'Não quero sair do país, quero morarblaze ao vivo agoraoutro Brasil', diz bilionário dono da Natura e ex-candidato a viceblaze ao vivo agora2010:blaze ao vivo agora

Guilherme Leal

Crédito, Cynthia Vanzella/Brazil Forum U.K.

Legenda da foto, "Quando vi meu nome nas primeiras páginas dos jornais, com minha reputação ameaçada por inverdades, fiquei profundamente incomodado", disse Guilherme Leal

"Quando vi meu nome nas primeiras páginas dos jornais, com minha reputação ameaçada por inverdades, fiquei profundamente incomodado", disse. "A política não é um campo fácilblaze ao vivo agorase navegar", opina.

O bilionário dono da Natura diz que não vai mais se candidatar a cargos políticos, porém afirma continuar engajado para mudanças no país.

"Continuo muito envolvido com as transformações aqui. Não quero morarblaze ao vivo agoraoutro lugar, quero morarblaze ao vivo agoraoutro Brasil. Obviamente, vivemos um momento muito delicado politicamente. Reconheço as dificuldades, mas não vou desistir do Brasil."

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, realizada durante o primeiro dia do Brazil Forum UK 2017, evento organizado por estudantes e acadêmicos brasileiros no Reino Unido neste sábado.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - O sr. diz que deixou a política por "faltablaze ao vivo agoravocação". Quando o Sr. se deu conta disso? Depois das eleiçõesblaze ao vivo agora2010?

blaze ao vivo agora Guilherme blaze ao vivo agora Leal - Sim. Percebi que minha contribuição para a mudança do país, com a qual continuo comprometido, pode se darblaze ao vivo agoramelhor maneira fora da política, buscando a conciliação, o desenvolvimentoblaze ao vivo agoranovas lideranças políticas, um aprofundamento da mudança cultural das empresas, e da própria gestão do terceiro setor. Não me sinto à vontade nos palanques. Foi uma decisão pessoal.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - Essa decisão pessoal foi influenciada por uma desilusão com a política?

blaze ao vivo agora Leal - Não fiquei desiludido. Mas saí absolutamente convencidoblaze ao vivo agoraque sem política não se muda o país.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - Como o sr. avalia a experiência?

blaze ao vivo agora Leal - A política não é um campo fácilblaze ao vivo agorase navegar. Obviamente, sabemos e estamos vivendo nos últimos anos no Brasil a complexidade do nosso sistema político. Considero a experiência muito positiva no sentidoblaze ao vivo agoraentender melhor o que é esse sistema. Foi um aprendizado importante, pois me deu mecanismos para pensar no desenvolvimento do país. Quero ajudar a transformar o Brasil.

Guilherme Leal e Marina Silva

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Guilherme Leal foi candidato a vice-presidente na chapablaze ao vivo agoraMarina Silva

blaze ao vivo agora BBC Brasil - Por que o sr. decidiu se envolver com a política? O que motivoublaze ao vivo agoracandidatura?

blaze ao vivo agora Leal - Estávamos discutindo uma nova agenda. É claro que tivemos avanços muito importantes, como a estabilidade constitucional e monetária. Mas tínhamos um grande desafio sobre qual país queríamos ser. Percebi naquele momento que essa discussão não vinha sendo feita pela "velha política". Não se discutia o que queríamos ser. Então, naquele momento, queria passar duas mensagens básicas.

Em primeiro lugar, queria ajudar a trazer para o centro da discussão do país o que Brasil queria ser para frente, festejando, celebrando e buscando preservar os avanços passados, mas definindoblaze ao vivo agoravisãoblaze ao vivo agorafuturo, o que não estava presente. E,blaze ao vivo agorasegundo, mostrarblaze ao vivo agoraalguma forma, que a política é uma questãoblaze ao vivo agoratodos nós. Sem a política, o que sobra? A barbárie, a violência e o privilégio dos mais fortes. Foi uma maneira simbólicablaze ao vivo agoradizer que todos deveríamos nos envolverblaze ao vivo agoraalguma forma.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - O sr. se sente menos esperançoso com o futuro do Brasil hoje do que quando se candidatou?

blaze ao vivo agora Leal - Não. Continuo muito envolvido com as transformações do Brasil. Continuo atuandoblaze ao vivo agoradiversas formas, seja empresarialmente, seja no terceiro setor. Não quero morarblaze ao vivo agoraoutro lugar, quero morarblaze ao vivo agoraoutro Brasil. Para mim, essa frase é perfeita. Define com perfeição meu sentimento. Obviamente, vivemos um momento muito delicado politicamente. Reconheço as dificuldades, mas não abro mão do Brasil. Não vou desistir do Brasil.

blaze ao vivo agora BBC Brasi - O sr. diz não ter se desiludido com a política. Não ficou nenhum arrependimento?

blaze ao vivo agora Leal - Sim. Me arrependoblaze ao vivo agorater falado com Léo Pinheiro (dono da empreiteira OAS) da maneira mais ortodoxa possível (Leal foi acusado por Pinheiroblaze ao vivo agorater pedido contribuições via caixa-dois para a campanhablaze ao vivo agoraMarina Silvablaze ao vivo agora2010). Não teria o menor sentido colocar recursos como coloquei, pessoais, numa campanha, e me expor a um riscoblaze ao vivo agoraadotar as práticas que queria abolir. Isso é inconsequente, não tem lógica.

Deveria ter evitado esse contato. Pinheiro me foi apresentado por um companheiroblaze ao vivo agorapartido, que intermediou nosso encontro. Minha reputação é o capital que construí ao longo da vida. O capital econômico é bobagem. Quando vi meu nome nas primeiras páginas dos jornais, com minha reputação ameaçada por inverdades, fiquei profundamente incomodado.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - O sr. consideraria se candidatar novamenteblaze ao vivo agorauma eventual chapablaze ao vivo agoraMarina Silva no ano que vem?

blaze ao vivo agora Leal - Não. Em hipótese alguma. Já até falei isso com ela.

blaze ao vivo agora BBC Brasil - O sr. é donoblaze ao vivo agorauma fortuna bilionária. Qual é ablaze ao vivo agoramotivação para continuar a trabalhar?

blaze ao vivo agora Leal - Acho que a gente busca sentido para a vida. Quero ajudar a construir uma realidade mais justa. Não dá para dormir tranquilo com tantos problemas no Brasil. Sozinho, não vou resolver nada. Mas meu sono é mais tranquilo sabendo que estou tentando fazer a minha parte.