Economia da China é 'bomba-relógio'?:www pagbet

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Legenda da foto, A recuperação da China no pós-covid tem sido devagar

Embora seja pouco provável que a economia imploda tão cedo, a China está enfrentando desafios enormes e profundamente enraizados.

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Crise nos domicílios

No centro dos problemas econômicos da China está o seu mercado imobiliário. Até recentemente, esse setor representava um terçowww pagbettoda a riqueza do país.

Durante duas décadas, o setor cresceu à medida que as incorporadoras aproveitavam uma ondawww pagbetprivatizações. Mas uma crise eclodiuwww pagbet2020.

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Uma pandemia global e a diminuição da população não são bons ingredientes para um programawww pagbetconstruçãowww pagbethabitações gigantesco.

O governo, temendo um colapso ao estilo dos EUAwww pagbet2008, impôs então limites para quanto as incorporadoras poderiam pegar empréstimos. Mesmo assim, logo elas deviam bilhões que não conseguiriam pagar.

Agora, a procura por imóveis caiu e os preços deles despencaram. Isto tornou os proprietários chineses — após três anoswww pagbetduras restrições por conta do coronavírus — mais pobres.

“Na China, a propriedade é efetivamente awww pagbetpoupança”, explica Alicia Garcia-Herrero, economista-chefe para a Ásia da empresawww pagbetgestãowww pagbetfortunas Natixis. “Até recentemente, isso parecia melhor do que colocar seu dinheiro no maluco mercadowww pagbetações ouwww pagbetuma conta bancária com taxaswww pagbetjuros baixas”

Isso significa que, diferentewww pagbetvários países ocidentais, não houve nenhum picowww pagbetgastos pós-pandemia e nem uma grande recuperação econômica.

Grande prédiowww pagbetconstrução

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Legenda da foto, A crise no setor imobiliário está pesando sobre a segunda maior economia do mundo

“Havia uma ideiawww pagbetque o povo chinês gastaria loucamente depois das rígidas restrições pela covid-19”, diz Garcia-Herrero. "Eles viajariam, iriam a Paris, comprariam a Torre Eiffel. Mas, na verdade, os chineses sabiam que suas economias estavam sendo prejudicadas pela queda nos preços dos imóveis, então decidiram proteger o dinheiro que tinham."

Esta situação não só fez com que as famílias se sentissem mais pobres, como agravou os problemaswww pagbetdívidas enfrentados pelos governos locais.

Estima-se que maiswww pagbetum terço das suas receitas multibilionárias provém da vendawww pagbetterrenos a incorporadoras, que estão agorawww pagbetcrise.

De acordo com alguns economistas, serão necessários anos para que essa crise imobiliária arrefeça.

Falhas no modelo econômico

A crise imobiliária também põewww pagbetevidência problemas maiores no funcionamento da economia da China.

O surpreendente crescimento do país nos últimos 30 anos foi impulsionado pela construção: desde estradas, pontes e linhas ferroviárias até fábricas, aeroportos e casas. É responsabilidade dos governos locais fazer isso.

No entanto, alguns economistas argumentam que esta abordagem está começando a perder o prumo.

Um dos exemplos mais bizarros da obsessão da China pela construção está na provínciawww pagbetYunnan, perto da fronteira com Mianmar. Este ano, as autoridades locais confirmaram que iriamwww pagbetfrente com os planoswww pagbetconstruir uma nova instalaçãowww pagbetquarentena contra a covid-19.

Os governos locais altamente endividados estão sob tanta pressão que há relatoswww pagbetque alguns estariam vendendo terrenos para si próprios para financiar programaswww pagbetconstrução.

O resultado final é que há um limite para o que a China pode construir anteswww pagbetque isso se torne um desperdíciowww pagbetdinheiro. O país precisa encontrar outra formawww pagbetprosperar.

“Estamos num pontowww pagbetinflexão”, diz Antonio Fatas, professorwww pagbeteconomia na escolawww pagbetnegócios INSEAD,www pagbetCingapura. "O modelo antigo não está funcionando, mas para mudar o foco são necessárias reformas estruturais e institucionais sérias."

Por exemplo, argumenta ele, se a China quisesse que o setor financeiro estimulasse awww pagbeteconomia e rivalizasse com os EUA ou a Europa, o governo precisaria primeiro afrouxar consideravelmente a regulamentação, cedendo poder a interesses privados.

Na realidade, aconteceu o contrário. O governo chinês reforçou o controle sobre o setor financeiro, repreendeu os banqueiros “ocidentalizados” pelo seu hedonismo e reprimiu grandes empresas tecnológicas como a Alibaba.

Isso se refletiu, por exemplo, no desemprego dos jovens. Em toda a China, milhõeswww pagbetgraduados com elevado nívelwww pagbetescolaridade lutam para encontrar empregos dignos nas zonas urbanas.

