O que explica colapso tão rápido do exército sírio com avanço123 pokerrebeldes que derrubaram Assad?:123 poker

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Legenda da foto, Considerado um dos mais poderosos dos países árabes, o exército da Síria não resistiu aos avanços dos rebeldes nos últimos dias

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Legenda da foto, Os baixos salários foram um dos motivos que levaram os militares sírios a fugir

Forte, mas nem tanto

A Síria é a sexta maior força militar do mundo árabe — a 60ª maior,123 pokertermos internacionais, segundo o Índice Global123 pokerPoder123 pokerFogo123 poker2024,123 pokerum total123 poker145 países analisados.

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O relatório leva123 pokerconsideração uma série123 pokerfatores, que incluem o número123 pokersoldados e os equipamentos das Forças Armadas, além123 pokerfatores logísticos.

O exército sírio é formado por um grande número123 pokersoldados apoiados por forças paramilitares e milícias. Seu arsenal inclui uma combinação123 pokerequipamentos soviéticos123 pokerruínas e outros mais modernos, procedentes123 pokeraliados como a Rússia.

São mais123 poker1,5 mil tanques e 3 mil veículos blindados, além123 pokerartilharia e sistemas123 pokermísseis, segundo o Índice Global123 pokerPoder123 pokerFogo.

Em termos123 pokerpoderio aéreo, a Síria possui caças, helicópteros e aviões123 pokertreinamento. E também conta com uma modesta frota naval, vários aeroportos e portos vitais, como Latakia e Tartus.

A posição do exército sírio, teoricamente, pode parecer favorável, mas ela foi debilitada por muitos fatores.

O exército perdeu uma grande parcela do seu pessoal — estimado123 poker300 mil soldados — nos primeiros anos da guerracivil.

Algumas estimativas afirmam que o exército perdeu a metade das suas fileiras, seja devido aos combates ou porque alguns soldados fugiram ou se uniram aos grupos123 pokeroposição.

A força aérea também sofreu grandes perdas devido à guerra civil e aos ataques aéreos americanos.

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Legenda da foto, Mais123 poker13 anos123 pokerguerra civil deixaram as forças aéreas sírias123 pokerruínas

Salário 'não dá para três dias'

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Apesar das consideráveis reservas123 pokerpetróleo e gás da Síria,123 pokercapacidade123 pokerexploração foi gravemente limitada pela guerra.

As condições econômicas também se deterioraram ainda mais, especialmente nas regiões controladas pelo governo123 pokerAssad.

Em dezembro123 poker2019, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a chamada "Lei César". O texto entrou123 pokervigor123 pokerjunho123 poker2020, impondo sanções econômicas a qualquer agência governamental ou indivíduo que fizesse negócios com o governo da Síria.

Diversos relatórios indicam que os salários dos soldados do exército123 pokerAssad são baixos. Eles equivalem a cerca123 pokerUS$ 15 a US$ 17 mensais (cerca123 pokerR$ 91 a R$ 103), um valor tão pequeno que "não dá nem para três dias", segundo um cidadão sírio.

O professor123 pokerrelações internacionais Fawaz Gerges, da Universidade123 pokerLondres, declarou que a situação na Síria mudou drasticamente nos últimos três anos.

Um dos motivos, segundo ele, são "as sanções americanas, que empobreceram o povo sírio e os oficiais do exército".

"Segundo informações, os soldados não recebem alimentos suficientes, o que os deixa123 pokerestado psicológico difícil e à beira da inanição", segundo ele.

Na quarta-feira (4/12), Assad decretou um aumento salarial123 poker50% para os soldados, segundo a agência123 pokernotícias estatal síria. Aparentemente, o objetivo da medida foi levantar o moral da tropa,123 pokermeio ao avanço das forças da oposição.

Mas a decisão parece ter chegado tarde demais.

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Legenda da foto, A invasão da Ucrânia levou a Rússia a retirar boa parte do seu pessoal e equipamentos que estavam na Síria123 pokerapoio a Assad

Abandonados pelos aliados

As notícias que davam conta da deserção dos soldados e oficiais – que facilitou o rápido avanço rebelde123 pokerAlepo até a capital, Damasco, passando pelas cidades123 pokerHama e Homs – surpreenderam várias pessoas.

A correspondente da BBC123 pokerDamasco, Barbara Plett Usher, informou que oficiais na capital abandonaram seus veículos, armamentos e até seus uniformes, vestindo-se com roupas civis.

"O colapso do exército sírio se deve, quase totalmente, às políticas e práticas implementadas por Assad, desde que atingiu relativa superioridade sobre a oposição123 poker2016", afirma Yezid Sayigh, do Centro Carnegie para o Oriente Médio123 pokerBeirute, no Líbano. "Isso minou os pilares fundamentais que o mantinham no poder."

