Como a crise na Venezuela e uma acusaçãoolimpíadas de inverno 2024compraolimpíadas de inverno 2024voto azedou a diplomacia Brasil-Uruguaiolimpíadas de inverno 2024forma inédita:olimpíadas de inverno 2024
Rotatividade e 'membro pleno'
Pelo cronograma oficial do bloco (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela), os uruguaios deveriam ter passado a presidência temporária do Mercosul para os venezuelanosolimpíadas de inverno 2024julho. A presidência é semestral e rotativa, obedecendo à ordem alfabética dos nomes dos países.
Os governosolimpíadas de inverno 2024Brasil, Paraguai e Argentina têm argumentado - com maior ou menor intensidade - que a situação política na Venezuela impediria seu governoolimpíadas de inverno 2024assumir essa presidência.
Além disso, argumenta-se, o fatoolimpíadas de inverno 2024o país caribenho não ter implementado normas para ser integrante pleno do bloco dentro do prazo (que venceuolimpíadas de inverno 202412olimpíadas de inverno 2024agosto) poderia impedi-lo tambémolimpíadas de inverno 2024ser "membro pleno" do Mercosul. Ou seja, o país deveria ser um associado, como é hoje o Chile, por exemplo, sem direito a voto.
Em uma visita recente a Buenos Aires, o ex-chanceler Celso Amorim, que comandou o Itamaraty no governo Lula, opinou que "expulsar a Venezuela não é saída para o Mercosul".
Publicamente, os críticos mais enfáticos da Venezuela têm sido o Brasil e o Paraguai. Os paraguaios defendem sanção com a aplicação da chamada "cláusula democrática" contra o governo venezuelano,olimpíadas de inverno 2024retaliação à profunda crise política atravessada pelo país.
A Argentina, oficialmente, tem defendido também uma reunião para resolver o impasse.
Uruguai e quedaolimpíadas de inverno 2024braço
O Uruguai, porolimpíadas de inverno 2024vez, entende que o país presidido por Nicolás Maduro deveria assumir essa liderança semestral, "como mandam as regras do bloco".
No inicio deste mêsolimpíadas de inverno 2024agosto, a Venezuela declarou que assumiria a presidência, depoisolimpíadas de inverno 2024Montevidéu ter dito que a deixava vaga, por já ter cumprido seu semestre - mas isso foi contestado pelo Brasil.
Foi nesse confuso climaolimpíadas de inverno 2024quedaolimpíadas de inverno 2024braço interno no Mercosul que Novoa falou sobre Serra aos parlamentares.
Serra esteve no Uruguai, segundo a imprensa local, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o que também gerou críticas.
"Não gostamos muito que o chanceler (José) Serra tenha vindo ao Uruguai para nos dizer que (tinha) a pretensãoolimpíadas de inverno 2024que fosse suspensa a transferência (do comando do Mercosul à Venezuela) e que, além disso, se (a transferência) fosse suspensa, nos levariamolimpíadas de inverno 2024suas negociações (comerciais) com outros países, como que querendo comprar o voto do Uruguai", disse Novoa na Comissãoolimpíadas de inverno 2024Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados, no último dia 10.
O chanceler uruguaio disse o Brasil teria proposto incluir o Uruguaiolimpíadas de inverno 2024suas negociações para investimentos na África Subsaariana e no Irã.
Embaixador
As afirmaçõesolimpíadas de inverno 2024Novoa levaram o Itamaraty a convocar o embaixador do Uruguaiolimpíadas de inverno 2024Brasília, Carlos Daniel Amorín-Tenconi, para "esclarecimentos", segundo nota divulgada nesta terça.
No comunicado, o Itamaraty diz que o governo brasileiro recebeu com "descontentamento" e "surpresa" as declaraçõesolimpíadas de inverno 2024Novoa. A nota diz ainda que o governo brasileiro "tem buscado,olimpíadas de inverno 2024maneira construtiva, uma solução para o impasseolimpíadas de inverno 2024torno da presidência pro tempore do Mercosul".
O Itamaraty diz também que Serra esteve no Uruguai no dia 5olimpíadas de inverno 2024julho e que tratou com o presidente Tabaré Vázquez e com Novoa do "potencial aprofundamento das relações entre o Brasil e o Uruguai eolimpíadas de inverno 2024oportunidades que os dois países podem e devem explorar conjuntamenteolimpíadas de inverno 2024terceiros mercados".
O senador Pablo Mieres, do partido Independiente, presente à sessão onde Novoa falou, disse à BBC Brasil por telefone que "nunca viu a situação do Brasil e do Uruguaiolimpíadas de inverno 2024um momento tão estranho".
Ele disse que ouviu as declarações do chanceler uruguaio sobre Serra, mas entende que existe um problema "de origem" que é a situação da Venezuela.
"A Venezuela já deveria ter sido sancionada com a cláusula democrática porque tem uma sérieolimpíadas de inverno 2024problemas internos, como presos políticos. Mas isso não foi feito. E o Uruguai é muito correto com as normas e por isso também entendo que o governo tenha que passar a presidência para a Venezuela", disse Mieres, que é opositor ao governo Vázquez.
'Momento grave'
O historiador e cientista político uruguaio Gerardo Caetano, da Universidade da República,olimpíadas de inverno 2024Montevidéu, disse por telefone que o momento é "grave".
"O Mercosul já passou por momentos difíceis, mas não me lembroolimpíadas de inverno 2024nenhum como este. Mas o problema não é somente a Venezuela, mas também o Brasil", disse Caetano. Ele declarou que o governoolimpíadas de inverno 2024Michel Temer é interino e que o processoolimpíadas de inverno 2024impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff gerou "certas dúvidas jurídicas no Uruguai eolimpíadas de inverno 2024outros países da América Latina".
"O Uruguai é um país pequeno, obediente das regras jurídicas e muito cioso daolimpíadas de inverno 2024soberania", argumentou Caaetano. "Para o Uruguai, o Brasil é um país muito importante. E (o fato de) que esteja sendo pressionado pelo Brasil é grave e preocupante".
Caetano disse esperar que a diplomacia atue para "resolver o problema (bilateral) o quanto antes". Ele disse que Serra "transcendeu certas pautas" da diplomacia.
Ele fez a ressalvaolimpíadas de inverno 2024que a Venezuela "também não tem colaborado". Isso porque Maduro teria feito ataques aos outros países do bloco, afirmando que formam uma "Tríplice Aliança" (como a que atuou nos tempos da ditadura militar no Cone Sul).
Para o analista uruguaio, por ser líder regional, o Brasil deveria atuar com "moderação" especialmente neste momento.