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8 perguntas para entender o fundo público bilionário para financiar as eleições:casino spin samurai
Como chegamos aqui?
Nos últimos 20 anos, o país assistiu ao encarecimento contínuo das campanhas eleitorais.
O maior abastecedor dos partidos e seus candidatos eram empresas privadas brasileiras, donascasino spin samuraiinteresses e negócios dentro do Estado.
Nos últimos anos, a Operação Lava-Jato acabou demonstrando a promiscuidade da relação entre empresas e políticos. Grosso modo, dinheiro público acabava desviado para irrigar campanhas.
A repercussão das investigações desaguou na proibiçãocasino spin samuraidoaçãocasino spin samuraiempresas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal,casino spin samuraisetembrocasino spin samurai2015.
Desde então, só a eleição municipalcasino spin samurai2016 foi realizada sem doação empresarial.
O impacto foi enorme: a arrecadação caiu pela metadecasino spin samurairelação às eleições municipaiscasino spin samurai2012, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. E os partidos acharam que era necessário voltar a encher o caixa eleitoral.
Na prática, a propostacasino spin samuraitramitação na Câmara faz com que o Estado brasileiro cubra todo o vácuo deixado pela proibiçãocasino spin samuraidoaçõescasino spin samuraiempresas nas campanhas. Nas eleiçõescasino spin samurai2014, por exemplo, empresas doaram R$ 3 bilhões - corrigido pela inflação, temos os exatos R$ 3,6 bilhões propostos agora.
O que muda?
Caso o fundo seja aprovado, o Estado brasileiro se tornará o maior financiador das eleições.
Além disso, pela nova proposta, os partidos passam a ter dinheiro garantido permanentemente: o novo fundo será o equivalente a 0,5% da receita corrente líquida do país (arrecadação menos gastos da União com Estados e Municípios)casino spin samuraianos eleitorais.
A ideia original era que esse percentual fosse adotado apenascasino spin samurai2018, sendo reduzido para 0,25% nos pleitos seguintes. Mas os deputados acharam melhor garantir fatia mais robusta a si mesmos por ora.
De onde virá esse dinheiro?
Ainda não se sabe. O texto da Propostacasino spin samuraiEmenda Constitucional que propõe os R$3,6 bilhões para o fundo público diz apenas que a origem do montante será definidacasino spin samurailei orçamentária.
Como caberá à União resolver o tema, é possível que outras áreas do orçamento - como saúde e educação - disputem recursos com o fundo eleitoral.
Os parlamentares, no entanto, já estão debatendo outras possíveis origens.
Uma das ideias, defendida pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, é que sejam usados recursoscasino spin samuraiemendas parlamentares - aquelas propostascasino spin samuraiinvestimentos que os deputados e senadores fazem no orçamento público - para financiar a fundo eleitoral.
Dá para fazer eleições com menos dinheiro?
As eleições no Brasil são consideradas caras por especialistas.
"É injustificável, do pontocasino spin samuraivista da razoabilidade, que a campanha custe tanto. Os gastos são excessivos, os custos superdimensionados", afirmou o cientista-político Jairo Nicolau, da UFRJ, à BBC Brasil.
Para Nicolau, daria para fazer campanhas mais baratas que as atuais, já que a campanha ficou mais curta e há cada vez mais proibições para atos dispendiosos. Candidatos não podem, por exemplo, distribuir brindes ou contratar artistas para showmícios.
"Mesmo assim as campanhas ficaram cada vez mais caras. Como isso é possível? É um enigma", afirma Nicolau.
Já Bruno Wanderley Reis, da UFMG, acredita que o alto custo das eleições no Brasil é inevitável dado o formato da disputa eleitoral: "O sistema eleitoral no Brasil é caro. É voraz no financiamento, que é muito importante na perspectivacasino spin samuraivitória. São milharescasino spin samuraicandidatos, que tem que ir à luta por votos".
Como funciona o financiamentocasino spin samuraioutros países?
Em alguns países europeus, o financiamento público é responsável por maiscasino spin samurai70% do custeio dos partidos. É o caso da Finlândia, Itália, Portugal, Espanha,casino spin samuraiacordo com o relatório "Financing Democracy", da OCDE,casino spin samurai2016 .
Já no Reino Unido e na Holanda, dinheiro público financia 35% dos gastos políticos.
O volumecasino spin samurairecursos, porém, é mais baixo do que os do novo fundo brasileiro.
Na França, por exemplo, o financiamento eleitoral foicasino spin samuraicercacasino spin samuraiR$ 314 milhões na disputacasino spin samurai2012 - bem menor do que o montante previsto para o Brasil.
