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Garotinho: 'Não subestimem Crivella; quem fez isso com Edir Macedo se deu mal':
"Eles são extremamente profissionais. O bispo botouigrejamais100 países. Tem mais seguidores fora do Brasil do que dentro. Vendia bilhetes (de loteria) e hoje tem a segunda maior redetelevisão do país. Tem 100 emissorasrádio. Disse que ia construir uma réplica do TemploSalomão e agora vai fazer mais três. Na prefeitura, não deve ser diferente e quem espera amadorismo vai se decepcionar."
Em entrevistamaisduas horas pelo telefone à BBC Brasil, ele nega acusaçõesenvolvimento com milícias, se diz vítimaperseguiçãojuízes e dispara críticas a dezenasdesafetos políticos, especialmente do PMDB.
Garotinho é conhecido nos corredoresBrasília por carregar pastas pretas com dossiês recheadosescrituras, declaraçõesImpostoRenda e cópiasdocumentosfiguras como o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.
"O PMDB é como uma prostituta. Dorme com tudo mundo, faz amor com todo mundo, mas não se apaixona por ninguém", dispara, citando a conclusãouma conversa antiga, à beirauma lareiraPetrópolis (RJ), com Leonel Brizola, seu ex-padrinho político. O partido não comenta as críticas.
Uma 'nova Universal'
De acordo com Garotinho, a igrejaEdir Macedo e Crivella teria se refinado e hoje passa por uma "transformação eclesiástica e ideológica", deixandolado o "fundamentalismo religioso para investir no liberalismo econômico e no pragmatismo, como fazem os religiosos conservadores do partido Republicano", nos Estados Unidos.
"A Universalhoje não é mais aquela que chuta santa na TV", diz, afirmando que a igreja renova seu tradicional rebanho oriundoclasses mais pobres com novos seguidores da classe média, do empresariado e formadoresopinião.
Membro da Igreja Presbiteriana, ele critica a postura da atual bancada religiosa no Congresso, cujos expoentes são figuras como o pastor Marco Feliciano e o militar Jair Bolsonaro.
"A Bíblia diz: Cristo foi torturado. Quem torturou Cristo foi o poder da época. Então ele não poderia jamais aceitar o apoioBolsonaro, não faz sentido."
Uma das mais tradicionais lideranças evangélicas do Rio, Garotinho conta que se reaproximouEdir Macedo após um afastamentodez anos, por sugestão do próprio Crivella. Também diz que acompanhouperto a campanha do bispo licenciado.
"Eu dei uma aula particularPMDB ao Crivella antes da eleição", afirma o político -filha, a deputada Clarissa Garotinho, estava ao lado do novo prefeito no primeiro discurso após a eleição.
A discreta aliança entre os dois foi citadatodos os debates entre candidatos cariocas, geralmente associada à suposta ligação entre Garotinho e milicianos ou a "planos religiosos fundamentalistas"poder.
"O carioca tem direitosaber que Garotinho vai voltar com o Crivella', dizia o rival Marcelo Freixo (PSOL), derrotado no segundo turno por 59,36% a 40,64% dos votos válidos. O bispo licenciado reagia: "Não tenho compromisso com o Garotinho. Espero que esse assunto se encerre."
Crivella chegou a emitir nota negando planosoferecer uma secretaria ao colega. "O que existe entre o partidoCrivella e oGarotinho é uma coligação, como também existe com outros partidos. Não houve nenhuma barganhacargos", disse.
Garotinho faz piada: "Saí do governo há 14 anos e fui o nome mais citado das eleições 2016."
Tráficodrogas X milícias
Acusadoprimeira instância,2010, por formaçãoquadrilha junto ao ex-chefepolíticaseu governo, Álvaro Lins, ele se diz "perseguido" pelo Judiciário fluminense e nega acusações recorrentesfavorecimento a milícias.
À BBC Brasil, Garotinho reconhece que elas foram um "efeito colateral" do combateseu governo ao tráficodrogas.
"Tínhamos uma determinação: desmontar o Comando Vermelho (CV). Prendemos todos os cabeças,Marcinho VP a Fernandinho Beira-Mar. Chegou um momentoque o CV estava acabado no Rio. E quem ocupa o lugarbenfeitor do mal? Isso foi o surgimento da milícia. Por isso insinuaram que eu tinha envolvimento com milícia: nunca tive, muito pelo contrário."
Questionado por que razão teria priorizado traficantes e poupado milicianos, cuja atuação se expandiu pelo Estado durantegestão, Garotinho se esquiva.
"A milícia não se fortaleceu porque eu atuei para isso. Atuei para combater o CV, que era uma grande força. Não tinha milícia (antes do meu governo). Era uma coisa residual, pequena, só tinhaRio das Pedras. Quem mandavatodo lugar era o traficante."
À reportagem, ele critica Marcelo Freixo, que2008 presidiu uma CPI sobre o tema que resultou no indiciamentomais200 pessoas, alémlevar à prisão vereadores e um deputado.
"Ele não entende disso e nunca parou para discutir esse assunto comigo", diz. "Não existe mal menor, a milícia tem que ser combatida. Mas se você não entende a origem dela, vai combater errado."
Freixo, porvez, criticou Garotinho durante toda a campanha e defende que o apoio do político a Crivella "não pode virgraça, sem contrapartida".
Rosinha Garotinho
Há maisdez anos, o ex-radialista exerce uma facetaanalista políticoseu blog, onde comenta governos e partidos, acusa rivais e se defenderevezes - como a derrotaseu candidato à prefeituraCampos dos Goytacazes, seu principal reduto eleitoral.
"O resultado da eleição não foi o quefato aconteceu. Ali tem fraude e a coisa não é pequena. Mais do que isso eu não posso falar", diz.
Sua esposa, Rosinha, eleita governadora do Rio apósgestão,2003, enfrenta um processo que pode cassar seu mandatoatual prefeitaCampos por "abusopoder político e uso indevido dos meioscomunicação".
Para o Tribunal Regional Eleitoral, o site da prefeitura teria sido usado para favorecer a reeleiçãoRosinha e seu vice,2012. Garotinho novamente nega ilegalidades. "Olha que loucura: caçar uma prefeita por uma matéria publicada no portal da prefeitura. Não tem sentido. Isso é clara perseguição."
Ele prefere falar sobre supostas ilegalidades e erros políticosseus desafetos.
O político atribuiu à "arrogância" a derrota do peemedebista Eduardo Paes, que não conseguiu levar seu sucessor Pedro Paulo ao segundo turno mesmo depois da visibilidadeeventos como a Olimpíada.
"Paes perdeu pela soberba. Tem um versículo bíblico que diz que a soberba precede a queda. Tanto é assim que ele escolheu um candidato inviável. O povo perdoa um mau gestor, mas não perdoa quem batemulher", diz,referência às acusaçõesagressãoPedro Paulo à então esposa - as quais ele nega veementemente.
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