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Por que mulheres fazem menos perguntasbwin slotspúblico?:bwin slots
Estes são episódios isolados e não um conjuntobwin slotsdados obtidosbwin slotsforma científica. Mas, depoisbwin slotsanos passando repetidamente pelas mesmas experiências, resolvi consultar as estatísticas.
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Fim do Matérias recomendadas
A maior parte das pesquisas sobre este tema é resultadobwin slotsobservações da audiênciabwin slotsconferências acadêmicas, nãobwin slotseventos abertos ao públicobwin slotsgeral. Ainda assim, elas trazem esclarecimentos. E as evidências indicam que minha experiência não é isolada – é a regra geral.
Um exemplo é o estudobwin slotsShoshana Jarvis, da Universidade da Califórniabwin slotsBerkeley, nos Estados Unidos. A pesquisadora observou as pessoas que faziam perguntasbwin slotsuma conferência. O estudo foi publicadobwin slots2022 e o evento incluía desde biólogos até astrofísicos e economistas.
Naquela conferência, para fazer uma pergunta, você precisava se levantar da cadeira e ficar na filabwin slotsfrente a um microfone, com todos olhando àbwin slotsvolta. Dentre os participantes, 63% eram homens,bwin slotsforma que o esperado seria que 63% das perguntas viessem deles.
Mas o resultado foi que os homens fizeram 78% das perguntas.
A pesquisadora Alecia Carter, agora no University Collegebwin slotsLondres, chegou ao mesmo resultadobwin slotsum estudo que observou 250 semináriosbwin slotsdepartamentos acadêmicosbwin slots10 países diferentes. Ela concluiu que as mulheres tinham duas vezes e meia menos propensão a fazer perguntas do que os homens, mesmo com homens e mulheres comparecendo aos seminários,bwin slotsmédia, na mesma proporção.
É verdade que, nesses estudos, os observadores examinaram apenas as perguntas reais formuladas, não quem levantou a mão para tentar apresentar uma questão. Por isso, existe a possibilidadebwin slotsque os moderadores tenham decidido aceitar majoritariamente as perguntas dos homens.
Mas a experiência contínuabwin slotster homens fazendo mais perguntas chamou a atenção dos acadêmicos.
Quando um homem faz a primeira perguntabwin slotsum evento público, menos mulheres costumam apresentar questõesbwin slotsseguida.
O que estará afastando as mulheres das sessõesbwin slotsperguntas e respostas nas conferências e palestras? Aparentemente, não é por faltabwin slotsperguntas.
Alecia Carter analisou pesquisas com 600 acadêmicosbwin slots20 países e chamou a atenção que tanto homens quanto mulheres responderam que, às vezes, não se apresentavam para fazer perguntas, mesmo quando tinham algo a questionar.
Mas as mulheres afirmavam com mais frequência que não faziam perguntas porque não conseguiam dominar o nervosismo, porque se questionavam se haviam entendido mal o contexto, porque o palestrante era eminente ou muito intimidador ou porque não se sentiam suficientemente inteligentes para apresentar uma boa pergunta.
Ninguém quer fazer uma pergunta para ouvir,bwin slotsfrente a 300 pessoas, que não entendeu o que estava sendo dito. Mas o estudo indica que esta possibilidade desencoraja principalmente as mulheres.
Nos Estados Unidos, Jarvis concluiu que as mulheres frequentemente afirmavam que se sentiam ansiosas demais para fazer perguntas. Já os homens responderam que se continham para dar espaço aos demais – o que indica que alguns homens estão tomando medidas ativas para não dominar as sessõesbwin slotsperguntas e respostas dos eventos.
Duas vezes mais homens do que mulheres afirmaram que ficam motivados para fazer perguntas quando acham que encontraram um erro. Pode parecer maldade, mas faz parte do processo que os palestrantes respondam a críticas da plateia durante os eventos acadêmicos.
As pesquisas também examinaram a natureza das perguntas apresentadas por homens e mulheres. Às vezes se afirma que os homens são mais propensos a fazer perguntas mais longas ou tentar apresentar maisbwin slotsuma perguntabwin slotscada vez. Eu mesma não consigo acreditarbwin slotsquantas vezes anuncio que temos tempo para uma última pergunta rápida e a pessoa escolhida começa dizendo que tem três perguntas a fazer.
Mas não são só os homens que quebram essas regras. Gillian Sandstrom, da Universidadebwin slotsSussex, no Reino Unido, analisou maisbwin slots900 perguntasbwin slots160 conferências ou eventos públicos,bwin slotsum documento ainda não publicado.
Ela não encontrou diferenças baseadasbwin slotsgênero. Na verdade, quando as mulheres faziam perguntas, a probabilidadebwin slotsque suas perguntas fossem longas ou tivessem diversas partes era a mesma dos homens.
E, comparando as outras características das perguntas (como começar se apresentando, cumprimentando o palestrante ou dizendo "bom dia"), a única variação encontrada entre os gêneros foi que as mulheres costumavam cumprimentar o palestrante com mais frequência.
Ou seja, a única diferença real é quem se voluntaria mais para fazer perguntas: os homens ou as mulheres.
Pesquisas indicam que os mediadores detêm o poderbwin slotsincentivar as mulheres a fazer perguntasbwin slotseventos públicos.
É possível argumentar que, como não há tempo para que todos façam perguntas, não importa se algumas pessoas não se apresentarem. Mas a questão é que, se metade do público relutarbwin slotsparticipar, você pode não ter perguntas suficientes com a diversidade e a qualidade desejada.
