Nós atualizamos nossa Políticacasas de apostas francesasPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termoscasas de apostas francesasnossa Políticacasas de apostas francesasPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
'O pessoal está notando que a gente existe': o aplicativo que coloca catadorescasas de apostas francesasrecicláveis no mapa:casas de apostas francesas
Desenvolvido pela ONG Pimp My Carroça, do grafiteiro e ativista Mundano,casas de apostas francesasSão Paulo, o Cataki ganhou,casas de apostas francesasfevereiro,casas de apostas francesasParis, o grande prêmiocasas de apostas francesasinovação do Netexplo, observatório que estuda o impacto social e econômicocasas de apostas francesastecnologias digitais e premia as iniciativas consideradas mais inovadoras,casas de apostas francesasum fórum realizadocasas de apostas francesasparceria com a Unesco.
O aplicativo indica os catadorescasas de apostas francesasuma regiãocasas de apostas francesasum mapa com íconescasas de apostas francesascarroças, o veículo com que a maioria transporta os resíduos que coleta.
De acordo com a ONG, os catadores são responsáveis pela coletacasas de apostas francesas9casas de apostas francesascada 10 quiloscasas de apostas francesasmaterial reciclado no país - mas não têm reconhecimento pelo papel que desempenham. O Censocasas de apostas francesas2010 identificou no Brasil, na época, cercacasas de apostas francesas400 mil catadorescasas de apostas francesasmateriais recicláveis.
O país gera maiscasas de apostas francesas200 mil toneladascasas de apostas francesaslixo por dia, mas uma parcela pequena vai para reciclagem - cercacasas de apostas francesas13%,casas de apostas francesasacordo com o estudo do Institutocasas de apostas francesasPesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
"Nosso foco é que os catadores sejam reconhecidos como prestadorescasas de apostas francesasum serviço público, e que o aplicativo ajude a gerar mais renda para eles", diz Carol Pires, coordenadora do Pimp My Carroça.
O aplicativo é uma plataforma colaborativa sem fins lucrativos, e os valores para uma coleta ficam a cargo da negociação entre as partes. Não há taxas para usar o app, mas a recomendação é que o catador seja pago pelo serviço, diz Pires -casas de apostas francesasacordo com a quantidadecasas de apostas francesasmaterial a ser coletado a distância a ser percorrida.
'Invisibilidade social'
No aplicativo, os íconescasas de apostas francesascarroças levam a um curto porém simpático perfil apresentando cada catador, com foto, apelido, telefone, as áreas onde atua, os tiposcasas de apostas francesasresíduos que coleta e uma breve históriacasas de apostas francesasvida.
O perfilcasas de apostas francesasDona Rosa trazcasas de apostas francesasfoto sorridente na Linha do Tiro, bairro onde mora no Recife, na zona norte da capital pernambucana.
Inclui seu lemacasas de apostas francesasvida - "a reciclagem trouxe meu sustento" - e um resumo dos veículos dos quais dispôs ao longocasas de apostas francesas20 anos na coleta: "começou com triciclo, carroça, cavalo e agora tem uma Kombi velha".
A Kombi foi comprada com o dinheiro da rescisão recebida pelo marido há cercacasas de apostas francesastrês anos, quando foi demitidocasas de apostas francesasuma empresacasas de apostas francesasreciclagem. No ano passado, o veículo passou por uma "pimpada", recauchutagem que está na origem do trabalho do Pimp My Carroça. Em tradução livre, o nome da ONG significa "turbine minha carroça" e foi inspirado no programa americanocasas de apostas francesasTV Pimp My Ride, que transformava latas-velhascasas de apostas francesascarros turbinados.
O projeto foi iniciado por Mundanocasas de apostas francesas2012, criando mutirões para grafitar carroçascasas de apostas francesascatadores e catadoras e fazer uma sériecasas de apostas francesasreparos nos veículos - para aumentarcasas de apostas francesasvisibilidade e autoestima.
Diantecasas de apostas francesaspúblicos internacionais no TED e na Unesco, o grafiteiro vem comparando esses profissionais a super-heróis - que teriam o "poder" da invisibilidade na sociedade, fazendo um trabalho essencial para o meio ambiente e para a sustentabilidade das cidades, mas sem receber reconhecimento.
