Marina Silva: 'Nunca se juntaram por educação, saúde e segurança e agora se unem para salvar a própria pele':casino pachanga

Legenda do vídeo, Marina chama Bolsonarocasino pachanga'populista' e diz não acreditarcasino pachangasolução 'a qualquer custo'

Para Marina, o Congresso tem dificuldadecasino pachangacassar seus integrantes por "corporativismo" e várias legendascasino pachangadiferentes espectros políticos se unem para "salvar a própria pele". "Aqueles que nunca se juntaram para defender saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, agora estão unidos para evitar a punição dos crimes que cometeram", diz, citando o PT, PMDB, PSDB e DEM.

Evangélica, defende o Estado laico. Ambientalista, diz que os céticoscasino pachangarelação ao aquecimento global são minoria e deveriam adotar o princípio da precaução para evitar que o homem destrua a natureza.

Leia os principais trechos da entrevista concedida à BBC Brasilcasino pachangaLondres, onde Marina participacasino pachangaum debate e tem buscado experiênciascasino pachangadiferentes áreas, como educação e meio ambiente, que possam ser aplicadas no Brasil.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora tem viajado para fazer palestras na Europa e nos EUA. Na quarta-feira, fala no King's College, aquicasino pachangaLondres. Que mensagem traz nesse momentocasino pachangaturbulência política e crise econômica no Brasil, momento que a senhora definiu como "um poço sem fundo, por ser pior que o fundo do poço" casino pachanga ? casino pachanga Há espaço para otimismo?

casino pachanga Marina Silva - Tem espaço para ter persistência. Venho (à Europa) para uma sériecasino pachangacompromissos. Vim para uma palestra sobre mudanças climáticas, depois fui à Holanda onde conheci uma sériecasino pachangaexperiênciascasino pachangainovação tecnológica, educação, ativismo social, agricultura, financiamentocasino pachanganovos projetos voltados para a sustentabilidade. Aquicasino pachangaLondres, fomos a uma escola interessantecasino pachangaque o currículo integra valores voltados para a sustentabilidade. Quando disse que a gente parecia estar saindo do fundo do poço para uma espéciecasino pachangapoço sem fundo, me referia a algo grave acontecendo no Brasil, que é a pressão sobre a Lava Jato, uma das coisas mais importantes depois da nossa redemocratização. O trabalho que estão fazendo ao mostrar que a lei é para todos, que a corrupção sistêmica deve ser combatida pela raiz, agora está sendo ameaçado por uma ação da dita classe política tentando mudar as regras do jogo.

casino pachanga BBC Brasil - De onde exatamente vem essa pressão?

casino pachanga Marina Silva - Essa pressão vem do Congresso, vem do próprio Executivo que acabacasino pachangaencaminhar um processo para o Supremo propondo que não seja mais válida a prisão daqueles que foram condenadoscasino pachangasegunda instância. E, agora, o julgamento do próprio presidente Temer pelo Congresso e a decisão do Supremo que deu ao Congresso a última palavracasino pachangarelação à punição dos parlamentares. Ou seja, é o único segmento da sociedade que terá podercasino pachangafazer o seu autojulgamento. Como se não bastasse o foro privilegiado, agora terão o autoindulto privilegiado. Isso será para o Aécio Neves, mas também será para todos os demais que se encontram na mesma situação que ele, envolvidoscasino pachangagraves denúnciascasino pachangacorrupção.

Aécio Neves
Legenda da foto, 'Como se não bastasse o foro privilegiado, agora terão o autoindulto privilegiado. Isso será para o Aécio Neves, mas também será para todos os demais' | Foto: Agência Senado

casino pachanga BBC Brasil - A senhora já foi senadora, conhece muito bem aquela casa. Qual é a dificuldadecasino pachangase cassar os próprios pares casino pachanga ? casino pachanga Prevalece o corporativismo?

casino pachanga Marina Silva - Além do corporativismo, agora tem outros fatos. Tivemos cassações importantes como a do senador Arruda e do próprio Antônio Carlos Magalhães...

casino pachanga BBC Brasil - Desculpe-me por corrigir a senhora, mas cassados foram o Luiz Estevão, o Demóstenes Torres e, mais recentemente, o Delcídio Amaral. José Roberto Arruda renunciou (Antônio Carlos Magalhães também renunciou)...

casino pachanga Marina Silva - Sim, mas por uma manobra. Renunciou porque sabia que ia ser cassado. A renúncia não foicasino pachangafunçãocasino pachangaum atocasino pachangagrandeza; foi porque tinha certezacasino pachangaque seria cassado e, para evitar perder direitos políticos e ficar inelegível fizeram a renúncia. Agora, para além do corporativismo, temos o fatocasino pachangaque são muitos os investigados e comprovadamente culpados no âmbito da Lava Jato. Partidos que antes se combatiam agora estão unidos. PT, PMDB, PSDB, DEM, todos estão juntos para salvar a própria pele, a pele dos seus líderes. É por isso que a dificuldade agora é bem maior. Aqueles que nunca se juntaram para defender saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, agora estão unidos para evitar a punição dos crimes que cometeram.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora falou da Lava Jato e o medo da pressão, mas acha quecasino pachangaalgum momento a operação cometeu algum erro, alguma falha capazcasino pachangacolocar a reputação da investigaçãocasino pachangarisco?

