A trajetória do professor do Paraná que empalhou maiscoritiba x botafogo palpite6 mil bichos e criou um museu:coritiba x botafogo palpite
Filhocoritiba x botafogo palpitepequenos agricultores e com pouco dinheiro no bolso, ele costumava visitar o Bosque dos Jequitibás, um dos parques mais antigos da cidade paulista.
"No bosque havia um professor que fazia taxidermia chamado Mario Lotufo. Colei nele. Observava tudo. Acabei aprendendocoritiba x botafogo palpitetanto olhar", recorda Galdino.
O primeiro animal que empalhou foi um gavião. Não parou mais.
Formado dentista, Galdino voltou ao Paraná. Atendia como odontólogo e lecionava a antiga disciplinacoritiba x botafogo palpiteCiências no ensino médio. E resolveu fazer faculdadecoritiba x botafogo palpiteBiologia à noite para aprender mais sobre fauna e flora.
"Foi aí que soube que muitos animaiscoritiba x botafogo palpitezoológicos sofriam com problemas dentários. Não havia profissionais para mexer nos dentes deles. Entrei nessa. Durante 16 anos fiz canais e obturaçõescoritiba x botafogo palpiteleões, tigres, onças, ursos, javalis, chimpanzéscoritiba x botafogo palpitediversos zoos do país. Tive que fabricar instrumentos para mexer nas bocascoritiba x botafogo palpitecada um deles", conta o professor.
Enquanto cuidavacoritiba x botafogo palpitedentes e dava aulas já como professor universitáriocoritiba x botafogo palpiteBiologia, Galdino foi formando seu acervo, com doações dos próprios zoológicos ecoritiba x botafogo palpiteórgãos ambientais.
"Até hoje é assim. Quando morre um animal, ligam para mim. Se acho interessante, pego minha caminhonete e vou buscar, não importa a distância."
Construindo um museu
O acervo do professor chamou a atenção da Prefeituracoritiba x botafogo palpiteCornélio Procópiocoritiba x botafogo palpite2002, anocoritiba x botafogo palpiteque a cidade inaugurou um Museucoritiba x botafogo palpiteHistória Natural na antiga estação ferroviária do município.
O espaço foi adaptado para receber as peçascoritiba x botafogo palpiteGaldino, que formam hoje 100% do acervo.
Paredes receberam pinturas para caracterizar os ambientes dos biomas representados. Galhoscoritiba x botafogo palpiteárvores, folhas e outras plantas ajudam a compor os cenárioscoritiba x botafogo palpiteque os animais são astros.
"Não basta empalhar. Tem que saber a posturacoritiba x botafogo palpitecada um na natureza: o que come, o que preda,coritiba x botafogo palpitequal árvore sobe,coritiba x botafogo palpitequal não sobe. Assim é possível ter um trabalhocoritiba x botafogo palpiteeducação ambiental bem feito", afirma Galdino.
O museu trabalhacoritiba x botafogo palpiteacordo com as restrições orçamentárias da prefeitura. Por faltacoritiba x botafogo palpitefuncionários - são apenas dois - abre somentecoritiba x botafogo palpitesegunda a sexta-feira, das 8h às 14h. O orçamento para manutenção do acervo écoritiba x botafogo palpiteR$ 7,2 mil mensais, repassados a um instituto presidido por Galdino.
Mesmo assim, os livroscoritiba x botafogo palpitevisita do museu registram maiscoritiba x botafogo palpite60 mil nomescoritiba x botafogo palpite12 anoscoritiba x botafogo palpiteatividades. Número superior à populaçãocoritiba x botafogo palpiteCornélio Procópio, cidadecoritiba x botafogo palpite48.615 habitantes. A maioria do público écoritiba x botafogo palpitecriançascoritiba x botafogo palpiteescolas da região.
Quando possível, o próprio professor faz o papelcoritiba x botafogo palpitemonitor das visitas. Gostacoritiba x botafogo palpiteexplicar sobre os animais para crianças e outros públicos. "Não tem nada mais emocionante do que ver um deficiente visual podendo tocar nos animais, pegá-los nas mãos."
Como o espaço histórico da estação ferroviária da cidade não permite ampliações e não comporta mais do que 300 animais, o professor recorre a espaços na Uenp, onde permanece produzindo.
Praticamente já não cabe mais nenhum bicho por lá. Mas eles continuam chegando, sobretudo animais silvestres que morrem atropeladoscoritiba x botafogo palpiteestradas, como onças-pardas, e outros oriundoscoritiba x botafogo palpitezoológicos.
Arte e prática
O processocoritiba x botafogo palpitetaxidermia é minucioso. Tudo o que é carne é retirado. Para a conservação, é utilizada uma pasta específica, à basecoritiba x botafogo palpitearsênico. O interior do animal é preenchido com serragem, parafina ralada, poliuretano ou palha. Também são utilizados outros materiais.
Para empalhar um tigre-de-bengala que pesava 260 quilos, o professor precisou construir um esqueletocoritiba x botafogo palpiteferro. Os olhos sãocoritiba x botafogo palpitecristal, importados da Alemanha. Um par custa US$ 30.
Sobre planos para o futuro, Galdino diz que sonhacoritiba x botafogo palpiteencontrar um lugar que possa acolher e expor o acervo. A sala que a faculdade reservou para ele está saturada.
Quase não dá para se locomover dentro do espaço. É preciso esforço para alcançar um condor que está atrás dos tigres e necessitacoritiba x botafogo palpiteum reparo na asa. E isso sem pisarcoritiba x botafogo palpiteuma sucuricoritiba x botafogo palpite7,4 metros capturadacoritiba x botafogo palpiteum brejo do Rio Tietê, pertocoritiba x botafogo palpiteBauru (SP). "Ela estava com 76 filhotes na barriga. Infelizmente foi laçada, fraturou vértebras e morreu", lamenta.
"Tudo aqui tem um valor científico, cultural e pedagógico. Quero compartilhar", conclui o professor que criou um museucoritiba x botafogo palpitehistória natural praticamente sozinho.