Sacrifíciobet 65onça exibidabet 65passagem da tocha por Manaus revela dramabet 65espécie ameaçada:bet 65
Em 2014, durante gravaçãobet 65um documentáriobet 65Manaus, militares do Cigs mostraram Juma, a mascote do centro, à BBC Brasil. Na época, explicaram que a onça havia sido resgatada com ferimentos apósbet 65mãe ter sido morta. Foi levada para o centro e ali cresceu sob os cuidadosbet 65tratadores.
O destino trágicobet 65Juma chama a atenção para a situação cada mais precária da espécie, listada como ameaçada no Brasil pelo Ibamabet 652003.
É um animal que exige extensas áreas preservadas para sobreviver, caçando espécies como capivaras e até jacarés. Ela vem sendo ameaçada pelo desmatamento, não apenas na Amazônia como também no Pantanal e no Cerrado, para abrir espaço para a expansão da atividade agropecuária.
Tirobet 65pistola
Em nota enviada ao site da agência localbet 65notícias Amazônia Real, o Comando Militar da Amazônia (CMA) diz que, após a solenidade olímpica na segunda, Juma escapou dentro do zoológico do centro do Exército. O órgão afirma que um grupobet 65veterinários e militares tentou recapturá-la com tranquilizantes, mas que, mesmo atingido, o animal avançou sobre um soldado.
"Como procedimentobet 65segurança, visando a proteger a integridade física do militar e da equipebet 65tratadores, foi realizado um tirobet 65pistola no animal, que veio a falecer", diz o órgão.
Segundo o Amazônia Real, dois militares seguravam a corrente presa a Juma durante todo o evento. O site diz que muitas pessoas tiraram fotos com a onça na cerimônia. Ela teria fugido logo após a exibição, quando militares tentavam colocá-la numa caminhonete.
O Exército diz que abriu um processo administrativo para investigar a morte do felino. Segundo o Amazônia Real, o Institutobet 65Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) não havia autorizado a participaçãobet 65Juma no evento e poderá multar a corporação.
Na tarde desta terça, o comitê organizador dos Jogos pediu desculpas por "permitir que a tocha fosse exibida ao ladobet 65um animal selvagem acorrentado". "Essa cena contraria nossas crenças e valores", disse o comitê via Twitter.
Indomesticável
Para João Paulo Castro, biólogo com mestradobet 65comportamento animal pela Universidadebet 65Brasília, Juma pode ter fugido após se estressar durante o evento.
"Não é saudável nem recomendável submeter um animal a uma situação como essas, com barulho e muitas pessoasbet 65volta", ele diz à BBC Brasil.
"Muitas vezes a onça já vive numa situação precária e estressante no cativeiro, o que é agravado num cenáriobet 65agitação."
Castro diz que muitos batalhões do Exército na Amazônia mantém onçasbet 65cativeiro. Ele afirma ter visitado um centro que mantinha um felinobet 65Cruzeiro do Sul (AC)bet 65condições "bem toscas".
Segundo Castro, é um erro tratar onças como animais domesticáveis. Ele afirma que são necessárias várias geraçõesbet 65cativeiro para que uma espécie se acostume a conviver com humanos.
O biólogo diz que, idealmente, onças apreendidas devem ser devolvidas à natureza ou levadas a refúgios, onde possam ficar soltasbet 65amplos espaços.
Segundo ele, a solturabet 65felinos é um processo complexo, mas há casos bem sucedidos pelo mundo ─ como obet 65tigres devolvidos a florestas na Ásia.
Horas antes da mortebet 65Juma, a BBC Brasil pediu ao Exército detalhes sobre a manutençãobet 65animais selvagensbet 65dependências do órgão na Amazônia. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Um veterináriobet 65Manaus que já trabalhou com o Exército e pediu para não ser identificado defendeu o órgão das críticas. Segundo ele, ao cuidarbet 65animais resgatados, a corporação assume uma função que deveria serbet 65outros órgãos públicos.
Ele diz que os militares são muito cuidadosos com os animais e que a burocracia impede que muitos sejam devolvidos à natureza.
O veterinário afirma ainda que grande parte das onças resgatadas chegam ao órgão ainda filhotes e se tornam dependentes dos cuidadores, o que torna difícilbet 65soltura.