O que a crise no Equador revela sobre tráfico globalbet mobile sitedrogas:bet mobile site

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Outrora mais conhecido como destino turístico e maior exportador mundialbet mobile sitebananas, o Equador é agora descrito como "a estrada da cocaína para os EUA e a Europa" pela InSight Crime, um think tank com sedebet mobile siteWashington especializado na investigação do crime organizado no continente americano.

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A geografia tem sido um fator chave nesta transformação. O Equador faz fronteira com a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiaisbet mobile sitecoca, o principal ingrediente da cocaína.

Quando o grupo rebelde paramilitar Farc na Colômbia assinou um acordobet mobile sitepazbet mobile site2016, ele se afastou do comérciobet mobile sitedrogas, no qual tinha sido um ator importante durante décadas. Mas células dissidentes e grupos criminosos transnacionais intervieram e — com a repressão das forçasbet mobile sitesegurança na Colômbia — os criminosos encontraram novas rotas para transportar drogas para mercados estrangeiros. Eles foram atraídos para os portos do Equador na costa do Pacífico, como Guayaquil.

O país é hoje um importante corredorbet mobile sitedistribuição — a cocaína sai do país por barco e avião, por vezes contrabandeadabet mobile sitecontêineresbet mobile sitebanana, com destino aos mercados dos EUA e da Europa. As gangues do Equador também criaram laços mais estreitos com os barões da drogabet mobile siteoutros países, como o México.

À medida que as gangues se tornaram mais poderosas, a taxabet mobile sitehomicídios no Equador quadruplicou entre 2016 e 2022,bet mobile siteacordo com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC).

As estatísticas governamentais também mostram que nos primeiros seis mesesbet mobile site2023, a polícia do Equador prendeu maisbet mobile site1,3 mil crianças com idades entre 12 e 17 anos por suspeitabet mobile sitecrimes, incluindo homicídio, tráficobet mobile sitedrogas e possebet mobile sitearmasbet mobile sitefogo.

As autoridades dizem que elas abandonaram a escola para se trabalharem para os criminosos.

"As gangues operam invariavelmente nos bairros urbanos mais pobres", afirma Felipe Botero, especialistabet mobile sitepolíticasbet mobile sitedrogas do grupobet mobile sitereflexão Global Initiative Against Transnational Organized Crime (GI-TOC), com sedebet mobile siteGenebra.

"Crianças e adolescentes são atraídos pelo poderbet mobile siteuma vidabet mobile sitecriminoso e são muito mais propensos a receber ordensbet mobile sitechefes do crime", diz.

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Legenda da foto, Criançasbet mobile siteaté 12 anos estão sendo atraídas para a violênciabet mobile sitegangues no Equador

Consumobet mobile sitedrogasbet mobile sitealta

O que acontece no Equador reflete um aumento na demanda global por cocaína e outras drogas, segundo o UNODC. No seu relatório mais recente, utilizando dadosbet mobile site2021, a entidade estima que 296 milhõesbet mobile sitepessoas com idades entre 15 e 64 anosbet mobile sitetodo o mundo tinham consumido alguma formabet mobile sitesubstância ilícita nos 12 meses anteriores. Isso é 23% a mais do que uma década antes.

A ONU afirma que as drogas mais consumidas são a maconha, os opioides – desde analgésicos à heroína – e as anfetaminas. Também houve um boom na produçãobet mobile sitecocaína nos últimos anos, que atingiu "níveis recordes". Na Colômbia, por exemplo, o UNODC estima que a produção aumentoubet mobile sitecercabet mobile site400 toneladas métricasbet mobile site2011 para maisbet mobile site1,8 milbet mobile site2021.

O preçobet mobile site1 kgbet mobile sitecocaína pode chegar a US$ 2 mil (cercabet mobile siteR$ 10 mil) na Colômbia, segundo estimativasbet mobile siteespecialistas da ONU. Mas o preço aumenta consideravelmente à medida que se afasta da origem da produção – esse mesmo quilo pode valer maisbet mobile siteUS$ 220 mil (maisbet mobile siteR$ 1 milhão) na Austrália, por exemplo.

Tal como acontece com qualquer negócio, o mercado da droga girabet mobile sitetorno do lucro, afirma Aileen Teague, especialistabet mobile sitepolíticasbet mobile sitedrogas na Texas A&M University, nos EUA. É também importante reconhecer que "em algumas áreas, esses mercados ilícitos estão envolvidos com o Estado", diz ela.