Mulherwww pagbetfábrica, aparentemente pertowww pagbetcarretéiswww pagbetlinha

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Legenda da foto, As exportações chinesas caíram fortementewww pagbetjulho

Em julho, os números mostravam um recordewww pagbet21,3%www pagbetjovens entre 16 e 25 anos buscando emprego. No mês seguinte, as autoridades anunciaram que iriam pararwww pagbetpublicar esses dados.

Segundo o professor Fatas, isso é uma provawww pagbetuma “economia rígida e centralizada” que luta para absorver um número tão grandewww pagbetpessoas no mercadowww pagbettrabalho.

A política vigente parece ter sido eficaz para construir novas pontes e prédios, mas parece complicada quando essas obras já foram concluídas e as pessoas ainda estão à procurawww pagbettrabalho.

O que o governo fará agora?

Uma mudançawww pagbetdireção econômica requer uma mudançawww pagbetideologia política.

A julgar pelo controle cada vez maior do Partido Comunista Chinês (PCC) sobre a vida dos chineses e pelo controle cada vez maior do presidente Xi sobre o partido, isso não parece provável.

De certa forma, a China é vítima do seu próprio sucesso. A atual taxawww pagbetcrescimento só é considerada “lenta” quando comparada com os números surpreendentemente elevados dos anos anteriores.

Desde 1989, a China tem registrado uma taxa médiawww pagbetcrescimentowww pagbetcercawww pagbet9% ao ano. Em 2023, esse número deve ficar perto dos 4,5%.

É uma grande queda, mas a taxa ainda é muito superior à das economias dos EUA, do Reino Unido e da maioria dos países europeus. Alguns argumentam que isto já é satisfatório para a autoridade do governo chinês.

As economias ocidentais tendem a ser alimentadas pelos gastos das pessoas, mas Pequim não gosta deste modelo consumista. Não só é considerado um desperdício, como também individualista.

Para o governo chinês, estimular os consumidores a comprarem uma nova televisão, assinar os serviçoswww pagbetstreaming ou sairwww pagbetférias são medidas que podem ajudar a estimular a economia, mas pouco contribuem para a segurança nacional ou para awww pagbetconcorrência com os EUA.

Em essência, Xi quer crescimento, mas não crescer por crescer. Isto pode estar por trás do recente boom nas indústriaswww pagbetponta, como os semicondutores, a inteligência artificial e a tecnologia verde – que mantêm a China competitiva a nível mundial e a tornam menos dependente dos outros.

Esta ideia também pode explicar a resposta limitada do governo à economia vacilante. Até agora, foram feitos apenas ajustes nos limites — flexibilizando os limiteswww pagbetempréstimos ou reduzindo taxaswww pagbetjuros —www pagbetvezwww pagbetgrandes injeçõeswww pagbetdinheiro.

Os investidores estrangeiros na China estão preocupados e querem que o governo tome medidas rapidamente, mas os líderes parecem estar jogando um jogowww pagbetlongo prazo.

Eles sabem que, no papel, a China ainda tem um enorme potencial para mais crescimento. O país pode ser uma potência econômica, mas o rendimento médio anual ainda éwww pagbetapenas US$ 12.850 (cercawww pagbetR$ 60 mil). Quase 40% da população ainda vivewww pagbetáreas rurais.

Xi Jinping acenando

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Legenda da foto, Xi Jinping garantiu um terceiro mandato como líder do país no início deste ano

Por um lado, não estar vinculada aos ciclos eleitorais permitiu e permitirá à China o luxowww pagbetter uma visãowww pagbetlongo prazo.

Mas, por outro, muitos economistas argumentam que um sistema político autoritário não é compatível com o tipowww pagbeteconomia flexível e aberta necessária para padrõeswww pagbetvida que correspondam aos dos paíseswww pagbetalta renda.

Há também o riscowww pagbetXi estar dando prioridade à ideologiawww pagbetdetrimentowww pagbetpolíticas eficazes, ou ao controlewww pagbetdetrimento do pragmatismo.

Para a maioria das pessoas, isto é bom quando a economia vai bem. Mas à medida que a China está saindowww pagbettrês anoswww pagbetfortes restrições contra a covid, com muitos lutando para encontrar um emprego e as casas das famílias se desvalorizando, a história é diferente.

Isto nos levawww pagbetvolta à descrição da “bomba-relógio”www pagbetBiden, que sugere como consequências a agitação civil ou, ainda mais grave, algum tipowww pagbetaçãowww pagbetpolítica externa perigosa.

No momento, porém, isso é pura especulação. A China emergiuwww pagbetuma sériewww pagbetcrises no passado. Mas não há dúvidawww pagbetque a liderança do país enfrenta agora um conjunto únicowww pagbetdesafios.

“Eles estão preocupados com a situação atual? Claro, eles veem os números”, diz o professor Fatas.

"Eles entendem o que precisa ser feito? Não tenho certeza. Meu palpite é que estão faltando certas coisas fundamentais para o futuro da China."