawa co zm freebetTrump são vistas como questãowww betpawa co zm freebetpolítica doméstica,www betpawa co zm freebetum momentowww betpawa co zm freebetque cresce a força do eleitorado evangélicowww betpawa co zm freebetambos os países.

"Os evangélicos, tanto nos EUA quanto no Brasil, tendem a ser muito pró-Israel", disse à BBC News Brasil o cientista político Harold Trinkunas, da Universidadewww betpawa co zm freebetStanford, na Califórnia. "É uma maneirawww betpawa co zm freebetdemonstrar comprometimento com seus interesses."

A defesawww betpawa co zm freebetIsrael por parte da comunidade evangélica costuma ser baseada, entre outros fatores, na herança comum entre o Judaísmo e o Cristianismo e na crençawww betpawa co zm freebetque a criaçãowww betpawa co zm freebetIsrael foi ordenada por Deus. O argumento éwww betpawa co zm freebetque a Bíblia estabelece que os judeus são o povo prometido e que Jerusalém é a capitalwww betpawa co zm freebetIsrael. Alguns cristãos também citam a profecia bíblica sobre o retornowww betpawa co zm freebetJesus Cristo e o fim dos tempos, na qual é importante que os judeus estejam ali.

Pesquisaswww betpawa co zm freebetopinião nos EUA indicam que 80% dos evangélicos acreditam que a criaçãowww betpawa co zm freebetIsraelwww betpawa co zm freebet1948 representou o cumprimento da profecia bíblica sobre o retornowww betpawa co zm freebetCristo.

O planowww betpawa co zm freebetBolsonaro, confirmado ao jornal israelense Israel Hayom, emwww betpawa co zm freebetprimeira entrevista exclusiva a um veículowww betpawa co zm freebetimprensa estrangeiro após a eleição, foi condenado por líderes palestinos e elogiado pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que indicou a intençãowww betpawa co zm freebetviajar a Brasília para a posse do novo presidente,www betpawa co zm freebet1ºwww betpawa co zm freebetjaneirowww betpawa co zm freebet2019.

Bolsonaro disse que pretende aprofundar a relação com Israel e que o país "pode contar" com o voto do Brasil na ONU. Em anos recentes, houve alguns episódios tensos nas relações entre os dois países.

Em 2014, depoiswww betpawa co zm freebeto Brasil ter chamado para consultas seu embaixadorwww betpawa co zm freebetTel Aviv por conta do que condenou como "uso desproporcional da força por Israel na Faixawww betpawa co zm freebetGaza", o então porta-voz do Ministério das Relações Exterioreswww betpawa co zm freebetIsrael disse que o Brasil era um "anão diplomático". Em 2015, o governowww betpawa co zm freebetDilma Rousseff não aceitou as credenciais do candidato a embaixadorwww betpawa co zm freebetIsraelwww betpawa co zm freebetBrasília, Dani Dayan.

Na entrevista ao jornal israelense, Bolsonaro também cogitou remover a embaixada palestinawww betpawa co zm freebetBrasília.

O Brasil reconhece o Estado Palestino desde 2010. Mas não há reconhecimento por parte da ONU, o que dependewww betpawa co zm freebetaprovação do Conselhowww betpawa co zm freebetSegurança. Desde 2012, a organização reconhece a Palestina apenas como "Estado observador".

Riscos

Para Trinkunas, a possível transferência da embaixada brasileira é uma sinalização aos EUAwww betpawa co zm freebetum comprometimentowww betpawa co zm freebetalinhar a política externa brasileira à do governo Trump. "Também pode impulsionar laços e conexões com outros governoswww betpawa co zm freebetdireita que estamos vendo ao redor do mundo."

Mas o analista vê riscos. "Pode alienar outros países, na Europa e na Ásia, que apoiam a solução dos dois Estados para Israel e Palestina. Também prejudica a capacidade do Brasilwww betpawa co zm freebetdesempenhar um papelwww betpawa co zm freebetfacilitador diplomático neutro para resolver conflitos."

Stuenkel alerta para o custo que o país pode pagar ao seguir os passos do governo americano, já que é mais fácil para a maioria dos países se afastar do Brasil do que dos EUA, que são o maior mercado consumidor do mundo e têm aliançaswww betpawa co zm freebetdefesa com várias nações do Oriente Médio.

"Acho que precisamos nos preparar, isso afetará a influência diplomática brasileira muito mais do que tem sido o caso com os EUA depois dessa guinada."

Mas ao comentar a experiência dos EUA, Phillips ressalta que, apesarwww betpawa co zm freebetações simbólicas que alguns governos árabes podem tomar, muitos países do Oriente Médio parecem não estar mais tão focados no conflito entre Israel e Palestina.

"Acho que,www betpawa co zm freebetgeral, esses países tendem a estar mais preocupados com o Irã e as terríveis guerras na Síria e no Iêmen", afirma Phillips.

www betpawa co zm freebet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube www betpawa co zm freebet ? Inscreva-se no nosso canal!