Bolsonaro presidente: Os erros-chave do PT na campanha contra Jair Bolsonaro:blaze cin
Frente com outros partidos fracassou
Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, senador eleito e coordenador da campanhablaze cinHaddad, defendia que o candidato da esquerda fosse Ciro Gomes (PDT), mas a proposta não deu certo. Wagner disse que sempre defendera um acordo com Ciro pois a campanhablaze cinBolsonaro se resumia a uma postura contra o PT. "O que eles têm a dizer? É anti-PT. É anti-PT".
Antes da prisãoblaze cinLula, informaçõesblaze cinbastidores davam contablaze cinque o próprio Haddad defendia uma frenteblaze cinesquerda, mesmo sem candidato próprio do PT. No entanto, com a prisão, essa ideia se desfez, pois o foco do partido passou a ser a defesa pública do ex-presidente.
No segundo turno, o candidato do PT tentou compor uma frente com Ciro, Marina Silva (Rede) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas as conversas não avançaram. Fernando Henrique se manteve neutro, Marina declarou voto crítico na reta final e o PDT disse que daria apoio crítico a Haddad. Ciro se manifestou repetidas vezes contra Bolsonaroblaze cinredes sociais, mas sem mencionar Haddad.
Ao declarar "apoio crítico" ao PT, Marina disse que o partido "mantém o jogo do fazblaze cinconta do desespero eleitoral, segue firme no universo do marketing, sem que o candidato inspire-se na gravidade do momento para virar a própria mesa, fazer uma autocrítica corajosa e tentar ser o eixoblaze cinuma alternativa democrática verdadeira".
Autocrítica foi tímida e veio tarde
Para o cientista político Claudio Gonçalves Couto, da FGV, o partido deveria ter reconhecido que membros estiveram envolvidos com corrupção anos antes da eleição. "A campanha foi apenas o ponto culminante desse erro", diz ele.
Pensador ligado à esquerda, mas forte crítico do PT, o filósofo Ruy Fausto acha que Haddad deu, no final da campanha, passos importantesblaze cindireção a um mea culpa, mas uma autocrítica mais incisiva poderia ter reforçadoblaze cincandidatura.
"Teria que admitir que no governo do PT houve, sim, corrupção, e se apresentar como herdeiro do lado bom, e não do lado ruim. Houve promiscuidade entre o governo e o poder econômico. É melhor que ele diga. Mas o partido não quer que ele diga, porque quer alimentar o mito do Lula".
"Somado, foi tudo muito tardio, e também insuficiente", diz ele.
Ambos citam também como exemplo a forma como o candidato tratou o tema da Venezuela. "Há um fetichismo na esquerdablaze cinnão criticar governos apenas porque eles sãoblaze cinesquerda", diz Couto.
"Quando a Gleisi Hoffmann (presidente do PT) defende Nicolás Maduro (presidente da Venezuela), é um desastre para a campanha", afirma Fausto. "É uma arma na mão da direita. Alimenta a ideiablaze cinque o Brasil vai virar uma Venezuela, quando não tem o menor riscoblaze cinisso acontecer com o Haddad", opinoublaze cinentrevista à BBC News Brasil.
Pauloblaze cinTarso Santos, que já foi responsável pelo marketingblaze cincampanhas do PT eblaze cinMarina Silva, acha que fazer essa autocrítica no programablaze cintelevisão poderia ter melhorado o desempenho. "(Poderia) falar do petrolão, que as pessoas diziam que seria suicídio político, mas eu não acho. Ao mesmo tempoblaze cinque a população votou no Bolsonaro, ela tem medo do Bolsonaro. Mas teria que ter uma mão política muito fina para fazer uma autocrítica sem cometer suicídio."
A questãoblaze cincomo fazer a autocrítica sem cometer suicídio político limitou, para Santos, a margemblaze cinmanobrablaze cinHaddad. "Ele trabalhou com muito pouco [espaço político] e foi bem dentro do que tinha, mas houve coisas que não ficaram bem respondidas."
Demora a lançar Haddad como candidato
Foi surfando na onda lulista que Haddad conseguiu se tornar relevante no primeiro turno, ao receber votos que iriam para o ex-presidente. No entanto, a associação com Lula também teve efeito negativo, segundo pessoas ouvidas pela BBC News Brasil, pois alavancou Haddad, que era pouco conhecido, mas ao mesmo tempo impôs a ele um tetoblaze cincrescimento.
"É indiscutível que Lula é a grande liderança na esquerda brasileira. É compreensível atacar o julgamento e a prisão dele. Defender o Lula é perfeitamente cabível", diz Claudio Couto. "Daí não se depreende, no entanto, que você deva mantê-lo candidato sabendo,blaze cinantemão, que ele não vai ser candidato." Por ter sido condenadoblaze cinsegunda instância, Lula se enquadra na Lei da Ficha Limpa, aprovadablaze cinseu próprio governo.
"Isso poderia ser importante para a própria defesa dele, e ele, como líder, poderia alavancar outra candidatura, o queblaze cinfato aconteceu, mas por outro lado, é um limitador. É positivo para o eleitorado petista e lulista, mas depois passa a ser um problema. Haddad passa a ser visto como um candidato sem vida própria. Você mata o candidato. Além disso, transfere a rejeição - é aquele discurso do 'candidato do presidiário'".
