Redesbet dá sortebicicletas sem estações chegam ao Brasil: solução ou novo problema para as cidades?:bet dá sorte
Serão 500 bicicletas no início,bet dá sorteum testebet dá sorteduas semanas. Devem chegar a 20 mil até o fim do ano, quase dez vezes mais do que o Bike Sampa, a principal redebet dá sortebicicletas compartilhadas da cidade até agora.
Outras duas empresas já estão cadastradas para lançar serviços iguais, segundo a Prefeiturabet dá sorteSão Paulo - a chinesa Mobike, uma das maiores do mundo, e a Serttel,bet dá sorteRecife. Elas estãobet dá sorte"processobet dá sorteadequaçãobet dá sorteseus sistemas" e ainda não têm data para estrear.
Esse novo jeitobet dá sortecompartilhar bicicletas estábet dá sorteao menos 200 cidades do mundo. Já faz parte da paisagembet dá sorteSeattle, Pequim, Melbourne, Paris, Washington, Lisboa, Roma, Londres, Nova York e é celebrado como uma novidadebet dá sortemobilidade urbana.
"No passado, comprávamos mobilidade ao nos tornar proprietáriosbet dá sorteum carro. Hoje, a mobilidade é cada vez mais um serviço que contratamos", diz Ralph Buehler, professorbet dá sortePlanejamento e Assuntos Urbanos da universidade Virginia Tech, nos Estados Unidos.
No entanto, uma das suas principais vantagens - elas parambet dá sortequalquer lugar - também pode ser um inconveniente. De solução, essas bicicletas se tornaram um problema.
Já ficaram famosas cenas registradas na China, onde há milhões delasbet dá sorteoperação,bet dá sortebicicletas amontoadas nas ruas ou reunidas aos milharesbet dá sortecemitérios após serem removidasbet dá sortecalçadas ou danificadas.
Muitas são vandalizadas e atiradasbet dá sorterios, canteiros e jardins. Ou até mesmo jogadasbet dá sorteárvores ou transformadasbet dá sorteesculturas como protesto.
São frequentes nas redes sociais as reclamaçõesbet dá sortequem depara com elas bloqueando seu caminho nas calçadas. O perfil Dockless Bike Fail (fracasso da bike sem estação,bet dá sortetradução livre) foi criado no Twitter para reunir fotosbet dá sorteproblemasbet dá sorteSeattle. "Tembet dá sortehaver um jeito melhor", explica embet dá sortedescrição. "Isso. Não. Está. Funcionando."
"A recepção do público tem sido surpreendentemente negativa", diz Buehler.
"Enquanto as bicicletas compartilhadas com estações foram bem recebidas e ajudaram a melhorar a imagem do ciclismobet dá sortegeral, esse novo sistema tem gerado reações visceraisbet dá sorteparte do público."
A tecnologia por trás das bicicletas sem estações
Bicicletas compartilhadas foram criadas orignalmentebet dá sorteAmsterdã, na Holanda, nos anos 1960, sem estações ou cadeados, explica Buehler. Mas as witte fietsen (bicicletas brancas,bet dá sorteholandês) sofreram com vandalismo e roubos, e o sistema não vingou.
A Dinamarca fez uma nova tentativa trinta anos depois. As bycykler københavn (bicicletas da cidadebet dá sorteCopenhague,bet dá sortedinamarquês) ficavam presas por correntes às estações e eram destravadas com moedas.
Mas só na década passada, embet dá sorteterceira geração, as bicicletas compartilhadas começaram a fazer sucessobet dá sortefato, com estações mais baratas e simplesbet dá sorteinstalar graças aos painéis solares e compatíveis com pagamentos eletrônicos, como cartões, o que facilitou o acesso a elas.
Existem cercabet dá sortemil cidades no mundo com alguma rede desse tipo, segundo o Institutobet dá sortePolíticas para Transporte e Desenvolvimento (ITPD), nos Estados Unidos.
Hoje, esse mercado cresce 20% por ano e deve movimentar R$ 23,1 bilhõesbet dá sorte2020, segundo a consultoria alemã Roland Berger. Mas seu modelo mais comum até agora, com estações, tem limitações.
"Um dos maiores desafios ainda é o custo das estações. Esse tipobet dá sorteserviço não cobre uma cidade inteira", avalia Dana Yanocha, pesquisadora do ITPD.
A redistribuição das bicicletas pela cidade também é uma questão. Não é raro encontrar estações vazias. Ou completamente cheias e terbet dá sorteprocurar outra para deixar a bicicleta.
A tecnologia das bicicletas sem estação ajuda a resolver isso. Elas são equipadas com GPS e se conectam à internet. Isso permite usar um programa no celular para achá-las onde estiverem, alémbet dá sortedestravar e pagar.
"Por não ter estações, as bicicletas vão aonde as pessoas precisam. A rede se movimenta organicamente. Inclusive, acredito que chegarão à periferia muito mais rápido do que o sistema com estações conseguiria. É mais democrático", diz Lambrecht, da Yellow.
Com milhõesbet dá sortebicicletas nas ruas, surgem problemas
As bicicletas compartilhadas sem estações se tornaram nos últimos dois anos uma alternativabet dá sortetransportebet dá sortecentros urbanos.
"A maior parte do crescimentobet dá sortebicicletas compartilhadasbet dá sorte2017 nos Estados Unidos veio das redes sem estação", diz Nicole Payne, da Associação Nacionalbet dá sorteAutoridades Municipaisbet dá sorteTransporte, órgão que dá apoiobet dá sortemobilidade a 62 grandes cidades americanas.
