Os produtos básicos que se tornaram mercadoriasbetstar betluxo com a crise na Venezuela:betstar bet

Café vendidobetstar betpequenas porções

Crédito, DANIEL PARDO/BBC MUNDO

Legenda da foto, Em um mercadobetstar betCaracas,na Venezuela, vendedores comercializam cafébetstar betporções minúsculas
Champignon

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Legenda da foto, A bandeja retangular exibe a quantidade tradicionalbetstar betchampignon vendida. A redonda mostra a nova.

E este ano a escassez é agravada por uma inflação desenfreada e a recessão histórica se aprofundou.

Por isso, os momentosbetstar betque mesmo a população mais pobre comia carne, queijo e chocolates - quando a Venezuela liderou as taxasbetstar betconsumo na região - se tornaram apenas lembranças.

No mercado

Poucas pessoas na Venezuela lembram dos temposbetstar betabundância tão bem quanto os vendedores do mercado popularbetstar betQuinta Crespo, no centrobetstar betCaracas.

A maior parte dos comérciosbetstar betlá é gerida há décadas pela mesma pessoa ou família. Muitas delas são formadas por imigrantes espanhóis e portugueses que encontraram refúgio por ali e, acimabetstar bettudo, oportunidades.

Bananas vendidas por unidade

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Legenda da foto, Bananas agora começaram a ser vendidas por unidade pela primeira vez na história da Venezuela

Astrid *, uma portuguesa, diz que nos 50 anos que vive vendendo vegetais na Quinta Crespo "nunca tinha visto pessoas sem fazer compras por quilo".

"Antes, as pessoas compravambetstar bet2kg a 3kg por produto, mas agora só querem uma cebola aqui, dois tomates ali, três cenouras e só", diz ela.

A história se repete nas bananas, que agora são compradas por unidade; e nas frutas secas, que não são vendidas mais misturadas; e os ovos, que são vendidos por unidade com preço destacadobetstar betuma placa.

Frangos vendidos na Venezuela

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Legenda da foto, Açougueiros não costumam mais vender frangos inteiros devido à crise na Venezuela

Açougueiros descrevem um fato ainda mais revelador da crise: eles já não estão vendendo frangos inteiros.

Por duas razões: as pessoas consideram mais vantajoso comprar partes separadas porque o preço do frango inteiro é definido pelo Estado - um dos controles que, segundo economistas, gera escassez.

Vendê-lobetstar betpartes, portanto, permite pular regulamentos que afetam a rentabilidade.

Açougue

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Legenda da foto, Fracionando a mercadoria, comerciantes conseguem driblar preços estipulados pelo governo

Mas há uma outra nova prática nesses comércios: as pernas e a carcaçabetstar betfrango, que antes eram jogadas fora, para a alegriabetstar betcães e gatos, agora são mais vendidas que a coxa e o peito.

"Como está muito caro comprar frango, pelo menos com os pés eu posso fazer uma sopa, que serve como substituto", diz Johana Romel, cliente assídua da Quinta Crespo.

Com o peixe é a mesma coisa: garoupa, anchova e salmão vendem muito pouco ou nada e agora foram substituídos por sardinha e corvina, consideradosbetstar betqualidade inferior.

Lentilhas e milho

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Legenda da foto, Lentilhas e milhos também são vendidosbetstar betembalagens menores

Até o senhor que vende garrafasbetstar betvidro usadas diz que tem sido um sacrifício encontrá-las "porque as pessoas já não têm dinheiro para fazer o molhobetstar betpimentão doce ou gemadabetstar betcreme", produtos que anteriormente eram essenciais na mesa do venezuelano.

Nas casas

O autorracionamento não ocorre apenas na compra, mas também no consumo.

Eu nunca vou me esquecer do dia,betstar betfevereiro, quando uma jovem donabetstar betcasabetstar betum subúrbio do sul da cidadebetstar betValência chorou na minha frente quando umabetstar betsuas madrinhas nos deu café, porque era uma ocasião especial: o diabetstar betque um jornalista a visitou.

"Entenda-me, é que nós passamos sufoco para obter leite e quando bebemos depoisbetstar betmeses é como se fosse um milagre", disse ela, enquanto os outros concordaram com a cabeça.

Sardinha vendida na Venezuela

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Legenda da foto, Sardinha ganhou espaçobetstar betpeixes considerados nobres na Venezuela

De acordo com outra pesquisabetstar bet2015, 12% dos venezuelanos estão comendo duas ou menos vezes por dia.

Nas casas, vi que a panelabetstar betfeijão preto tradicional, que anteriormente acabava na hora do almoço, agora dura até o jantar e café da manhã no dia seguinte.

Sabão para lavar os pratos rende porque é mergulhado na água e o xampu deixoubetstar betser usado todos os dias.

As atividades que antes eram consideradas básicas para qualquer um, como ir viajar nas férias ou ir às compras no shopping, estão agora ao alcancebetstar betpoucos. Hoje, muitos dos restaurantes são apenas para os ricos.

Mercado negro

Em um comérciobetstar betesquina café está à venda a preço tabelado. Dezenasbetstar bethomens e mulheres se aglomeram e sussurram os preços da versão "tradicional" e "industrial" do produto. Para ter acesso a esse tipobetstar betproduto, milhõesbetstar betpessoas pegambetstar betmédia 35 horas por mêsbetstar betfilas, segundo a empresa Datanalisis.

Eles são os famosos "sacoleiros" que revendem mercadorias com preçobetstar bet15 a 20 vezes maior que o regulamentado.

Alimentos vendidosbetstar betmicroembalagens na Venezuela

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Legenda da foto, Alimentos são vendidosbetstar betmicroembalagens na Venezuela

Há algumas semanas, cercabetstar bet200 mil pessoas cruzaram a fronteira da Venezuela para a Colômbia para comprar o equivalente a um ou dois salários mínimos semanais desses produtos que não são encontrados do ladobetstar betcá. Chegou ao pontobetstar betque tudo o que é comprado na Colômbia pode ser encontrado com os sacoleiros.

É por isso que Aristides *, o dono da barracabetstar betcafébetstar betporções, conta como ainda mantém o seu negócio, "as pessoas já não encontram para comprar dos sacoleiros e o regulamentado não é mais encontrado."

"Então, o que eu faço é comprar dos sacoleiros, dividirbetstar betpequenas porções e,betstar betseguida, vendo."

Isso é a revenda da revenda. Uma solução temporária, um luxo para o domingo, uma crise agravada a cada dia.

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*Os nomes das pessoas entrevistas foram trocados a pedido delas.