O financiamento francês também é concedidocasino spin samuraiforma diferente. Os candidatos não recebem o dinheirocasino spin samuraiantemão. Podem solicitar reembolso apenascasino spin samuraiparte dos gastoscasino spin samuraicampanha - até 47% - se obtiverem pelo menos 5% dos votos.
Como o fundo será distribuído entre os partidos?
A distribuição será definidacasino spin samuraiprojetocasino spin samurailei, que estácasino spin samuraidebate na comissão especial da reforma política da Câmara.
De acordo com versão apresentada pelo relator Vicente Candido (PT), 90% do fundo (ou R$ 3,24 bilhões) seriam usados no 1º turno.
Esse dinheiro seria divididocasino spin samuraiprimeiro lugar por tipocasino spin samuraicargo. As candidaturas a presidente, governador e senador, juntas, ficariam com a metade do montante.
Os candidatos a deputado federal receberiam 30%. E os deputados estaduais, 20%. Depois, os recursos seriam repartidos entre os partidos.
A fórmula proposta por Candido para dividir o fundo entre partidos é polêmica e complexa. São necessários quatro cálculos diferentes. O parlamentar não apresentou justificativa para esse tipocasino spin samuraidivisão, nem simulaçãocasino spin samuraiquanto cada legenda receberia.
Apenas 2% dos recursos seriam fatiados entre todos os partidos - cada um poderia ficar com R$ 1,8 milhão. Já 49% seriam divididoscasino spin samuraiacordo com os votos que as legendas receberam na última eleição para a Câmara dos Deputados. Seguindo esse critério, pouco mais da metade dos recursos ficariam com os seis principais partidos (PT, PSDB, PMDB, PP, PSB e PSD).
Outros 49% seriam repartidos entre os partidos que compõem o Congresso atualmente - 34% para Câmara e 15% para Senado. Esse recorte contempla a dançacasino spin samuraicadeiras dos partidos após as eleições. Partidos que engordarem suas bancadas - como o PP, que elegeu 38 deputadoscasino spin samurai2014, mas hoje tem 46 - levam vantagem.
Já a divisão dos 10% reservados para o 2º turno seria feita igualitariamente entre os candidatos que concorrem na mesma região.
Apenas o Estado vai financiar a campanha política?
Não, a doaçãocasino spin samuraipessoa física continua liberada. Mas haverá limites.
No projetocasino spin samurailei relatado por Vicente Cândido, o valor doado não poderia ultrapassar 10 salários mínimos (R$ 9.370). Hoje, é possível doar até 10% da renda.
Além disso, o novo limite seria aplicado para cada cargocasino spin samuraidisputa, não no total das eleições. Por exemplo, seria possível doar 10 salários mínimos para um candidato a deputado federal, mais 10 para um postulante a senador e assim por diante.
Outra novidade discutível da proposta é que o doador pode solicitar quecasino spin samuraiidentidade não seja divulgada - hoje a publicidade é obrigatória. O problema é que isso facilita crimescasino spin samuraicolarinho branco travestidoscasino spin samuraidoações.
Há ainda a previsãocasino spin samuraiuma espéciecasino spin samurai"cláusula anti-Doria".
Segundo o projetocasino spin samuraileicasino spin samuraidiscussão, "o candidato a cargo majoritário poderá utilizar recursos próprios emcasino spin samuraicampanha até o limitecasino spin samuraiR$ 10 mil". Nas eleições 2014, o prefeitocasino spin samuraiSão Paulo João Doria (PSDB) foi o principal financiador da própria campanha, com R$ 4,4 milhões.
A regra não valeria, porém, para os candidatos a deputado, que ficariam autorizados a gastar muito mais nas próprias campanhas - R$ 175 mil na disputa pela câmara federal e R$ 105 mil nas estaduais.
Financiamento público é uma boa solução?
O financiamento público não é considerado necessariamente um problema, a depender da formacasino spin samuraique ele seja adotado.
"Há várias formascasino spin samuraifinanciar as eleições com recursos estatais. Doar recurso antes e o candidato prestar conta depois (como seria o caso no novo fundo eleitoral) não é a melhor formacasino spin samuraifazer isso, porque é mais fácilcasino spin samuraiser burlado. A melhor forma seria dar recursos indiretos", afirma Jairo Nicolau. Cita como exemplo a dedução no Impostocasino spin samuraiRendacasino spin samuraidoadores pessoas físicas.
Bruno Wanderley Reis pondera que seria importante pulverizar as fontescasino spin samuraidinheiro. "Em vezcasino spin samuraiproibir a doaçãocasino spin samuraiempresas privadas, deveríamos ter implementado tetos para essas doações e zelar pela confiabilidade delas".
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