'Ela tinha 24 horas': três aviões e transplante salvam menina com hepatite fulminante:bulls bet no deposit bonus

Ilustração mostrando meninabulls bet no deposit bonuscamabulls bet no deposit bonushospital
Legenda da foto, Rapidezbulls bet no deposit bonustransplante salvou a vidabulls bet no deposit bonusAndrea | Ilustração: Irena Freitas
Andreabulls bet no deposit bonuspraia cearense apõs transplante que salvoubulls bet no deposit bonusvida
Legenda da foto, Andrea (à direita) recebeu novo órgãobulls bet no deposit bonusdoador anônimo, após autorização da família dele | Foto: Arquivo pessoal

A família do doador disse "sim", e Andrea conseguiu o transplante a tempo. Um decreto assinadobulls bet no deposit bonus18bulls bet no deposit bonusoutubro pelo presidente Michel Temer, que regulamenta a atual Lei dos Transplantes, reforça justamente o papel dos parentes próximos nesse processobulls bet no deposit bonusdoação.

Na prática, o novo texto exclui a "doação presumida" - por meio da qual todo brasileiro que não registrasse a vontadebulls bet no deposit bonusdoar seus órgãos era presumidamente um potencial doador -, reforçando a importância da família na decisãobulls bet no deposit bonusdoar ou não seus órgãos.

Outra novidade com o decreto recém-assinado é a inclusão do companheiro como autorizador da doação, por ele ser, atualmente, "equiparado à condiçãobulls bet no deposit bonusesposo ou esposa para efeitos civis". Dessa maneira, não é necessário estar casado oficialmente para dar essa autorização.

Após piora no quadro, Andrea foi parar na UTI e tevebulls bet no deposit bonusviajar às pressas para transplante

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Meninabulls bet no deposit bonus10 anos ficou internada na UTI e tevebulls bet no deposit bonusviajar às pressas para transplante | Foto: Arquivo pessoal

No casobulls bet no deposit bonusAndrea, a doação foi fundamental, como relembra a mãe: "A minha filha só tinha 24 horasbulls bet no deposit bonusvida quando entrou na filabulls bet no deposit bonustransplante. Estava praticamente morta, já estava entubada, inchada, eu não a enxergava mais. Ela não tinha tempo, precisava que alguém morresse. E isso deu vida a ela".

'Urgência absoluta'

Uma verdadeira operação foi montada para viabilizar o transplante da menina.

Duas aeronaves, uma do Rio Grande do Norte e outra do Ceará, foram utilizadas nos esforços para que o fígado chegasse a tempobulls bet no deposit bonussalvar a vida dela. A primeira levou a equipebulls bet no deposit bonuscirurgiões para retirar o órgão e levá-lo a Natal. Dali, o fígado então partiu no segundo avião para Fortaleza.

Na capital cearense, o médico Huygens Garcia, chefe do Serviçobulls bet no deposit bonusTransplante Hepático do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), aguardava para realizar o transplante.

"Recebi a ligação da Centralbulls bet no deposit bonusTransplante do Ceará, informando que havia a ofertabulls bet no deposit bonusum fígadobulls bet no deposit bonusMossoró, e aceiteibulls bet no deposit bonusimediato. A Andrea estava com uma hepatite fulminante, que leva à morte quase 100% dos pacientesbulls bet no deposit bonus48 horas se não houver transplante. É uma urgência absoluta."

Andrea, que havia sido primeiro enviada a um hospital pediátrico na cidade, foi transferida novamente, entubada ebulls bet no deposit bonusventilação mecânica, para o Hospital São Carlos para finalmente receber o novo fígado.

Quando acordou da cirurgia, o receio era a possibilidadebulls bet no deposit bonussequelas resultantes do coma hepáticobulls bet no deposit bonusque ela se encontrava antes do transplante. "Estava com medobulls bet no deposit bonusela não me reconhecer,bulls bet no deposit bonuster perdido a memória", relembra Tatiana. "Mas ela estava normal. Acho que, depois do transplante, ficou até mais bonita. Digo que sou mais apaixonada por ela agora do que era antes."

