Cinco visõesslot foguetefora: Futebol e brasileiros são os destaques da Copa:slot foguete
Não fiz uma mega pesquisa, não haveria condições para tal. Então decidi pegar os depoimentosslot foguetecinco grandes amigos, cinco jornalistasslot foguetenacionalidades diferentes, respeitados, com história na profissão, Copas e Eurocopas no currículo e que ficaramslot foguetediferentes partes do Brasil. Falei com gente que conheço dos anos vividos na Europa eslot foguetequem confio.
Há elogios e críticas. Diferentes visões das diferentes cidades e apenas duas coisasslot foguetecomum no discursoslot foguetetodos: uma Copaslot fogueteincrível qualidadeslot foguetefutebol e marcada pela hospitalidade dos brasileiros e brasileiras.
Estes são os relatos:
Bassel Tabbal, libanês, 35 anos, foi correspondente da TV Al Jazeera na Espanha, hoje viveslot fogueteDoha, Catar
"Esta foi minha segunda Copa do Mundo, depoisslot foguetecobrir a da África do Sul. Já havia tido a sorteslot foguetevir para a Copa das Confederações no ano passado, o que facilita as coisas, ainda que sejam torneiosslot foguetedimensões muito diferentes. No ano passado, as manifestações atrapalharam muito a locomoção.
Talvez pelo medo delas neste ano, encontramos perímetrosslot foguetesegurança muito distantes dos estádios, o que gerou longuíssimas caminhadas. Passei por muitas cidades, e foi mais fácil trabalhar nas menores, como Manaus e Curitiba, do queslot fogueteSão Paulo, por exemplo. Na maior parte do tempo, estive entre São Paulo e Campinas, para cobrir a seleçãoslot foguetePortugal.
A estrada era boa. Sofri com as telecomunicações, no entanto. É confuso haver códigos para cada estado, e tive problemas para fazer envios do material produzido pela baixa velocidade das redes. Outro problema foram os preços. O país pareceu bastante caro, mesmo comparado com o que se gasta na Europa.
Os brasileiros tentam,em geral, ajudar muito e solucionar todos os problemas que enfrentamos. A segurança pareceu bem controlada, não me sentislot fogueteperigoslot foguetenenhum momento, apesar dos tantos avisos recebidos antesslot foguetechegar ao Mundial. Se sente o ambiente da Copa sobretudo quando joga o Brasil, enquanto na África do Sul se vivia o Mundial nas ruas todos os dias."
slot foguete Duncan Castles, escocês, 43 anos, vive hoje na África do Sul. Trabalha para o Sunday Times (Inglaterra) e outras publicações online e impressas da Europa, EUA e Oriente Médio.
"De longe, essa é a melhor das quatro Copas que cobrislot foguetetermosslot foguetequalidadeslot foguetejogo. As partidas têm sido disputadasslot foguetealtíssimo ritmo e estão mais abertas do que o esperado. A atmosfera nos estádios tem sido fantástica, com os torcedores brasileiros, neutros, inteligentemente apreciando e torcendo pelos times que jogam melhor (por exemplo, na partidaslot fogueteque acompanhei entre Gana e Alemanha,slot fogueteFortaleza). Passei todo o tempo entre Salvador e Fortaleza, acompanhando os jogos destas duas sedes.
A organizaçãoslot foguetegeral não foi boa. Foi a pior das Copasslot fogueteque estive neste sentido. Os projetosslot fogueteinfraestrutura, que deveriam oferecer benefíciosslot foguetelongo prazo para a nação (como aconteceu na África do Sul), não foram completados. Existiu uma dificuldade brutal para chegar aos estádios usando os ônibusslot foguetemídia. Cheguei a perder parteslot fogueteum jogo devido a um atrasoslot fogueteduas horasslot fogueteum dos traslados, seguido pelo fatoslot fogueteuma pessoa responsável pelos ingressosslot foguetemídia argumentar que, por problemas nos computadores, eu não estava na listaslot foguetenomes aprovados - eu achei meu nome na lista, manualmente, após somente 40 segundos.
Esta será uma Copa lembrada pelo futebol e pelo grande coração dos brasileiros."
Filippo Ricci, italiano, 47 anos, viveslot fogueteMadri como correspondente do jornal Gazzetta dello Sport. Já cobriu seis Copas das Nações Africanas, alémslot fogueteCopa e Eurocopa
"Estive por três semanasslot fogueteCuritiba e encontrei uma cidade bem organizada, tranquila e segura, na qual é fácil se locomover. Pessoas muito acolhedoras, mas pouca atmosferaslot fogueteCopa e um estádio com grande ambiente, mas inacabado. As condições montadas para a imprensa que cobriu a Espanha no CT do Caju, do Atlético Paranaense, eram maravilhosas e nos permitiam trabalhar bem. Tudo funcionou bem.
Em Salvador, as coisas foram diferentes. Uma hora e meia para andar até o estádio, mais ambiente, mas também mais perigo. A dificuldade para se locomover na cidade era muito maior, assim como a sensaçãoslot fogueteinsegurança.
Me pareceu ridículo o enorme perímetroslot foguetesegurançaslot foguetevolta do estádio. Atrapalha a população local, cria dificuldades para quem trabalha e não serve para nada."
Javier Cáceres, chileno, 44 anos, viveslot fogueteBruxelas e trabalha para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung
"A minha quinta coberturaslot fogueteCopa me permitiu o encontro com o Brasil, um país que me fascina desde sempre e que, nos últimos anos, despertou na Europa um interesse enorme. Foi um privilégio enorme estar aqui.