"Como mostra o Equador, este emaranhado cria resultados inesperados quando se tratabet mobile sitegovernação e segurança pública."

Um exemplo clássico disso foi visto na Colômbia durante a décadabet mobile site1980, quando o barão da droga Pablo Escobar – cuja fortuna já foi avaliadabet mobile siteUS$ 30 bilhões – e o seu cartelbet mobile siteMedellín aterrorizaram o público.

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Legenda da foto, Pablo Escobar já morreu, mas a Colômbia continua sendo o maior produtor mundialbet mobile sitecocaína

Escobar já morreu, mas os cartéis ainda estão ativos na Colômbia. O maior é o Clã do Golfo, que tem ligações com organizações criminosas internacionais e contrabandeia drogas para países como os EUA e a Rússia.

A captura do seu líder, Dairo Antonio Úsuga, também conhecido como Otoniel,bet mobile site2021 enfraqueceu a estrutura do grupo, mas as células continuam funcionando.

O México enfrenta há décadas uma guerra pelo poder entre o governo e grupos como o cartelbet mobile siteSinaloa, que o departamentobet mobile siteJustiça dos EUA considera uma das maiores e mais poderosas organizaçõesbet mobile sitetráficobet mobile sitedrogas do mundo.

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Legenda da foto, Joaquin "El Chapo" Guzman, retratadobet mobile site2016, é o fundador do cartelbet mobile siteSinaloa

O líderbet mobile siteSinaloa, Joaquin "El Chapo" Guzman, assim como Escobar, tornou-se temabet mobile sitevários livros, documentários e atébet mobile siteuma série da Netflix. Atualmente ele cumpre penabet mobile siteprisão perpétua nos EUA e o cartel é alegadamente gerido por uma parceria entre dois dos seus filhos e um parceiro comercialbet mobile sitelonga data, Ismael Zambada Garcia.

Outras gangues poderosas no México incluem a Jalisco New Generation e a Los Zetas, que foi fundada por membros corruptosbet mobile siteuma unidadebet mobile siteelite das forças especiais do México.

Primeiro narco-Estado da África

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Fim do Que História!

As drogas produzidas na América Latina tendem a não viajar diretamente para os seus principais mercados consumidores na América do Norte e na Europa. Para driblar as autoridadesbet mobile sitecontrolebet mobile sitefronteira, as rotasbet mobile sitecontrabando atravésbet mobile siteÁfrica tornaram-se uma peça importante do quebra-cabeça da distribuição.

Os países da África Ocidental são um pontobet mobile sitetrânsito fundamental para os carregamentosbet mobile sitecocaína com destino à Europa. Eles atravessam o Atlântico atravésbet mobile siteaviões, submarinos e pequenos barcosbet mobile sitepesca cobertos com lonas azuis para camuflagem, feitos para escapar a vigilância por satélite.

"Os países africanos são estratégicos para a distribuiçãobet mobile sitedrogas e muitos foram permeados pelo crime organizado", explica António Maria Costa, antigo diretor executivo do UNODC. "O dinheiro das drogas está pervertendo a economia e apodrecendo a sociedade."

A Guiné-Bissau, uma das nações mais pobres do mundo, foi descrita pelos EUA e pela ONU como o primeiro narco-Estadobet mobile siteÁfrica no início dos anos 2000. Os políticos foram acusadosbet mobile sitereceber dinheirobet mobile sitecriminosos e ajudar a proteger o comérciobet mobile sitedrogas.

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Legenda da foto, Traficantes recorrem a métodos criativos para transportar drogas, incluindo submarinos artesanais, como este encontrado na Amazônia

Acredita-se que o dinheiro das drogas também circule nas forçasbet mobile sitesegurança. Em 2022, o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, acusou traficantesbet mobile sitedrogabet mobile sitefinanciarem uma tentativabet mobile sitegolpebet mobile siteEstado.

E 13 anos antes, o assassinato do presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, pelos seus próprios soldados ficou conhecido como o "golpe da cocaína",bet mobile sitemeio a boatos sobre uma luta pelo poder pelo controle do dinheiro da droga que entra no país.