casino pachanga Marina Silva - A Lava Jato vem fazendo um trabalho exemplar e espero que se transforme no novo paradigma para a Justiça brasileira. Todos os mecanismos das instituições públicas têm suas próprias formascasino pachangacontrole. A Lava Jato vem trabalhando junto com o Ministério Público e a Polícia Federal e os que são investigados têm direito à ampla defesa. O problema é que as provas são muito contundentes. Pessoas com malacasino pachangadinheiro, um apartamento com milhõescasino pachangareais dentrocasino pachangacaixas, comprovaçõescasino pachangadepósitoscasino pachangacontas bancárias no exterior. O documento fala por si mesmo.

Manifestante com cartazcasino pachangaSergio Moro

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Para Marina, Lava Jato faz um trabalho 'respeitável' e juízes não podem ser colocados como se fossem os que cometem irregularidades

O trabalho que está sendo feito é respeitável. E, claro, os juízes não podem ser colocados como se eles estivessem cometendo irregularidades. Infelizmente, uma boa parte dos investigados gostariacasino pachangater a prerrogativacasino pachangaestar julgando seus investigadores e julgadores. Foi por isso que o senador Renan Calheiros apresentou a lei do abuso do poder, que juntou PT, PMDB, PSDB para tentar aprovar o projetocasino pachangaanistia e é por isso que agora, igualmente, estão juntos para acabar com (a prisão) depoiscasino pachangajulgamentocasino pachangasegunda instância.

casino pachanga BBC Brasil - Voltando à pergunta inicial, a senhora está fazendo um tour pela Europa, mas queria saber se pretende fazer o mesmo no Brasil, como Lula está fazendo, como Fernando Haddad, Jair Bolsonaro e João Doria. A senhora pretende dar uma volta pelo Brasil?

casino pachanga Marina Silva - Faço isso há maiscasino pachanga30 anos e não apenascasino pachangaperíodo eleitoral. A vida toda me dediquei a andar nos Estados, nos municípios mais pobres, conhecendo a realidade da sociedade brasileira.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora faz isso sem climacasino pachangacampanha?

casino pachanga Marina Silva - Sem climacasino pachangacampanha e acho que esse é o melhor momento para que possamos fazer as coisas. O problema é que as pessoas deixam para fazer determinadas coisas nos períodos eleitorais. Entendo que as soluções para o mundocasino pachangacrise que a gente está vivendo têm uma complexidade tamanha... é bom para a gente conhecer outras experiências.

O que está dando certo na educação no Brasil pode ter uma contribuição para a educaçãocasino pachangaoutras regiões do mundo. Não podemos mais nos fechar como se fôssemos uma ilha. O Brasil é ricocasino pachangaboas ideias. Quando fui ministra do Meio Ambiente, não inventamos a roda. O que fizemos foi transformar as boas ideais da sociedade brasileira, do setor empresarial, da academia, dos movimentos sociais,casino pachangapolíticas públicas. Foi graças a isso que conseguimos reduzircasino pachanga80% o desmatamento por dez anos.

casino pachanga BBC Brasil - A gente estava falando do climacasino pachangacampanha ecasino pachangaaparecer a cada quatro anos e uma das principais críticas que fazem à senhora é que foi omissacasino pachangamomentos importantes. Dizem que a senhora só se expõe às vésperascasino pachangaperíodos eleitorais. Como a senhora responde a essas críticas? casino pachanga É casino pachanga intencional, para se preservar?

casino pachanga Marina Silva - Estou fazendo meu trabalho como sempre fiz, mas não sou parlamentar, não tenho uma função pública. Sou uma professora que sobrevive do trabalho que faz. Conseguimos criar a Rede mesmocasino pachangameio às pressões contrárias e tenho me posicionado semprecasino pachangarelação a todos os temas.

O problema é que o Brasil está tão acostumado com a polarização que quando tem um posicionamento que não está sob o guarda-chuva vermelho ou o azul, as pessoas preferem dizer que não é um posicionamento. Eu sempre defendi a Lava Jato, como eles não defendem, preferem dizer que não é um posicionamento. Eu sempre defendi que o melhor caminho era o da cassação da chapa e que o impeachment não é golpe, estácasino pachangaacordo com a Constituição, o problema era que não ia alcançar oobjetivo que é passar o Brasil a limpo, Dilma e Temer são faces da mesma moeda. O PT e o PMDB cometeram os mesmos crimes juntoscasino pachangarelação à Petrobras, BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil, aos fundoscasino pachangapensão. O melhor caminho era a cassação da chapa.

