'Já atingiram meu olho, mas não vão me calar': professora agredida por aluno denuncia mensagensplaypix afiliadosódio:playpix afiliados

Crédito, Reprodução/ Facebook

Legenda da foto, Marcia Friggi conta ter sido agredida por alunoplaypix afiliados15 anos

"Exerço uma das profissões mais dignas do mundo, com um salário miserável".

A escola onde Friggi foi agredida, na qual leciona há quatro anos, dedica-se ao ensinoplaypix afiliadosjovens e adultos.

"Somos agredidos verbalmenteplaypix afiliadosforma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandonoplaypix afiliadosmuitos governos e da sociedade. Somos refénsplaypix afiliadosalunos eplaypix afiliadosfamílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geraçãoplaypix afiliadoscristal:playpix afiliadosquem não se pode cobrar nada, que não tem noçãoplaypix afiliadosnada", lamenta.

Socos na escola

Conforme relatouplaypix afiliadosuma postagem no Facebook, já compartilhada maisplaypix afiliados321 mil vezes, Friggi foi agredida por um estudante durante a aula.

Ao pedir que o aluno colocasse um livro que estava entre as pernas sobre a mesa, a professora conta que foi xingada. Depois, o aluno jogou o livro emplaypix afiliadosdireção.

Ao encaminhar o jovem para a direção escolar, Friggi acabou alvoplaypix afiliadossocos e agressões.

"Ele, um menino forteplaypix afiliados15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidadeplaypix afiliadosdefesa. O último soco me jogou na parede", escreveu a professora.

À BBC Brasil, a delegacia da Polícia Civilplaypix afiliadosIndaial confirmou ter registrado a ocorrência ainda na manhã da última segunda-feira. Por ser menorplaypix afiliadosidade, o adolescente teve a atitude anotadaplaypix afiliadosum ato infracional por lesão corporal e deve ser levado a depor ainda esta semana.

Em 2016, o mesmo jovem já havia sido denunciado por lesão corporal contra a própria mãe e,playpix afiliados2017, por ameaça contra um Conselheiro Tutelar, que acompanha o desenvolvimento do rapaz. Na ocasião, o jovem havia afirmado que daria um soco no rosto do profissional, tal como acabou fazendo com Friggi.

O adolescente continua regularmente matriculado na escola. A Prefeituraplaypix afiliadosIndaial informou que a Secretaria Municipalplaypix afiliadosEducação e o Juizadoplaypix afiliadosInfância e Adolescência vão avaliar como proceder.

Ataques nas redes sociais

Junto com manifestaçõesplaypix afiliadossolidariedade, a professora foi alvoplaypix afiliadosuma enxurradaplaypix afiliadosmensagensplaypix afiliadosódioplaypix afiliadospessoas que a culparam pelo incidente. Os internautas acusaram-naplaypix afiliadoster feito comentários elogiosos à uma ovada desferida contra o deputado federal Jair Bolsonaro.

Nos comentários, ela leu que "apanhou pouco" e que "se a senhora e vários outros professores se preocupassemplaypix afiliadosensinar ao invésplaypix afiliadosimbecilizar os alunos, cenas como essa não existiriam nas escolas. Você é cupada por incentivar o desrespeito, a faltaplaypix afiliadoseducação, o vitimismo e o coitadismo".

Em resposta, a professora fechou suas páginas nas redes sociais para comentários. Antes disso, no entanto, afirmouplaypix afiliadosuma mensagem: "dilacerada ainda, masplaypix afiliadospaz".

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Legenda da foto, "Somos refénsplaypix afiliadosalunos eplaypix afiliadosfamílias que há muito não conseguem educar", diz professora

Experiência cotidiana

A situação vivida por Friggi nesta segunda-feira é, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma experiência vivida por muitos professores brasileiros. Uma pesquisaplaypix afiliados2014, feitaplaypix afiliados34 países, revelou que 12,5% dos educadores brasileiros disseram sofrer agressões verbais ou intimidaçõesplaypix afiliadosalunos ao menos uma vez por semana. A média entre todos os países foiplaypix afiliados3,4%.

"Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacerada por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacerada por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem", desabafou Friggi.

Além da faltaplaypix afiliadossegurança para exercer a profissão, professores brasileiros são comprovadamente mal-remunerados. Outro levantamento da OCDE,playpix afiliados2016, mostrou que os docentes dos ensinos fundamental e médio do país recebem menos da metade do que a média dos profissionais da educação dos 35 países membros da organização.