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Cortesite de black jackverbas paralisa testessite de black jackchip brasileiro que pode devolver movimentos a tetraplégicos:site de black jack
Foi quando conheceu o pesquisador americano Stephen Saddow, que há 15 anos pesquisava um material para interfaces neurais que pudesse ser espetado no cérebro apenas uma vez e ali ficasse para o resto da vida, sem irritar os anticorpos do entorno.
"O material dele era flexível e permitia uma inserção cerebral sem causar traumas. O eletrodo que ele desenvolveu é como uma folhinhasite de black jackpapel, que precisa ser inserida no córtex cerebral. Ninguém faz isso hoje", explica Gazziro.
A descoberta da biocompatibilidade do material, à basesite de black jackcarbetosite de black jacksilício, pavimentaria o início do projeto Interface Neural Implantável (INI), que reuniria, alémsite de black jackGazziro e Saddow, a cientista Luciene Covolan, da Unifesp, e uma pequena empresa catarinense, a Chipus Microelectronics, fundada por ex-pesquisadores da Unicamp e da USP São Carlos.
Juntos, eles buscavam desenvolver um chip minúsculo, que transmitiria, via tecnologia wireless, ordens dos cérebro a uma máquina fora do corpo humano, que executaria os movimentos que os membros dos tetraplégicos não conseguem fazer. Se bem-sucedida, a pequena interface seria o elo que finalmente conectaria humanos e exoesqueletos.
"Há anos, pesquisas no campo da ciência biomédica buscam devolver movimentos a pessoas com deficiência, mas essa solução ainda não existe", afirma Paulo Augusto Dal Fabbro, cofundador da Chipus. "O projeto é algo esperançoso."
Implante no cérebro
A busca por uma interface que possibilite o cérebro comunicar-se diretamente com máquinas começou ainda nos anos 1970. Quatro décadas depois, as estruturas robóticas vestíveis estão prontas. Um exemplo é o exoesqueleto desenvolvido pelo time do cientista brasileiro Miguel Nicolelis e usado por um tetraplégico para o chute inaugural na abertura da Copa do Mundosite de black jack2014.
Porém, pesquisadores ainda buscam uma solução implantável para que cérebro e máquina conversem,site de black jackforma que sejam dispensados os fios inseridos na cabeça, cuja durabilidade média ésite de black jackdois anos.
"Você não quer ser uma pessoa andando com cabos que te ligam a um estimulador fora do corpo. Precisasite de black jackum sistema que seja duradouro. E se o fio se enrosca, perdemos o implante ou machucamos o paciente", explica Luciene Covolan, professora-associadasite de black jackneurofisiologia na Unifesp e responsável pelos testes do chipsite de black jackanimais.
Mas para os fios serem substituídos, era preciso uma opção que consumisse pouquíssima energia, funcionasse sem bateria e, mesmo abrigandosite de black jacktornosite de black jack500 eletrodos, fosse pequena o suficiente para não ser rejeitada pelo organismo humano.
A interfacesite de black jackGazziro, Covolan e seus colegas funciona por meiosite de black jackeletrodos feitossite de black jackcarbetosite de black jacksilício, acoplados a um pequeno chip. Ao serem implantados no cérebrosite de black jackmaneira cirúrgica, os eletrodos, que agem como uma espéciesite de black jackfio, se comunicam com os neurônios do córtex motor para captar mensagens neurológicas.
"É dali que saem os sinais para a espinha (dorsal). Quando a pessoa quer movimentar o braço, a atividade cerebral existe: no cérebro, você está movendo a mão, mas, se a pessoa danificou a espinha, o sinal não chega ao corpo", explica Gazziro.
O sinal dos neurônios captado pelo eletrodo é então transmitido para o chip, que amplifica esse sinal e o manda, via frequênciasite de black jackrádio, para fora da caixa craniana. Uma antena externa, no couro cabeludo, capta a mensagem inicial dos neurônios e a envia para a estrutura robótica acoplada ao corpo do paciente, que responde aos sinais do cérebro, movendo o membro solicitado.
Nos primeiros testessite de black jackanimais, os eletrodos se mostraram resistentes e biocompatíveis com o cérebro, o que,site de black jacktese, faria com que o material durasse a vida toda. Uma única cirurgia seria necessária, para inserir o chip, que não precisaria ser reposto.
"O cérebro é extremamente sensível. Cada vez que você espeta ali um eletrodo, é uma agressão ao tecido nervoso. Você não quer abrir o cérebro a cada dois anos e espetar esse eletrodo lá", explica Covolan.