Como existia um grupo que queria abocanhar o poder e um outro que queria permanecer, eles acham que isso não era um posicionamento. É um posicionamento diferente. No Brasil, as pessoas estão tão acostumadas com a polarização que nem admitem que possa existir uma outra voz, um outro lugarcasino pachangafala, mas essa fala existe. Não tem a mesma audiência daqueles que ficam disputando o poder pelo poder.

casino pachanga BBC Brasil - Ter um mandato facilitaria ecoar seus posicionamentos?

casino pachanga Marina Silva - O importante é ter um posicionamento, porque tem muita gente que tem mandato e está repetindo as mesmas coisas, da mesma forma. Tem muita gente que até fala demais e depois desconstrói tudo o que falou. Tem muita gente que falou tanta coisa e agora estão no mesmo barco.

Estamos numa crise dramática como essa e tudo que vejo são pessoas preocupadascasino pachangaganhar o poder. Não estão pensandocasino pachangacomo combater a corrupção, como prevenir a corrupção e principalmente como promover uma gestão pública eticamente responsável, para resolver o grave problema da educação brasileiracasino pachangaque a maioria dos jovens não tem acesso à educaçãocasino pachangaqualidade, para resolver o problema da violênciacasino pachangaque as pessoas estão perdendo suas vidas nas comunidades por faltacasino pachangasegurança.

Marina Silva
Legenda da foto, 'O problema é que o Brasil está tão acostumado com a polarização que quando tem um posicionamento que não está sob o guarda-chuva vermelho ou o azul, as pessoas preferem dizer que não é um posicionamento'

casino pachanga BBC Brasil - Como faz para resolver isso, são tantos problemas juntos...

casino pachanga Marina Silva - Em primeiro lugar é preciso dizer claramente na horacasino pachangadisputar a eleição o que vai fazercasino pachangarelação a essas questões. Por exemplo,casino pachangarelação à educação. Claro que temos problemascasino pachangarelação a recursos, mas pior que a faltacasino pachangarecurso é a faltacasino pachangaestratégia para que uma educação não fique parada no tempo. O mundo inteiro está atualizando seus processoscasino pachangaensino e aprendizagem, levando os jovens e as crianças a entenderem a escola não como um lugar onde se adquire uma profissão fixa, mas como uma portacasino pachangaentrada que possibilita muitas portascasino pachangasaída.

Esse debate está sendo feito pelos educadores e por vários movimentos, mas infelizmente o poder público não tem sido capazcasino pachangaacompanhar. E agora, com a crise, uma boa parte dos nossos jovens que começaram a ter acesso ao ensino superior, mesmo ao ensino privado que não tem a mesma qualidade do público, perderam esses meios que dispunham na crise gerada inicialmente no governo Dilma e agora no governo Temer.

casino pachanga BBC Brasil - Falando neles, a senhora sente que perdeu a oportunidadecasino pachangaocupar um vácuocasino pachangapoder que se abriu?

casino pachanga Marina Silva - É muito cedo para dizer o que se perdeu e o que se ganhou. Eu digo que a derrota e a vitória só se mede na história. Temos que ter paciência para aguardar o processo político. Não entendo que a política é um vácuo a ser ocupado. É um processo a ser conquistado no debate, não embate da polarização que tanto mal já fez ao país, mas na trocacasino pachangaideias dizendo o que a gente acha que é melhor para a saída da crise, para que o país volte a crescer, retome os investimentos, para que se controle o gasto público, a inflação, para que se possa reduzir juros.

A política tradicional tem muito issocasino pachangadizer que tem que ocupar. Essa ideia às vezes esconde um pensamento autoritário, que subtrai o eleitor, que subtrai o cidadão. Quem ganha uma eleição com base no marqueteiro acha que é só uma questãocasino pachangaocupar o espaço, não é iss. Écasino pachangaconstruir, conquistar, numa relação transparente e aberta com cada cidadão.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora já foi ativista política, vereadora, deputada estadual, senadora por dois mandatos e ministra. A senhora conhece muito bem o eleitor, imagino eu. Sente que há uma fadiga com o políticocasino pachangacarreira, o tradicional casino pachanga ? casino pachanga Sente que o eleitor hoje procura algo diferente? E pontuo aqui que diferente não necessariamente é melhor. Mas há uma busca pelo ainda não testado?

casino pachanga Marina Silva - Acho que a sociedade está procurando algo que dê resposta, que dê efetividade. O problema é que, muitas vezes, esse sentimentocasino pachangacansaço com a incompetência, com a faltacasino pachangatransparência, com a corrupção, com a lógica do poder pelo poder é usado para tentar desviar do objetivo principal. As manifestaçõescasino pachanga2013 foram muito claras. As pessoas querem saúde, educação, transportecasino pachangaqualidade, emprego para poder viver e criar suas famílias, querem a possibilidadecasino pachangaum transporte que as leve para o trabalho e facilite o entretenimento.

