Por que Brasil não condenou ataque iraniano a Israel? :bet 365 offline

O bombardeio matou 13 pessoas, incluindo um generalbet 365 offline63 anos com um longo históricobet 365 offlineserviços prestados ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na siglabet 365 offlineinglês), o poderoso exército paralelo do Irã – e o mais numeroso dentro das suas Forças Armadas.

Naquela ocasião, o Itamaraty divulgou uma nota condenando o ataque ao consulado iraniano, sem mencionar Israel diretamente.

Agora, após os ataques iranianos, a diplomacia brasileira também se posicionou por meiobet 365 offlinenota,bet 365 offlineque manifestou preocupação com a situação no Oriente Médio, mas não condenou expressamente a agressão.

"O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatosbet 365 offlineenviobet 365 offlinedrones e mísseis do Irãbet 365 offlinedireção a Israel, deixandobet 365 offlinealerta países vizinhos como Jordânia e Síria", diz a nota, divulgada na noitebet 365 offlinesábado.

"Desde o início do conflitobet 365 offlinecurso na Faixabet 365 offlineGaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã", continua o comunicado.

A nota pedia ainda "a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção" e conclamava "a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentidobet 365 offlineevitar uma escalada".

A faltabet 365 offlineuma condenação gerou críticas por parte do governo israelense ebet 365 offlinepolíticos da oposição no Brasil.

Na segunda-feira (15/4),bet 365 offlinemeio à reação negativa, o chanceler Mauro Vieira disse a jornalistas que "o Brasil condena sempre qualquer atobet 365 offlineviolência e o país conclama sempre o entendimento entre as partes".

Ele também argumentou que a nota foi redigida na noitebet 365 offlinesábado.

"Isso foi feito à noite, num momentobet 365 offlineque não tínhamos claros a extensão e o alcance das medidas tomadas", disse.

Manifestação foi 'incompleta e desbalanceada', diz Rubens Barbosa

Para o diplomata aposentado Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasilbet 365 offlineLondres e Washington, a nota do Itamaraty ficou "incompleta e desbalanceada", ao não condenar a ação do Irã como havia feito no caso do ataque ao consulado iraniano.

Na avaliação dele, a decisãobet 365 offlinenão condenar a ação iraniana está relacionada ao "problemabet 365 offlinerelação" entre os governosbet 365 offlineBrasil e Israel.

"O Brasil deveria ter condenado também [o ataque contra Israel] para ter uma posição equivalente, até para não dar margem a isso que eu estou dizendo, [a críticas de] que o Brasil teve uma posição desequilibrada", ressalta.

A relação entre Brasil e Israel tem pioradobet 365 offlinemeio a duras críticas do governo brasileiro aos ataques a Gaza, que já duram seis meses e mataram maisbet 365 offline33 mil pessoas, a maioria delas civis,bet 365 offlineacordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

A ação israelense – considerada desproporcional pelo Itamaraty – foi uma resposta à invasãobet 365 offlineIsrael por terroristas do Hamasbet 365 offline7bet 365 offlineoutubrobet 365 offline2023, quando maisbet 365 offline1,2 mil israelenses, a maioria civis, foram mortos, e outras 253 pessoas foram levadas pra Gaza como reféns.

A situação entre Brasil e Israel se agravoubet 365 offlinefevereiro, após Lula comparar a açãobet 365 offlineIsraelbet 365 offlineGaza ao Holocausto promovido pelo governo nazista da Alemanha, que matou milhõesbet 365 offlinejudeus na tentativabet 365 offlineexterminar esse povo.

Como resposta, o ministro das Relações Exterioresbet 365 offlineIsrael, Israel Katz, chamou o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, para um encontro no Museu do Holocausto.

Na ocasião, afirmou que Lula tornou-se "persona non grata" no país e não é bem-vindobet 365 offlineIsrael.

Após o episódio, o Itamaraty convocou Meyerbet 365 offlinevolta ao Brasil, numa ação que demonstra a insatisfação brasileira com a atitude israelense.

Para Rubens Barbosa, não há uma crise entre Brasil e Israel, mas entre os governos dos dois países.

