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'Não vamos dizer ao Brasil com quem se associar', diz embaixadora dos EUA na ONU sobre reaproximação com China:roleta numero 0
Ao retornarroleta numero 0Pequim, Lula afirmou que os acordos comerciais firmados na China atingiam a cifraroleta numero 0R$ 50 bilhões.
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Em comparação, ao voltarroleta numero 0Washington, Lula trouxe apenas um compromissoroleta numero 0US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, recurso considerado exíguo pela gestão brasileira.
Há duas semanas, o governoroleta numero 0Joe Biden anunciou que o aporte ao Fundo Amazônia deverá chegar a US$ 500 milhõesroleta numero 05 anos, mas a doação ainda dependeroleta numero 0aprovação do Congresso.
Confrontada com a aparente dificuldade dos EUAroleta numero 0mandarem dinheiro à América Latina, enquanto cresce na região a presença chinesa, Thomas-Greenfield afirmou que os americanos não fazem “anúncios frívolos” ao Brasil, e que seus investimentos no país já geraram 700 mil empregos. Disse ainda que Biden trabalhará com o Congresso para cumprir a promessa que fez para a Amazônia.
Já sobre a Guerra da Ucrânia, o tom da diplomata foi mais duro. Ela admitiu que os EUA ficaram “desapontados” com as declaraçõesroleta numero 0Lularoleta numero 0que os EUA promoviam o conflito,roleta numero 0que a Ucrânia também é responsável pela guerra eroleta numero 0que o país teria eventualmente que ceder a Crimeia para a Rússia para terminar a guerra.
Embora o Brasil tenha repetidas vezes condenado na ONU a invasão russa e a anexaçãoroleta numero 0territórios ucranianos, as falasroleta numero 0Lula, seguidas da visita a Brasília do chanceler russo Sergey Lavrov, recebido por uma hora e meia pelo presidente brasileiro, levaram o porta-voz do Conselhoroleta numero 0Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, a dizer que o Brasil “papagueava” propaganda russa e chinesa no assunto.
Questionada se os americanos perderam a confiança no governo brasileiro sobre o assunto, Thomas-Greenfield afirma que “se o Brasil leva a sério a busca pela paz, precisa se envolver com a Ucrânia”.
A afirmação da diplomata é uma crítica ao fatoroleta numero 0que, embora Lula tenha recebido Lavrov, e seu assessor internacional Celso Amorim tenha visitado o líder russo Vladimir Putinroleta numero 0Moscou, o contato com a Ucrânia se limitou a uma vídeochamadaroleta numero 0Lula com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Há dez dias, enquanto visitava Portugal e colhia a repercussão negativaroleta numero 0suas falas entre europeus, Lula decidiu que Amorim irá também visitar a Ucrânia e se encontrará com Zelensky,roleta numero 0data ainda não definida.
Perguntada se via no Brasil condiçõesroleta numero 0mediar o conflito, Thomas-Greenfield desconversou: “Vários países apresentaram propostasroleta numero 0paz e saudamos qualquer esforço”.
A embaixadora americana terá encontros com o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o assessor da presidênciaroleta numero 0relações exteriores Celso Amorim. Thomas-Greenfield também tinha a expectativaroleta numero 0se encontrar com Lula, o que não havia sido confirmado até o fim da tarde desta segunda (1/5).
Em Brasília, Thomas-Greenfield ainda deve tratar das crises na Nicarágua, Venezuela e Colômbia, da possibilidaderoleta numero 0que o Brasil componha uma força multinacional ao Haiti (que os EUA incentivam e os brasileiros resistem) e do avanço no acordo bilateral entre Brasil e EUA para combate ao racismo, o Japer, que levará a diplomata também a Salvador.
Leia a seguir os principais trechos da entrevistaroleta numero 0Thomas-Greenfield à BBC News Brasil, editada por concisão e clareza:
roleta numero 0 BBC News Brasil - O Brasil já votou contra a anexação territorialroleta numero 0partes da Ucrânia pela Rússia na ONU, masroleta numero 0recente visita à China, o presidente Lula disse que os EUA deveriam “pararroleta numero 0incentivar a guerra”, acusou mais uma vez os ucranianosroleta numero 0também serem responsáveis pelo conflito e dias depois recebeu o chanceler russo Sergey Lavrov, que disse ao lado do chanceler brasileiro que Brasil e Rússia compartilham perspectivas sobre a guerra. Em resposta, John Kirby acusou Lularoleta numero 0papaguear a propaganda russa e chinesa sobre o assunto. Os EUA perderam a confiança no Brasil no tema?
roleta numero 0 Linda Thomas-Greenfield - Somos um parceiroroleta numero 0longa data do Brasil e nos envolvemos com o Brasilroleta numero 0um grande númeroroleta numero 0questões. E como você notou, o Brasil votou para condenar o ataque da Rússia à Ucrânia, a anexação do território ucraniano pela Rússia, e, recentemente, votaram que quaisquer decisões relacionadas a isso devem estar estar embasadas na cartaroleta numero 0princípios da ONU. Portanto, esperamos que o Brasil continue a apoiar esses esforços.