"No mundo todo, as empresas estão gastando bilhões falandocasas de apostas francesassustentabilidade. Mas essas são as pessoas que estão agindo na prática. Ao conectá-las, podemos aumentarcasas de apostas francesasrenda e ajudá-los emcasas de apostas francesasmissão", afirmou Mundano ao apresentar o app no fórum da Netexplo.
O Cataki estava entre as dez inovações premiadas neste ano. Após a apresentaçãocasas de apostas francesascada uma, foi eleito pelo público como o grande vencedor deste ano.
Kombi 'Joinha'
No fim do ano passado, a Kombicasas de apostas francesasdona Rosa foi pintada pelo grafiteiro pernambucano Johny Cavalcanti como parte do Pimp My Carroça, com apoio da escola Saber Viver, do Recife. Ganhou cores vibrantes e uma "cara" feminina, com cílios prolongados nos faróis e um sorriso largo sobre o parachoque. Dona Rosa apelidou o veículocasas de apostas francesasJoinha e diz que passou a ser reconhecida na rua, atraindo atenção por onde passa.
"Ela me trouxe muita alegria. Mas muita gente não sabe o que é arte, né? Tem gente que diz: 'Tira esse circo daqui!' e eu: 'É circo, mas está me sustentando!' Ou então: 'Tira essa palhaçada daqui!' e eu: 'Não é palhaçada não, bem, é meu ganha pão!'", conta.
Ela enumera assim as principais dificuldades na vida do catador: gente que joga vidro quebrado no lixo sem separar, gente que joga cocôcasas de apostas francesascachorro no lixo sem separar, e o preconceito.
Desde que se cadastrou na Cataki, dona Rosa conta com novos clientes fixos, como uma filial um hospital, alguns prédios no bairrocasas de apostas francesasCasa Amarela e uma residência no Caxangá.
"O aplicativo é muito bom porque está dando valor à gente. Está trazendo reconhecimento. Através dele, o pessoal está notando que a gente existe."
Ela diz que "quem a vê hoje assim", rodando pela cidade com uma Kombi tão bonita e levando sustento para casa, não imagina o que ela já passou na vida.
Rosa nasceucasas de apostas francesasAliança, cercacasas de apostas francesas100 km à noroeste do Recife. Órfãcasas de apostas francesaspai e mãe, aos 8 anos foi levada para a capital para viver e trabalhar na casacasas de apostas francesasuma família. O casal faleceu poucos meses depois. Ainda criança, Rosa seguiu morando com outros membros da família, num "pinga-pinga"casas de apostas francesascasacasas de apostas francesascasa. "Teve tempocasas de apostas francesaseu dormir até no chãocasas de apostas francesascima da minha roupa", lembra.
"Graças a Deus, encontrei um meio para poder vencer na vida e nunca mexi no que é dos outros", afirma.
Começou a trabalhar com reciclagem com o marido, e hoje conta com a ajuda do filho,casas de apostas francesas24 anos. Engravidar não estava nos planos, mas virou uma bênção. "Ele foi um projetocasas de apostas francesasDeus. Eu mesma não queria ter filho. Passei por muita dificuldade na vida, não queria botar um filho no mundo para passar pelo que eu passei", diz, com lágrimas nos olhos apesarcasas de apostas francesaso sorriso continuar no rosto. "Eu passei por muita coisa, minha filha."
'Cadastre um catador'
Segundo a coordenadora Carol Pires, a ideia do Cataki surgiu a partir da visibilidade gerada pelas maiscasas de apostas francesas300 carroças que já foram turbinadas Brasil afora pelo Pimp My Carroça - e as perguntas que se seguiram.
"A gente começou a receber pedidoscasas de apostas francesaspessoas próximas falando que tinham materialcasas de apostas francesascasa e precisavam do contatocasas de apostas francesasum catador", conta Pires. "Faltava uma maneiracasas de apostas francesasas pessoas encontrarem os catadores na região onde moram."
Hoje, o aplicativo tem maiscasas de apostas francesas500 catadores cadastradoscasas de apostas francesascercacasas de apostas francesascem cidades no país.
Mas écasas de apostas francesasSão Paulo e no Recife que está mais consolidado. Isso porque ele dependecasas de apostas francesasum trabalho gerencial e social que vai muito além da interface tecnológica, e nas duas cidades há representantescasas de apostas francesascontato permanente com os catadores.