Uma filabulls bet no deposit bonus32,9 mil vidas

Andrea Thaísbulls bet no deposit bonusMoura precisoubulls bet no deposit bonusdoaçãobulls bet no deposit bonusfígado para sobreviver à hepatite fulminante
Legenda da foto, Com hepatite fulminante, Andrea precisoubulls bet no deposit bonuslogística especial para receber novo fígado | Foto: Arquivo pessoal

O Brasil possui hoje o maior sistema públicobulls bet no deposit bonustransplantes no mundo e é,bulls bet no deposit bonusnúmeros absolutos, o segundo maior transplantador, atrás apenas dos Estados Unidos,bulls bet no deposit bonusacordo com dados do Ministério da Saúde.

Se considerada proporcionalmente a população, no entanto, a realidade muda.

De acordo com dados da IRODaT (siglabulls bet no deposit bonusinglês para Registro Internacionalbulls bet no deposit bonusTransplantes e Doaçãobulls bet no deposit bonusÓrgãos), o país tem 14,1 doadores efetivos por milhãobulls bet no deposit bonuspopulação - é quase metade do registrado nos Estados Unidos (28,5). Com isso, aparece na 27ª colocaçãobulls bet no deposit bonusmeio a 46 países. Os EUA estãobulls bet no deposit bonus4° lugar na lista, encabeçada por Espanha e Croácia, ambas com uma taxabulls bet no deposit bonus39 doadores por milhão.

"Falta muito para a gente dar conta da nossa lista", observa Sergio Meira, coordenadorbulls bet no deposit bonustransplantebulls bet no deposit bonusintestino ebulls bet no deposit bonustransplante multivisceral do Hospital Israelita Albert Einstein,bulls bet no deposit bonusSão Paulo.

No primeiro semestre deste ano, 1.662 famílias que perderam parentes próximos autorizaram a doaçãobulls bet no deposit bonusórgãos no Brasil. O número representa um recorde no país e um crescimentobulls bet no deposit bonus16%bulls bet no deposit bonusrelação ao mesmo período do ano passado. Mas muitos familiares ainda dizem não para o procedimento, que pode salvar vidas.

O Brasil tem hoje 32.956 pessoas na listabulls bet no deposit bonusespera por um órgão. A maior demanda é por rim: maisbulls bet no deposit bonus20 mil pessoas aguardam por um doador. A segunda maior é abulls bet no deposit bonuscórnea, na qual há maisbulls bet no deposit bonus10 mil pacientesbulls bet no deposit bonuscompassobulls bet no deposit bonusespera.

Entre janeiro e junho desse ano, apenas trêsbulls bet no deposit bonuscada dez possíveis doadores no Brasil tiveram seus órgãosbulls bet no deposit bonusfato transplantados,bulls bet no deposit bonusacordo com informações do Registro Brasileirobulls bet no deposit bonusTransplantes (RBT).

Há diferentes razões para a grande espera por órgãos no país. A recusa das famílias é um dos entraves: das maisbulls bet no deposit bonus3 mil entrevistas realizadas entre janeiro e junho para pedir permissãobulls bet no deposit bonusfamiliares, houve recusabulls bet no deposit bonus43% dos casos, segundo dados do RBT.

Mas outros fatores também contribuem para o baixo númerobulls bet no deposit bonustransplantes no Brasil.

"O maior problema com doador é a recusa familiar, mas também perdemos muito na manutenção do doador. Assim como um paciente, o corpo do doador precisa estar bem cuidado, hidratado, recebendo antibiótico. Isso é muito importante, principalmente para alguns órgãos sensíveis", afirma Sergio Meira.

"Há órgãos mais fortes, como o fígado, o rim. Mas o coração, o intestino e o pâncreas são mais sensíveis. Precisambulls bet no deposit bonuscuidado maior", explica.

Ou seja: a alta recusa familiar, combinada com a faltabulls bet no deposit bonusestrutura para manterbulls bet no deposit bonusfuncionamento órgãos possíveisbulls bet no deposit bonusserem transplantados, deixam o Brasil bem distante da taxabulls bet no deposit bonuspaíses desenvolvidos quando o assunto é salvar vidas por meiobulls bet no deposit bonusdoaçãobulls bet no deposit bonusórgãos.