As pessoas foram muito claras. Aí o que alguns partidos e lideranças políticas fizeram? Disseram que o que a sociedade quer é uma reforma política. Veja bem, retiraram do foco o mais importante e levaram para outro caminho. E agora que estão fazendo a reforma, não é a reforma política que a sociedade brasileira quer para ampliar participação, para sair do papelcasino pachangaespectador e assumir o protagonismo. É uma reforma para dar mais poderes aos partidos tradicionais, aos caciques, mais dinheiro às campanhas milionárias e aos marqueteiros a pesocasino pachangaouro e mais espaço para permanecerem no poder independente da vontade do povo.

casino pachanga BBC Brasil - Falandocasino pachangareforma política, essas mudanças pontuais feitas no Congresso afetam a Redecasino pachangaque forma? A senhora sente que a Rede pode estar ameaçada?

casino pachanga Marina Silva - Há um cerco que está sendo feito pelos partidos tradicionais, o PT, PMDB, PSDB, DEM, para que não seja possível uma inovação na política brasileira. Por isso estão direcionando o fundo partidário para eles, o tempo da propaganda eleitoral para eles e a cláusulacasino pachangabarreira para que os novos partidos tenham dificuldadecasino pachangase firmar no sistema político brasileiro. É claro que a Rede sofre as consequências dessa articulação para inibir a inovação.

A Rede é um partido que nasce comprometidocasino pachangamelhorar a qualidade da política, melhorar a qualidade das instituições públicas. Defendemos o voto independente, somos favoráveis, para criar uma concorrência idônea com os partidos políticos. Hoje, eles têm o monopólio da política e é por isso que não estão muito preocupadoscasino pachangaqualidade,casino pachangainovação. Eles põem os mesmos quadros, fazem os mesmos discursos e a lógica é a do poder pelo poder.

Lulacasino pachangadepoimento à Comissão Nacional da Verdade
Legenda da foto, Lula: 'Os acertos que se teve não podem ser usados para não dar conta dos erros que foram praticados' | Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

casino pachanga BBC Brasil - Quando a gente olha as pesquisascasino pachangaintençãocasino pachangavoto, o ex-presidente Lula lidera com folga. Como a senhora explica essa força? Esse discursocasino pachangavítima que ele e o PT assumiram tem impacto?

casino pachanga Marina Silva - Temos que compreender as pesquisas como registrocasino pachangaum momento e, obviamente, ainda temos um caminho muito longo pela frente. A sociedade brasileira está formando ainda acasino pachangaopinião sobrecasino pachangaescolha. Não acho que seja um dadocasino pachangarealidade já estabelecido. E, é claro, espero que o debatecasino pachangatorno das ideias, das propostas, possa fazer com que os eleitores criemcasino pachangaprópria identificação com esse ou aquele projeto.

casino pachanga BBC Brasil - Mas o que explica o ex-presidente estar liderando mesmo tendo sido condenado por corrupção?

casino pachanga Marina Silva - Eu acho que existe uma parte do eleitorado que trabalha muito com a ideiacasino pachangasegurança. Boa parte das pessoas está trocando liberdade por segurança. A campanhacasino pachanga2014 foi muito violenta, com muito dinheiro, calúnia e difamação. Havia a históriacasino pachangaque se não fosse eleita a presidente Dilma, as pessoas iriam perder o Bolsa Família, o Pronatec, o Minha Casa Minha Vida, perder todas as conquistas sociais. Isso criou uma insegurança nas pessoas.

Mas essa lógicacasino pachangase fazer uma escolhacasino pachangafunção do medo, não é a melhor formacasino pachangaconstruir uma sociedade que temcasino pachangaprópria autonomia. As conquistas feitas no governo do PT, do PSDB,casino pachangaquem quer que seja, não são para ser fulanizadas nem pelos partidos nem pelos governantes. São para ser institucionalizadas. Se são direitos, as pessoas os têm assegurados e têm a liberdadecasino pachangaescolher aquele que acham que é o melhor para dirigir o país.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora acha que (a liderança do Lula) vem do medocasino pachangaperder benefício adquirido oucasino pachangase acreditar que ele é inocente, que é vítima, que está sendo perseguido casino pachanga ?

casino pachanga Marina Silva - Acho que pode ser um mistocasino pachangavárias coisas. Lula foi presidente por duas vezes, uma liderança sindical histórica. O importante nesse momento é pensar que pessoas virtuosas devem criar instituições virtuosas para lhes corrigirem quando falharem. Os acertos não podem ser usados para não dar conta dos erros que foram praticados. Nesse momento a reflexão ainda estácasino pachangacurso no Brasil. Vamos ter, me parece, uma disputa com muitos candidatos.

casino pachanga BBC Brasil - Jair Bolsonaro. Ele é um candidato com posições conservadoras, às vezes extremas. O que explica ele estar empatado tecnicamente com a senhora e que tipocasino pachangasegmento da sociedade ele representa? Tem alguma chance dele ir para o segundo turno?