A chinesa Ofo tem maisbet dá sorte200 milhõesbet dá sorteusuáriosbet dá sorte250 países. A Mobike tem um número semelhantebet dá sorte180 cidades.
Ambas as empresas são financiadas por gigantesbet dá sortetecnologia da China e receberam aportesbet dá sorteUS$ 1 bilhão cada uma recentemente. Em abril, a Uber comprou outra companhia do gênero, a Jump,bet dá sortebicicletas elétricas.
"É interessante ver esse interessebet dá sortefundosbet dá sortecapitalbet dá sorterisco e companhias como o Uber nestas empresas", diz Yanocha.
"As redesbet dá sortebicicletas com estações costumam ser parcerias público-privadas. Esse novo modelo, mais flexível e acessível, é atraente para os investidores."
Mas, ao mesmo tempo, algumas cidades têm enfrentado contratempos com eles.
Em Paris, a Gobee.bikes encerroubet dá sorteoperação - e já fez o mesmobet dá sorteLille, Reims, Milão, Roma, Turin e Bruxelas - após a "destruiçãobet dá sortemassa"bet dá sortesua frotabet dá sortebicicletas.
Lisboa precisou recolher bicicletas acumuladasbet dá sortepraças e sobre bancos nas ruas. Melbourne criou regras para esse serviço após uma sériebet dá sortereclamaçõesbet dá sortebicicletas bloqueando calçadas. Problemas semelhantes ocorrerambet dá sorteSeattle e Phoenix, nos Estados Unidos.
Pequim, Xangai e Shenzhen suspenderam novas bicicletas nas ruas por causa do grande número jábet dá sortecirculação.
"As empresas chegaram e disseram: 'Vamos dar tudobet dá sortegraça, não vai precisarbet dá sorterecursos públicos ou buscar patrocinadores'. E muitas cidades pensaram: 'Que ótimo, não vamos precisar pagar nada'. Mas está ficando claro que essa abordagem não funciona", afirma Yanocha.
As cidades precisam gerenciar esse sistema, defende a pesquisadora, especialistabet dá sortedesenvolvimento urbano. "As cidades não podem deixar as empresas operarem livremente, porque acabam atravancando o espaço público. Precisa ser bem pensado para não criar uma indisposição nas pessoas com as bicicletasbet dá sortegeral."
Ela cita exemplos como obet dá sorteChicago, onde as bicicletas precisam ser presasbet dá sortelocais como paraciclos, para garantir que não fiquem no meio do caminho. Outras cidades estão criando áreasbet dá sorteestacionamento. "Isso diminui um pouco da flexibilidade do sistema, mas é uma resposta aos problemas."
São Paulo cria regras para evitar contratempos
Em São Paulo, um decreto abriu caminho no ano passado para a chegada desses serviços sem estações.
As bicicletas compartilhadas existem na cidade há seis anos - e seu uso vem aumentando.
Desde a reformulação do Bike Sampa no início do ano, com novas bicicletas e estações, o númerobet dá sorteviagens cresceu cinco vezes. Já chegam a 120 mil por dia,bet dá sorteacordo com a Tembici, empresa por trás da rede paulista e que atuabet dá sortemais 14 cidades do país.
"É importante esse modelo sem estações chegar ao Brasil. Quanto mais bicicletas nas ruas, melhor para o nosso negócio e para as cidades", diz o presidente da Tembici, Tomás Martins.
O executivo diz que chegou a avaliar essa ideia, mas preferiu manterbet dá sorterede com estações.
"Infelizmente, no Brasil, não há muito espaçobet dá sortecalçada e áreas públicas onde você pode colocar várias bikes. É complicado. Mas, quando as cidades criam regras, ajuda o serviço a ter mais sucesso."
É o casobet dá sorteSão Paulo, que se adiantou e estabeleceu normas para essas empresas operarem.
Uma resolução prevê que as bicicletas sem estações devem ser retiradas e devolvidasbet dá sortepontos virtuais identificados pelo aplicativo. O preço máximobet dá sortecada viagem ébet dá sorteaté duas passagensbet dá sorteônibus, atualmente R$ 8.
"As empresas são responsáveis por evitar que as bicicletas sejam deixadasbet dá sortelocais que dificultem a mobilidadebet dá sortepedestres, como calçadas. A Prefeitura prevê sanções como multa para quem descumprir essa regra", informou a secretaria municipalbet dá sorteTransportes à BBC News Brasil.
A Yellow diz que fará campanhas para educar os usuários, que serão premiados - ou punidos - por seu comportamento. As punições, no entanto, ainda serão avaliadasbet dá sorteum segundo momento. Também terá funcionários que circularão pela cidade para verificar se as bicicletas estão estacionadas da melhor forma ou se precisambet dá sortemanutenção.
A empresa afirma que minimizará os roubos por ter bicicletas que podem ser rastreadas eletronicamente e com peças exclusivas ou que não podem ser reutilizadasbet dá sorteboa parte dos modelos mais comuns.
O plano da Yellow é ter até 100 mil bicicletasbet dá sorteSão Paulo e lançar redesbet dá sorteoutras cidades. "Acho que existe muito alarde sobre os problemas, não é tão avassalador como parece", diz o cofundador da empresa.
"Acredito que São Paulo vai receber muito bem nossas bicicletas. Estamos sendo supercautelosos e conversando constantemente com o poder público para fazerbet dá sorteforma organizada e não deixar fugir do controle."