"Estas políticas afetaram o exército", prossegue o pesquisador.

"Dezenas123 pokermilhares123 pokermembros foram dispensados, ao lado da terrível deterioração dos níveis123 pokervida, da corrupção galopante e da escassez123 pokeralimentos — até dentro das próprias forças armadas, que afastaram a comunidade alauíta [grupo étnico e religioso do Oriente Médio, principalmente da Síria], que domina os estratos superiores da hierarquia militar."

"O moral do exército sírio também foi gravemente abalado pela perda da ajuda militar direta do Irã, do Hezbollah e da Rússia, que não conseguem mais intervir adequadamente — ou não conseguem intervir123 pokermaneira nenhuma."

Sayigh acredita que "sem esperança123 pokerajuda externa urgente, o exército perdeu a vontade123 pokerlutar".

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Legenda da foto, O Irã – outro aliado123 pokerAssad – também não conseguiu oferecer novos armamentos

Já o especialista militar britânico Michael Clarke, professor do Departamento123 pokerEstudos da Guerra do King's College123 pokerLondres, declarou à BBC que a enorme ajuda militar estrangeira fez com que o governo123 pokerAssad ficasse dependente, descuidando do seu próprio exército.

"Seu treinamento se deteriorou significativamente e o desempenho123 pokerliderança dos seus oficiais se tornou medíocre", explicou ele.

"Quando suas unidades enfrentaram os ataques do Hayat Tahrir al-Sham, muitos oficiais aparentemente se retiraram e outros fugiram. Quando os oficiais não conseguem demonstrar123 pokercapacidade efetiva123 pokerliderança, não é123 pokerse estranhar que os soldados fujam."

Já Sayigh descarta que a retirada do apoio militar do Irã, Hezbollah e Rússia tenha sido intencional.

"No passado, a Síria dependia,123 pokergrande parte, do Hezbollah para apoio123 pokerterra", explica ele. "Mas, depois das perdas sofridas pelo partido-milícia no Líbano, ele não pôde mais oferecer este apoio."

"Houve também uma redução constante123 pokeroficiais e assessores iranianos na Síria,123 pokerconsequência dos ataques israelenses durante a última década. E não foi mais possível enviar grandes reforços por terra ou pelo ar, já que Israel e os Estados Unidos controlam a maior parte do espaço aéreo sírio."

"Ao mesmo tempo, o governo iraquiano e as milícias pró-iranianas decidiram se manter à margem dos combates — o que pode ter ocorrido,123 pokerparte, porque o Irã percebeu que passou a ser impossível salvar Assad", explica Sayigh.

Por outro lado, a Rússia retirou uma grande quantidade dos seus aviões e forças da123 pokerbase123 pokerLatakia, devido à invasão da Ucrânia, iniciada123 pokerfevereiro123 poker2022.

Gerges concorda que a retirada do apoio militar por parte do Irã, Hezbollah e Rússia "foi uma das razões fundamentais que levaram à queda tão rápida das cidades sírias".

"Desta vez, o exército sírio não lutou, nem defendeu o regime", explica ele. "Ele decidiu se retirar das batalhas e baixar as armas."

"Isso indica que o apoio russo e iraniano à doutrina123 pokercombate do Hezbollah foi um fator importante para ajudar Assad a permanecer no poder, especialmente depois123 poker2015."

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Legenda da foto, As promessas123 pokertolerância e amplitude da aliança heterogênea123 pokeropositores aos cidadãos sírios também colaboraram para a derrocada do regime

Oposição fortalecida

Paralelamente à frágil situação do exército sírio, muitos observadores resumem o ocorrido nos últimos dias à unificação das facções armadas da oposição sob um posto123 pokercomando único, bem como à123 pokerboa preparação para esta batalha e ao desenvolvimento das suas capacidades militares.

O discurso dos rebeldes, especialmente as mensagens tranquilizadoras enviadas aos civis sobre as crenças e promessas123 pokerliberdade religiosa, ajudou a obter rápidos avanços sobre as forças do governo123 pokerAssad, segundo os especialistas.

Todos estes fatores, aparentemente, contribuíram para o rápido colapso do exército sírio e a posterior queda do regime123 pokerAssad. Para Fawaz Gerges, foi algo "muito similar ao colapso do regime do xá do Irã123 poker1979".

"A oposição síria, com suas alas islâmicas e nacionalistas, foi capaz123 pokerdestruir o regime123 pokermenos123 pokerduas semanas... O regime123 pokerAssad estava com seu tempo esgotado e, quando chegou o ataque123 pokersurpresa da oposição, o exército caiu e o regime se desmantelou, como se fosse um castelo123 pokercartas", concluiu Gerges.