As pesquisas, até agora, costumam se concentrarbwin slotshomens e mulheres, mas também seria interessante observar se outros grupos marginalizados ou subrepresentados também se abstêmbwin slotsfazer as perguntas que desejariam ver respondidas.
Já no ambientebwin slotstrabalho, fazer perguntas pode colocar vocêbwin slotsevidência – e, se você quiser melhores cargos, a visibilidade é importante.
Em um estudo realizadobwin slotsuma conferência na França, a pesquisadora Junhanlu Zhang, do Instituto Pasteur, descobriu que as pessoas têm maior propensão a se lembrar dos nomes dos questionadoresbwin slotssérie.
É claro que isso não significa, necessariamente, que eles sejam lembradosbwin slotsforma positiva. Talvez eles sejam lembrados por serem os chatos que fazem perguntas o tempo todo!
E existe mais uma possível razão para que menos mulheres façam perguntas: o fatobwin slotsque, no início dabwin slotscarreira acadêmica, elas dispõembwin slotsmenos modelosbwin slotsoutras mulheres que mostrem que elas não precisam ter medobwin slotsfazer perguntas.
Como resolver?
O que pode ser feito para permitir que mais mulheres façam perguntas quando quiserem?
Aparentemente, a pandemiabwin slotscovid-19 pode ter mostrado um caminho.
Quando os eventos passaram a ser realizados online, surgiu uma nova oportunidadebwin slotsfazer perguntas sem precisar dizer uma palavrabwin slotsvoz alta — apenas digitando as questõesbwin slotsuma janela na tela, às vezesbwin slotsforma anônima.
Com isso, não era mais preciso enfrentar o desconfortobwin slotsesperar com a mão levantada, sentindo a esperança e o temorbwin slotsser escolhido, nem a preocupação se o microfone está funcionando ou se você irá gaguejar durante a pergunta quando todos estiverem olhando.
Atualmente, cada vez mais eventos presenciais vêm empregando aplicativos para que os participantes enviem suas perguntas pelo celular. O mediador recebe então uma lista das questõesbwin slotsum tablet.
Vamos supor que abwin slotspergunta já tenha sido comentada pelo palestrante quando você não estava prestando atenção (algo que sempre me preocupa quando assisto a uma conferência). Pois aí vem o melhor: como o mediador é pago para prestar atenção, ele não apresenta a pergunta redundante para os participantes da mesa. Ele simplesmente ignora as questões que já foram discutidas antes.
Naturalmente, tudo isso eliminaria parte da ansiedade e faria com que as mulheres façam tantas perguntas quanto os homens nos eventos online, certo?
Bem, segundo o estudobwin slotsZhang, a resposta é não.
Ela registrou o númerobwin slotsperguntas feitas por mulheres e por homensbwin slotsuma conferência francesabwin slotsbioinformática realizada onlinebwin slotsjunhobwin slots2021. Neste campo, até recentemente, os participantes eram majoritariamente homens. Mas, quando a conferência foi realizada online, o númerobwin slotshomens e mulheres participantes foi quase idêntico.
Mesmo assim, os homens fizeram 115 perguntas e as mulheres, 57.
A idade também fez diferença. Homens com maisbwin slots35 anosbwin slotsidade fizeram nove vezes mais perguntas do que as mulheres mais jovens e as minoriasbwin slotsgênero.
No estudobwin slotsZhang, o gênero do moderador não alterou a disposição do público. Mas talvez existam estratégias que os mediadores podem adotar para fazer a diferença. E Sandstrom acredita que os moderadores precisam encontrar formasbwin slotsfazer com que todos se sintam confortáveis para fazer perguntas.
Já se observou que, quando um homem faz a primeira pergunta, menos mulheres se apresentam com perguntasbwin slotsseguida. É quase como se a primeira questão definisse o tom para o restante da sessão.
Talvez a solução para o moderador seja escolher uma mulher para fazer a primeira pergunta – idealmente, alguém com menos idade. É claro que isso só funciona se houver alguma mulher mais jovem com a mão levantada na plateia.
Quando coordeno uma palestra e nenhuma mulher se apresenta para perguntar, às vezes conto ao público sobre as pesquisas neste campo e pergunto abertamente se alguma mulher gostariabwin slotsfazer a primeira pergunta.
A pesquisabwin slotsZhang revela outra possível solução: fazer um pequeno intervalo entre o principal palestrante e o início da sessãobwin slotsperguntas e respostas. Esta é uma técnica inteligente. Ela permite que as pessoas ensaiem suas perguntas com os vizinhos na plateia.
Experimentei esta alternativa e consegui obter muito mais perguntas. As pessoas conseguem verificar se suas questões são boas, ou se não foram discutidas na palestra enquanto não estavam prestando atenção.
Também já se verificou que as mulheres fazem mais perguntasbwin slotssessões mais longas. Sei que nem todos irão aprovar esta ideia, mas talvez seja o casobwin slotsreservar mais tempo para as perguntas no final das palestras.
Atualmente, nós dependemos das pesquisas realizadasbwin slotssituações acadêmicas. Seria interessante saber se o mesmo acontece tambémbwin slotseventos públicos.
A vantagem dessas técnicas é que elas não ajudam apenas as mulheres, mas todas as pessoas que possam se sentir marginalizadas e menos dispostas a falarbwin slotsvoz alta.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
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