Os 12 suspeitos: quem é quem no 'quadrilhão do PMDB' apontado pela PF:slot 777 com
"Importante frisar, antes, que tais nomes não apareceramslot 777 comforma aleatória. Na verdade, diversos réus e colaboradores investigados indicam fatos relacionados aos integrantes da organização, informações obtidas justamente por fazerem parte, cada um ao seu modo, das engrenagens que mantêmslot 777 comfuncionamento o esquema criminoso, mas integrando os seus devidos lugares nos núcleos administrativo, financeiro e empresarial", diz o relatório da PF.
São seis os apontados como integrantes do grupo político/gerencial e, nas palavras da polícia, "há outros indivíduos com participação não tão destacada, ou hierarquicamente menos relevante no grupo do 'PMDB da Câmara'". Esse segundo grupo, continua a PF, atua como "longa manus", "orbitando e executando as decisões tomadas pelo 1º escalão."
O relatório da Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e deve servirslot 777 combase para o procurador-geral Rodrigo Janot oferecer provável nova denúncia contra Temer.
O presidente e principais auxiliares rechaçaram todas as suspeitas levantadas pelos investigadores. Temer disse que nunca "participou nem participaslot 777 comquadrilha" -slot 777 comnota divulgada nesta terça pela Presidência, afirma que "facínoras roubam do país a verdade" e que "bandidos constroem versões"slot 777 combuscaslot 777 comimunidade ou perdãoslot 777 comcrimes.
Confira quem é quem no primeiro e segundo escalão da organização apontada pela PF, e o que dizem os suspeitos. A BBC Brasil não conseguiu contato com os representantes legais dos citados que estão presos e com alguns dos outros suspeitos.
Michel Temer, presidente do Brasil
Alémslot 777 comdestacar "a extensa carreira política" do presidente, a PF afirma que Temer tinha "poderslot 777 comdecisão nas ações do grupo do PMDB da Câmara" para indicar cargos estratégicos e articular com empresários beneficiados nos supostos esquemas ilícitos.
"E, comoslot 777 comtoda organização criminosa, com divisãoslot 777 comtarefas, o presidente Michel Temer se utilizaslot 777 comterceiros para executar ações sob seu controle e gerenciamento", escreveu a PF.
São atribuídos a Temer os crimesslot 777 comcorrupção passiva, embaraçoslot 777 cominvestigaçãoslot 777 cominfração penal praticada por organização criminosa, caixa 2 eleitoral e lavagemslot 777 comdinheiro. Segundo os investigadores, ele teria recebido maisslot 777 comR$ 30 milhõesslot 777 com"vantagem".
A PF afirma que foram usados como evidências as delações do operador Lúcio Funaro e da JBS, a análise do celular do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e investigações como a que monitorou o ex-assessorslot 777 comTemer, Rodrigo Rocha Loures, que recebeu uma mala com R$ 500 mil da multinacional brasileira.
Em nota divulgada pela Presidência da República, Temer nega as acusações, classificando-asslot 777 com"insinuações descabidas".
"O presidente tampouco fez parteslot 777 comqualquer 'estrutura com o objetivoslot 777 comobter, direta ou indiretamente, vantagens indevidasslot 777 comórgãos da administração pública'", diz o texto.
Ao comentar a divulgação do relatório, a nota afirma que Temer "lamenta que insinuações descabidas, com intuitoslot 777 comtentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça".
Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
Ex-deputado federal, o ministro ocupou a Decretariaslot 777 comAviação Civil no governo Dilma Rousseff entre 2013 e 2014. Foi nomeado por Temer como secretário do Programaslot 777 comParceriasslot 777 comInvestimentos, cargo no qual esteve entre maioslot 777 com2016 e fevereiroslot 777 com2017, quando foi promovido a ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e passou a desfrutarslot 777 comforo privilegiado.
De acordo com o relatório da PF, "há indíciosslot 777 comter sido beneficiário"slot 777 comum pagamentoslot 777 comR$ 5 milhões feito por uma construtora e que teria sido destinado a Temer. Suspeita-se que esse valor tenha sido contabilizado como caixa 2 eleitoral e refira-se a uma contrapartida dos interesses da empreiteira OAS na concessãoslot 777 comaeroportos, "conforme constaslot 777 comrelatórioslot 777 comanálise das mensagens encontradas no celularslot 777 comEduardo Cunha".
Moreira Franco também é suspeitoslot 777 comter solicitado contribuições eleitorais para o PMDB eslot 777 comter sido beneficiado com pagamentosslot 777 comesquemasslot 777 compropina da Caixa Econômica Federal.