Fiquei praticamente o tempo todoslot fogueteBelo Horizonte, uma cidade acolhedora e com uma gastronomiaslot foguetealta qualidade. À medidaslot fogueteque a Copa avançou, vi como a alegria tomava conta das ruas e percebi um entusiasmo puro pelo torneio quando saí da cidade e fui à vizinha localidadeslot fogueteSete Lagoas, onde não havia jogos.
Um mês não é suficiente para o conhecimento profundoslot fogueteuma sociedade. Mas, sim, creio ter compreendido alguns dos motivos que geraram as manifestações contrárias à Copa e que tanto dominaram as manchetes da imprensa europeia. Os motivos que originaram os protestos me parecem ainda mais justos. Falta espaço para caminhar nas cidades, sobram cimento e arames nos muros das casas.
A Copa nos fez desfrutar muito pelo futebol fantástico e foi fascinante pisarslot fogueteum templo como o Mineirão. No meu modoslot foguetever, a única coisa que tirou brilho da Copa foi a presença militar nas ruas, que me fez recordar das imagens dos dias mais obscuros da história da América Latina. Os preçosslot foguetehotéis foram abusivos e os estádios,slot fogueteforma exagerada, viraram verdadeiros fortes - nem toda a responsabilidade por isso é da organização local, já que a Fifa desempenha um papel importante nesse sentido.
Em qualquer caso, mesmo antesslot fogueteir embora, já pensoslot foguetevoltar - e logo."
Sid Lowe,inglês, vive há muitos anos na Espanha. Jornalista do Guardian (Inglaterra)
"Apesarslot foguetetoda a conversa sobre caos e pesadelos logísticos, minha experiência no Brasil mostra que todo o medo não tinha fundamento. As conexões foram rápidas, os voos não atrasaram, os aeroportos funcionam melhor e são menos burocráticos do que os aeroportos ingleses. Confiáveis e eficientes. Neste sentido, não há do que reclamar.
Passei a maior parte do temposlot fogueteCuritiba e, ainda que tenha sido menos emocionante do que estarslot fogueteoutras cidades, foi um lugar confortável para se trabalhar.
Salvador pareceu uma cidade mais perigosa, mas também mais divertida. Uma cidade viva e com atmosfera incrível, mais parecida com a imagem que eu tinha do Brasil. Uma combinação latino-africana que me agradou. Passei rapidamente por Copacabana e me pareceu um grande pontoslot fogueteencontro para os fãs. Uma pena que eu mal tenha conseguido ver o Rioslot fogueteJaneiro, que era o epicentro da Copa.
A atmosfera nos estádios foi espetacular e as pessoas maravilhosas, mágicas."
O autor deste blog esteve nos Mundiaisslot foguete2002, 2006 e 2010. As comparações são complicadas. O mundo muda, nós mudamos, nossas tarefas e necessidades mudam. A nossa foi uma Copa boa com alguns probleminhas (sem problemões, como muitos esperavam ou torciam).
Como eu esperava, a Copa do Brasil me lembrou demais da Copa da África, com duas grandes vantagens e duas desvantagens. As vantagens foram o ambiente dentro do estádio, com uma incrível atmosfera futebolística (gracias, vecinos!), e as condições climáticasslot foguetesi, foi muito mais quente e agradável do que o frio sul-africano.
É verdade que alguns jogos foram disputadosslot foguetehorários ruins (13h)slot foguetecidades quentes. Mas, para o que poderia ter acontecido na Copa, a verdade é que o inverno ajudou.
A primeira desvantagem foi o fatoslot fogueteser este um paísslot fogueteque pouquíssima gente fala algo mais do que o português - neste ponto, a África levou vantagem por ser um país que tem o inglês como idioma oficial. Ajudei diversos turistas e colegasslot fogueteprofissão a conseguirem fazer coisas muito básicas: desde saber a disponibilidadeslot fogueteum hotel até pegar um táxi para um restaurante específico.
O Brasil é cheioslot foguetepessoas amigáveis, mas não tem estrutura amigável para o turismo. A segunda desvantagem tem a ver com isso: preços abusivos, especialmente para hospedagem. O que fez com que muita genteslot foguetefora não viesse e fará com que muitas não venham no futuro - faltou visãoslot foguetemuitos casos. As reclamações se sucederam neste sentido.
Em relação a Coreia, Japão e Alemanha, houve uma diferença brutalslot foguetetermosslot foguetemobilidade. Chegar aos estádios daqueles países era fácil, rápido e barato. Na Copa, vimos o que já estamos carecasslot foguetesaber: os sistemasslot foguetetransporteslot foguetenossas capitais são lamentáveis.
Os estádio ficaram lindos, ainda que, alguns, claramente inacabados. Prontos o suficiente para a prática do futebol, que é o que essencialmente importava. Mas houve problemas sériosslot foguetefaltaslot foguetecomida, o que é resultadoslot foguetefaltaslot foguetetestes. Os preços foram altíssimos e pouco condizentes com a baixa qualidade dos produtos. Mas, cá entre nós, estádioslot foguetefutebol é pra ver jogo, não pra comer.
De uma forma geral, acredito, o país terá o importante (e intangível) legado humano. O legado físico, como sabemos, não foi entregue na totalidade. Mas ainda pode ser, por que não? Basta que se faça o resto das coisas prometidas e inacabadas.
Em termosslot foguetefutebol, talvez os olhosslot foguetemuitos se abram para o jogo lamentável que temos visto, ano após ano, sendo jogado por nossos clubesslot foguetenossos gramados. Mesmo os piores e menos atraentes jogos da Copa do Mundo foram disputados com qualidade e velocidade infinitamente superiores ao que estamos acostumados. Que sirvaslot fogueteexemplo e inspiração.
Não são só os cidadãos que precisavam deste intercâmbio com genteslot foguetefora. Nossa turma aqui do futebol também precisa - e muito - aprender com os "turistas da bola".