casino pachanga Marina Silva - Como eu disse, ainda é muito cedo. Nesse momento há uma exacerbação,casino pachangavárias regiões do mundo, do populismo, tantocasino pachangadireita, comocasino pachangaesquerda. E acho que a sociedade haverácasino pachangater a sabedoriacasino pachangafazer a correta mediação para encontrar um novo caminho para seus problemas que não seja o populismocasino pachangadireita, nem o populismocasino pachangaesquerda.

casino pachanga BBC Brasil - Por que a senhora acha que ele é populista?

casino pachanga Marina Silva - Porque acho que quando você sinaliza para a sociedade que pode resolver as coisas a qualquer custo, a qualquer preço, como se isso fosse apenas uma questãocasino pachangaforça, isso tem um viés populista muito forte. Não acredito nas coisas que são resolvidascasino pachangaforma violenta, excludente. Os processos políticos são muito mais complexos. O Brasil é um país com uma diversidade cultural fantástica. Um país que reconquistou acasino pachangademocracia a duras penas. Não acho que exista espaço para o autoritarismo, pelo menos eu espero que não exista espaço para saídas autoritárias, para saídas preconceituosas, contra índios, contra mulheres, contra negros, contra quem quer que seja, quer porcasino pachangacondição social, porcasino pachangaorientação sexual ou porcasino pachangacondição econômica.

Jair Bolsonaro
Legenda da foto, Para Marina Silva, popularidade Jair Bolsonaro não a assusta | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag. Brasil

casino pachanga BBC Brasil - Lhe assusta a popularidadecasino pachangaBolsonaro neste momento?

casino pachanga Marina Silva - Eu acho que numa democracia a gente tem que estar aberto para lidar com essa diversidade. Em vezcasino pachangaficar assustado, a gente deve é debater as ideiascasino pachangaque acredita, apresentar alternativas. Eu sou professora, e acredito muito na Pedagogia. Acho que, nesse momento, vivemos no Brasil um processo altamente pedagógico.

Gosto muito da ideiacasino pachangaque sábios são os que aprendem com os erros dos outros e estúpidos são os que não aprendem nem com seus próprios erros. Já vivemos graves problemascasino pachangaerroscasino pachangacorrupção, já vivemos o gravíssimo problema do autoritarismo com a ditadura. Se não fomos capazescasino pachangaaprender com os erros dos outros, pelo menos não temos o direitocasino pachangadeixarcasino pachangaaprender com nossos próprios erros.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora disputou a eleição presidencial duas vezes. Que erros a senhora cometeu e que agora não repetiria?

casino pachanga Marina Silva - Não sei bem se isso foi um erro, mas nas duas campanhas entrei acreditando que iria haver um debate, mas o que houve foi um embate. Eu acreditava que os candidatos iriam apresentar um programacasino pachangagoverno e eles não apresentaram. Agora, mesmo que eles não tenham apresentado, eu jamais poderia deixarcasino pachangaapresentar, porque não se pode concorrer à eleição para um país como o Brasil sem apresentar um programacasino pachangagoverno. Sem dizer o que se vai fazer para a saúde, a educação, segurança pública, infraestrutura, proteção do meio ambiente. Mesmo que eles escolhessem o embate, a calúnia, a desconstrução, eu não poderia ir por outro caminho. Eu sempre digo que é melhor sofrer injustiça do que praticar a injustiça.

casino pachanga BBC Brasil - Algum motivo para achar que vai ser diferentecasino pachanga2018?

casino pachanga Marina Silva - A realidade já deu uma indicação muito fortecasino pachangaque há uma tendênciacasino pachangase aprofundar a violência, a mentira, a desconstrução e as assimetriascasino pachangatermos dos meios para se fazer a campanha, como por exemplo o tempocasino pachangatelevisão. Se for candidata, terei apenas 12 segundos na televisão, contra os muitos minutos dos grandes partidos.

casino pachanga BBC Brasil - O que a senhora pode falarcasino pachanga12 segundos? Meu nome é Marina, votecasino pachangamim?

casino pachanga Marina Silva - Eu acho quecasino pachanga12 segundos dá para pelo menos dizer que você está ali, e tentar fazer o processo por outras alternativas, nas redes sociais, no contato direto com as pessoas. Enfim, você tem uma realidade que é difícil, mas não pode se render a essas circunstâncias, senão eles já estarão vitoriosos a priori. Eles criaram todas as cercas. E eu espero que o povo brasileiro possa criar todos os meios para que fique sob seu controle a prerrogativacasino pachangaque o poder emana do povo, não do marqueteiro, não do dinheiro, não das estruturas.

casino pachanga BBC Brasil - Quando a senhora vai lançarcasino pachangacandidatura? Vamos ter que esperar até março?

casino pachanga Marina Silva - Estoucasino pachangaprocessocasino pachangadecisão e com um sensocasino pachangaresponsabilidade muito grande com a crise política, econômica,casino pachangavalores, que está acontecendo no Brasil.

casino pachanga BBC Brasil - Essa decisão é do tipo quando lança ou se lança?

casino pachanga Marina Silva - A decisão é sobre a melhor formacasino pachangacontribuir. Como seria mais efetiva a minha contribuição. Porque assim que chegar à convicçãocasino pachangaonde ela é mais efetiva, é ali que estarei.