E direi que ficamos desapontados com os comentários e as declarações que foram feitas durante a viagem (de Lula à China). Mas acho que, à medida que continuamos nossas discussões com o Brasil, incentivamos que eles também se envolvam com a Ucrânia.
O presidente Biden deixou claro que nada sobre a Ucrânia (deve ser decidido) sem a Ucrânia. Então, se o Brasil leva a sério a busca pela paz, precisa se envolver com a Ucrânia, alémroleta numero 0apoiar a resolução da ONU que não reconhece a anexação do território ucraniano pela Rússia. Espero ter mais discussões in loco com autoridades brasileiras enquanto eu estiver lá para falar sobre a Ucrânia, mas há outras questões que também discutiremos, como a situação na Venezuela, a situação no Haiti, a Colômbia.
E olharemos para as áreas onde temos valores fortes e duradouros. Somos as duas maiores democracias deste continente, nós temos issoroleta numero 0comum, e acho que essa semelhança definirá como nosso relacionamento avançará.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Considerando as declarações recentes, os EUA veem o Brasilroleta numero 0posição para mediar o fim da guerra da Ucrânia?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - Vários países apresentaram propostasroleta numero 0paz e saudamos qualquer esforço para encontrar uma solução pacífica para esta situação desde que embasada na carta da ONU, que reconheça a integridade territorial da Ucrânia e que traga paz ao povo da Ucrânia.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Na semana passada, a BBC Brasil revelou que os EUA pediram a extradiçãoroleta numero 0um homem acusadoroleta numero 0ser espião ilegal russo eroleta numero 0ter atuado nos EUA sob identidade brasileira. É o terceiro caso do tiporoleta numero 0poucos meses. Os EUA temem que o Brasil tenha se convertidoroleta numero 0um berçárioroleta numero 0espiões russos?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - O governo brasileiro indiciou esta pessoa pelos atos que ela cometeu (no Brasil) e ela foi também acusada nos Estados Unidos. Não posso comentar mais sobre isso. Mas, para responder àroleta numero 0pergunta, esperamos continuar a cooperar com o Brasil nesta questão.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Há duas semanas, pouco depois da visitaroleta numero 0Lula à China, os EUA anunciaram uma promessaroleta numero 0US$ 500 milhões para o fundo Amazônia. Mas a chanceroleta numero 0o recurso ser aprovado no Congresso é baixa. Como o governo Biden pretende viabilizar essa doação?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - O presidente assumiu o compromisso (para o Fundo Amazônia) e também se comprometeu a quadruplicar nosso financiamento climático internacional, para US$ 11 bilhões. E ele trabalhará com membros do Congresso para honrar esse compromisso.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Biden também trabalhou para levar Lula ao encontro do G7roleta numero 0Hiroshima. Deve haver algum outro anúncio durante o evento no Japão?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - Já fizemos uma promessaroleta numero 0500 milhões e estamos empenhadosroleta numero 0apoiar os compromissos climáticos do Brasil, comprometidosroleta numero 0honrar nossas próprias metas climáticas e apoiar todos os esforços para lidar com o que o secretário-geral (da ONU, António Guterres) chamouroleta numero 0ameaça existencial ao nosso futuro. Portanto, continuaremos a trabalhar nesse esforço. Não posso dar uma préviaroleta numero 0quais anúncios podemos fazer lá (em Hiroshima), mas nossos anúncios anteriores mostram como nossos compromissos são fortes.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Eu lhe pergunto isso porque enquanto os EUA parecem estar tendo certa dificuldade para enviar dinheiro para a América Latina, vemos a China cada vez mais aumentandoroleta numero 0presença na região. Na última visitaroleta numero 0Lula a Pequim, China e Brasil concordaramroleta numero 0começar a fazer negócios sem o dólar, usando o RMB (yuan). O governo Biden está preocupado com isso?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - Nossa parceria é nossa maior preocupação, e nossa parceria é forte. Temos grandes investimentos no Brasil. E nossos investimentos mostram resultados concretos para o povo brasileiro, já geraram maisroleta numero 0700 mil empregos no Brasil.
Eles não são apenas anúncios frívolos, mas são anúncios concretos que impactam a vida das pessoas. Não vamos dizer ao Brasil com quem deve se associar para suas prioridades econômicas. Mas o que vamos falar é do nosso compromisso, das nossas relações, dos nossos investimentos neste país, que foram extraordinariamente fortes e tiveram um impacto incrível na vida das pessoas comuns.
roleta numero 0 BBC News Brasil - O Brasil é atualmente membro temporário do Conselhoroleta numero 0Segurança da ONU e tem uma antiga demanda por um assento permanente no colegiado. Os EUA apoiarão oficialmente a inclusão do Brasil no Conselho? Como isso seria feito?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - O presidente Biden já disse que apoiamos a expansão do Conselhoroleta numero 0Segurança para membros permanentes e não permanentes. Não cabe aos EUA selecionar esses membros.
