'Nunca tinha feito um discurso antes': quem é a estudante que viralizou ao defender ocupaçãogusttavo lima vaidebetescolas no Paraná:gusttavo lima vaidebet

A estudante afirmou que nunca havia feito um discurso antes e que não esperava a repercussão - e disse inclusive ter decidido desativar temporariamentegusttavo lima vaidebetconta no Facebook por medogusttavo lima vaidebetataquegusttavo lima vaidebethackers.

"Está um pouco tenso porque eu não estava preparada para isso. Fiquei sabendo um dia antes e não tive uma grande preparação, separei o que já tínhamos falado na ocupação, dividigusttavo lima vaidebettópicos e fui no improviso", contou a jovem.

Mesmo sem experiência na tribuna e com a voz embargada - "minhas pernas tremiam" - Ana Júlia falou com firmeza. Seu discurso não só virou um sucesso nas redes sociais, como também repercutiu na imprensa nacional e internacional.

A revista Forbes, por exemplo, chegou a chamá-lagusttavo lima vaidebet"futuro da juventude brasileira".

Na parte mais dramáticagusttavo lima vaidebetsua fala, ela disse que os deputados "têm as mãos sujasgusttavo lima vaidebetsangue",gusttavo lima vaidebetreferência à mortegusttavo lima vaidebetLucas Eduardo Araújo Mota, um estudantegusttavo lima vaidebet16 anos que foi mortogusttavo lima vaidebetuma escola ocupadagusttavo lima vaidebetSanta Felicidade, tambémgusttavo lima vaidebetCuritiba.

Ao ouvir essas palavras, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), ameaçou interromper a sessão por considerá-las uma ofensa aos deputados.

Ana Júlia pediu desculpas e citou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Eu peço desculpas, mas o ECA nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes, pelos nossos estudantes, é da sociedade, da família e do Estado."

Direitos Humanos

A estudante aprendeu as disposições do ECA no escritóriogusttavo lima vaidebetseu pai, o advogado Júlio Ribeiro.

"Ela estudagusttavo lima vaidebetmanhã e na parte da tarde ela fica no meu escritório estudando. Às vezes eu leio alguma petição ou recurso a ela e pergunto o que acha. Só que às vezes eu até me irrito porque ela fica fazendo tanta pergunta, faz pergunta o tempo todo", contou ele à BBC Brasil.

"Ela é muito estudiosa, se você dá um livro ela lê rapidinho, fica atégusttavo lima vaidebetmadrugada lendo, sempre foi assim."

Entre seus livros preferidos está O Mundogusttavo lima vaidebetSofia,gusttavo lima vaidebetJostein Gaarder, que traça a história da filosofia ocidentalgusttavo lima vaidebetformatogusttavo lima vaidebetromance.

"Foi o primeiro livro que, quando eu li, pensei: 'meu Deus, tem um mundo que a gente não conhece aí, um mundo que podemos descobrir e que devemos ir atrás'", explicou ela.

Sobre o futuro, Ana Júlia diz pretender cursar Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e se dedicar aos Direitos Humanos.

Mas ela não gostagusttavo lima vaidebetfalar muitogusttavo lima vaidebetsi. Quando a BBC Brasil entrougusttavo lima vaidebetcontato para solicitar entrevista, a estudante aceitou conversar apenas com a condiçãogusttavo lima vaidebetque a reportagem não fizesse perguntas sobre ela àgusttavo lima vaidebetfamília.

"Não quero que conversem com meu pai sobre mim, tira um pouco o foco. O que tem que ser priorizado é o movimento, não tem por que falargusttavo lima vaidebetmim."

Apesargusttavo lima vaidebethoje ser rosto do movimento secundarista, Ana Júlia diz não ter contato ou relação com qualquer entidade do movimento estudantil - e ressalta que é completamente apartidária.

"Nossa bandeira é a educação, os estudantes pelos estudantes. Não é porque pensamos diferente dos outros que somos doutrinados. Não consideramos os outros doutrinados por eles terem um pontogusttavo lima vaidebetvista diferente do nosso."

Ocupações

As ocupações no Paraná começaram no dia 3gusttavo lima vaidebetoutubro - hoje, são cercagusttavo lima vaidebet850 escolas, 14 universidades e 3 núcleos tomados,gusttavo lima vaidebetacordo com o movimento Ocupa Paraná.

Os números são conflituosos: a Secretaria da Educação diz que são 672 escolas, já que durante a semana houve a desocupaçãogusttavo lima vaidebet159.

Trata-segusttavo lima vaidebetum protesto contra a Medida Provisória que prevê alterações no currículo do Ensino Médio e à PEC 241, aprovada na noitegusttavo lima vaidebetterça (25) no plenário da Câmara dos Deputados, que delimita um teto para os gastos públicos, inclusive na educação - o texto ainda será apreciado no Senado.

Os alunos dizem cobrar o mínimogusttavo lima vaidebetdebate para decidir o futuro deles e das escolas.

Como pauta específica, os alunos do Colégio Estadual Alencar Guimarães também pedem a inclusão das aulasgusttavo lima vaidebetartes (restrita ao segundo ano) egusttavo lima vaidebethistória (restrita aos primeiros e terceiros anos)gusttavo lima vaidebettodo o Ensino Médio.

Críticas

Apesar da popularidade da falagusttavo lima vaidebetAna Júlia nas redes sociais, as ocupações também são bastante criticadas.

O Movimento Brasil Livre (MBL), alguns pais e professores cobram que os alunos liberem as escolas.

Entre as críticas, fala-se do prejuízo causado pela faltagusttavo lima vaidebetaulas às vésperas do Enem e do uso do movimento secundarista como manobra política para pressionar os governos do presidente Michel Temer (PMDB) e do governador Beto Richa (PSDB).

Ana Júlia nega as acusações e diz que os estudantes desejam entrargusttavo lima vaidebetconsenso com as autoridades.

"Pedimos um canalgusttavo lima vaidebetdiálogo, queremos que (Richa) ouça nossas propostas e entre numa relaçãogusttavo lima vaidebetconsenso", diz.

Depois da morte do estudantegusttavo lima vaidebet16 anos dentrogusttavo lima vaidebetum colégio, o impulso pela desocupação tenta ganhar mais força.

O governador Beto Richa chegou a dizer que "os líderes destas ocupações devem ser responsabilizados e responder pelo homicídio desse adolescente dentrogusttavo lima vaidebetuma escola que participava da ocupação".

Com colaboraçãogusttavo lima vaidebetCamila Feiler,gusttavo lima vaidebetCuritiba.