Marina Silva e Dilma Rousseffcasino pachangadebate presidencial
Legenda da foto, "Se for candidata terei apenas 12 segundos na televisão, contra os muitos minutos dos grandes partidos"

casino pachanga BBC Brasil - Mas o que impediria a senhoracasino pachangaconcorrer? O que lhe tiraria do jogo?

casino pachanga Marina Silva - É essa a avaliação que eu lhe falei. Se eu chegar à conclusão que a forma mais efetivacasino pachangaajudar a melhorar essa situação que o Brasil está vivendo, e digo ajudar, porque não acredito que ninguém sozinho possa ter uma saída para a crise. Se chegar à conclusãocasino pachangaque a melhor saída é não ser candidata, então, é isso que hoje está ocupando parte do meu tempo.

casino pachanga BBC Brasil - Mas a Rede lhe pressiona para participar?

casino pachanga Marina Silva - Com certeza a Rede tem desejocasino pachangater uma candidatura e a sociedade brasileira quer uma candidatura que não esteja identificada com a crise que aí está. E eu tenho um sensocasino pachangaresponsabilidade coletivo e pessoal com os maiscasino pachanga20 milhõescasino pachangavotos que tive, mesmo concorrendo com adversários que tinham condiçõescasino pachangaestrutura muito maiores do que eu, e além dessas estruturas legais, ainda contavam com o mundo do crime, com montanhascasino pachangadinheiro para fraudar as eleições, como fraudaram.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora tem conversado com o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, e eu lhe pergunto se ele vai sair candidato e se for, será candidato a quê?

casino pachanga Marina Silva - Eu nunca conversei com o ministro Joaquim Barbosa sobre política. Estou falando sério! Eu conversei com o ministro, sim, mas foi no contexto da rebelião que o presidente do Senado, Renan Calheiros fez,casino pachanganão cumprir a ordem do Supremo. E naquele momento delicado eu conversei com ele e com o ministro Ayres Brito sobre aquela crise.

Não falamoscasino pachangafiliação, não falamoscasino pachangacandidatura. Mas eu acho que o ministro Joaquim Barbosa é uma pessoa altamente relevante para a política brasileira e se ele desejar darcasino pachangacontribuição, será bem-vinda e necessária para ajudar a melhorar a qualidade da política, melhorar a qualidade da democracia. Mas essa é uma decisão que ele próprio está avaliando, e até esse momento não conversamos especificamente sobre isso.

casino pachanga BBC Brasil - Conhecendo bem o Executivo e o Legislativo, como seriacasino pachangarelação com o Congresso? Pois o ex-presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já falaram que é muito difícil negociar com o Congresso, e que muitas vezes você é forçado a firmar alianças, colocar cargos e emendas no meiocasino pachanganegociações. Enfim, nesse atual modelo político, haverá outra formacasino pachangase conseguir aprovaçãocasino pachangaprojetos e reformas ou o presidente será eternamente refém do Congresso?

casino pachanga Marina Silva - Eu acredito profundamente que existe outra forma. Se não acreditasse, não teria saído candidatacasino pachanga2010 e nemcasino pachanga2014. O problema é que a forma com que se ganha determina a formacasino pachangaque se governa. Se para ganhar, você se junta a todos que têm uma visão fisiológica do processo político, é dessa forma que vai governar.

Não imagine que você vai ganhar uma eleição com fisiológicos e vai conseguir fazer um governo não fisiológico. Não imagine que você vai ganhar uma eleição com base no abuso do poder econômico e que depois esse mesmo abuso do poder econômico não vai aparecer no momentocasino pachangagovernar. É fundamental ganhar, mas com base num programa, com basecasino pachangaalianças programáticas.

Não sou daqueles que acham que não se deve fazer alianças. E também não acho que só existem pessoas boas no meu partido. Existemcasino pachangatodos os partidos. O problema é que eles ficam no bancocasino pachangareservas. Tem gente boa no PT, no PMDB, no PSDB,casino pachangatodos os lugares. E essas pessoas precisam vir à cena política e talvez este seja o momento para que aqueles que não traíram os ideais do seu partido, possam ajudar a melhorar a qualidade da política, possam inclusive contribuir para que seus partidos reconheçam seus erros e se reinventem.

