De 'Brasil-mania' a 'Brasil-náusea', país encolhe e vive seu pior momento no G20:casino ve

Bandeira do Brasilcasino vesolo rachado

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Brasil deve ter pior desempenho econômico do G20 por terceiro ano consecutivo, segundo o FMI

A expectativa, segundo projeções do FMI, é que o país apresente o pior desempenho econômico do grupo pelo terceiro ano consecutivo.

"Os anoscasino ve2008 e 2009 eram o momento da 'Brasilmania', com a estátua do Cristo Redentor decolando do topo da montanha do Corcovado na capa da revista inglesa The Economist. Agora, acho que estamos numa fasecasino ve'Brasil-náusea', colocando para fora problemas como populismo político, irresponsabilidade fiscal e um sistemacasino veeconomia políticacasino vecompadrio", afirma Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidadecasino veColumbia, nos EUA.

Carisma

Hoje também alvocasino vedenúncias, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou protagonismo naquela época com seu carisma. No segundo encontro do G20,casino ve2009,casino veLondres, chegou a ser chamado pelo então presidente americano Barack Obamacasino ve"o cara" e "o político mais popular da terra".

Já o presidente Temer tende a não atrair a atenção dos colegas na Alemanha, na opinião do especialistacasino veAmérica Latina e presidente emérito do centrocasino vepesquisas Inter-American Dialogue Peter Hakim.

"Temer não terá muita voz ou influência na reunião. O Brasil não desempenha hoje nenhum papel importante nos assuntos econômicos mundiais. A crisecasino vegoverno, os retrocessos econômicos e os escândaloscasino vecorrupção fizeram com que a maioria dos principais países do mundo e agências internacionais se tornasse cautelosa sobre manter relações próximas com o Brasil."

Apesar disso, Hakim considera importante que Temer tenha revistocasino vedecisãocasino vefaltar à cúpula.

"Sua ausência teria sido pior. Ele teria deixado clara uma dessas duas coisas: ou que o Brasil estácasino vetamanha turbulência que seria impossível viajar para o que ainda é considerado uma reuniãocasino vechefescasino veEstadocasino veimportância central ou que o presidente temia ser evitado pelos outros líderes presentes", avalia.

Michel Temer

Crédito, EPA

Legenda da foto, Para especialistas, idacasino veTemer para a cúpula é positiva, mas não deve ter grande efeito no protagonismo do país

Já a professora do Institutocasino veRelações Internacionais da USP Maria Antonieta Lins vê uma "facacasino vedois gumes": se por um lado a ausênciacasino veTemer seria negativa, tampoucocasino vepresença é positiva, afirma.

Ela atribui a crise econômica que se arrasta há três anos aos erros do governocasino veDilma Rousseff, mas considera que hoje a crise política é o maior entrave para a recuperação.

"A presença do Temer (no G20) é extremamente nefasta para o Brasil. A imagem dele está completamente desgastada nacionalmente e internacionalmente. Eu acompanho a imprensa internacional todos os dias, ele é uma figura praticamente ridicularizadacasino vetodos os continentes", lamenta.

"Então, (sua ida ao G20) parece ser essa pessoa fingindo que está tudo normal, sendo que ele pode ser processado a qualquer momento, sair do posto. É uma coisa um pouco patética, infelizmente."

Ao chegar ao hotelcasino veHamburgo, Temer disse,casino vebrevíssima fala a jornalistas, "que não existe crise econômica no Brasil" e que crise política não atrapalhacasino veparticipação no G20.

Enquanto outros líderes aproveitam o G20 para realizar encontros bilaterais, a previsão divulgada pelo governo écasino veque Temer realize passagem relâmpago por Hamburgo e retorne ao Brasil cedo no sábado, perdendo a última sessãocasino vetrabalho da cúpula que tratacasino veempoderamento da mulher, digitalização e emprego.

