A trajetória do professor do Paraná que empalhou maisminimo de deposito pixbet6 mil bichos e criou um museu:minimo de deposito pixbet

Joao Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Professor João Galdinominimo de deposito pixbetmeio ao acervominimo de deposito pixbetmaisminimo de deposito pixbet6 mil animais empalhados, construído ao longominimo de deposito pixbetcinco décadas

Filhominimo de deposito pixbetpequenos agricultores e com pouco dinheiro no bolso, ele costumava visitar o Bosque dos Jequitibás, um dos parques mais antigos da cidade paulista.

João Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Para empalhar tigre-de-bengala que pesava 260 quilos, Galdino precisou construir um esqueletominimo de deposito pixbetferro. Os olhos sãominimo de deposito pixbetcristal, importados da Alemanha.

"No bosque havia um professor que fazia taxidermia chamado Mario Lotufo. Colei nele. Observava tudo. Acabei aprendendominimo de deposito pixbettanto olhar", recorda Galdino.

O primeiro animal que empalhou foi um gavião. Não parou mais.

Formado dentista, Galdino voltou ao Paraná. Atendia como odontólogo e lecionava a antiga disciplinaminimo de deposito pixbetCiências no ensino médio. E resolveu fazer faculdademinimo de deposito pixbetBiologia à noite para aprender mais sobre fauna e flora.

"Foi aí que soube que muitos animaisminimo de deposito pixbetzoológicos sofriam com problemas dentários. Não havia profissionais para mexer nos dentes deles. Entrei nessa. Durante 16 anos fiz canais e obturaçõesminimo de deposito pixbetleões, tigres, onças, ursos, javalis, chimpanzésminimo de deposito pixbetdiversos zoos do país. Tive que fabricar instrumentos para mexer nas bocasminimo de deposito pixbetcada um deles", conta o professor.

Enquanto cuidavaminimo de deposito pixbetdentes e dava aulas já como professor universitáriominimo de deposito pixbetBiologia, Galdino foi formando seu acervo, com doações dos próprios zoológicos eminimo de deposito pixbetórgãos ambientais.

João Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Reserva técnica do museu ficaminimo de deposito pixbetespaçominimo de deposito pixbetuniversidade que quase não comporta mais animais, que continuam chegando.

"Até hoje é assim. Quando morre um animal, ligam para mim. Se acho interessante, pego minha caminhonete e vou buscar, não importa a distância."

Construindo um museu

O acervo do professor chamou a atenção da Prefeituraminimo de deposito pixbetCornélio Procópiominimo de deposito pixbet2002, anominimo de deposito pixbetque a cidade inaugurou um Museuminimo de deposito pixbetHistória Natural na antiga estação ferroviária do município.

O espaço foi adaptado para receber as peçasminimo de deposito pixbetGaldino, que formam hoje 100% do acervo.

Paredes receberam pinturas para caracterizar os ambientes dos biomas representados. Galhosminimo de deposito pixbetárvores, folhas e outras plantas ajudam a compor os cenáriosminimo de deposito pixbetque os animais são astros.

João Galdino

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Legenda da foto, Espaços do museu criado por professorminimo de deposito pixbetCornélio Procópio são caracterizados por biomas
João Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Acervo foi formado com doaçõesminimo de deposito pixbetzoológicos e órgãos ambientais - atropelamentos são uma das principais causas das mortes dos bichos

"Não basta empalhar. Tem que saber a posturaminimo de deposito pixbetcada um na natureza: o que come, o que preda,minimo de deposito pixbetqual árvore sobe,minimo de deposito pixbetqual não sobe. Assim é possível ter um trabalhominimo de deposito pixbeteducação ambiental bem feito", afirma Galdino.

O museu trabalhaminimo de deposito pixbetacordo com as restrições orçamentárias da prefeitura. Por faltaminimo de deposito pixbetfuncionários - são apenas dois - abre somenteminimo de deposito pixbetsegunda a sexta-feira, das 8h às 14h. O orçamento para manutenção do acervo éminimo de deposito pixbetR$ 7,2 mil mensais, repassados a um instituto presidido por Galdino.

Mesmo assim, os livrosminimo de deposito pixbetvisita do museu registram maisminimo de deposito pixbet60 mil nomesminimo de deposito pixbet12 anosminimo de deposito pixbetatividades. Número superior à populaçãominimo de deposito pixbetCornélio Procópio, cidademinimo de deposito pixbet48.615 habitantes. A maioria do público éminimo de deposito pixbetcriançasminimo de deposito pixbetescolas da região.

Quando possível, o próprio professor faz o papelminimo de deposito pixbetmonitor das visitas. Gostaminimo de deposito pixbetexplicar sobre os animais para crianças e outros públicos. "Não tem nada mais emocionante do que ver um deficiente visual podendo tocar nos animais, pegá-los nas mãos."

Como o espaço histórico da estação ferroviária da cidade não permite ampliações e não comporta mais do que 300 animais, o professor recorre a espaços na Uenp, onde permanece produzindo.

João Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Professor utiliza taxidermia como instrumentominimo de deposito pixbeteducação ambiental no norte do Paraná

Praticamente já não cabe mais nenhum bicho por lá. Mas eles continuam chegando, sobretudo animais silvestres que morrem atropeladosminimo de deposito pixbetestradas, como onças-pardas, e outros oriundosminimo de deposito pixbetzoológicos.

Arte e prática

O processominimo de deposito pixbettaxidermia é minucioso. Tudo o que é carne é retirado. Para a conservação, é utilizada uma pasta específica, à baseminimo de deposito pixbetarsênico. O interior do animal é preenchido com serragem, parafina ralada, poliuretano ou palha. Também são utilizados outros materiais.

Para empalhar um tigre-de-bengala que pesava 260 quilos, o professor precisou construir um esqueletominimo de deposito pixbetferro. Os olhos sãominimo de deposito pixbetcristal, importados da Alemanha. Um par custa US$ 30.

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Legenda da foto, Biólogo e dentista se especializouminimo de deposito pixbetprocesso complexo que envolve preenchimentominimo de deposito pixbetanimais com serragem, parafina ralada, poliuretano ou palha
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Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, Materiais para taxidermia: olhos sãominimo de deposito pixbetcristal importados da Alemanha chegam a custar US$ 30 o par

Sobre planos para o futuro, Galdino diz que sonhaminimo de deposito pixbetencontrar um lugar que possa acolher e expor o acervo. A sala que a faculdade reservou para ele está saturada.

Quase não dá para se locomover dentro do espaço. É preciso esforço para alcançar um condor que está atrás dos tigres e necessitaminimo de deposito pixbetum reparo na asa. E isso sem pisarminimo de deposito pixbetuma sucuriminimo de deposito pixbet7,4 metros capturadaminimo de deposito pixbetum brejo do Rio Tietê, pertominimo de deposito pixbetBauru (SP). "Ela estava com 76 filhotes na barriga. Infelizmente foi laçada, fraturou vértebras e morreu", lamenta.

"Tudo aqui tem um valor científico, cultural e pedagógico. Quero compartilhar", conclui o professor que criou um museuminimo de deposito pixbethistória natural praticamente sozinho.

João Galdino

Crédito, Sergio Ranalli

Legenda da foto, 'Não basta taxidermizar. Tem que saber a posturaminimo de deposito pixbetcada animal na natureza paraum trabalhominimo de deposito pixbeteducação ambiental bem feito', afirma Galdino