"Hoje há interfaces com fios atravessando a caixa craniana, mas elas trazem a possibilidadesite de black jackinfecção e podem causar traumas fatais. A nossa solução seria colocar os eletrodos dentro da cabeça do paciente e nunca mais abri-la. Poderia ser feito com crianças, e nunca mais precisaria repor", aponta Gazziro.
Sem dinheiro
Em 2012, dois anos após a aproximação inicial entre Gazziro e Saddow, o cientista americano conseguiu uma bolsa para ser professor-visitante na USP São Carlos e participar das pesquisas. O dinheiro veio pelo programa Ciências Sem Fronteiras, que buscava, alémsite de black jackenviar pesquisadores brasileiros para o exterior, trazer cientistassite de black jackalto impacto para o Brasil.
Em meadossite de black jack2015, com a primeira geração da interface pronta, os testessite de black jackanimais começaram, e os resultados foram animadores. "Nos nossos dados preliminares, o carbetosite de black jacksilício praticamente não cria resposta inflamatória no tecido nervoso. O tecido respondesite de black jackuma maneira muito mais satisfatória que com os eletrodos tradicionais", afirma Covolan.
No entanto, logo após os resultados positivos, veio o revés inesperado: a verbasite de black jackR$ 400 mil solicitada pelos cientistas para a Finep (Financiadorasite de black jackEstudos e Projetos), agência do governo federal,site de black jack2015, não saiu. Como resultado, ficou impossível cobrir os custos dos estudos clínicos, entre R$ 25 e R$ 30 mil reais cada.
No mesmo ano, a bolsasite de black jackSaddow com o Ciências sem Fronteiras foi suspensa. O cientista mudou-se para a Itália, onde passou os últimos anos para aprimorar interfaces motoras neuromusculares. Em abrilsite de black jack2016, o Ciências sem Fronteiras foi definitivamente encerrado.
Sem dinheiro para os testes e com o cortesite de black jackverbas para pesquisadores, no ano passado Covolan mudou-se para os Estados Unidos, onde tinha uma oferta para continuar suas pesquisas, sobre epilepsia e acidentes vasculares cerebrais (AVC), no Lerner Research Institute, na Cleveland Clinic.
"O anosite de black jack2016 foi muito difícil. Você conversava com as pessoas e havia desânimo geral", diz Covolan. "Isso levou várias pessoas a buscar outros caminhos. (Vir para os EUA) foi uma alternativa que encontrei para continuar meus projetos e não perder produtividade".
Gazziro lamenta a dispersão do time: "Depoissite de black jacktrês anos com todo mundo trabalhando junto,site de black jackrepente, por uma crise, perdemos dois pesquisadores. Foi muito triste."
Procurado para comentar o cortesite de black jackverbas e o impacto do fim do programa Ciência sem Fronteirassite de black jackpesquisas no Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia não respondeu.
Chip entre os trêssite de black jackmenor consumosite de black jackenergia no mundo
Apesar da faltasite de black jackinvestimentos, as pesquisas não pararam. No último ano, os pesquisadores refinaram a parte teórica do projeto e melhoraram o consumosite de black jackenergia do chip implantável. "Naquela época, (o nosso chip) já estava entre os trêssite de black jackmenor consumosite de black jackenergia do mundo, mas melhoramos aquele resultadosite de black jackdez vezessite de black jacklá para cá", diz Gazziro.
Os pesquisadores também encontraram uma nova frequênciasite de black jackoperação para o chip, que resultasite de black jackmenor absorçãosite de black jackenergia pelos tecidos e a água que existem no córtex cerebral, o que melhora o funcionamento da interface. "O chip tem o eletrodo que capta informações do córtex para enviar aos membros, e ele precisasite de black jackenergia para trabalhar. Com essa descoberta, vamos redesenhar parte do circuito", explica Augusto Dal Fabbro, da Chipus.
Em 2018, os cientistas tentarão novo financiamento. Se sair e a pesquisa obtiver sucesso, os pesquisadores pretendem doar a patente a grandes laboratórios para testarem a interface. "Os exoesqueleto estão prontos, mas não existe ainda uma interface cerebral que permita que esse exoesqueleto seja unido ao corposite de black jackmaneira segura e permanente", afirma Gazziro.
"O mundo todo está buscando uma interface que funcione. O nosso trabalho é provar para o mundo que essa solução é a nossa."
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