Na lanterna

Apesar da turbulência, a expectativa é que Temer mantenha o tom que tem usadocasino vecompromissos internacionais, buscando passar otimismo com a recuperação da economia brasileira - que vinha mostrando sinaiscasino veretomada antes do agravamento da crise política,casino vemaio, causado pela delação do grupo JBS dentro da Lava Jato.

Segundo as projeções do FMI para o crescimentocasino ve2017, o Brasil caminha para o terceiro ano consecutivo na lanterna econômica do G20, considerando os 19 países que integram o grupo (o vigésimo integrante é a União Europeia).

Espera-se que, após acumular quedacasino ve7,2% nos últimos dois anos, a economia brasileira fique estagnadacasino ve2017.

Os demais países cresceramcasino vemédia 5% na somacasino ve2015 e 2016 - alta puxada por outras nações emergentes, como Turquia (9%), Indonésia (10%), China (14%) e Índia (15,3%), embora mesmo nações desenvolvidas também tenham registrado desempenho bem melhor que o Brasil no período, como Estados Unidos (4,25%) e Reino Unido (4%).

A expectativa é que neste ano os 19 cresçam,casino vemédia, 2,5%.

Fococasino veTrump

A programação dos dois dias da cúpula prevê debates sobre assuntos que vãocasino veterrorismo a desenvolvimento sustentável, passando por comércio global, migração, empoderamento da mulher e parcerias com a África.

A grande expectativa é sobre como será a atuação do novo presidente americano, Donald Trump, que fazcasino veestreia no G20. Seu discursocasino vehipervalorização dos Estados Unidos - cujo slogan é "America First" (Américacasino veprimeiro lugar) - tende a aumentar os impasses dentro do grupo multilateral.

Os principais pontos que devem gerar embates entre Trump e a anfitriã do evento, a chanceler alemã Angela Merkel, são política climática e comércio internacional.

Contrariando a defesa histórica do G20, ao menos na teoria, pelo aumento do livre comércio, o presidente americano acredita que mais protecionismo é necessário para alavancar a indústriacasino veseu país.

Ele também anunciou recentemente que não pretende cumprir o acordocasino veParis, assinado na Conferência da ONU sobre o Clima,casino veque 195 países se comprometeram com o objetivocasino veimpedir que a temperatura média global suba maiscasino ve2°C.

Já Merkel dissecasino vediscurso no Parlamento alemão na semana passada, que "quem quer que acredite que os problemas deste mundo possam ser resolvidos pelo isolacionismo e pelo protecionismo está cometendo um grande erro".

Donald Trump e Angela Merkel

Crédito, AFP

Legenda da foto, Em estreiacasino veTrump no G20, chancelar alemã terá que se esforçar para manter coesão no grupo e negociar temas convergentes

Divergências

Além do isolacionismo americano, há também o britânico, após a aprovação da separação do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

"A divisãocasino veassuntos como comércio, mudança climática e migração pode levar ao primeiro fracassocasino veuma cúpula do G20 desde seu iníciocasino ve2008", afirma John Kirton, codiretor do Grupocasino veEstudos do G20, ligado à Universidadecasino veToronto.

"Isso vai depender da disposição do imprevisível Trump e do esforçocasino veMerkel para conduzir as negociações para pontoscasino vemaior convergência, como crescimento inclusivo, geraçãocasino veempregos, combate à corrupção."

"Mesmo que Merkel tenha uma estratégia para isso, não sabemos se Trump estará no 'clima'casino veconcordar", ressalta.

Outra grande expectativa é sobre o primeiro encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que também ocorrerá à margem do G20.

Enquanto outros líderes aproveitam o G20 para realizar encontros bilaterais, a previsão divulgada pelo governo brasileiro écasino veque Michel Temer realize passagem relâmpago por Hamburgo e retorne ao Brasil cedo no sábado, perdendo a última sessãocasino vetrabalho da cúpula que tratacasino veempoderamento da mulher, digitalização e emprego.

Os países-membros do G20, incluindo a União Europeia, representam cercacasino ve65% da população mundial e 85% da economia global.