Eleições 2018: por que especialistas veem 'onda conservadora' na América Latina após disputa no Brasil:quem é dono da f12 bet
Direita e esquerda na América Latina
Há cinco anos a esquerda vem perdendo forçaquem é dono da f12 beteleições na região.
Em 2013, o Chile, sob o comandoquem é dono da f12 betSebastián Piñera, era o único mais à direita dos 12 países da América do Sul. Em 2018, porquem é dono da f12 betvez, além do próprio Chile, Argentina, Peru, Colômbia e Paraguai são governados por presidentes classificados comoquem é dono da f12 betdireita, que ajudaram a mudar a cor do mapa político da região.
Neste ano, Piñera voltou a assumir a Presidência. A Colômbia viu Iván Duque assumir, desbancando Gustavo Petro, afilhado político do ex-presidente e prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos.
Em agosto, Mario Abdo Benítez, filho do secretário pessoalquem é dono da f12 betAlfredo Stroessner, que comandou o governo militar paraguaio, tomou posse no Paraguai.
No Peru, Ollanta Humala foi substituído inicialmente pelo economista liberal Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou. Desde março, o país hoje é presidido por Martin Vizcarra,quem é dono da f12 betdireita.
A Argentina, antes comanda pelos Kirchner, viu o empresário Maurício Macri assumir o poderquem é dono da f12 betdezembroquem é dono da f12 bet2015.
E, no Equador, Lenín Moreno rompeu com o ex-presidente Rafael Correa,quem é dono da f12 betquem foi vice e contou com o apoio na eleição, e passou a contar com apoioquem é dono da f12 betpartidosquem é dono da f12 betdireita.
O México, porquem é dono da f12 betvez, aparece como exceção na América Latina. Em julho, Andrés Manuel López Obrador foi eleito presidente da segunda maior economia da região. É a primeira vez que um líder social e declaradamentequem é dono da f12 betesquerda foi eleito presidente do país.
E a esquerda continua no comando da Venezuela, Bolívia e Nicarágua.
Fator Brasil
Em nenhum desses países, contudo, foi observado o mesmo nívelquem é dono da f12 betpolarização do Brasil – no Peru e no Paraguai, por exemplo, a disputa se deu entre dois candidatosquem é dono da f12 betdireita.
Aqui, ainda, as propostasquem é dono da f12 betBolsonaro se apresentam como mais conservadoras que a das demais campanhas e já encontram ressonância e apoioquem é dono da f12 betuma parcela significativa do eleitorado, acrescentam os especialistas.
Por isso, o Brasil poderia servirquem é dono da f12 betinspiração para o avanço do conservadorismo social e moral, com o fortalecimentoquem é dono da f12 betuma agenda contra, por exemplo, o aborto, legalizaçãoquem é dono da f12 betdrogas, união homoafetiva e imigração, além do apoio ao poder letal da polícia.
"Temos a demonstraçãoquem é dono da f12 betque o discurso da extrema-direita pode ganhar eleições presidenciais e se tornar mais 'mainstream', como nos EUA equem é dono da f12 betoutros países europeus. Vai encorajar outros gruposquem é dono da f12 betextrema-direita na região", diz a professora Maria Victoria Morillo.
Anthony Pereira, diretor do Brazil Institute, da Universidade King's College London, na Inglaterra, diz que o tamanho e diversidade do Brasil fazem do país um laboratório perfeito para testar a forçaquem é dono da f12 betcertas ideias e propostas. Se elas ganham fôlego no Brasil, tendem a vingar no resto da região.
Além disso, o professor explica que quem ocupa a principal cadeira do Palácio do Planalto abre espaço para possíveis novos acordos e parcerias com outros governos com posições ideológicas parecidas, o que acaba ajudando certas forças políticas na região.
A vitóriaquem é dono da f12 betLulaquem é dono da f12 bet2003, por exemplo, deu fôlego às candidaturasquem é dono da f12 betEvo Morales, eleito presidente da Bolíviaquem é dono da f12 bet2005, e do equatoriano Rafael Correa, que venceu a disputaquem é dono da f12 bet2006, equem é dono da f12 betCristina Kirchner na Argentinaquem é dono da f12 bet2007.
Apesarquem é dono da f12 beto país estar com a imagem e a credibilidade arranhadas internacionalmente com os escândalosquem é dono da f12 betcorrupçãoquem é dono da f12 betsérie, a turbulência econômica e uma política externa mais acanhada, o Brasil continua sendo um importante e influente ator para a região, lembram os especialistas.
"O Brasil é metade da América do Sulquem é dono da f12 bettermosquem é dono da f12 betpopulação, PIB e território. A tendência équem é dono da f12 betcandidatos imitarem o estilo Bolsonaroquem é dono da f12 betalguns aspectos do discurso que têm ressonância junto a uma parcela significativa do eleitorado brasileiro", observa Anthony Pereira.
Por isso, segundo o professor, a eleição do Brasil pode ser o pontapéquem é dono da f12 betuma nova aliançaquem é dono da f12 betdireita na região.
"Bolsonaro (caso confirme as pesquisas e vença no domingo) pode entrarquem é dono da f12 betcontato com presidente do Chile e da Colômbia para tentar fortalecer a direita e formar uma nova direita, mais ideológica", observa o professor, salientando que seria um passo ousado.
"Essa nova direita seria diferente da direita tradicional do Brasil, que era mais fisiológica", observa o diretor do Brazil Institute.
A professora Tulia Falleti, diretora do programaquem é dono da f12 betestudos sobre América Latina da Universidade da Pensilvânia, também destaca o poderquem é dono da f12 betinfluência do Brasil na região e observa que a candidaturaquem é dono da f12 betBolsonaro elevou a cargaquem é dono da f12 betintolerância entre os eleitores – parte teria passado a adotar um discurso que muitos classificamquem é dono da f12 betmisógino, homofóbico e preconceituoso.
