'Europa aceita diversidade desde que não cause problemas', diz escritora:let's hook it up bet lyrics

Ela faz isso por meiolet's hook it up bet lyricsseu protagonista, Morad, um jovemlet's hook it up bet lyricsfamília muçulmana que cresceu na Catalunha e quer estudar Filosofia, embora isso contradiga a vontadelet's hook it up bet lyricssua mãe, Farida.

O rapaz vive uma criselet's hook it up bet lyricsidentidade que o confronta com quem ele é ou com o que se espera que ele seja e com o fatolet's hook it up bet lyricscrescerlet's hook it up bet lyricsum ambientelet's hook it up bet lyricsque ele está cientelet's hook it up bet lyricscertas diferenças.

A BBC News Mundo, serviçolet's hook it up bet lyricsnotíciaslet's hook it up bet lyricsespanhol da BBC, conversou com Ziali durante o let's hook it up bet lyrics Hay Festivallet's hook it up bet lyricsArequipa, que aconteceulet's hook it up bet lyrics7 a 10let's hook it up bet lyricsnovembro na cidade peruana.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - O título do seu livro, let's hook it up bet lyrics Una oración sin Dios let's hook it up bet lyrics , se refere à busca da oração no sagrado, foralet's hook it up bet lyricsum código religioso. Por que você decidiu focar seu livro nisso?

let's hook it up bet lyrics Karima Ziali - O título é sempre a parte mais complexalet's hook it up bet lyricsum livro.

Realmente levei meses até descobrir a utilidade deste título, que não é compreendido até o finallet's hook it up bet lyricstoda a histórialet's hook it up bet lyricsMorad e o quelet's hook it up bet lyricsferida implica, uma ferida comum, mas que assume esta tonalidade forte porque está relacionada ao mundo religioso, ao mundo da família, da tradição e da identidade.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Mas o que essa necessidadelet's hook it up bet lyricsorar significa para você?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Sempre digo que minha primeira religião consciente foi a católica, mesmo vindolet's hook it up bet lyricsuma famílialet's hook it up bet lyricsprincípio muçulmana.

Durante o ensino fundamental, frequentei uma escola católica onde havia oração matinal e, para mim, era um ato natural e naturalizado.

Então, quando percebi que, na verdade, eu vinhalet's hook it up bet lyricsuma tradição religiosa diferente, esse confronto começou a deixar marcaslet's hook it up bet lyricsmim, e comecei a questionar o que era esse atolet's hook it up bet lyricsoração.

Mas só quando comecei a estudar Filosofia que comecei a confrontar mais abertamente o significado da religião e o que significa o exercício da oração.

Agora, depoislet's hook it up bet lyricstoda essa jornada, da faculdade, a oração é um ato muito naturallet's hook it up bet lyricsque alguém está buscando uma conexão com algo que o tire do seu mundo traumático.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Você abre o romance com uma citação do psicanalista e psicólogo social Erich Fromm, que descreve a liberdade como o primeiro ato verdadeiramente humano. Nós somos, como diz Morad, inimigos da nossa própria liberdade?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Não havia outra maneiralet's hook it up bet lyricscomeçar este livro.

Para mim, a chave da liberdade é o que marca o caminho e o ritmolet's hook it up bet lyricsMorad. Sem ela, ele seria incapazlet's hook it up bet lyricsconfrontar a tradição, questionar a religião elet's hook it up bet lyricssexualidade.

Escolhi esta citação porque vincula muito bem este direito que Morad temlet's hook it up bet lyricsexercerlet's hook it up bet lyricsliberdade plena e fazer isso sem nenhum tipolet's hook it up bet lyricsmedo.

Porque quando o medo entra, não somos capazeslet's hook it up bet lyricsenfrentar tudo isso que nos é dado como um bloqueio: tradição, religião, identidade, e você fica sem saber o que fazer.

A liberdade é o que permite que você o decomponha, destrua e reconstrua; é o que permite que você entre nesses assuntos sem sentir que está transgredindo algo, mas que élet's hook it up bet lyricsobrigação moral como indivíduo.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Morad é um filholet's hook it up bet lyricsmigranteslet's hook it up bet lyricsorigem rifenha, que enfrenta os dilemas da vida adulta aliado ao fatolet's hook it up bet lyricsser muçulmano, mas o que é o monstro que o devora por dentrolet's hook it up bet lyricsque você fala no livro?

let's hook it up bet lyrics Ziali - É verdade que Morad é um garoto que não sei se se consideraria muçulmano.

É muito complexo construirlet's hook it up bet lyricsidentidade quando você ouvelet's hook it up bet lyricstodo lugar quem você tem que ou deveria ser.

Morad responde um pouco a esse mundo conflitantelet's hook it up bet lyricsidentidade, no qual muitos meninos e meninas poderiam dizer que não são praticantes, mas têm essa tradição, uma atmosfera muçulmana ao seu redor.

A religião é parte desse monstro que o está devorando, o que, para mim, não se concentra tanto na questão do que o Islã significa para ele, maslet's hook it up bet lyricsuma questão sexual.

Eu queria me concentrar maislet's hook it up bet lyricssuas experiências e emlet's hook it up bet lyricsvivência sexual, elet's hook it up bet lyricscomo isso o define como homem e o confronta com uma certa masculinidade que ele temlet's hook it up bet lyricsassumir, esses padrões masculinoslet's hook it up bet lyricsagressividade,let's hook it up bet lyricsque tenho que gostarlet's hook it up bet lyricsmulheres,let's hook it up bet lyricsque tenholet's hook it up bet lyricstratá-laslet's hook it up bet lyricsuma certa maneira.

O monstro realmente entralet's hook it up bet lyricsfoco quando Morad sofre abusos na infância por uma figura tão autoritária e respeitada na comunidade muçulmana como o alfaqui [um sacerdote].

Essa é realmente a história que estou contando, uma histórialet's hook it up bet lyricsabuso sexual elet's hook it up bet lyricscomo isso cria essa espécielet's hook it up bet lyricsmonstruosidade internalet's hook it up bet lyricsMorad, que procura maneiraslet's hook it up bet lyricsdesenhar esse monstro,let's hook it up bet lyricsdar uma cara para ele.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Na crise que assola Morad, ele chega a dizer coisas como: "É uma m***a ser mouro". Ao que seu professorlet's hook it up bet lyricsFilosofia do ensino médio responde: "Entre você e eu, não há muita diferença. Isso é o que mata o mundo, pensar que somos diferentes". Como escapar desses estereótipos?.

let's hook it up bet lyrics Ziali - É muito importante dar uma cara aos estereótipos. Eles também não devem ser rejeitados, ou seja, os estereótipos, os preconceitos, são evidentemente construídos não tanto por uma questãolet's hook it up bet lyricsdesconhecimento, mas justamente porque você supõe que o que você está conhecendo parte dessas ideias, e todos nós valorizamos as nossas ideias como verdadeiras.

O fatolet's hook it up bet lyricsMorad chegar a verbalizar "é uma m***a ser um mouro" me trouxe alguns probleminhas, mas acho que é algo que todos nós já chegamos a pensarlet's hook it up bet lyricsalgum momento.

Todos nós que viemos deste contexto acabamos desvalorizando nossa própria identidade porque acreditamos que ela não corresponde aos parâmetros esperadoslet's hook it up bet lyricsnóslet's hook it up bet lyricsuma sociedade como a europeia.

E é esse confronto, esse olhar constante para o outro, que traz à tona os traumas que esses preconceitos representam para Morad.

Ele sente a obrigaçãolet's hook it up bet lyricsrealmente viver esses estereótipos, esses preconceitos que são lançados sobre ele, porque é a única maneira, e ele sabe disso,let's hook it up bet lyricspoder superá-los.

Acho que é muito positivo vivê-los verdadeiramente, não rejeitá-los, não negá-los, porque quanto mais negamos esses estereótipos e preconceitos, menos seremos capazeslet's hook it up bet lyricssuperá-los e, obviamente, eu me incluo nisso.