Não há como ter uma boa árvore se o ecossistema estiver doente. É preciso mudar o ecossistema político brasileiro. A Rede pretende ser uma força política que quer contribuir com essa mudança. Por isso, defendemos as candidaturas independentes, para que as pessoas possam dispor do processo político, criar uma concorrência idônea com os partidos e a gente ter novos quadros na política. Quadros que virão com basecasino pachangaum programa, quadros que virão com uma plataforma registrada na Justiça Eleitoral, com basecasino pachangauma históriacasino pachangavida na sociedade voltada para a saúde, educação, inovação, enfim, para os temascasino pachangainteresse do cidadão.

casino pachanga BBC Brasil - Um passo já foi dado nesse sentido. A Procuradora-Geral da República deu parecer favorável à candidatura independente.

casino pachanga Marina Silva - Eu acho que é um caminho a ser perseguido. Eu defendo essa ideia desde que,casino pachanga1996, conheci as candidaturas cívicas na Itália. Depois conheci os jovens que foram eleitos no Chile pelas listas independentes, e outras experiências. Acho que para o Brasil isso vai fazer muito bem, para quebrar o monopólio dos partidos sobre a política, e para fazer com que eles também estejam mais atentoscasino pachangarelação à qualidadecasino pachangaseus quadros,casino pachangarelação à renovação política e à inovação política, buscando uma nova linguagem.

Eu digo que está surgindo um novo sujeito político. Existe um outro ativismo que não é mais o ativismo que conhecemos, do passado, dirigido pelo partido, pelo sindicato, pelo líder carismático. É o ativismo das pessoas, o que chamocasino pachangaativismo autoral. É preciso criar instituições políticas atualizadas, para poderem ter uma relação, alguma conectividade com esse novo ativismo, com esse novo sujeito político.

Marina Silvacasino pachangaentrevista à BBC
Legenda da foto, Marina Silva diz que ela e a Rede defendem candidaturas independentes

casino pachanga BBC Brasil - Mudando um poucocasino pachangaassunto, a senhora já se manifestou favorável a uma reforma da Previdência, e que se ainda fosse senadora votaria a favor, mas mudaria os pontos "esdrúxulos". Que pontos seriam esses?

casino pachanga Marina Silva - O Brasil precisacasino pachangareformas, tanto é que a Dilma fez reformas, o Lula fez reforma da Previdência, o Fernando Henrique fez reforma da Previdência, e o Temer está tentando fazer. O problema é que a reforma dele padececasino pachangavários problemas, como por exemplo, está sendo feita por um governo que não tem credibilidade, não tem legitimidade, e usa as reformas para tentar se sustentar no poder, ouvindo apenas um lado, que é o lado do empregador, negligenciando o lado dos trabalhadores.

Um outro problema é que a reforma que ele apresentou, sem debate com a sociedade, tem questões que são completamente inaceitáveis, como, por exemplo, uma pessoa ter que trabalhar 49 anos ininterruptos para poder fazer jus acasino pachangaaposentadoria integral. Isso por si só já contaminou todo o debate da reforma.

Eu acho que o Brasil tem que ter reformas, não esta que está sendo feita. Reformas que sejam pactuadas com a sociedade para que tenham legitimidade na horacasino pachangasua implementação. Esse aspecto do tempocasino pachangaserviço demonstra o desprezo que se tem pelo debate e pelas conquistas históricas dos trabalhadores.

casino pachanga BBC Brasil - A reforma da Previdência é apontada como necessária para o equilíbrio das contas públicas, a senhora já alertou várias vezes para a necessidadecasino pachangase cobrir o deficit público. Uma outra fontecasino pachangarecursos seriam as privatizações. A senhora é contra ou a favorcasino pachangase privatizar casino pachanga ? E casino pachanga por que o tema privatização virou um grande tabu no Brasil?

casino pachanga Marina Silva - Eu acho que esse tabu quem acaba criando são os partidos da polarização. Durante suas campanhas, esses partidos trabalham com rótulos ao invéscasino pachangaapresentar um programa. Um diz que o outro é Estado demais, e o outro diz que aquele é Estadocasino pachangamenos. Em lugarcasino pachangapensar o que é melhor para os trabalhadores, para os empresários, para os homens, mulheres, crianças e idosos.

Não gosto desse debate entre Estado máximo e Estado mínimo. Temos que ter o Estado necessário. Eu defendo inclusive a ideiacasino pachangaque seja um Estado mobilizador. Porque o Estado provedor, que faz tudo e ainda faz o resto, é um tipo que não deixa espaço para o empreendendorismo, para a inovação. Ele quer ser o donocasino pachangatudo. Mas (a resposta) também não é um Estado que acha que basta a regulamentação, que vai resolver pela dinâmica do mercado. O Estado tem um papelcasino pachangarelação à preservação dos direitos,casino pachangaassegurar direitos.

Num país como o nosso,casino pachangaque a educação é estratégica para o desenvolvimento, ela é uma obrigação do Estado. Num país como o nosso,casino pachangaque as pessoas não têm acesso à saúdecasino pachangaqualidade, o Estado é fundamental para prover saúdecasino pachangaqualidade. Eu acredito num Estado que é capazcasino pachangamobilizar as melhores forças da sociedade civil, iniciativa privada, da academia, enfim,casino pachangatodos os setores, principalmente daqueles que fazem o processo produtivo. Claro que no Brasil há espaço para empreendedorismo, e isso deve ser estimulado, mas não significa que deva acontecercasino pachangaprejuízo das funções estratégicas e necessárias do Estadocasino pachangatemas que nos são muito caros.

casino pachanga BBC Brasil - A Petrobras é um bom exemplocasino pachangauma empresa controlada pelo governo e que acabou capturada politicamente, usada, atravéscasino pachangasuperfaturamento para financiamentocasino pachangacampanhas e pagamentoscasino pachangapropina e suborno. A senhora acredita que se a Petrobras fosse uma empresa privada a Lava Jato não existiria?

