Descobrindo o feminismogeração que cresceu com Xou da Xuxa:
- Author, Yara Rodrigues Fowler
- Role, estudante, UniversidadeOxford
Nesses meus quase quatro anos na UniversidadeOxford, assisti e participei do que vem sendo chamadorepopularização do feminismo.
Temos discussões e eventos quase diariamente, revistas, blogs e até DJs feministas. Esse movimento, no entanto, foi criticado recentemente - e a crítica tinha razão - por ser exclusivo demais.
Ele não representava a experiência das mulheres que não faziam parte da elite branca, heterossexual eclasse média, o que acabava reproduzindo o sistema que oprime quem está fora desse clube.
A internet amplificou as vozes críticas. As tags #solidarityisforwhitewomen ("solidariedade é só para mulheres brancas"), e #lifeofamuslimfeminist ("vidauma feminista muçulmana") se espalharam pelo Twitter.
A crítica já começa a surtir efeito. Em janeiro, foram fundados os primeiros grupos feministas para mulheres negras estudandoOxford, por exemplo.
Para entender essa tendência no Brasil, eu entrevistei Zaíra Pires, cofundadora do site <link type="page"><caption> Blogueiras Negras</caption><url href="http://blogueirasnegras.org/" platform="highweb"/></link>.
No site, experiências e opiniões diversas mostram que a vertente mais democrática do feminismo também está viva no Brasil.
Quem entrar ali encontrará depoimentos emocionantes, como oDulci Lima sobre o papel quemãe teve emconsciência racial e como foi crescer como uma menina negra durante o apogeu do Xou da Xuxa. Leia <link type="page"><caption> aqui</caption><url href="http://blogueirasnegras.org/2014/02/13/sobre-como-minha-mae-me-ensinou-consciencia-racial/" platform="highweb"/></link>.
Ou o <link type="page"><caption> interessante texto</caption><url href="http://blogueirasnegras.org/2013/05/29/elogio-racista/" platform="highweb"/></link>Charô Nunes intitulado "Deixarser racista, meu amor, não é comer uma mulata", com cinco elogios racistas que mulheres negras frequentemente ouvem.
E, mais especificamente sobre o tema deste blog, o textoMárcia Vasconcelos sobre o que poderia ser chamadoracismo do feminismo tradicional. Leia <link type="page"><caption> aqui</caption><url href="http://blogueirasnegras.org/2014/02/11/as-feministas-negras-e-as-de-cor-diferente/" platform="highweb"/></link>.
Zaíra me explicou que o feminismo no Brasil também está mudando substancialmente. Atinge "mais pessoas, mais mulheres, se torna mais palatável, mais divertido e muito mais efetivo, uma vez que muito mais mulheres e homens têm a oportunidadeconhecer suas teorias".
Zaíra credita as mudançasparte ao poder da internet. "Blogs e redes sociais são plataformas poderosas", disse. Aprendi muito com o site Blogueiras Negras nesta viagem ao Brasil.