'Okaida' e 'Estados Unidos' travam guerra dentro e fora das cadeias no Nordeste brasileiro:vbet turkey
Santos é policial militar, ex-diretorvbet turkeypresídio e ex-integrante do serviçovbet turkeyinteligência da secretariavbet turkeyassuntos penitenciários da Paraíba. É também autorvbet turkeyuma tesevbet turkeymestrado sobre origem e atuação dos dois grupos que, segundo ele, adotaram os nomes inspirados na "guerra ao terror" deflagrada pelos EUA contra os fundamentalistas islâmicos da Al Qaeda.
Primeiro, por voltavbet turkey2004, surgiu a "Okaida" ou OKD, "o jeito que encontraramvbet turkeyfalar e escrever Al Qaeda", explica o militar. O grupo rival imediatamente se autobatizouvbet turkey"Estados Unidos". Desde então, estãovbet turkeydisputa.
Os dois grupos reproduzem o modelovbet turkeyoutras facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) dando proteção dos integrantes presos, que também é estendida aos familiares mais desamparados do ladovbet turkeyfora, sustentada pelo pagamentovbet turkeyuma espécievbet turkeydízimo.
"Passaram muito tempo ouvindo sobre Bin Laden. A inspiração se limita ao nome, não tem nada a ver com religião. É disputa por território e drogas", explica o tenente-coronel.
Monitoramento
A Secretariavbet turkeyEstado da Administração Penitenciária da Paraíba informou, por meio da assessoriavbet turkeyimprensa, que "está utilizando todos os recursos disponíveis para manter o sistema penitenciário paraibano dentro da normalidade, levando-sevbet turkeyconta a realidade que estamos acompanhandovbet turkeyoutras unidades da federação".
"A Seap está monitorando, através do setorvbet turkeyinteligência, os apenados que exercem liderança sobre os demais detentos dentro das unidades penais e isolando os mesmos, para evitar que se organizem e causem qualquer tipovbet turkeydano aos nossos servidores, à infraestrutura das unidades e consequentemente, à sociedade", esclareceu a Secretariavbet turkeyEstado da Administração Penitenciária da Paraíba.
A situação, contudo, parece ser menos dramática que avbet turkeyRoraima, Amazonas e Rio Grande do Norte. Segundo o tenente-coronel Carlos Santos, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho são facções sem muita presença no sistema penitenciário paraibano - o que não significa que não há detentos que se declaram integrantes dos gruposvbet turkeySão Paulo e Riovbet turkeyJaneiro, respectivamente, conforme pesquisa que Santos fez com detentos.
O PCC é suspeitovbet turkeyestar envolvido nas disputas com facções locais onde houve rebelião com mortes no finalvbet turkey2016 e no início deste ano.
No Amazonas, 60 presos supostamente ligados à facção morreram após um motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Eles teriam sido assassinados por membros da rival FDN (Família do Norte). No conflito que aconteceuvbet turkeyRoraima, onde 33 homens foram mortos na Penitenciária Agrícolavbet turkeyMonte Cristo,vbet turkeyBoa Vista, o PCC também é suspeitovbet turkeyestar envolvido.
Após rebeliões no Rio Grande do Norte, que duraram 14 horas, 26 detentos foram mortos na Penitenciária Estadualvbet turkeyAlcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga,vbet turkeyNísia Floresta, a 25 quilômetrosvbet turkeyNatal. Seis presos do PCC foram identificados como responsáveis por liderar a matança contra membros do grupo chamado Sindicato RN.
Mataram o emissário
O tenente-coronel Carlos Santos conta que o PCC bem que tentou costurar um acordovbet turkeypaz na Paraíba para conter a disputa entre os dois grupos locais e poder operar sem a repressão ostensiva da polícia, mas o emissário da organização paulista foi assassinado.
"Okaida e Estados Unidos são rivais ao extremo e a filosofia deles não se encaixa na do PCC. Deixaram o estatuto do PCCvbet turkeycima do cadáver", lembra Santos.
Durantevbet turkeypesquisa, ele entrevistou vários detentos, a maioria deles associados a um dos dois grupos paraibanos e constatou que há um crescimento na Paraíba do númerovbet turkeyintegrantes da Okaida e dos Estados Unidos.
"Atraem jovens, a maioria sem perspectiva, sem emprego e com famílias desestruturadas. São vítimasvbet turkeyespancamentos, pais alcoólicos e da ausênciavbet turkeyuma ação mais efetiva do Estadovbet turkeyquestões ligadas à cidadania, educação e lazer", observa o policial militar.
Bandeira, carpa e coringa
A marca dos dois grupos estávbet turkeypichaçõesvbet turkeymuros e paredes e também na pelevbet turkeyseus integrantes. As letras "OKD" aparecem onde a Okaida domina. Tatuados no corpovbet turkeyseus integrantes estão a imagemvbet turkeyChucky, o "boneco assassino", ouvbet turkeyum palhaço macabro, às vezes fumando ou empunhando armas.
Presos dos Estados Unidos, porvbet turkeyvez, têm o costumevbet turkeytatuar a bandeira dos EUA ou uma carpa.
"O interessante, do meu pontovbet turkeyvista, foi constatar que as chamadas facções fornecem uma certa segurança ontológica aos presos. Jovens, com menosvbet turkey25 anos, com poucos anosvbet turkeyestudos e com passagens anteriores pela polícia, eles chegam com grande vulnerabilidade ao sistema prisional. Têm, quando têm, o apoiovbet turkeyuma mãe, namorada ou esposa. Geralmente, as redesvbet turkeyapoio familiar são restritas", observa o professor Edmilson Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que orientou a tesevbet turkeyCarlos Eduardo Santos.
O militar diz que ainda não há indícios para afirmar que os dois grupos estejam expandindo suas ações para outros Estados, como Pernambuco.
Santos admite que,vbet turkeydentro da prisão, eles dão ordens para fechar escolas e impor toquevbet turkeyrecolhervbet turkeydeterminados pontosvbet turkeyJoão Pessoa, a capital paraibana.
Tanto a polícia quanto a Secretariavbet turkeyEstado da Administração Penitenciária da Paraíba dizem apostarvbet turkeyinteligência para conter a ação dos dois grupos e minimizar os atosvbet turkeyviolência promovidos por eles.
Mas ainda falta entender melhor como se dá as redesvbet turkeycontatos e a socialização dos integrantes. O próximo desafio do tenente-coronel Carlos Santos como acadêmico, diz ele, é tentar identificar se há alguma relação desses grupos com as torcidas organizadasvbet turkeyfutebol que atuam no Estado. "Quem sabe não vira meu projetovbet turkeydoutorado."