No vizinho Mali, o tráficobet mobile sitedroga faz parte da rotinabet mobile sitegrupos insurgentes armados que operam no norte do país. A localização do Mali coloca-o no corredor que liga a África Ocidental ao Mediterrâneo e à Europa.

Dados da ONU mostram que a quantidadebet mobile sitecocaína apreendida pelas autoridades da região aumentoubet mobile site13kg por ano entre 2015 e 2020 para 863kgbet mobile site2022.

"O tráficobet mobile sitedroga é uma grande fontebet mobile siterenda para os grupos armados", afirma António Maria Costa, antigo chefe do UNODC.

"As drogas viciam não apenas pelo seu uso. mas também graças aos lucros incríveis que geram para quem as trafica."

As apreensões aumentaram mesmo após a prisão e condenação do mais notório traficantebet mobile sitedrogasbet mobile siteÁfrica, El Hadj Ahmed Ibn Ibrahim, conhecido como "O Mali",bet mobile site2019.

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Legenda da foto, Os países da África Ocidental, como a Guiné-Bissau, tornaram-se um pontobet mobile sitetrânsito fundamental para os carregamentosbet mobile sitecocaína com destino à Europa

Ibrahim, que atualmente está cumprindo uma penabet mobile site10 anosbet mobile siteprisão no Marrocos, nasceu nos desrtos beduínos do norte do Mali. Segundo a revista Jeune Afrique, o "Escobar do Sahara" iniciou abet mobile sitecarreira empresarial vendendo automóveis europeus usados ​​na África, o que lhe rendeu conhecimentos sobre rotas comerciais, alfândegas e outras logísticas.

Depoisbet mobile siteentrar no mercado do ouro, ele se envolveue com o comércio transatlânticobet mobile sitecocaína. No momento dabet mobile siteprisão, ele supostamente possuía propriedadesbet mobile sitevários países — como Brasil, Rússia e Marrocos, entre outros.

A África Oriental também desempenha um papel no comércio globalbet mobile sitedrogas. Portos como Dar es Salaam, na Tanzânia, e Mombaça, no Quênia, são pontosbet mobile sitetrânsitobet mobile sitedrogas enviadas para o Sul e Leste Asiático. Eles também funcionam como pontosbet mobile siteentrada para heroína, anfetaminas e maconha que fluem no sentido contrário,bet mobile siteacordo com o UNODC. Além disso, a região abriga importantes aeroportos internacionaisbet mobile siteNairobi e Adis Abeba.

As autoridades estão preocupadas com sinaisbet mobile siteque o consumobet mobile sitedrogas ilícitas está crescendo no continente. O UNODC estima que 10% das pessoas na África Ocidental e Central consumiram maconhabet mobile site2021. Globalmente, a prevalência ébet mobile site4%.

Entretanto, na Ásia, o UNODC observou que o comérciobet mobile sitedrogas sintéticas tem prosperado desde a pandemiabet mobile sitecovid-19, baseando abet mobile siteavaliação nas apreensões, detenções e disponibilidadebet mobile sitedrogas nas ruas.

O chamado Triângulo Dourado — uma remota áreabet mobile siteselva onde as fronteiras da Tailândia, Laos e Mianmar se encontram — ainda é um dos principais centros mundiaisbet mobile sitedrogas sintéticas e heroína.

Em 2023, a ONU revelou que Mianmar tinha se tornado o maior produtor mundialbet mobile siteópio, o principal ingrediente da heroína, ultrapassando o Afeganistão, cujas colheitasbet mobile sitepapoila diminuíram desde o regresso dos Talebã ao poder.

Durante décadas, as receitas das drogas financiaram grupos insurgentes que lutam contra o governobet mobile siteMianmar e, no ano passado, no meiobet mobile siteuma guerra civil, o cultivo aumentou.

Um dos grupos mais famosos associados ao Triângulo Dourado é o Sam Gor, um sindicatobet mobile sitegangues asiáticas. Em 2018, o UNODC estimou que o Sam Gor faturava pelo menos US$ 8 bilhões por ano apenas com o seu negóciobet mobile sitemetanfetamina.

A polícia australiana estima que o grupo seja responsável por até 70% das drogas que entram na Austrália. As autoridades afirmam que o grupo contrabandeia enormes quantidadesbet mobile sitedrogas — particularmente metanfetamina, mas também heroína e cetamina — para o paísbet mobile sitepacotesbet mobile sitechá.