O que estamos fazendo é ter uma discussão muito aberta e amplaroleta numero 0todas as regiões do mundo para falar sobre como podemos avançarroleta numero 0maneira concreta para alcançar a reforma do Conselhoroleta numero 0Segurança. Portanto, apoiamos a (aspiração da) América Latina, apoiamos a África para (contar com) novos membros no Conselhoroleta numero 0Segurança, mas faremos parte do que será um processo democrático para selecionar quaisquer novos membros.
E o que compreendemos ao fazer esta escuta ao longo dos últimos meses é que temos que ser flexíveis para chegar a um processo crível, que seja aceito por todos os que manifestaram o desejoroleta numero 0se tornar um membro permanente.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Ainda no ano passado, os EUA demonstraram interesseroleta numero 0que o Brasil mandasse novamente uma força militar ao Haiti, que vive uma situaçãoroleta numero 0colapso do Estado eroleta numero 0violência generalizada. Isso é algo que os EUA ainda gostariam que acontecesse? Por que?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - Temos no Conselhoroleta numero 0Segurança trabalhado para apoiar uma força multinacional, que não seja da ONU, para ir ao terreno e apoiar a situaçãoroleta numero 0segurança no Haiti. E damos as boas-vindas à participaçãoroleta numero 0qualquer país nesse processo.
Estamos todos muito preocupados com a situação, especialmente porque as gangues continuam a aterrorizar os cidadãos comuns, bloqueando a assistência humanitária, obrigando os hospitais a fechar. Então a situaçãoroleta numero 0segurança é muito preocupante, é muito ameaçadora.
E gostaríamos da participação ativa do Brasil nessa força multinacional. Esta será, obviamente, uma das questões que discutirei quando estiverroleta numero 0Brasília.
Todos nós queremos que isso (envio da força multinacional) aconteça o mais rapidamente possível. O Conselhoroleta numero 0Segurança ainda está discutindo como isso vai avançar e que tiporoleta numero 0resolução precisaremos para poder colocar issoroleta numero 0prática. Mas estamos trabalhandoroleta numero 0um cronograma muito, muito rápido.
roleta numero 0 BBC News Brasil - Pensandoroleta numero 0América Latina, a senhora citou a situação da Venezuela, por exemplo. Que papel os EUA esperam que o governo Lula tenharoleta numero 0crises como Venezuela e Nicarágua?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - O Brasil é um líder na região e a voz do seu presidente, a liderança do país, é fundamental para trabalhar com os países da região para encontrar soluções.
Vou estar no modoroleta numero 0escuta quando estiverroleta numero 0Brasília. Quero ouvir das autoridades brasileiras o que pensam sobre como devemos lidar com a situação na Venezuela daqui para frente.
Quero ouvir como devemos olhar para a situação na Colômbia e na Nicarágua. A voz do Brasil é importante para nos ajudar a encontrar soluções para todas essas situações.
E eu quero agradecer ao Brasil por ser um anfitrião tão hospitaleiro para tantos refugiados e migrantes. Há maisroleta numero 0250 mil venezuelanos lá, há afegãos lá. Tem genteroleta numero 0toda parte do mundo que foi bem recebida pelo povo brasileiro, e isso realmente merece ser elogiado.
roleta numero 0 BBC News Brasil - A senhora irá a Salvador para reativar o único acordo bilateralroleta numero 0combate ao racismo que os EUA possuem (assinado nos anos 2000 mas nunca postoroleta numero 0prática). Como esse acordo deve funcionar e que semelhanças vê entre o racismo no Brasil e nos EUA?
roleta numero 0 Thomas-Greenfield - Esta é uma verdadeira parceria e estou muito orgulhosaroleta numero 0ser a primeira autoridade americana com nível ministerial a ir a Salvadorroleta numero 015 anos. É um sinal que realmente ressalta os compromissosroleta numero 0nossos países com a equidade racial e a inclusão. E acho que o governo Lula fez disso uma prioridade fundamental, assim como o presidente Biden. E eles falaram sobre isso durante a visita (em Washington,roleta numero 0fevereiro).
Revitalizaremos o acordo realmente procurando maneirasroleta numero 0promover a equidade e a justiça racial e proteger as comunidades raciais e indígenas marginalizadas no Brasil e nos Estados Unidos. Temos muitas coisasroleta numero 0comum: o fatoroleta numero 0os EUA e o Brasil terem as maiores populações afro fora da África é definitivamente algo que merece a atençãoroleta numero 0nossos dois presidentes.
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