Espalhada pelo Brasil, Lava Jato deve sobreviver a cortesroleta 10Curitiba, diz analista:roleta 10
Ele afirma que a PF tem um trabalho "extremamente relevante para a Lava Jato" e forma com o Ministério Público Federal e a Justiçaroleta 10primeira instância o "tripé que sustenta operação".
Segundo ele, a equiperoleta 10Curitiba não só atuavaroleta 10investigações cruciais mas também "detinha uma espécieroleta 10memória do funcionamento da operação".
Matias-Pereira afirma que o gruporoleta 10trabalho já vinha sofrendo um "esvaziamento" há cercaroleta 10um ano. Ele diz que, quando a Lava Jato vivia seu auge, a unidade chegou a ter nove ou dez delegados, mas que nos últimos meses só restavam quatro.
'Dimensão própria'
Segundo o professor, a decisãoroleta 10extinguir o grupo pode estar ligada a pressões políticas que a PF sofre por estar investigando várias altas autoridades na Lava Jato. "Imaginar que um sistema político que está corrompido vai jogar a toalha e se entregar é ilusão."
Mas ele afirma que a decisão não compromete a operação, que tem perdido o vínculo estreito com Curitiba à medida que se expande para outros Estados.
"Hoje toda a estrutura da Polícia Federal - e principalmente nesses Estados onde houve uma contaminação maiorroleta 10açõesroleta 10corrupção - está envolvida na Lava Jato", afirma o professor. Segundo ele, "o funcionamento das engrenagens do sistemaroleta 10investigação, denúncia e condenações já ganhou uma dimensão própria".
No Rioroleta 10Janeiro, por exemplo, investigações derivadas da Lava Jato levaram à prisão o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista. No Distrito Federal, os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda também foram presosroleta 10ações ligadas à operação.
A Lava Jato também tem dado grande ênfase à investigaçãoroleta 10ministros e congressistasroleta 10Brasília.
Faltaroleta 10recursos
Para o ex-subprocurador-geral da República Celso Roberto da Cunha Lima, a extinção do gruporoleta 10trabalho pode estar mais ligada à faltaroleta 10dinheiro que a pressões políticas.
Ele lembra que, nos últimos dias, a PF suspendeu a emissãoroleta 10passaportes alegando faltaroleta 10recursos.
Cunha afirma que a o trabalho do órgão é essencial para a qualidade das acusações apresentadas à Justiça pelo Ministério Público.
Segundo o ex-procurador, a PF conta com profissionais preparados e emprega técnicas sofisticadas nas investigações.
Se o órgão passar a colaborar menos com a operação, ele diz que o Ministério Público poderá terroleta 10assumir parte das funções dos policiais.
"O pessoal vai ter que se sacrificar. Algumas ações dependeriamroleta 10autorização judicial, mas o trabalho vai dobrar."
Mais eficiência
Já a Polícia Federal afirmou que a extinção do gruporoleta 10trabalho não prejudicará as investigações.
Em nota enviada à BBC Brasil, o órgão diz que a decisão "visa priorizar ainda mais as investigaçõesroleta 10maior potencialroleta 10dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagemroleta 10dinheiro e facilita o intercâmbioroleta 10informações".
A instituição diz que, com o trabalho sendo transferido para a Delegaciaroleta 10Combate à Corrupção e Desvioroleta 10Verbas Públicas (Delecor), a carga dos delegados envolvidos na Lava Jato será reduzida, pois poderão dividir as atividades com mais autoridades.
A PF afirma que a decisãoroleta 10integrar as investigações foi tomada pelo delegado regional do Paraná, Igor Romárioroleta 10Paula.
Ainda segundo a corporação, o "modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rioroleta 10Janeiro, Distrito Federal e São Paulo".
"O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçadoroleta 10casoroleta 10necessidade", diz o órgão.
A PF afirmou ainda que "as investigações decorrentes da Operação Lava Jato não se concentram somenteroleta 10Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e outros 16 Estados".