Fachada da Petrobras
Legenda da foto, Marina Silva diz que, se eleita presidente, não privatizaria a Petrobras

casino pachanga Marina Silva - Em primeiro lugar, os problemascasino pachangacorrupção não são apenas da Petrobras. Existem também na Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, nos fundoscasino pachangapensão,casino pachangavários setores,casino pachangaBelo Monte. É um problema sistêmico, quase generalizado. Portanto, o problema não é a forma da composição da Petrobras.

A Petrobras já é um processo misto, mas o Estado tem o controle acionário. Esse não é o problema. O problema é da faltacasino pachangacompetência,casino pachangahonestidade,casino pachangaética pública. Não se pode querer resolver problemas estruturais com manobras para se deslocar o assunto para um outro terreno. Se a Petrobras fosse privatizada não resolveria o problema.

O que resolveria é ter gestores honestos, políticos que não nomeiem diretores para desviar recursos da empresa para os seus partidos, para suas campanhas, para enriquecimento ilícito. É engraçado que as pessoas que fazem esse debate,casino pachangamorrercasino pachangaamores pela Petrobras, foram exatamente aquelas que levaram a empresa para essa situaçãocasino pachangapenúriacasino pachangaque está hoje com esta corrupção.

casino pachanga BBC Brasil - A senhora privatizaria a Petrobras se fosse presidente?

casino pachanga Marina Silva - Não. Acho que a forma como ela está instituída é uma forma que, numa gestão pública, correta, republicana, dá certo.

casino pachanga BBC Brasil - Para terminar, queria tocar no assunto ambiental. É possível compatibilizar crescimento e desenvolvimento sustentável? O Brasil é um grande exportador agrícola, tem uma indústriacasino pachangaporte razoável e muita pressão por subsídios. Como compatibilizar interessescasino pachangaruralistas, industriais e ambientalistas?

casino pachanga Marina Silva - Não acho que é uma questãocasino pachangacompatibilizar, é uma questãocasino pachangaintegrar. Não tem como ter desenvolvimento com destruição das bases naturais. Só somos uma potência agrícola porque somos uma potênciacasino pachangarecursos hídricos. Se destruirmos as florestas, vamos destruir o regimecasino pachangachuvas. Sem chuvas, sem água, não tem como ter agricultura, indústria, desenvolvimento. A nova economia já não faz essa separação entre economia e ecologia. Isso é um pensamento do século 19 que perdurou há até bem pouco tempo.

Marina Silva
Legenda da foto, Perdeu a chancecasino pachangaocupar um vácuocasino pachangapoder? "É muito cedo para dizer o que se perdeu e o que se ganhou"

O mundo inteiro está numa corrida para ver como viabilizar as metas do desenvolvimento sustentável; 195 países assinaram esse acordocasino pachangacomo vamos implementar essas metas na política agrícola, energética, industrial,casino pachangatodos os setores. Quem está andando na contramão da história é quem quer manter a velha economia. Essa economia não é mais sustentável, porque logo logo vão precificar o carbono.

As economiascasino pachangacarbono intensivo vão pagar um preço muito alto por não terem feito o devercasino pachangacasa e o Brasil pode resolver isso da forma mais adequada, porque já temos uma matriz energética limpacasino pachanga45%, somos um país com uma base tecnológica razoável. Temos uma basecasino pachangaconhecimento agrícola dentro da Embrapa que permite duplicar a produção sem precisar derrubar mais uma árvore. É só uma questãocasino pachangavisão,casino pachangaestratégia correta,casino pachangacolocar os investimentos da forma certa para o Brasil do século 21.

casino pachanga BBC Brasil - Existe um debate nas redes sociais com muitos dizendo que evangélicos têm um planocasino pachangatomar poder. De onde veio essa ideia? Ela tem pertinência?

casino pachanga Marina Silva - Primeiro há um desconhecimento da contribuição dos protestantescasino pachangarelação à criação do Estado laico. A reforma protestante deu uma grande contribuição para que tivesse a separação entre igreja e Estado. Portanto, esse debate não deve nem precisa ignorar esse fato. Eu defendo o Estado laico, ele é bom para quem crê e para quem não crê, é bom para todos. É fundamental que numa democracia as pessoas tenham direitocasino pachangase expressar livremente.

casino pachanga BBC Brasil - Então isso não existe?

casino pachanga Marina Silva - É um debate que está colocado, mas o fundamental é defendermos o Estado laico e recuperar suas origens.

casino pachanga BBC Brasil - Queria muito saber se a senhora vai ser candidata. Quando podemos ter uma definição?

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casino pachanga BBC BRASIL - Logo esse ano, ano que vem...

casino pachanga Marina Silva - Logo, logo.