Restaurantesapostas do bet365favelasapostas do bet365SP atraem clientelaapostas do bet365shoppingsapostas do bet365luxo vizinhos:apostas do bet365
Almeida credita o sucessoapostas do bet365seu restaurante, que tem até fila para entrar, a seu temperoapostas do bet365"comida caseira" e ao seu empreendedorismo, mas também à oportunidade que a crise econômica lhe deu. "Se meus clientes almoçam no shopping, gastam o VR (vale-refeição)apostas do bet36515 dias. Aqui, dura o mês inteiro. As pessoas querem economizar", diz.
O publicitário Guilherme Linares,apostas do bet36526 anos, comia, como entrada, uma porçãoapostas do bet365batatas fritas e tomava um refrigerante sentado a uma mesa do ladoapostas do bet365fora, na viela - o cardápio do dia tinha como pratos principais filéapostas do bet365merluza, moquecaapostas do bet365cação e costela com molho barbecue.
"Recebo R$ 30apostas do bet365alimentação por dia. Se eu comer no shopping, o VR dura 10 dias. Lá, a comida é cara e industrial. Aqui é comida caseira", diz Guilherme Linares,apostas do bet36526 anos, publicitárioapostas do bet365uma agênciaapostas do bet365propaganda.
Talita Feba, publicitáriaapostas do bet36527 anos, afirma que amigos e parentes estranham quando ela conta que almoça diariamenteapostas do bet365uma favela. "Dizem: 'mas não é perigoso?' Eu respondo que não, é tranquilo, bom e barato", diz.
Revertendo uma tendênciaapostas do bet365alta nos últimos anos, os preçosapostas do bet365alimentos e bebidas acompanhados pelo IPCA - índiceapostas do bet365 inflação calculado pelo IBGE - tiveram quedaapostas do bet3652%apostas do bet365janeiro a outubro. O item "alimentação fora do domicílio" também vem cedendo, masapostas do bet365ritmo mais lento. Nos últimos 12 meses, a inflação agregada no Brasil desacelerou para 2,2%, ante altaapostas do bet36510,67%apostas do bet3652016.
'Achava que era perigoso almoçar na favela'
A favela Panorama sobreviveu à transformaçãoapostas do bet365um terreno ao ladoapostas do bet365um dos shoppings mais caros da cidade - no mesmo complexo há condomíniosapostas do bet365apartamentos milionários. Parte da área da comunidade é usada como estacionamento para carros cujos donos também trabalhamapostas do bet365empresas da região.
O cozinheiro Almeida,apostas do bet36546 anos, nem mora ali: viveapostas do bet365Paraisópolis, segunda maior favelaapostas do bet365São Paulo. Ele nasceuapostas do bet365Araioses, no Maranhão, e migrou para São Pauloapostas do bet3651991.
Trabalhou anos como encanador, até abrir seu primeiro negócio na favela Real Parque, também na zona sul. Vendia 3 mil pães por dia emapostas do bet365padaria, mas,apostas do bet3652011, a loja foi consumida pelo fogoapostas do bet365um incêndio que destruiu parte da comunidade.
"Eu tinha investido R$ 300 mil na padaria, todo o dinheiro que guardei. Fiquei lelé da cabeça", conta. "Abri o restaurante aqui (na Panorama) para os operários do shopping, depois vieram os seguranças. O boca a boca aumentou e os funcionários das empresas começaram a vir também". Hoje, o estabelecimento, que surgiuapostas do bet365uma garagem, tem três andares e mesas dispostas na frente,apostas do bet365uma viela.
O restaurante tem outros oito funcionários e serveapostas do bet365média 150 refeições por dia. O sucesso do local entusiasmou outros restaurantes da favela - já existem outros três restaurantes populares, que ficam cheios a pontoapostas do bet365surgirem filas do ladoapostas do bet365fora.