O marqueteiro Pauloblaze cinTarso Santos, responsável pelas campanhasblaze cinLula nas eleições presidenciaisblaze cin1989 eblaze cin1994, diz que o projeto da campanha se baseou no ex-presidente, mas, para ele, "o povo não acha o Lula uma vítima." Pesquisa Datafolha feitablaze cinoutubro indica que 51% da população acredita que o ex-presidente deve continuar preso.
Na visão do marqueteiro, teria sido melhor se Haddad tivesse descoladoblaze cinimagemblaze cinLula mais cedo ou que o partido tivesse escolhido outro candidato. "Essa ideia do 'poste dois' é quase uma ofensa ao povo", diz ele.
Santos acredita que o PT errou ao acreditar que a população escolheria o candidatoblaze cinLula lembrando das melhorias vistas no país no seu governo - redução da pobreza e da desigualdade, por exemplo. "Não há gratidão na política. O PT fez uma campanha com base na gratidão, mas isso não existe", afirma.
Ele diz ainda que a mudança no discurso e na posturablaze cinHaddadblaze cinrelação a Lula e ao PT do primeiro para o segundo turno foi drástica demais e pareceu pouco crível.
Haddad passou o início da campanha visitando o ex-presidente na prisãoblaze cinCuritiba e defendendo,blaze cindebates e entrevistas, os governos do PT. Após passar para o segundo turno, interrompeu as visitas e reconheceublaze cinentrevistas erros do partido ligados a corrupção, alémblaze cinrecuar na propostablaze cinfazer uma nova Constituinte, mas não sem antes se encontrar-se com Lula novamente, logo na segunda-feira após a votação do primeiro turno. Esse encontro, segundo analistas, enviou sinaisblaze cinque seu afastamento repentino do ex-presidente era apenas táticablaze cincampanha, não um ato sincero.
'Subestimamos o WhatsApp'
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disseblaze cinentrevista coletiva que, na avaliação dela, o PT subestimou o papel do WhatsApp na campanha. "A gente já tinha isso mais ou menos no radar por conta da campanha do (presidente dos EUA Donald) Trump, mas não nos preparamos devidamente. Acho que aí tem um erro do PT,blaze cinnós termos subestimado, não a força das redes sociais tradicionais, mas não nos preparamos para a questão do WhatsApp", afirmou.
Sérgio Amadeu da Silveira, professor e pesquisador da Universidade Federal do ABC, concorda, e, para ele, não foi por faltablaze cinaviso. "Já se sabia que o WhatsApp seria a principal rede social da campanha porque cercablaze cin90% dos brasileiros com acesso à internet usam a rede", diz ele.
Para ele, Bolsonaro teve vantagem por basearblaze cincampanha nesse meioblaze cincomunicação e por ter começado esse trabalho anos antes do PT. Lembrou que há indíciosblaze cinque esse trabalho teve o apoioblaze cinempresas.
Na reta final da campanha, o jornal Folhablaze cinS.Paulo publicou uma reportagem afirmando que empresários que apoiavam Bolsonaro pagaram, por meioblaze cincaixa 2, o envioblaze cinmilhõesblaze cinmensagens no WhatsApp contra o PT. Em resposta, o capitão reformado afirmou que não há provas contra ele, que não pode controlar empresários, que tem uma militância orgânica sem impulsionamento inflado e que sofre perseguição da imprensa.
Para Amadeu, no entanto, "o PT e outros partidos foram pegosblaze cinsurpresablaze cin2013 (épocablaze cinque protestos irromperam pelo país), não conseguiu entender o processo, a dinâmica das redes, assimilado pela direita, com algumas iniciativas sendo financiadas por empresas. As forçasblaze cinesquerda melhoraram, começaram a usar as redes, claro, mas nãoblaze cinmaneira tão profissional quanto a direita."
Na descrição do especialista, "a rede é impossívelblaze cincontrolar por ser ampla e subterrânea": é possível disparar mensagens para muitas pessoas ao mesmo tempo e os grupos ali são fechados e sem transparência.
A opinião é similar àblaze cinMaurício Moura, fundador da consultoria Ideia Big Data, que realiza pesquisasblaze cinopinião, e pesquisador da George Washington University, nos Estados Unidos, que analisou o uso do aplicativo nas eleiçõesblaze cin2014 e 2018.
"A campanha do PT foi a que melhor integrou rua, TV, rádio e meios digitais. Foram um exemploblaze cincoordenaçãoblaze cincampanha", diz ele, e cita como exemplo o momentoblaze cinque Haddad virou candidato: "As campanhas do PTblaze cintodo o Brasil passaram a trazer a frase 'Haddad é Lula', mas falharamblaze cintermosblaze cinWhatsApp''.
Ele afirma que "o PT foi pegoblaze cinsurpresa. Eles não colocaram energia e recursos no WhatsApp, tanto para disseminar conteúdos atravésblaze cingrupos, como para coletar númerosblaze cincelular para aumentar o cadastro deles. Não deram a atenção que o WhatsApp merecia. O WhatsApp era uma tendência, baseado no histórico das eleições do México e da Colômbia. O PT se prendeu à velha formablaze cinfazer campanha. Se por um lado foram bem na integração, não deram foco ao WhatsApp." * Colaborou Amanda Rossi
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