Como Pablo Marçal — e até a cadeirada — viraram estratégia1.5 apostacampanha para candidatos fora1.5 apostaSP:1.5 aposta

Embora concorra por uma vaga na cidade1.5 apostaSão Paulo, Marçal virou uma espécie1.5 apostacabo eleitoral para campanhas1.5 apostadigitais dos candidatos, dentro e fora1.5 apostaSão Paulo.

Em alguns casos, ele aparece1.5 apostavídeos gravados por ele mesmo. Em outros, citado como uma referência ou apenas mencionado1.5 apostahashtags como #pablomarcal, com o objetivo1.5 apostasurfar no engajamento1.5 apostasuas redes sociais - ele tem mais1.5 aposta5,5 milhões1.5 apostaseguidores só no Instagram. Há até mesmo candidatos que usaram o episódio da cadeirada dada1.5 apostaMarçal pelo candidato José Luiz Datena, do PSDB, durante um debate na TV Cultura, para criar conteúdo1.5 apostasuas páginas.

A BBC News Brasil encontrou cerca1.5 aposta3 mil publicações com impulsionamento pago e registradas como1.5 apostateor político, no Facebook e no Instagram, que citam "Pablo Marçal", incluindo candidatos filiados ao PL, sigla do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

Foi considerado somente o período1.5 apostapropaganda eleitoral, a partir1.5 aposta161.5 apostaagosto. Os dados foram coletados no dia 31.5 apostaoutubro.

O número ainda fica longe do total1.5 apostamenções ao nome do ex-presidente. Pelos mesmos critérios, a reportagem identificou cerca1.5 aposta26 mil anúncios pagos que citam o termo "Bolsonaro" - nove vezes o alcançado por Marçal.

Para a especialista1.5 apostamarketing político da ESPM Natália Mendonça, essas menções estão mais ligadas ao fato que1.5 apostaMarçal se tornou o grande assunto dessas eleições neste momento, e não necessariamente uma conexão ideológica entre candidatos.

"Candidatos tentam surfar1.5 apostaondas1.5 apostaassunto na internet para chamar a atenção. Quando encontram alguém com muita visibilidade orgânica na rede, imaginam que isso também vai trazer atenção para eles. Isso é acreditar no mito1.5 apostaque ter likes traz voto. Muitas vezes o candidato fica muito feliz porque teve 10, 20 mil visualizações, mas isso não necessariamente traz resultado prático para uma eleição."

A especialista afirma que esse tipo1.5 apostaestratégia pode até colar com alguns candidatos a vereador, mas não para o1.5 apostaprefeito, que exige ter mais1.5 aposta50% dos votos válidos.

"Em campanhas proporcionais, (para o Legislativo) usa-se desses artifícios para chamar atenção. Hoje é Marçal, mas já foi Tiririca, Frota, cada hora um tipo1.5 apostapolêmica diferente. Para o eleitor, o voto para a prefeitura é mais pragmático e tem mais a ver com os problemas que a pessoa vive, no dia a dia."

'Faz o M' vira slogan adaptado

Thiago Navarro, candidato a vereador pelo PP1.5 apostaIndaiatuba, copiou em1.5 apostacampanha o bordão1.5 apostaMarçal, "faz o M", adaptando-o para o "FAZ o N", frase incorporada até1.5 apostaseu jingle.

Ele patrocinou o impulsionamento1.5 apostaum vídeo com a candidata a vice1.5 apostaMarçal, a policial militar Antônia1.5 apostaJesus, do PRTB,1.5 apostaum ato político1.5 apostarua. "Qual é a1.5 apostacidade?", pergunta ela. Ele responde que é "Indaiatuba" e ela segue: "alô, Indaiatuba, aqui eu faço M, aí faça o N1.5 apostaNavarro".

Com o mesmo slogan1.5 aposta"Faz o N", Sargento Nantes, candidato a vereador1.5 apostaSP pelo PP, partido que apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes na cidade, também publicou vídeos junto1.5 apostaMarçal e até fixou em1.5 apostapágina no Instagram um post1.5 apostaque pede votos para Marçal.

A situação do candidato com o partido não é unica: Rubinho Nunes, do União Brasil, e Joice Hasselmann, do Podemos, são outros exemplos que declararam apoio a Marçal, diferentemente1.5 apostasuas siglas.

O próprio Marçal, ao perceber esse movimento, publicou um vídeo1.5 apostaque prometeu gravar apoio a candidatos a vereador1.5 apostatodo o país caso fizessem uma doação1.5 apostaR$ 5 mil para a1.5 apostacampanha à Prefeitura1.5 apostaSão Paulo.

Ao todo, o candidato já recebeu mais1.5 apostaR$ 6 milhões1.5 apostadoações até o momento - ao menos 24 delas no valor exato1.5 apostaR$ 5 mil, mas não é possível afirmar se alguma tem relação com gravação1.5 apostavídeos1.5 apostaapoios.

"Quero te fazer uma pergunta: você conhece alguém que quer ser vereador e é candidato, que não seja1.5 apostaesquerda, tá? De esquerda não precisa avisar. Se essa pessoa é do bem e quer um vídeo meu para ajudar a impulsionar a campanha dela, você vai mandar esse vídeo e falar 'mano, olha que oportunidade'. Essa pessoa vai fazer o quê? Ela vai mandar um um pix pra minha campanha,1.5 apostadoação. Pix1.5 apostaR$ 5 mil. Fez essa doação, eu mando o vídeo", disse.

Apoio à distância e cadeirada

"Fala, Barra Velha! Aqui é o Marçal. Eu quero dedicar esse vídeo sabe pra quem? Pro Bismark, alguém que lutou pelo país, alguém que vai dirigir essa cidade junto com vocês, vai ser um servo desse povo", disse Marçal num vídeo publicado e patrocinado pelo Partido Democracia Cristã no Facebook.

Ele se referia ao influenciador Bismark Fabio Fugazza, candidato a prefeito1.5 apostaBarra Velha (SC), que chegou a ser preso pela Polícia Federal1.5 aposta2023, alvo da Operação Lesa Pátria, que investigou atos golpistas realizados por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

Marçal também gravou um vídeo1.5 apostaapoio a Chico Mendes, do União Brasil, que é candidato à Prefeitura1.5 apostaDiamantino (MT).

Ele é irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e tem aparecido como líder nas pesquisas1.5 apostavoto. Mendes também é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que chegou a comer um pastel com o candidato na cidade.

Rogério Filho, candidato a vereador1.5 apostaBetim (MG) pelo Novo, diz1.5 apostauma publicação que viajou para apoiar e aprender com Marçal.

"Acabei1.5 apostavoltar1.5 apostaSão Paulo, onde fui apoiar a candidatura1.5 apostaPablo Marçal, um líder que, assim como eu, defende pilares importantes como família, empregabilidade, inovação e tecnologia".

Para o candidato, o objetivo seria "trazer para Betim práticas1.5 apostasucesso que estão sendo aplicadas1.5 apostaSão Paulo."

Até mesmo a cadeirada dada1.5 apostaMarçal pelo candidato José Luiz Datena, do PSDB, durante um debate na TV Cultura, virou personagem1.5 apostacampanhas patrocinadas.

"Não sou o Pablo Marçal, mas quero uma cadeira na Câmara1.5 apostaBiguaçu", diz a candidata Aline Coutinho,1.5 apostaBiguaçu,1.5 apostaSanta Catarina,1.5 apostauma postagem com um vídeo que satiriza a cena da agressão.

'Mais rápido que cadeirada'

Outro que fez menção ao episódio1.5 apostapropaganda eleitoral foi o candidato do Novo Felipe Keizo,1.5 apostaFlorianópolis.

"Cheguei mais rápido que cadeirada do Datena no Marçal", diz ele1.5 apostaum vídeo1.5 apostaque aparece "caindo do céu".

"Assim como um meteoro, vim para o debate para colocar as ideias da esquerda1.5 apostaextinção." A estratégia foi repetida por pelo mais1.5 apostadez candidatos.

Para o professor1.5 apostaanálise política e opinião pública da Fespsp Hilton Cesario Fernandes, não se pode falar1.5 apostaum ideário ligado a Marçal que una esses candidatos.

"Pode ser que surja uma força política depois disso tudo, mas tudo pode se dissipar também. Hoje há muita concentração na imagem do próprio Marçal, mas não existe uma proposta política, um grupo político. O que há é um grupo1.5 apostaoportunistas eleitorais, candidatos que se aproveitam da visibilidade que Marçal conquistou."

Fernandes, que também é sócio1.5 apostauma empresa1.5 apostaconsultoria política, a APPC, que realiza pesquisa para candidatos a prefeito1.5 apostadiversas cidades, já vinha observando que eleitores citam Marçal mesmo fora da capital.

"As notícias [sobre Marçal] chegaram para diversos eleitores, do Brasil inteiro. Claro que os candidatos perceberam essas influência e visibilidade e tentam colar nele."

Ele lembra que essa estratégia já foi usada1.5 apostadiversas outras ocasiões e cita, como exemplo, o ex-deputado federal Enéas Carneiro, imitado por diversos candidatos.

"Esse fenômeno1.5 apostacolarem1.5 apostanomes mais populares, que puxam voto, tem a ver quase que exclusivamente com isso: conseguir mais votos. São poucos os que realmente representam um ideal ou uma proposta."