A analistaapostas do bet365estratégia Fernanda Andrade,apostas do bet36529 anos, conta que, inicialmente, ficou com receioapostas do bet365sair do escritório para almoçar na favela. "Eu tinha um poucoapostas do bet365preconceito, achava que era perigoso. Hoje, na minha empresa, a maioria das pessoas vem comer aqui", conta ela, que trabalhaapostas do bet365uma multinacional ao lado.
Quentinhas por R$ 13
O restaurante na comunidade Panorama não é o único com esse perfilapostas do bet365São Paulo. Em Paraisópolis, por exemplo, vizinha ao bairro do Morumbi, existe o Café & Bistrô Mãosapostas do bet365Maria, que funcionaapostas do bet365uma laje da favela. Criado por uma associaçãoapostas do bet365mulheres, o restaurante serve almoço por até R$ 25 e tem showsapostas do bet365música para frequentadores da região e tambémapostas do bet365fora.
Já na favela do Coliseu, na Vila Olímpia - bairro comercial na zona oeste paulistana -, a cozinheira Regina Alves dos Santos,apostas do bet36555 anos, produz suas marmitas dentroapostas do bet365um barracoapostas do bet365madeira. Ao lado, ela administra um boteco cujo happy hour recebe funcionáriosapostas do bet365grandes empresas da região.
A comunidade é vizinha do shoppingapostas do bet365luxo JK Iguatemi e dos prédios espelhados da construtora Camargo Corrêa, onde Santos entrega suas "quentinhas" diariamente - elas saem por R$ 13. "Pessoal da Camargo Corrêa vem aqui para o happy hour. Até meu cliente do Bradesco aparece", diz ela. "Pessoal vem amuado, com medoapostas do bet365ser assaltado, mas depois vê que é tranquilo, que a comida é boa e a cerveja é gelada."
Santos é pernambucanaapostas do bet365Araripina e migrou para São Paulo no final dos anos 1970 para casar e melhorarapostas do bet365vida. Por uma década trabalhou como metalúrgicaapostas do bet365São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde viveu o períodoapostas do bet365greves comandadas pelo então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva.
Já nos 1990, abriu seu bar na comunidade do Coliseu, quando a maioria dos prédios da região ainda não existia e a favela era bem maior. Hoje, a Coliseu vive espremida entre os prédios espelhados.
Assim como o colega da Panorama, ela também sofreu com um incêndio. Há quatro anos, alguns barracos da favela pegaram fogo. Ela não se lembra como se salvou: quando as chamas começaram, correu para o andarapostas do bet365cima do bar. "Acordei na rua, com os bombeiros me atendendo. Meu rosto e minhas mãos ficaram queimados. Dias depois, eu voltei a trabalhar".
Com o dinheiro que ganha no bar e vendendo marmitas, a cozinheira conseguiu comprar quatro carros - umaapostas do bet365suas paixões.
'O shopping é que incomoda a gente'
A prefeitura promete há décadas que vai construir habitações sociais na área da Coliseu. A líder comunitária Rosana Maria dos Santos,apostas do bet36547 anos, ainda tem esperança. "Os prédios apareceram e engoliram a comunidade, que existe há 70 anos. Mas parece que agora a construção das moradias vai começar", diz.
Nascida na área, a líder comunitária diz que a favela, que ficaapostas do bet365uma terreno nobre, sofre com especulação imobiliária. "O shopping fica incomodado com a favela. Mas estamos aqui antes deles, quando ninguém queria morar aqui. Eles é que incomodam a gente", diz.
Já a cozinheira Regina Alves dos Santos fica feliz quando vê seu bar cheioapostas do bet365moradores da Coliseu eapostas do bet365genteapostas do bet365outras classes sociais mais elevadas. "Quando vejo o pessoal das empresas aqui, nem acredito. Mas fecho os olhos e digo: a vida é assim mesmo, pobre aqui e o rico do lado. Todo mundo junto", diz.