Mas, ao contrário dos outros dois especialistas, a professora acha que esse tom mais agressivo é muito peculiar do Brasil e diz não conseguir imaginar o surgimentoquem é dono da f12 betuma figura "messiânica" como Bolsonaroquem é dono da f12 betoutro país da América Latina.
"Para mim, (o fortalecimento da direita) é uma reação a mudanças sociais que não aconteceramquem é dono da f12 betoutros países da América Latina na mesma extensão", diz Falleti, ponderando que grupos extremistas tendem ganhar forçaquem é dono da f12 betpaíses onde há problemas muito profundos na áreaquem é dono da f12 betsegurança.
"Esses grupos (mais radicais e violentos) são mais prováveisquem é dono da f12 betsurgirquem é dono da f12 betpaíses como Nicarágua e Venezuela, que já vivem uma degradação da segurança mais aguda", completa.
Direita com ligações religiosas
Em muitos países latino-americanos, a chamada "ultra" direita tem surgido com uma ligação forte com grupos religiosos e semprequem é dono da f12 betdefesa da chamada "família tradicional".
São formados, normalmente, por segmentos da população que se sentem "esquecidos" ou não contemplados pelas políticas públicas implementadas nos últimos anos, e que dizem sofrer com um queda relativa na qualidadequem é dono da f12 betvida e da segurança.
Enquanto nos EUA e Europa esses grupos mais radicais são motivados por temas como imigração e terrorismo, na América Latina essa direita ganha fôlego com a desaceleração do ciclo econômico, o fim do boom das commoditiesquem é dono da f12 betexportação - que deixou os governos com menos dinheiro - e escândalosquem é dono da f12 betcorrupçãoquem é dono da f12 betsérie,quem é dono da f12 betespecial os ligados à operação Lava Jato, que atingiram políticos não só no Brasil, masquem é dono da f12 betdiferentes países da região.
O Juntos por México, por exemplo, é uma frente formada por maisquem é dono da f12 bet80 associações conservadoras católicas que se opõem à união homoafetiva, o aborto, a eutanásia e a legalização da maconha. Segundo o jornal espanhol El País, junto com grupos chamados Red Familia, Con Familia e a União Nacionalquem é dono da f12 betPaisquem é dono da f12 betFamília, o Juntos por México ganham forçaquem é dono da f12 betespecial ao influenciar a tramitaçãoquem é dono da f12 betpautas mais progressistas no Congresso mexicano.
No Chile, o Movimento Social Patriota surgiu no ano passado e se coloca como uma terceira via, nemquem é dono da f12 betesquerda nemquem é dono da f12 betdireita. Defende a proteção dos recursos naturais e da família formada por um pai e uma mãe orientada para a procriação. Muitos veem algumas das ideias defendidas pelo movimento como xenófobas, racistas, misóginas e homofóbicas.
No Twitter, eles ressaltam que vão continuar defendendo as pautas que consideram importantes. "Continuaremos a mostrar nosso descontentamento contra esse progressismo globalista e ninguém nos deterá."
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Impacto das eleições na Venezuela e na Argentina
Ainda que a disputa entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro repita uma tendênciaquem é dono da f12 betpolarização entre direita e esquerda já observada na América Latina equem é dono da f12 betoutros países do mundo, ela pode fazer aprofundar essa migraçãoquem é dono da f12 beteleitores do centro para os extremos.
"Os eleitores estão divididosquem é dono da f12 bettodo lugar, mas no Brasil a retórica foi muito além à direita do quequem é dono da f12 betqualquer outro lugar", observa, citando os embates recentes na Colômbia e no México.
Segundo a professora, é preciso observar outros tiposquem é dono da f12 betimpactos para além do fortalecimento da direita.
Ela diz que é muito difícil para qualquer líder atualmente apoiar o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Mas, segundo ela, a dependerquem é dono da f12 betquem vença a eleiçãoquem é dono da f12 bet28quem é dono da f12 betoutubro, a reação à imigração venezuelana pode ser completamente diferente, e até agravar a crise humanitária na região.
Jáquem é dono da f12 betrelação à Argentina, o resultado do pleito deve provocar mais mudanças na economia do que na política argentina, dada a dependência que o país vizinho tem do Brasil.
"O eleitorado argentino até agora tem sido menos direitista que o eleitorado brasileiroquem é dono da f12 bettermosquem é dono da f12 betpreferências para as eleições, segundo pesquisas", diz Maria Victoria Morillo, da Universidadequem é dono da f12 betColumbia.
A professora ressalta, no entanto, que uma eventual vitóriaquem é dono da f12 betFernando Haddad seria interpretada pelos seguidoresquem é dono da f12 betKirchner como um retornoquem é dono da f12 betuma onda mais à esquerda.
Morillo lembra ainda que o ministro das Relações Exteriores da Argentina qualificou Bolsonaro como um políticoquem é dono da f12 betcentro-direita. Tal posturaquem é dono da f12 betnão enquadrar o candidato do PSL num extremo já é vista como um sinal para manter uma boa relação, uma vez que a Argentina enfrenta uma profunda crise econômica e tem o Brasil como um dos principais parceiros comerciais.
"A Argentina é altamente dependente do Brasil para comércio. Com Haddad é fácil antecipar que as coisas não vão mudar muito para a Argentinaquem é dono da f12 bettermosquem é dono da f12 betrelações econômicas. Mas, com Bolsonaro alcançando o poder, como ele tem uma postura mais nacionalista, pode ser muito ruim para a Argentina", complementa Tulia Falleti.
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