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Fernanda Torres: 'Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas não dá certo. O papel da mãe é segurar':brabet paga mesmo
No longa, Fernanda Torres vive Eunice Paiva, esposabrabet paga mesmoRubens Paiva, que vêbrabet paga mesmovida virar do avesso após o desaparecimento do marido.
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Fim do Matérias recomendadas
O filme ainda conta com uma pequena participaçãobrabet paga mesmosua mãe, a atriz Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres conta que, a princípio, essa participação era muito maior.
Era para a mãe viver Eunice nos últimos anosbrabet paga mesmosua vida, quando ela foi acometida pelas dificuldades advindas do Alzheimer.
"Mas mamãe disse que não faria, porque era um erro tirar uma atriz e colocar outra", conta Fernanda Torres. "Por isso, eu fiz meio que no susto. Mas acho que dei conta."
Mas no fim, as cenas que mostravam a vidabrabet paga mesmoEunice com a doença acabaram cortadas.
"Tinha uma cena fortíssima que é com a [atriz] Marjorie Estiano [que interpreta uma das filhas do casal, Eliana] levando a Eunice na cadeirabrabet paga mesmorodas para o Doi-CODI."
Alémbrabet paga mesmocuidar dos filhos sozinha e lutar para que a morte do marido fosse reconhecida, Eunice Paiva foi estudar direito e tornou-se a maior especialistabrabet paga mesmodireito indígena no país naquela época.
O livro homônimobrabet paga mesmoMarcelo Rubens Paiva, que dá origem ao filme, descreve muito o drama daquela mulher independente que acaba acometida pela doença.
"O grande medo da Eunice era ficar dependente. Por isso, chega uma horabrabet paga mesmoque ela pede para ser interditada", conta Fernanda.
"Isso é algo que toda família acaba lidando, se você tiver a sortebrabet paga mesmoviver muito. E só se aprende vivendo, você não consegue predizer, não é uma coisa do dia para a noite. É sutil."
Com os cortes, Fernanda Montenegro acaba aparecendo na pelebrabet paga mesmoEunice, na cena final. Por isso, o filme também é o reencontrobrabet paga mesmoWalter Salles com a atriz, quase 30 anos após as filmagensbrabet paga mesmoCentral do Brasil.
Aclamado pela crítica, o longa levou o Brasil ao tapete vermelho do Oscar, consagrando Fernanda Montenegro como a primeira mulher latino-americana a disputar uma estatueta por melhor atriz.
Mas ela acabou perdendo para Gwyneth Paltrow,brabet paga mesmoShakespeare Apaixonado.
Agora, Ainda estou aqui pode levar novamente o Brasil a disputar uma inédita estatueta.
Premiado pelo roteiro no Festivalbrabet paga mesmoVeneza, o longa foi escolhido para representar o Brasil nas indicações para a disputa do Oscar, que serão conhecidas no dia 17brabet paga mesmojaneirobrabet paga mesmo2025.
A expectativa com a cerimônia, que ocorre no dia 2brabet paga mesmomarço, é alta. Mas para Fernanda, o mais importante é levar os brasileirosbrabet paga mesmovolta às salasbrabet paga mesmocinema. "Eu adoraria que fosse um filme que trouxesse o públicobrabet paga mesmovolta para o cinema no Brasil", diz.
"Na pandemia, todo mundo comprou uma TV imensa, então, para algo te tirarbrabet paga mesmocasa e fazer você ir até o cinema, tem que ser algo que desperte curiosidade, uma certa urgênciabrabet paga mesmover."
Segundo ela, Ainda estou aqui é um filme "sobre o Brasil e para o Brasil". "Você pode serbrabet paga mesmoesquerda,brabet paga mesmodireita,brabet paga mesmocentro, não importa, eu tenho certeza que vai te tocarbrabet paga mesmoum lugar diferente, eu vi issobrabet paga mesmotodos os países por onde o filme passou."
Em campanha pelos festivais e para que o filme chegue a disputar o Oscar, Fernanda passará o resto do mêsbrabet paga mesmonovembrobrabet paga mesmoLos Angeles.
"Nos últimos cinco meses, eu devo ter passado cinco dias no Brasil", conta.
"Ainda bem que meus filhos já estão grandes, porque senão não sei como seria."
Assim como Eunice Paiva, que teve cinco filhos, a maternidade está muito presente na vidabrabet paga mesmoFernanda.
Ela teve dois filhos com o diretor Andrucha Waddington, que já tinha outros dois meninos quando eles se conheceram.
"Esse lado mãe da Eunice, eu tenho também", diz.
"E Eunice lembra muito mamãe, por ter essa inteligência da mulher dos anos 70, que,brabet paga mesmocerta forma, eu acho que herdei também."
No filme, Eunice acaba criando sozinha os cinco filhos, que ainda eram crianças quando o pai foi levado.
Em uma das cenas, ela é forçada a dizer que "mamãe não está triste" e enxugar as lágrimas quando é perguntada por uma das filhas por que ela estava triste.
"A mãe,brabet paga mesmocerta maneira, tem que dar uma segurada mesmo", diz, para depois ponderar.
"Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas quando você tenta, acaba não dando muito certo (risos). Toda mãe já teve isso: você tenta chorar para que seu filho tenha penabrabet paga mesmovocê, mas, geralmente, eles não têm, e eu acho que esse é o papel da mãe mesmo, estar ali para segurar."
Essa muralha na qual Eunice se transforma é marcada o tempo todo no filme.
Em uma das cenas, ela ordena que os filhos sorriambrabet paga mesmoum retrato para a revista Manchete, enquanto o marido está desaparecido, depois que o repórter pede uma feição "triste".
"Não adianta sentar na calçada e chorar, porque os deuses não terão penabrabet paga mesmovocê", resume Fernanda, sobre a energia vitalbrabet paga mesmoEunice Paiva.
Casobrabet paga mesmoRubens Paiva está parado no Supremo
A mortebrabet paga mesmoRubens Paiva foi reconhecida somente 40 anos depois dele ter sido assassinado pelos militares.
No entanto, até hoje os culpados pelo crime não foram responsabilizados.
Foi por meiobrabet paga mesmoum trabalhobrabet paga mesmoinvestigação realizado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apontou os suspeitosbrabet paga mesmoterem participado do assassinato do deputado.
Com base no relatório da CNV, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou,brabet paga mesmo2014, cinco ex-integrantes do sistemabrabet paga mesmorepressão da ditadura militar pelo assassinato e ocultação do cadáver do deputado: José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos.
As acusações incluíam homicídio doloso, ocultaçãobrabet paga mesmocadáver, associação criminosa armada e fraude processual.
A Justiça Federal do Riobrabet paga mesmoJaneiro aceitou a denúncia, que foi posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região.
Mas a defesa dos réus pediu um habeas corpus, negado pelo Tribunal Regional Federal. O caso chegou então ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por meio do ministro Teori Zavascki, concedeu uma liminarbrabet paga mesmo2014, paralisando o processo.
O ministro Alexandrebrabet paga mesmoMoraes herdou os processos pendentesbrabet paga mesmoZavascki após abrabet paga mesmomortebrabet paga mesmo2017brabet paga mesmodecorrênciabrabet paga mesmoum acidentebrabet paga mesmoavião. Após seis anos sem movimentação, no mês passado Moraes pediu que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre o caso.
Dos cinco militares acusados pelo crime, três já morreram.
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