Ellen Fernanda, coordenadora no Recife, diz que a capital tem servido como uma espéciecasas de apostas francesascidade-modelo para o aplicativo, buscando desenvolver ações para aprimorar seu funcionamento. Ela tem feito encontros mensais com os cadastrados para orientá-los no uso do aplicativo. São dicas básicas, para uma populaçãocasas de apostas francesasgeral muito carente.
"Oriento eles sobre como atender o telefone, combinar a coleta, que devem pedir para alguém anotar o endereço se não souberem escrever... São muitas dificuldades", explica. "Eu busco elevar a autoestima deles, falo sobre a importânciacasas de apostas francesasseu trabalho", conta.
Ellen diz que a simples tarefacasas de apostas francesasmanter o cadastro atualizado envolve um trabalho braçal enorme, já que os catadores muitas vezes perdem os celulares, mudamcasas de apostas francesaschip ecasas de apostas francesasnúmero. Conseguir a doaçãocasas de apostas francesasaparelhos também tem sido parte do trabalho, e campanhas nesse sentido também vêm sendo realizadas por voluntários do Catakicasas de apostas francesasoutras cidades.
Se inclusão digital está longecasas de apostas francesasser uma realidade para a maioria, a expectativa da ONG não écasas de apostas francesasque os próprios catadores se cadastrem nem dependamcasas de apostas francesassmartphone ou acesso a internet. A ideia é incentivar que simpatizantes lhes apresentem o aplicativo e façam o cadastro para eles. Aos catadores basta ter um númerocasas de apostas francesastelefone, que será informadocasas de apostas francesasseu perfil no aplicativo.
"A ideia é que as pessoas se apropriem mesmo. Se baixam o aplicativo e não acharem catadores emcasas de apostas francesasregião, que ajudem a cadastrá-los quando os encontrarem na rua", explica Carol Pires.
De Miguel Arraes a Eduardo Campos
A BBC News Brasil acompanhou o trabalhocasas de apostas francesascoletacasas de apostas francesasRosa numa manhã quentecasas de apostas francesassábado no Recife. Ela nos recebeu com um suco refrescantecasas de apostas francesascajá, feito da fruta e não da polpa, emcasas de apostas francesascasa, um apartamento pequeno no Conjunto Habitacional Eduardo Campos, batizadocasas de apostas francesashomenagem ao falecido ex-governadorcasas de apostas francesasPernambuco.
Antes disso, a família viveu durante 20 anoscasas de apostas francesasuma favela que sempre alagava na época das chuvas. A "invasão" era conhecida como Vila Miguel Arraes - o avôcasas de apostas francesasEduardo Campos, que foi três vezes governadorcasas de apostas francesasPernambuco.
Dona Rosa partiu na Kombi com Renato, seu parceirocasas de apostas francesastrabalho, que dirigia o veículo e encostava sempre que apareciam pilhascasas de apostas francesascaixas ou outros materiais recicláveis na calçada. Ela saltava do carro, pegava o material correndo e jogava na caçamba, os carros atrás buzinandocasas de apostas francesasprotesto.
A parada principal foi na filial Cultura Inglesa do bairro Madalena,casas de apostas francesasonde a dupla saiu com sacolas e mais sacolascasas de apostas francesaspapel, plástico, PET e outros materiais, enchendo a Kombi. O acordo é que Rosa e Renato recebem R$ 50casas de apostas francesascada coleta,casas de apostas francesas15casas de apostas francesas15 dias. O contato foi feito por Raquel Laureano, diretora-executiva do cursocasas de apostas francesasinglês. Ela conta que eles têm buscado envolver os alunos e seus pais, incentivando que tragam materiaiscasas de apostas francesascasa, se não tiverem onde reciclar.
"Essa preocupação deveria ser do poder público, mas é também dos indivíduos. Acho que essa consciência está começando a aumentar com iniciativas como essas. Não adianta esperar o poder público agir", considera.
Na primeira ida ao cursocasas de apostas francesasinglês, dona Rosa foi apresentada aos professores e alunos e teve um diacasas de apostas francesaseducadora: pediram-lhe que falasse sobre o que fazia e ensinasse a melhor formacasas de apostas francesasseparar os materiais para a coleta.
"Minha filha, cheguei a ficar sem ter noçãocasas de apostas francesascomo reagir. É uma coisa muito bonita, muito boa. Você já passou por muita dificuldade na vida ecasas de apostas francesasrepente aparece uma coisa boa assim", orgulha-se. "Estou feliz porque estão reconhecendo o nosso trabalho."
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível