Por que a geração Z e os millennials não atendem mais o telefone:www unibets

Legenda do áudio, A personagem Devi, da sériewww unibetsTV 'Eu Nunca...', jamais faria uma declaraçãowww unibetsamor por telefone.

Para as gerações mais velhas, falar ao telefone é normal. Meus pais passaram a adolescência brigando com seus irmãos pelo telefone fixo no corredor, o que só fazia com que toda a família ouvisse as suas conversas.

Crédito, Yasmin Rufo

Legenda da foto, No final dos anos 1990, a autora só usava o telefone fixo para ligações comerciais

Já a minha adolescência foi passadawww unibetsmensagenswww unibetstexto. Fiquei obcecada por elas desde o momentowww unibetsque ganhei meu Nokia cor-de-rosawww unibetspresentewww unibetsaniversário, com 13 anoswww unibetsidade.

Eu passava todas as noites depois da escola redigindo textoswww unibets160 caracteres para os meus amigos.

Eu retirava todas as vogais e espaços desnecessários, até que a mensagem parecesse um grupowww unibetsconsoantes aleatórias que os próprios serviçoswww unibetsinteligência teriam dificuldadewww unibetsdecifrar. Afinal, eu nunca iria pagar a mais para escrever 161 caracteres.

E,www unibets2009, as ligações telefônicas do meu celular custavam uma fortuna. "Nós não demos este telefone para você fofocar com suas amigas a noite inteira", relembravam meus pais sempre que recebiam minha conta telefônica, todos os meses.

Foi assim que surgiu uma geraçãowww unibetspessoas que só se comunicam por texto. As ligações por telefone celular eram para emergências e o telefone fixo era usado raramente para falar com os avós.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, As 'Meninas Malvadas' certamente não se interessariamwww unibetsfazer ligaçõeswww unibetsvoz entre três pessoaswww unibets2024
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A psicóloga Elena Touroni explica que, como os jovens não desenvolveram o hábitowww unibetsfalar ao telefone, ”agora parece estranho, pois não é o normal".

Por isso, os jovens podem esperar o pior quando o telefone começa a tocar – ou se iluminarwww unibetssilêncio, já que poucos jovens com menoswww unibets35 anoswww unibetsidade têm um toque alto no seu telefone.

Mais da metade dos jovens que responderam à pesquisa do Uswitch reconheceram acreditar que uma ligação inesperada significa más notícias.

A psicoterapeuta Eloise Skinner explica que a ansiedadewww unibetstorno das ligações vemwww unibets"uma associação com algowww unibetsruim – uma sensaçãowww unibetspavor ou mau presságio".

"À medida que as nossas vidas ficam mais atribuladas e os cronogramaswww unibetstrabalho mais imprevisíveis, temos menos tempo para ligar para um amigo, simplesmente para saber como ele está", explica ela. "Por isso, as ligações telefônicas ficam reservadas para as notícias importantes das nossas vidas, que, muitas vezes, podem ser difíceis."

Para Jack Longley,www unibets26 anos, "é exatamente isso". Ele nunca atende ligaçõeswww unibetsnúmeros desconhecidos, pois "ou é golpe, ou é marketing. É mais fácil simplesmente ignorar as ligações,www unibetsvezwww unibetsprocurar saber quais delas são verdadeiras."

Crédito, Netflix

Legenda da foto, Nick e Charlie, da série 'Heartstopper', fazem parte da geração das mensagenswww unibetstexto

Mas não falar ao telefone não significa que os jovens não mantenham contato com seus amigos. Nossos gruposwww unibetsbate-papo se movimentam o dia inteiro, com uma sériewww unibetsmensagens corriqueiras, memes, fofocas e, mais recentemente, mensagenswww unibetsvoz.

Muitas dessas conversas, agora, acontecem nas redes sociais, particularmente no Instagram e no Snapchat, onde é mais fácil enviar imagens e memes ao lado dos textos. E, mesmo com o consensowww unibetsque as ligações telefônicas são indesejadas, o usowww unibetsmensagenswww unibetsvoz divide as gerações mais jovens.

Na pesquisa do Uswitch, 37% das pessoas com 18 a 34 anoswww unibetsidade declararam que as mensagenswww unibetsvoz sãowww unibetsforma preferidawww unibetscomunicação. Por outro lado, apenas 1% dos participantes com 35 a 54 anos preferem mensagenswww unibetsvozwww unibetsvezwww unibetsligações telefônicas.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para a geração Z, não existe meio termowww unibetsrelação às mensagenswww unibetsvoz: ou você ama, ou você odeia

"A mensagemwww unibetsvoz é como falar ao telefone, só que melhor", afirma a estudante Susie Jones,www unibets19 anos. "Você tem o benefíciowww unibetsouvir a voz dos seus amigos, mas sem pressões. Por isso, é uma forma mais educadawww unibetscomunicação."

Mas, para mim, é difícil ouvir mensagenswww unibetsvozwww unibetscinco minutoswww unibetsuma amiga contando as novidades sobre a vida dela. Elas devaneiam, as mensagens ficam repletaswww unibetspalavras como "tipo" e "ahn" – e toda a história poderia ser contadawww unibetsduas mensagenswww unibetstexto.

As mensagenswww unibetstexto ewww unibetsvoz permitem que os jovens participem das conversas no seu próprio ritmo. E eles podem responderwww unibetsforma mais atenciosa e ponderada.

Fobia do telefone no trabalho

Mas até que ponto a fobia das chamadas telefônicas nawww unibetsvida pessoal afeta o lado profissional?

O advogado Henry Nelson-Case tem 31 anoswww unibetsidade. Ele também é criadorwww unibetsconteúdo – e é terrivelmente fácil se identificar comwww unibetssériewww unibetsvídeos sobre "millennials devastados".

Entre os esquetes mais marcantes está um sobre a angústiawww unibetsenviar um e-mail para toda a empresa se recusando educadamente a trabalhar além do horário e outro mostrando um funcionário fazendowww unibetstudo para evitar atender uma ligação telefônica.

Nelson-Case afirma que "a ansiedade associada a conversaswww unibetstempo real, possíveis constrangimentos, não ter as respostas e a pressão para responder imediatamente" fazem com que ele odeie falar ao telefone.

"As ligações telefônicas nos expõem mais e exigem um nívelwww unibetsintimidade mais alto, enquanto as mensagenswww unibetstexto são mais distanciadas e permitem que você se conecte sem se sentir vulnerável ou exposto", explica Elena Touroni.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cher e Dionne,www unibets'As Patricinhaswww unibetsBeverly Hills', são as únicas capazeswww unibetstrazer um mínimowww unibetsdiversão para uma chamada telefônica

A advogada Dunja Relic,www unibets27 anos, conta que evita as ligações no localwww unibetstrabalho porque "elas podem ser demoradas e atrasar as tarefas". A psicoterapeuta Eloise Skinner descreve isso como a sensação do "isso poderia ter sido um e-mail".

"Existe um senso cada vez maiorwww unibetsproteção do nosso tempo", explica ela. "Ligar para alguém exige que a pessoa que recebe a chamada faça uma pausa no seu dia e dedique atenção à conversa – algo difícil para os multitarefas."

O empresário James Holton,www unibets64 anos, conta que seus funcionários mais jovens raramente respondem às ligações telefônicas: "ou eles têm uma mensagem padrão dizendo que estão ocupados, ou colocam meu númerowww unibetsredirecionamento,www unibetsforma que a chamada nunca é recebida".

"Eles sempre têm uma desculpa na manga", segundo Holton. "A mais comum é 'meu telefone estáwww unibetsmodo silencioso,www unibetsforma que não vi a chamada e me esqueciwww unibetsligar mais tarde'."

Ele conta que precisou se adaptar, depois que observou que havia "uma clara dificuldadewww unibetscomunicação". "Se os funcionários são mais confortáveis com textos, é minha responsabilidade respeitar a decisão deles."

Mas será que a preferência pela comunicação escrita e a tendênciawww unibetstrabalharwww unibetscasa estão nos fazendo perder a capacidadewww unibetsmanter conversas informais e não programadas?

Para Skinner, se a tendência atual continuar, "poderemos perder a sensaçãowww unibetsproximidade ou conexão".

"Quando nos comunicamos verbalmente, nós nos sentimos mais alinhados, emocional, profissional ou pessoalmente", explica ela. "Esta conexão pode gerar maior sensaçãowww unibetsrealização, especialmente no ambientewww unibetstrabalho."

Mas a gerentewww unibetssupermercado Ciara Brodie,www unibets25 anos, contraria a tendência. Ela diz que "adora" quando seus chefes do trabalho ligam para ela.

"É algo mais atencioso do que a mensagemwww unibetstexto, pois exige um certo nívelwww unibetsesforço, que faz com que você realmente saiba que seu chefe valorizawww unibetsinformação", explica ela.

Ela gosta particularmentewww unibetsconversar com os colegas pelo telefone nos diaswww unibetsque trabalhawww unibetscasa. "Pode ser solitário,www unibetsforma que é bom permanecer conectada."

Algumas pessoas podem dizer que esta nova tendênciawww unibetscomunicação é mais uma provawww unibetsque somos a "geração flocowww unibetsneve" - uma geração mais frágil e mimada que gerações anteriores. Mas, na verdade, estamos muito longe disso.

É mais uma questãowww unibetsadaptação. É claro que, 25 anos atrás, as pessoas eram resistentes à mudança do fax para o e-mail, mas a mudança tornou a nossa comunicação muito mais eficiente.

Talvez tenha chegado a horawww unibetsreconhecer o poder do texto e, da mesma forma que aposentamos a máquinawww unibetsfax nos anos 1990, podemos deixar as temidas ligações telefônicas para tráswww unibets2024.