O ministro nega todas as acusações e afirmou repudiar a suspeita. "Jamais participeislot 777 comqualquer grupo para a prática do ilícito", disse ele, que acrescentou que vai responder "de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito".
Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara e ex-ministro do Turismo
Foi o deputado federal com maior tempo no cargo, tendo permanecido na Câmara por 44 anos,slot 777 com1971 a 2015, quando assumiu o Ministério do Turismo ainda no governo Dilma Rousseff.
Alves voltou a ocupar a mesma pasta na gestão Temer, mas acabou perdendo o cargoslot 777 comjunhoslot 777 com2016, depoisslot 777 comter o nome citado pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como beneficiárioslot 777 comR$ 1,55 milhãoslot 777 compropina entre 2008 e 2014.
"Devido àslot 777 comtrajetória e influência no PMDB na Câmara, por vezes dividia com Eduardo Cunha a indicaçãoslot 777 compostos importantes pleiteados pelo grupo", destaca o relatório da Polícia Federal, que aponta Alves como "figuraslot 777 comdestaque no núcleo político investigado".
O ex-ministro foi presidente da Câmara entre fevereiroslot 777 com2013 e a fevereiroslot 777 com2015.
Ele ainda é suspeitoslot 777 comser beneficiárioslot 777 comuma offshore sediadaslot 777 comCingapura, que operava, por meioslot 777 comtransações ilícitas, recursos que teriam sido desviados da Caixa. A PF lista valores que se aproximam dos R$ 30 milhões como "vantagem" atribuída ao ex-deputado e usa como evidências depoimentosslot 777 comtrês colaboradores.
Alves, que está preso desde junhoslot 777 com2017, é também alvoslot 777 comuma operação que investiga corrupção ativa, passiva e lavagemslot 777 comdinheiro na construção da Arena das Dunas, estádio construído no Rio Grande do Norte para a Copaslot 777 com2014, realizada pela OAS.
Geddel Vieira Lima, ex-ministro
Geddel foi deputado federal por cinco mandatos, líder do PMDBslot 777 comvárias ocasiões e, segundo a PF, atuavaslot 777 com"perfeita sintonia com Eduardo Cunha".
O relatório afirma que ele "transita entre os núcleos político e administrativo do grupo investigado, tendo sido peça fundamental na organização criminosa no períodoslot 777 comque foi vice-presidente na Caixa", cargo que ocupou entre marçoslot 777 com2011 e dezembroslot 777 com2013.
No governo Temer, Geddel foi nomeado ministro da Secretariaslot 777 comGoverno e tinha como atribuição, nas palavras da polícia, "coordenar o relacionamento do Executivo com o Congresso". Perdeu o cargo depoisslot 777 compressionar o então ministro da Cultura a liberar uma obraslot 777 comseu interesseslot 777 comuma área protegidaslot 777 comSalvador.
Geddel foi preso pela segunda vez na semana passada. A polícia encontrou as digitais do ex-ministroslot 777 comnotas guardadasslot 777 commalas e caixasslot 777 comdinheiro que, somadas, ultrapassavam os R$ 51 milhões e estavam guardadas num apartamento que estaria sendo usado por ele.
Ele é suspeitoslot 777 comcorrupção passiva eslot 777 comter cometido fraudes para liberar recursos para diferentes empresas no período que esteve na Caixa.
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara
Deputado federal desde 2003, foi presidente da Câmara entre fevereiroslot 777 com2015 e julhoslot 777 com2016, tendo renunciado ao comando da Casa depoisslot 777 comser acusadoslot 777 comter recebido e administradoslot 777 comforma ilegal recursos fora do país.
Para a PF, Cunha é "figura central do grupo investigado" e operador "da maior parte dos crimes praticados pela organização criminosa". No organograma da PF, ele aparece ao ladoslot 777 comTemer.
Alémslot 777 compoderslot 777 comdecisão, escreveram os investigadores no relatório, ele indicava pessoas para cargos estratégicos, cooptava empresários para pagamentoslot 777 compropinasslot 777 comtrocaslot 777 comcontratos e liberaçãoslot 777 comrecursos e também apresentava atos legislativos "em benefícioslot 777 comações criminosas".
A polícia acredita ainda que Cunha era chefe informal do operador Lúcio Funaro, determinando quem seriam os beneficiários finais dos recursos captados sob a formaslot 777 compropina pelo grupo. Diz ainda que "praticamente todos os crimes levantados levam a assinatura" do ex-deputado.