Nabet 365 offlineleitura, o Itamaraty tem sido coerente, no atual governo, com a posição tradicional da diplomacia brasileirabet 365 offlinedefender o direito palestino a um Estado independente ebet 365 offlinecriticar a ocupaçãobet 365 offlineseu território por Israel.

O que destoou, nabet 365 offlineavaliação, foi a falabet 365 offlineLula.

"Foi um ponto fora da curva. Daí o choque com o governobet 365 offlineBenjamin Netanyahu [primeiro-ministro israelense], que é um governobet 365 offlineextrema-direita, enquanto o governo brasileiro ébet 365 offlinecentro-esquerda", analisa.

Nabet 365 offlineavaliação, trata-sebet 365 offlineum problema conjuntural, que deve melhorar quando houver uma trocabet 365 offlinegovernobet 365 offlineIsrael. Novas eleições estão marcadas apenas para outubrobet 365 offline2026, mas opositoresbet 365 offlineBenjamin Netanyahu pressionam para que o pleito seja antecipado, o que é possívelbet 365 offlineum regime parlamentarista.

"Não houve nenhuma modificação da relação entre o Estadobet 365 offlineIsrael e o Estado do Brasil. Tem muito interesse econômico, comercial e atébet 365 offlinedefesa [entre os dois países]. Então, isso vai passar quando mudar o governo lá", afirma.

Para Dawisson Belém Lopes, professorbet 365 offlinepolítica internacional na Universidade Federalbet 365 offlineMinas Gerais (UFMG), a manifestação do Itamaraty sobre os ataques reflete a atual relação bilateral do Brasil com os dois países, Irã e Israel.

Ele lembra que, enquanto a relação com Israel sofreu uma forte deterioração, o Brasil mantém maior proximidade com o Irã, que no ano passado passou a integrar os Brics, grupo originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

"O Brasil foi econômico nabet 365 offlineexpressãobet 365 offlinesolidariedade [com Israel], e acho que assim será daqui por diante. Não se espere um Brasil simpático às causas do Estado israelense, não se espere um Brasil que vá apontar o dedo para o Irã, que é hoje um país mais próximo do arcobet 365 offlinealianças do Brasil", ressalta.

"A expressão oficial do Itamaraty foi pacifista. Só não foi pró-Israel. Esse é o equilibrismo discursivo que salta aos olhos", disse ainda.

'Reação dura a Israel reflete pressão da esquerda', diz pesquisadora

Pesquisadora do Institutobet 365 offlineRelações Internacionais da USP e colaboradora do Instituto Brasil-Israel, Karina Calandrin também acredita que a relação ruim dos dois governos contribuiu para o Itamaraty não condenar o ataque do Irã.

Além disso, ela vê uma tradição nos governos petistabet 365 offlineadotar uma posição mais durabet 365 offlinerelação a Israel.

Para Caladrian, isso seria reflexo da pressãobet 365 offlinealas do PT ebet 365 offlinegrupos mais à esquerda da base eleitoralbet 365 offlineLula, que têm a causa palestina como uma bandeira importante e veem Israel como "uma extensão dos Estados Unidos".

"Então, sebet 365 offlineoutras políticas do governo, a gestão Lula teria desagradado essas alas mais à esquerdabet 365 offlineeleitores, o governo acaba achando a política externa como um caminho para agradar esses grupos", analisa.

Caladrian ressalta, porém, que a piora na relação entre Israel e Brasil reflete erros dos dois lados.

"Eu acho que a ação israelensebet 365 offlineGaza é injustificada, então o presidente Lula tem total direitobet 365 offlinecriticar a ação israelensebet 365 offlinemaneira geral. O erro, o meu ver, naquela fala polêmica, foi a questão do holocausto", ressalta.

E, por outro lado, diz, a reação do governo israelense, ao convocar o embaixador brasileiro ao memorial do Holocausto "foi fora da praxe diplomática e elevou o tom da crise".

"O atual governobet 365 offlineIsrael se insere nessa extrema-direita internacional. Então, quando troca o governo no Brasil [de Jair Bolsonaro para Lula], era esperado que as relações fossem mudar", ressalta.