Desafiobulls bet no deposit bonusdiminuir resistência das famílias

Tatiana com Andrea e as duas outras filhas

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Tatiana e as filhas: mãe afirma ter virado doadora após esperabulls bet no deposit bonusAndrea por novo órgão

A recusa familiar está muitas vezes ligada ao medobulls bet no deposit bonusque pessoas serão deixadas à morte para que seus órgãos sejam utilizados. Outra crença popular é que, mesmo após a morte cerebral, haja esperança caso alguns órgãos ainda estejambulls bet no deposit bonusfuncionamento.

"O conceitobulls bet no deposit bonusmorte não é quando o coração para - é quando o cérebro para", explica Garcia, do HUWC, do Ceará. "Quando há morte cerebral, os órgãos podem continuar funcionando por algumas horas, e o cuidado com esses órgãos é essencial."

Esse funcionamento, que é alimentado artificialmente por equipamentos médicos, leva muitos familiares a crerem que ainda há uma chance. Porém, argumenta Garcia, é necessário explicar à família que a morte cerebral é definitiva.

"Podemos diminuir o índicebulls bet no deposit bonusrecusa das famílias explicando o que é a morte cerebral e que, mesmo após a morte, é possível a manutenção do doador."

A recusa também pode melhorar quando as pessoas tomam conhecimentobulls bet no deposit bonusum caso no seu entornobulls bet no deposit bonusque uma vida foi salva por um doadorbulls bet no deposit bonusórgãos. Tatiana afirma que só decidiu virar doadora após vivenciar o dramabulls bet no deposit bonusAndrea, e que conhecidos também foram transformados pelo ocorrido.

"As pessoas no meu bairro mudarambulls bet no deposit bonusopinião. Uma mulher aqui faleceu e imediatamente os filhos me avisaram que iriam doar os órgãos da mãe, que não era doadora. Eu agradeci. Muita gente mudou depoisbulls bet no deposit bonusver como essa ação salva vidas", afirma.

No decorrer do tratamentobulls bet no deposit bonusAndrea, a mãe descobriu que a hepatite fulminante da filha tinha como causa a doençabulls bet no deposit bonusWilson, um distúrbio hereditário raro que provoca um acúmulo excessivobulls bet no deposit bonuscobre no organismo. Suas outras duas filhas,bulls bet no deposit bonussete ebulls bet no deposit bonuscinco anos, também têm a doença e estãobulls bet no deposit bonustratamento. É provável que também precisembulls bet no deposit bonusum transplantebulls bet no deposit bonusfígadobulls bet no deposit bonusalgum momento.

Sua esperança é que, como ela, outras pessoas mudembulls bet no deposit bonusopinião sobre a importânciabulls bet no deposit bonusdoar órgãos.

"Eu mesma achava que ser doadora era algo estranho. Achava que iam me matar para tirar os órgãos. Não imaginava como é que poderia o órgão estar funcionando e você já estar morta. Mas se está funcionando depois da morte, hoje penso, é porque vai servir para alguém e vai salvar vidas", diz. "Eu não era doadora, mas hoje, se me perguntarem, eu digo que sou doadorabulls bet no deposit bonustudo."

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Quem pode ser doadorbulls bet no deposit bonusórgãos?

A doaçãobulls bet no deposit bonusórgãos ou tecidos pode advirbulls bet no deposit bonusdoadores vivos ou falecidos. Doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique abulls bet no deposit bonusprópria saúde. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Fora desse critério, somente com autorização judicial. Já o doador falecido é a pessoabulls bet no deposit bonusmorte encefálica cuja família pode autorizar a doaçãobulls bet no deposit bonusórgãos e/ou tecidos, assim como a pessoa que tenha morrido por parada cardíaca, que poderá doar tecidos.

Quais órgãos podem ser doados?

bulls bet no deposit bonus Doador falecido: Coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Portanto, um único doador pode salvar inúmeras vidas. A retirada dos órgãos é realizadabulls bet no deposit bonuscentro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia.

bulls bet no deposit bonus Doador vivo: um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e medula óssea.

Fonte: Ministério da Saúde