Preso desde outubroslot 777 com2016, ele já foi condenado a maisslot 777 com15 anosslot 777 comprisão pelo juiz federal Sergio Moro. Planilhas apreendidas com um dos delatores sugerem que ele tenha recebido maisslot 777 comR$ 130 milhões.
Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil
Último integrante do "primeiro escalão" do grupo do PMDB investigado pela PF, o ex-deputado federal foi ministro da Aviação Civilslot 777 com2015, ainda no governo Dilma Rousseff, e comanda a Casa Civil desde que Temer chegou ao poder,slot 777 commaioslot 777 com2016.
O nomeslot 777 comPadilha foi citado nas delações assinadas por executivos da Odebrecht como "suspeitoslot 777 comcobrar propinasslot 777 comnome do PMDB e do presidente Michel Temer para financiar campanhas eleitorais".
Segundo a PF, baseando-se nas delações da Odebrecht e do operador Lúcio Funaro, o ministro teria recebido R$ 4 milhõesslot 777 comdois pagamentos. Contra ele pesa a suspeitaslot 777 comcorrupção passiva, lavagemslot 777 comdinheiro e caixa 2.
Padilha afirmou que só irá se pronunciar "quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta".
Rodrigo Rocha Loures, ex-assessorslot 777 comTemer
Listado como o primeiro integrante do "segundo escalão" da organização criminosa, Rocha Loures foi assessorslot 777 comTemer quando ele ainda ocupava a Vice-Presidência e é suspeitoslot 777 comatuar como preposto do presidente.
Foi filmado após receberslot 777 comum executivo do grupo J&F - controlador da JBS -, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, uma mala com R$ 500 milslot 777 comSão Paulo.
Foi presoslot 777 comjunho e colocadoslot 777 comprisão domiciliar. No primeiro interrogatório à Polícia Federal, Rocha Loures preferiu ficarslot 777 comsilêncio.
Tadeu Filippelli, ex-assessorslot 777 comTemer
Ex-presidente do PMDB no Distrito Federal e ex-vice-governador, Filippelli teve o nome listado no organograma, mas seu papel não foi detalhado pela PF.
No relatório, os investigadores afirmam ser possível que vários assessoresslot 777 comTemer "tenham se envolvidoslot 777 comdiversas ações suspeitas, possíveis crimes".
"Nessa condição aparece Tadeu Filippelli, figura conhecida do PMDB/DF", escreve a PF, assinalando que o peemedebista foi exonerado do cargoslot 777 comassessor especial da Presidênciaslot 777 commaio, após ser preso pela Polícia Federal, na Operação Panatenaico - que apura suposto esquemaslot 777 comcorrupção e suspeitaslot 777 comsuperfaturamento na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha,slot 777 comBrasília. A prisão revogada no finalslot 777 commaio.
Sandro Mabel, ex-assessorslot 777 comTemer
Ex-deputado federal, Mabel também foi assessor especial do presidente.
Segundo a PF, seria uma pessoaslot 777 com"confiançaslot 777 comEduardo Cunha para propor emendas e medidas provisórias". Há suspeitasslot 777 comque ele tenha beneficiado uma construtora e recebido pagamentos indevidos.
Antonio Andrade, vice-governadorslot 777 comMinas Gerais
Atual vice-governadorslot 777 comMinas, foi ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff, cargo que ocupou, segundo a PF, por indicação diretaslot 777 comTemer.
Andrade também comandou a bancada do PMDB mineiro na Câmara quando atuava como deputado federal.
Para a PF, ele tem "posiçãoslot 777 comdestaque nos fatos investigados". É suspeitoslot 777 comter participado da ediçãoslot 777 comatos no Ministério da Agricultura para favorecer a JBS que,slot 777 comtroca, teria pago R$ 7 milhões a integrantes do grupo do PMDB investigado pela PF.
José Yunes, ex-assessorslot 777 comTemer
A PF diz não ter identificado atividade partidária do suspeito, mas o identifica como amigoslot 777 comlonga dataslot 777 comTemer, que o nomeou como assessor especial.
Nas palavras dos investigadores, Yunes "foi arrastado pelo maremoto provocado pelas delações da Odebrecht". O escritório dele foi um dos endereços indicados para a entregaslot 777 comR$ 10 milhões que a empreiteira diz ter dado ao PMDB.
Depoisslot 777 comter o nome citado, ele foi exonerado do cargo no governo.
Lúcio Vieira Lima, deputado federal
Irmãoslot 777 comGeddel, Vieira Lima é suspeitoslot 777 comatuar no Congresso para favorecer interessesslot 777 comgrandes construtorasslot 777 comtrocaslot 777 comdoaçõesslot 777 comcampanha.