O exercíciolet's hook it up bet lyricsMorad não é um exercíciolet's hook it up bet lyricsnegação — mas, sim, um exercíciolet's hook it up bet lyricsaceitação e superação.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Você acha, como dizem alguns, que este é um livro que nos ajudará a nos livrarlet's hook it up bet lyricsdogmas elet's hook it up bet lyricsum pouco da preguiça ocidental?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Quando o romance é lido sob essa ótica, fico feliz, porque é um exercíciolet's hook it up bet lyricsmão dupla: ele tem que nos fazer pensar — nesse "nós", incluo todos os filhoslet's hook it up bet lyricsimigrantes que vêm destes contextos muçulmanos — e, ao mesmo tempo, é muito positivo poder fazer o exercíciolet's hook it up bet lyricsqual é o nosso diálogo com tudo isso que está acontecendo, onde nós, como ocidentais, como europeus, nos colocamoslet's hook it up bet lyricsrelação a essa história que Morad nos conta.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - Então você acha que existe uma certa preguiça ocidentallet's hook it up bet lyricsrelação a tudo isso?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Acho que sim. Não sei se preguiça é a palavra certa, é mais como um exercíciolet's hook it up bet lyricsdizer que a Europa aceita a diferença apenas na medidalet's hook it up bet lyricsque essa diferença não seja problemática. E Morad é uma diferença problemática.

A histórialet's hook it up bet lyricsMorad confronta a ideia que temos sobre o que significa diferença. Podemos aceitá-la desde que isso não signifique que tenhamos que problematizar o nosso estilolet's hook it up bet lyricsvida.

Na realidade, todos os processos migratórios, os filhos das famílias que passaram por este processo, o que eles trazem à tona é um problema profundamente ancorado na sociedade europeia.

O que estou dizendo é que na Europa já existem estes problemas com a diferença, mas o encontro com o diferente faz com que esses problemas venham à tona. Trata-selet's hook it up bet lyricssacudir a preguiça e sacudir nossa consciência com a diferença.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - O protagonista sofre por não querer ser muçulmano e se pergunta como escapar ou renunciar. É uma crise que muitos jovens muçulmanos atravessamlet's hook it up bet lyricsalgum momento das suas vidas?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Eu diria que sim, que todos nós,let's hook it up bet lyricsmaior ou menor grau, passamos por esse processo.

Vou falar mais sobre o contexto espanhol, que é o que eu conheço: as famílias que chegaram nos anos 1980, nos anos 1990, como a geração dos paislet's hook it up bet lyricsMorad ou a minha, são confrontadas com o fatolet's hook it up bet lyricscrescerlet's hook it up bet lyricsum ambientelet's hook it up bet lyricsque se tem consciêncialet's hook it up bet lyricscertas diferenças.

A questão religiosa é sofrida porque, às vezes, entendemos o Islã como uma volta ao passado. É um erro ver as coisas dessa forma, e Morad é um exemplo disso. O Islã não é um voltar ao passado.

O sentimentolet's hook it up bet lyricspertencer ao Islã e o sentimentolet's hook it up bet lyricsviverlet's hook it up bet lyricsuma sociedade que,let's hook it up bet lyricsgrande parte, está deixando a religiãolet's hook it up bet lyricslado. Para mim, esse é o choque.

let's hook it up bet lyrics BBC News Mundo - A mãe dele, Farida, luta para manter um status familiar centrado na religiosidade que permeia tudo, assim como os silêncios. Como encontrar um equilíbrio e lidar com esses silêncios?

let's hook it up bet lyrics Ziali - Farida é como um compêndiolet's hook it up bet lyricsmuitas mulheres da minha família que conheci.

Na verdade, para mim, Farida é a chavelet's hook it up bet lyricstoda esta história. Sem ela, não haveria o potencial que a história pode ter ou o caráter da ferida que Morad carrega consigo.

Farida sabe fazer uma coisa muito bem, e acho que isso é quase transcultural, e é como ela lida com os silêncioslet's hook it up bet lyricsfavor da unidade familiar. Essa é a arte dela,let's hook it up bet lyricsmaneiralet's hook it up bet lyricsusar até mesmo, muitas vezes, os valores religiosos apenas para manter a unidade familiar.

Você tem que entender uma coisa sobre essas mulheres, acimalet's hook it up bet lyricstudo, que quando elas realizam o processo migratório, elas deixam para trás tudo o que são, seus vínculos, seus laços familiares,let's hook it up bet lyricsrede social, tudo isso fica para trás.

Elas querem proteger essa unidade familiar que criaram, e isso é algo que está muito internalizado. É por isso que, se houver um elemento que possa perturbar a unidade familiar, como a vergonha, elas são capazeslet's hook it up bet lyricsencobri-lo.