Em 2021, as autoridades holandesas prenderam o homem acusadobet mobile siteser o chefe da organização criminosa, o empresário sino-canadense Tse Chi Lop, apelidadobet mobile site"El Chapo da Ásia".

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Legenda da foto, Tse Chi Lop é acusadobet mobile siteliderar uma operação multibilionáriabet mobile sitemetanfetamina

Tse Chi Lop foi extraditado para a Austráliabet mobile sitedezembrobet mobile site2022, onde ainda aguarda julgamento. Ele nega as acusações.

"Os grupos criminosos na Ásia operambet mobile siteforma diferente da América Latina", afirma Vanda Felbab-Brown, especialista no comérciobet mobile sitedrogas asiático na Brookings Institution, sediada nos EUA.

"Os países da região [Ásia] têm muitas vezes uma abordagem brutalbet mobile siterelação às drogas, por isso estes grupos comportam-sebet mobile siteuma forma mais silenciosa", acrescenta ela, explicando que os chefões tendem a ser menos chamativos, interessadosbet mobile sitemanter as suas identidades mais discretas.

Felbab-Brown também cita Síria como um narco-Estado, graças à produção e distribuiçãobet mobile sitecaptagon — um estimulante ilegal cujo preço barato nas ruas lhe rendeu o apelidobet mobile site"cocaína dos pobres". A droga é amplamente consumida no Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo, incluindo a Arábia Saudita.

Acredita-se que a Síria, mergulhadabet mobile siteuma guerra civil desde 2011, seja o maior produtor mundialbet mobile sitecaptagon e a droga parece ter-se tornado uma fontebet mobile siterenda para o regime isolado do país.

De acordo com Felbab-Brown, estima-se que as vendas da captagon no Oriente Médio atinjam US$ 5 bilhõesbet mobile sitedólares por ano e uma "grande parte" deste volumebet mobile sitenegócios é usada para "apoiar o regimebet mobile siteAssad".

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Legenda da foto, O captagon, conhecido como “cocaína dos pobres”, é amplamente consumido no Oriente Médio

Uma investigação conjunta da BBC News Arabic (serviçobet mobile sitenotícias da BBCbet mobile siteárabe) e da redebet mobile sitejornalismo investigativo OCCRP, publicadabet mobile sitejunhobet mobile site2023, encontrou "ligações diretas entre o comércio do captagon e os principais membros das Forças Armadas Sírias e a família do presidente Bashar al-Assad".

O governo da Síria não respondeu ao pedidobet mobile siteentrevista feito pela BBC. No entanto, o governo já negoubet mobile siteocasiões anteriores qualquer envolvimento no comérciobet mobile sitedrogas.

China e fentanil

O último país a se mencionar na guerra global às drogas é a China. Os EUA acusam empresas e pessoasbet mobile siteproduzirem os produtos químicos usados para criação do fentanil, um opioide sintético potente e muitas vezes mortal.

Autoridades americanas dizem que os produtos químicos são enviados para o México, onde o fentanil é produzido, antesbet mobile siteser transportado aos EUA e distribuído l[a. A China disse que "não existe tráfico ilegalbet mobile sitefentanil" da China para as Américas, atribuindo o elevado númerobet mobile sitemortes relacionadas aos usuários americanos.

No entanto, interromper a produção destes produtos químicos é complicado, diz Vanda Felbab-Brown, porque eça "é praticada quase a nível familiar,bet mobile sitevezbet mobile sitegrandes organizações criminosas".

"O contrabando dessas substâncias é barato e, portanto, não gera nembet mobile sitelonge o mesmo dinheirobet mobile sitecomparação com o contrabandobet mobile sitemetanfetaminas, que na Ásia é dominado pelo crime organizado grave."

No entanto, as autoridades dos EUA afirmam ter encontrado provasbet mobile siteempresas químicas chinesas que oferecem assistência técnica aos cartéis mexicanos nabet mobile siteproduçãobet mobile sitefentanil.

Em abril do ano passado, um tribunalbet mobile siteNova York acusou quatro cidadãos chineses à reveliabet mobile sitecontrabandobet mobile sitefentanil. Um dos acusados, o empresário Kun Jiang, está na lista dos mais procurados da agência antidrogas dos EUA.